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REFLEXÕES Nº 85 — 08/10/2023


Imagem gerada com IA MidJourney


 

AUTOR AKIRA ORDINE


AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.

 

AO AMIGO QUE PERDI


Não me contaste, amigo, até agora

O motivo para tu tão meu amigo

Ter largado tudo feito comigo

Para súbito sumir, ir embora


Ainda lembro de todos os momentos

Das melodias e das poesias

Das alegrias e das companhias

Mesmo tendo disse-me-disse vários


Entretanto, não te culpo, pois, bem,

A vida da gente é como um trem

Em que cada um escolhe suas linhas


Sou grato pelas memórias e dias

Hei de poetizá-los pra guardar

Comigo no peito pra (re) lembrar


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


LUIZ PRIMATI (1962), é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e seu último lançamento foi o livro "A MALDIÇÃO DO HOTEL PARADISIUM".

 

SONHOS


Ah, sonhos... enigmas celestiais que se entrelaçam em nosso íntimo, por que insistem em nos visitar? Despertar é um contrassenso; uma explosão de felicidade me atravessa, ao passo que outros amanhecem afundados em abismos de desespero. A adrenalina canta em minha corrente sanguínea, uma sinfonia inaudível para os que jazem na escuridão.


Como posso, eu, ser um farol de esperanças e anseios em um mundo onde as almas parecem perdidas em labirintos sem saída? E, oh, como pesa a tristeza ao ver rostos pintados com as cores do desalento. Mentes que vacilam, fragilizadas, à mercê do mais sutil dos ventos adversos. Mesmo quando a vida nos golpeia, há que se levantar, sacudir a poeira da derrota e encarar o horizonte.


Mas, ó Deus, me explique. Por que meu entusiasmo pela existência é um grito estridente, enquanto ao meu lado, há aqueles que amo, mas vivem como se estivessem acorrentados a um leito de desesperanças? Que poder tenho eu para romper essas amarras invisíveis? Palavras, meu único arsenal, que às vezes soam vazias aos ouvidos ensurdecidos pela melancolia.


Ah, como eu queria dominar aquilo que escapa entre meus dedos, como areia fina em um relógio quebrado. Um comando, uma palavra, uma chave para libertar as almas cativas em suas próprias prisões emocionais.


E você, que me lê agora, entenda que a permanência é uma ilusão. A dor que hoje lhe rasga pode, sim, ser suavizada pelo bálsamo do tempo. Não posso lhe prometer quando, mas asseguro que os céus cinzentos um dia darão lugar a um amanhecer mais gentil.


Sonhos, meu caro leitor, são as sementes do que ainda podemos ser. E se a esperança se esvai, que ao menos o sonho persista, como um farol na noite mais densa. E talvez, apenas talvez, a luz da manhã venha a nos libertar.


 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

OPINIÕES


Se tem uma coisa hoje em dia que causa o maior alvoroço, é a opinião.


Não importa qual seja a sua, a do outro será sempre diferente.


A maior concordância que temos hoje em dia, é que opiniões são divergentes.


E isso na verdade é muito bom, senão viveríamos como se tivéssemos antolhos nos olhos.


Opiniões diversas as nossas nos fazem pensar fora da caixinha e isso não é ruim. O que não é bom, é o fato de certas pessoas não admitirem que por alguma força do universo elas possam estar erradas.


Muitas pessoas não mudam de opinião, certas ou não, e brigam tanto para mantê-las que acabam fazendo com que os outros encerrem o que deveria ser uma conversa e se tornou discussão.


Não vou mentir que já fui assim, e vejo o tempo que perdi tentando convencer aos outros sobre coisas que hoje não consigo convencer a mim mesma.


O tempo nos abre os olhos. Não que eu precise aceitar a opinião de todos, mas preciso entender quais são as minhas próprias opiniões.


Mas será que preciso ter opinião sobre tudo?


Engraçado que quando não opinamos em algo, já nos julgam como “em cima do muro”.

Mas e se realmente eu não tiver opinião sobre um determinado assunto?


Tenho a impressão de que quem tem opinião sobre tudo, é porque entende de tudo, o que na verdade não é o meu caso.


Nem sei se quero ter opinião sobre tudo, pois se tiver, passarei a ser questionada e terei que ficar opinando, coisa que nem sempre me deixa confortável.


Muitas vezes as pessoas nos pedem opiniões somente para nos dizer que estamos errados.

Mas quem disse que quero estar sempre certa?


Erros fazem parte da essência humana, e humanidade, é uma coisa que faço questão de manter em mim.


Hoje tenho opiniões sobre muitas coisas, mas pode ser que amanhã elas mudem.


Se você quer minha opinião sobre dar opinião, eu opino que você faça aquilo que lhe convém e te faz bem ao coração, desde que não magoe ou machuque alguém, senão não será opinião, será ofensa, e este é outro assunto.


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

HÁ MUITO TEMPO


Há muito tempo em meus sonhos de olhos abertos eu te via.


Uma inspiração tão especial quanto um diamante lapidado, brilhando e com esse brilho, os dias iam passando. Desde então, a minha alegria é inesgotável com a tua companhia que me acompanha em tudo que vira escrita saindo do meu coração.


É tão bom sentir multiplicações de simplicidades com tantas filosofias que precisam ser refletidas e decifradas. Agradeço pelos dias que me deixam em tranquilidades, no hoje, no amanhã, no agora.


Amadurecendo e aprendendo a aproveitar os bons momentos, que há muito tempo não curtia. Em minhas mãos guardo poesias, as sinto e olhando para o céu naturalmente fico sorrindo como uma criança no balanço, de cabelos entregues ao vento.


O olhar, a observação, para dentro de mim, a luz da minha alma, tudo está bem com a minha melhor versão, respeitando o que recebo das emoções, deixando a minha boca sem mapas, ela só quer beijar, sorrir, na euforia que há muito tempo fala como uma sonhadora.

Há muito tempo que planto poesia!


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

 

CADA UM SABE O SOL QUE TE AQUECE OU ESMORECE


Setembro se pôs e assim também a cor que lhe é conferido... e por mais que a mídia tente evitar o assunto, o mesmo palpita silenciosamente no coração de quem se arrisca ou nos corredores frios a reveria, como um telefone sem fio.


Porém, o mesmo somente vai para os noticiários ou assusta a sociedade se for algo em ambiente público, como uma espécie de palco para um último adeus ou um pedido de socorro para que nos últimos segundos de vida, alguém consiga salvar aquela alma atormentada...


No entanto, quantos apagões acontecem na penumbra das vielas e becos sem saída e que por isso não vão para mídia e não entram nas estatísticas?


Apenas quero deixar essa reflexão: viver para muitos está longe de ser uma festa, mesmo com todas as inúmeras tentativas de encaixe, dádivas ou investidas... Pois a guerra pessoal entre Thanatus e Eros, somente cada um sabe.. qual é o sol aquece ou esmorece, diante esta íngreme jornada.... tenhamos resiliência, porque viver pode ser uma aventura. Mas sobreviver é de fato um ato de bravura.


 



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