REFLEXÕES Nº 187 — 23/11/2025
- Luiz Primati
- há 4 dias
- 18 min de leitura


AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março, lançou seu livro de prosas poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em 2025.
REFLEXÕES SOBRE O ABSURDO
"Não há destino que não se transcenda pelo desprezo."
— Albert Camus
Há alguns dias, reli essa frase de Camus e ela me levou a refletir sobre a busca por sentido no interior da rotina cotidiana. Sentei-me diante do computador, com a agenda cheia de compromissos visível na tela, e tentei compreender a origem de uma inquietação persistente. Não se tratava de fadiga física, mas de uma dúvida mais estrutural: para que repetir tarefas, cumprir expectativas, perseguir objetivos profissionais e pessoais se, em última análise, grande parte dessas ações parece mecânica e desprovida de um propósito evidente?
Comecei então a questionar se é possível atribuir sentido à existência quando as respostas definitivas não se apresentam. No trabalho, nas relações interpessoais e nas escolhas quotidianas, surge por vezes a sensação de vazio. Ainda assim, continuamos a agir — talvez porque reconhecer a possível ausência de sentido inerente também constitua uma forma de liberdade.
Para Camus, o sentimento do absurdo nasce do confronto entre o desejo humano de significado e a indiferença do mundo. O universo não oferece justificações prontas; as conquistas materiais, profissionais ou afetivas não eliminam necessariamente essa interrogação fundamental. A questão, portanto, não é esperar que a vida forneça um sentido pré-existente, mas decidir como responder a essa ausência.
Aceitar que a existência pode carecer de um significado transcendente não equivale a desistência. Pelo contrário, é nesse reconhecimento que se abre a possibilidade de atribuir valor às próprias escolhas. O "desprezo" de que fala Camus não é niilismo passivo, mas uma recusa ativa dos rotéiros impostos — sociais, culturais ou ideológicos — em favor de uma construção pessoal e consciente do que importa, ainda que provisória.
Quando o vazio se faz presente, a alternativa não é negá-lo nem tentar preenchê-lo a todo custo, mas incorporá-lo como parte da experiência humana. É nesse espaço de lucidez que as decisões ganham maior peso: continuar a trabalhar, a relacionar-se, a projetar o futuro, sabendo que tais atos não dependem de uma garantia externa de significado.
Em resumo, o desafio talvez não consista em descobrir um sentido pronto, mas em assumir a responsabilidade de viver mesmo diante da sua possível inexistência.
E você? Já se permitiu atravessar a rotina cotidiana sem exigir que cada ação possua um propósito absoluto, aceitando a ausência de sentido como condição da liberdade? Conseguiu, em algum momento, prosseguir com lucidez e determinação, escolhendo agir por decisão própria e não por ilusão de necessidade?
Se sim, reflita sobre isso. Eu ainda estou no caminho.

AUTORA STELLA_GASPAR
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros, encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
FUI AO CHÃO
Em algum momento da vida, todos nós já “fomos ao chão”.
Caminhando com o meu cão, caí e, espantada, vi somente eu e ele. Um tropeço por um lapso de cuidado, deixei-me levar pela força de meus pensamentos e, em um passe de mágica, lá estava eu no chão e o meu cão fiel me olhando, como se entendesse a situação. A força do inesperado, mas cair não foi só um acontecimento meu, muitos também ficam indefesos e vulneráveis aos tropeços.
Envergonhada, levantei-me, sentindo-me frágil com a sandália na mão e o sol forte me mostrando que eu podia superar o ocorrido. A minha vida tem poderes e, com eles, precisava continuar a caminhada, a jornada. A resiliência há muito tempo tem sido a palavra-chave do meu dia a dia. Com ela, supero as adversidades, recomeço e sigo.
Tudo passa, o momento é mágico e o mais importante é seguir sem desperdiçar o tempo.
O importante é refletirmos sobre o que nos leva a cair de alguma forma, o que é preciso para ficarmos mais aprendentes, refletir o que fomos ontem e o que somos hoje, são olhares que nos devolvem o ponto de equilíbrio.
Na hora da queda, levante-se, ajuste a postura e siga em frente.
A experiência de sentir o chão e a sua força de levantar-se pode ser dolorosa e vergonhosa, assim muitos se sentem e eu também, na minha queda me senti.
Mas não perdi a oportunidade de aceitar o convite ao autoconhecimento e à superação. São aspectos fundamentais para aprender e dizer que: “Um dia você foi ao chão” e, ao levantar-se, sentiu-se mais forte, consciente de seus limites.
Por isso, levante-se, abandone as dificuldades, recomece confiante e continue trilhando seu caminho cheio de luz!
Recorde o pequeno trecho musical... “Reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”!

AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
INFÂNCIA ROUBADA
No Brasil, segundo o ministério
da justiça e segurança pública, seis crianças desaparecem por dia, crianças que são aliciadas
na porta das escolas, crianças que são aliciadas por trás da tela de um computador; crianças que são observadas nas redes sociais, crianças que são observadas nas praias, crianças que só querem ser criança e viver a plenitude
da sua doce infância.
Crianças que estão sofrendo após ter a sua infância roubada após serem sequestradas, após serem abusadas, após serem vilipendiadas, e muitas são forçadas a se prostituir e a
alimentar esse mundo
obscuro da prostituição infantil.
Todos os dias, no finalzinho da tarde a menina saía para comprar pão, e voltando da padaria, a menina caminhava toda serelepe na beira da calçada até que
ela foi abordada por um
desconhecido que a
convenceu entrar
em seu carro.
Com a demora da menina,
sua mãe ficou preocupada
e saiu desesperada à sua
procura, sem sucesso,
Dona Maria seguiu para
a delegacia, ao chegar,
se surpreendeu com o
relato da delegada que
afirmou que o
desaparecimento
só poderia ser
considerado após 24h.
Isso é uma falta de sensibilidade diante da dor de uma mãe afinal, as primeiras horas são cruciais para encontrar uma pessoa
desaparecida ainda mais
se tratando de uma criança
de nove anos, dona Maria
seguiu procurando sua filha,
desesperadamente com
apoio dos familiares
e dos vizinhos.
A polícia iniciou uma investigação
porém, conforme o tempo foi
passando, Alice se tornou mais uma estatística da sociedade
e após quinze anos de angústia ela se tornou mais uma criança que desapareceu dentre milhões
que já desaparecem no Brasil
e no mundo.
Atualmente, Dona Maria de Lurdes se juntou ao movimento das mães da Sé que lutam incansavelmente para encontrar seus filhos e filhas desaparecidas, na placa que dona Maria carrega no peito está escrito que a menina Alice desapareceu com nove anos e hoje onde ela estiver está com vinte e cinco anos, com o olhar cansado,
mas cheia de esperança;
Dona Maria sonha com
o dia de reencontrar
a sua filha.

AUTORA KENIA PAULI
Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clínica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
QUANDO ALGUÉM SE LEMBRA DE ALGUÉM
Durante muitos anos, a casa vivia em pé de brigas. Uma energia fortemente pesada.
Mas ninguém sabia explicar o que acontecia ali. Tudo acontecia do nada, na maioria das vezes meras bobagens.
O risos a cada dia que se passava pareciam mais curtos.
Até as plantas que tentavam sobreviver naquela varanda nublada já não queriam mais florescer e murchavam sem um motivo certo. Talvez o conflito tivesse chegado até mesmo a elas.
Numa tarde de sábado, Angelica, cansada de tanta confusão, decidiu ir à casa da avó pedir um conselho, algo que pudesse aliviar todo o estresse que ela estava vivenciando desde pequena naquela casa. No teto que abrigava seus pais e seus dois irmãos.
A conversa com sua avó mudou tudo.
Sua avó era tão calma, pacíf ica, falava num tom devagar, mas com um olhar que enxerga o que o tempo está tentando esconder.
Entre um gole de café e outro com sua avó, ela ouviu a história de um irmão de seu pai de quem ela nunca ouviu falar.
Sua avó lhe contou:
— Sabe, minha neta, seu tio Zé foi embora sem se despedir. Depois que ele partiu, ninguém nunca mais quis falar dele.
A avó dela continuava:
— Inclusive eu, nunca mais falei do meu filho.
Naquela tarde, o silêncio passou a ser diferente.
Angélica sentou-se em sua cama quando em casa e disse o nome de seu tio José Fernando em voz alta, devolvendo a ele o que o tempo havia tomado e perdido em seus pensamentos e corações. Seu tio não estava ali presente fisicamente, mas sua lembrança foi retomada.
Não havia mais incômodo, aquela fala de sua avó naquela tarde lhe permitiu uma escuta sobre algo que trouxe a cura para aquela ferida estampada por anos naquela família.
A noite, com as janelas abertas de seu quarto, Angélica sentia o frescor de terra molhada que entrava pela janela e refletia em todo o quarto pelas cortinas.
No dia seguinte, pela manhã, ao pegar uma xícara de café e se direcionar para aquela varanda antes nebulosa, Angélica percebeu que um belíssimo raio de sol cortava de um lado ao outro, trazendo uma mensagem de cura e libertação para todo seu sistema familiar.
Às vezes, o que falta é somente alguém ser lembrado, um nome ser dito e incluído.

AUTORA ILZE MATOS
ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
ENTRE O CUIDADO E O ENGANO
As pessoas dizem
que fazem isso
pra te proteger,
sem sequer conhecer
a verdade.
E quem sabe
o que é melhor pra nós,
senão nós mesmos?
Às vezes protegemos uns
e magoamos outros,
achando que o outro
não é digno.
Pensar que estava
nos protegendo
pode não ter sido
a escolha certa,
e isso pode ter nos deixado
marcados para sempre.
Todos tém o direito
de fazer suas escolhas,
de buscar a própria alegria,
de amar do seu jeito
e de acolher o amor
que chega
com delicadeza.
É preciso conhecer
toda a história
antes de julgar,
porque a verdade,
mais cedo ou mais tarde,
aparece —
mansa,
silen ciosa,
como quem sempre soube
o seu lugar.
É assim, não é?

AUTOR WAGNER PLANAS
WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
VOLTA AO PASSADO
Há muito tempo,
Aprendi a escrever,
E tentarei descrever,
Como foi desde o primeiro momento.
Tudo começou,
Nos tempos remotos,
Nos primórdios dos nossos tempos,
Ainda era no tempo das cavernas.
Eu tentei me comunicar,
E para tentar falar de amor,
Paredes das cavernas eu comecei a pintar.
Depois o tempo foi passando,
No Egito nós chegamos,
E lá continuarei a te amar.
Você era minha Nefertiti,
E eu um mero escravo,
Empurrando blocos pesados,
Para construir uma pirâmide para você.
Tudo começou,
Quando te vi banhar-se no Nilo,
E eu feito grilo,
Espiando-te de dentro do mato.
Assim fui sentenciado,
Mas a Anúbis eu pedi,
Quando você chegar às estrelas,
Contigo quero me reunir...
E muito mais vou te contar.

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
ZÉLIA OLIVEIRA é natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
FAXINA INTERIOR
Cuidados excessivos
Com a aparência:
As curvas, músculos, medidas
E as calorias ingeridas.
Mas que dizer do interior,
Oh, alma desapercebida?
Limpa teu coração,
Expulsa a raiva, a inveja e a mágoa.
Abriga a gratidão.
Cuida do interior,
Faz faxina na mente e no coração
Cultiva sementes do amor
No tempo certo germinarão.

AUTORA CÉLIA NUNES
Meu nome é CÉLIA, nasci em 8 de julho de 1961, em Sepetiba, Rio de Janeiro. Sou casada, tenho quatro filhos e oito netos. Sou aposentada como professora do Município de Itaguaí, formada em Letras (Português/Literatura) e pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos. Trabalhei por muitos anos com projetos voltados para adultos no período noturno, em escolas infantis e bibliotecas. Foram anos que passaram como um sopro, pois fazia o que me trazia felicidade. Sou membro da Academia Itaguaiense de Letras, ocupando a cadeira número 2, cujo patrono é Machado de Assis. Publiquei os livros Retrato Poético, com poemas para adultos e crianças; Reflexões: 150 dias para mudar a sua vida, inspirado nos 150 salmos da Bíblia; e Quintal da Alma, uma coletânea de poemas e reflexões. Também participei de diversas antologias, coletâneas literárias, feiras literárias, festivais e concursos literários. Minha meta é disseminar a literatura, formar leitores e perpetuar minha escrita.
SOCORRO, DEUS!
Socorro, Deus!
Ouço gritos entre a multidão Não sei do que se trata Sei que meu coração dispara As pessoas correm a ver Fico no meu lugar estática Estou em pânico Uma mãe chora Seu filho partiu de maneira trágica!
Uma mãe nunca pensa Em ver seu filho partir antes de si Seu coração está partido Bate feito uma bomba relógio Prestes a explodir!
Que dor essa mãe sente Gesticula, chora, fora de si Ninguém pode mensurar sua dor Grita socorro, Deus! Age por mim! Me dê forças para seguir!

AUTORA MARINALVA ALMADA
Marinalva Almada é diplomada em Letras Português / Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA. Encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas por meio da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023, realizei o sonho de publicar pela Valleti Books o livro "Versificando a vida", juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.
COP30
Como será depois da COP30?
O que mudará? Será que a preservação do meio ambiente vai ganhar mais força? O desmatamento vai diminuir? Os grandes poluidores vão finalmente reduzir suas emissões? E os órgãos fiscalizadores, serão mais rigorosos nas punições?
Como diz a música: "Como será o amanhã, responda quem puder." O que irá nos acontecer?
O que podemos esperar desse grande acontecimento mundial?

AUTORA LUCÉLIA SANTOS
LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista, contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escrever poemas e minicontos infantis.
LUTO
Existem auseências que rasgam o coração e passam a morar dentro da gente.
Simples detalhes tomam uma grande proporção.
A dor arde feito fogueira acesa no peito, deixando cinzas.
Os passos pela casa, o lugar na mesa, o cheiro, o jeito que deitava no sofá, o quarto vazio, o cheirinho de café fresquinho bem cedinho...
Tudo isso e muito mais é o choque de realidade, de que quem tanto amamos já não está mais aqui, de que a vida mudou drasticamente muito rapidamente.
Ficamos perturbados, sem rumo, sem identidade, quem erámos, já não é mais, porque um cordão foi rompido.
Quem sofre após uma perda é porque amava verdadeiramente e não imaginava a vida sem essa pessoa.
Como juntar os pedaços do coração? Como reviver após tanta angústia?
Com o passar do tempo, tentamos aceitar a realidade, mas a dor e a saudade só aumentam.
Fica uma ferida aberta dentro da gente. Os gritos internos são imprevisíveis e constantes, as lembranças nos pegam de maneira inesperada todos os dias, com lágrimas e dor.
E então você obrigatoriamente precisa ser forte, levantar e seguir, mesmo com esse peso insuportável nas costas, mesmo com o coração quebrado, lágrimas silenciosas e profunda tristeza. Nos arrastamos todos os dias por alguma razão, por um motivo para continuar vivendo...
Porque o luto não tem prazo determinado.

AUTORA MONIQUE MONAH
Carla Simone Barbosa, Pseudônimo -Monique Monah -Residente em Brumado -Ba,cuidadora de idosos,amante da literatura, e escrita uma das suas poesias foi publicada no livro Art- poesia em 2000, atualmente participou da Antologia Retalhos de Vida,Tem a poesia como forma de expressão e reflexão.
LABUTAS
As vezes me sinto tão desanimada
Sem estímulo, sem vida, sem graça
Me vem nos pensamentos toda minha labuta, toda jornada, constante luta
E chego a pensar: "o que foi que valeu?
De tudo que eu quis e busquei
O que conquistei?
Nem sei...
Mas aí eu penso: Ao menos tentei...
Mas será mesmo que o que eu realmente queria,eu busquei?
São tantas perguntas
Que o tempo deixou sem responder
Em meio a tantos "porquês".
O tempo passou, os sonhos se foram
VIVO uma realidade tão diferente
Da vida que para mim desejei
Mas,como seria se fosse de outra forma?
Será que seria uma vida vazia?
Enquanto o coração chorava,os lábios sorriam?
São perguntas sem respostas,
Suposição, quem se arriscaria ?
Que certeza teria?
Se em outra situação melhor eu estaria?
Muitas coisas se perderam com o tempo,
Desejos de muitas realizações
Agora o que me resta São constantes preocupações.
Hoje grata eu sou
Por ter cumprido com zelo o meu dado labor
Não me foi nenhum favor
Foi um imenso prazer
Fazer o papel de mãe.
Um papel que me foi incumbido pelo nosso grandioso Criador
Emprestou-me eles
Para que eu deles cuidasse com amor
Para ao crescerem,ele dessem honra e glória ao nosso amoroso instrutor.
Então em meio a está reflexão,
Me vem um sentimento no coração
Uma certeza,
Que nada que fiz foi em vão
Foi labuta, lutas, persistência, perseverança
Em meio a sofrimentos e alegrias
E que por mais que você esteja cansada
Nunca a vida é vazia!

AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
MEMÓRIAS INFANTIS
A infância tem um poder de transformar o passado em magia...e também de confusão. Embora criados pelos meus pais, na mesma casa e sob as mesmas circunstâncias, cada irmão se lembra de um pedaço da história - ou da mesma história - de forma completamente diferente.
Afinal quem batia à porta nos domingos em plena madrugada às 8 da manhã? Eram os tios idosos ou os avós que passavam após a missa? Ou será que cada domingo um deles passava como se houvessem combinado de quem seria aquele dia?
E a cor do carro do papai? Era verde? Azul? Preto, talvez, pela vaga lembrança do caçula? E se discordam da cor, imagine do modelo. Apenas lembram que o carro era enorme, já que todos eram muito pequenos.
A comida favorita de cada um se torna, nas lembranças, o alimento mais preparado pela mamãe. Para um a lasanha de domingo, o outro se lembra muito bem das comidas feitas com molho que eram para render: salsicha no molho, ovo no molho, mortadela no molho - sim até mortadela se tornava acompanhamento nas refeições. Mas uma lembrança se torna unânime porque tinha data – a macarronada com sardinha feita na Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira da Paixão.
E quando falamos em endereço, ninguém entra em um acordo quando nos lembramos onde as tias tomavam café à tarde, se no sobrado da rua larga, na casa térrea que inundava quando chovia ou na casa de muro amarelo. Há sempre aquele que nem se lembra de a casa ter tido muro. Mas todos se lembram do cheiro de café e das boas risadas das tias unidas.
O programa mais assistido? Isso nem se discute mais, já que a única coisa que se lembram é de que se juntavam ao cair da noite, todos juntos no sofá, com o cheirinho de pipoca feito pelo pai.
Afinal, as lembranças podem não bater, mas talvez seja esta a parte mais mágica da história. A vivência pode ter sido a mesma, mas cada lembrança é única. E é exatamente esta colcha de retalhos, uma forma carinhosa de mantermos viva a infância.

AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
CHEIRO DE MADEIRA
E o som das máquinas
Se calaram
O pó se desfez... de vez.
A serra calou-se
Em definitivo
Encerrou-se o trabalho.
O cheiro da madeira
Instalou -se na memória
Impregnando lembranças.
Eu lembro
E muito
Do seu ofício
Adorava vê-lo a serrar madeiras
Ajustar e pregar
Formando um móvel.
Todos os dias
Algo novo se criava
Deixando aquele cheiro tomar conta
A poeira deixada ao lado
Formando barreiras amarronzadas
Como se fosse para criar algo mais
E eu ali ficava a admirar suas artes...
Mas agora tudo se calou
Suas máquinas e serras desligadas
Eternamente.
E eu a viver das lembranças
E a sentir ainda no ar
O cheiro da madeira...

AUTOR DAVID RODRIGUES
Sou DAVID RODRIGUES, nascido em Anápolis, GO, filho mais velho de uma família humilde. Minha jornada foi marcada por perdas e descobertas, até encontrar meu verdadeiro propósito. Apaixonado por desenhar e fascinado por motos, hoje caminho com uma fé inabalável em Deus. Sei de onde vim, quem sou e para onde vou — e quero compartilhar essa jornada, inspirando e levando comigo o maior número de pessoas possível.
É MELHOR MORRER EM VIDA
Já estamos mortos se de verdade entendemos o que é amor para saber o que é Reino.
Por que cantamos louvores de amor e tratamos mal as pessoas?
Viver em Cristo sem Cristo?
Neste mundo de perdas, onde tudo é correr atrás do vento, será que não tem algo errado?
Queremos tudo para servir ou porque servimos a Deus?
Será porque Ele tinha tudo e deixou tudo para nos servir (como Professor do que é amar)?
Ontem ouvi alguém dizer que o amor mais parecido com o de Cristo é quando você tem um filho.
Então pensei: “Tenho que fazer um filho bem rápido para entender”.
Esta manhã mudei de ideia, porque não é necessário.
O amor de um pai terreno não chegaria nem de longe perto do amor que Deus quer que a gente aprenda.
Falar é fácil, mas fazer?
Hoje pensei muito nisso.
Para chegar perto ou ser parecido com o amor de Deus…
Qual é o pai aqui da Terra que daria seu único Filho perfeito e saudável para morrer, para que o filho do outro viva?
Eterno se submeter a um fim. Por nós. E sabendo quem somos. 😔
Talvez seja isso.
Talvez essa seja a explicação de “viver é Cristo, morrer é lucro”.
Não ficar aqui pensando que o que acumulamos aqui vale alguma coisa…
E que até enfrentarmos o último mal desta terra — como disse Paulo —,
Até enfrentarmos a Morte, diante da Cruz eu já estava morto.
Frase difícil de entender.
Me fez lembrar do jovem rico:
O que ele precisava fazer para entrar na Vida?
Seguir a Cristo.
Não tinha nada a ver com dinheiro.
Era sobre fazer o que Jesus fez: descer, abandonar a própria glória.
Muitas vezes buscamos a Deus para que Ele nos dê riqueza e prosperidade, certo?
Então, por que Jesus mandou o rico jogar fora tudo o que ele já tinha?
Talvez sejamos nós que pedimos errado, por isso não recebemos.
Talvez por não querer entrar na vida de Deus, mas desejar que Deus entre na nossa (aqui onde tudo acaba).
Ontem perguntei a uma senhora de 95 anos:
— Quando foi a primeira vez que falaram de Jesus para a senhora?
Ela respondeu que nem lembrava mais.
Então perguntei:
— E falaram que Ele está voltando?
Ela sorriu e disse que sim.
Eu disse:
— E a senhora ainda está esperando?
Ela:
— Claro que sim!
— Não vai desistir?
— Nunca. Porque estou segura de que Ele vai voltar.
Então, mais uma vez, entendi o amor como sinônimo de LIBERDADE.
Ser livre para decidir esperar pelo Seu amor, ser liberta de si mesma, não importa quanto tempo demore.
Isso é incrível.




Um domingo de reflexões muito interessantes. Gostei muito da estreia do novo autor David Rodrigues.