REFLEXÕES Nº 192 — 28/12/2025
- Luiz Primati
- há 1 dia
- 14 min de leitura


AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março, lançou seu livro de prosas poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em 2025.
OLHE O QUE PASSOU DESPERCEBIDO
Ao final de cada ano, é natural repassar o que foi marcante: as conquistas, as perdas, os problemas resolvidos, os que ficaram em aberto. Mas será que aquilo que mais nos formou foi mesmo o que fez barulho? E se a parte mais valiosa do ano estiver justamente no que passou despercebido: sinais discretos, possibilidades pequenas, percepções que não amadureceram a tempo? Quantas decisões foram tomadas no piloto automático, só para manter tudo funcionando? Quantas foram tomadas por convicção?
A rotina, quando é guiada apenas pelo imediato e pelo urgente, cria áreas de sombra na percepção. Em meio a prazos, demandas e pressa, a gente aprende a “render” — e, sem perceber, vai perdendo o contato com o essencial. O que você deixou de notar porque estava ocupado demais tentando dar conta? Que alertas internos você silenciou com a justificativa de “agora não dá”? Quais conversas pediam continuidade, mas viraram apenas educação? E quantas oportunidades apareceram sem alarde, pequenas demais para competir com o que parecia importante?
Talvez tenham existido convites modestos, ajustes simples pedindo coragem, verdades sobre você mesmo — e sobre os outros — que foram evitadas por medo, cansaço, orgulho ou distração. Você encarou o que precisava ser encarado ou empurrou para depois? O que você não quis ver porque ver exigiria mudar? O que você chamou de “não era nada” apenas para não ter trabalho emocional? E quem, sem perceber, ficou esperando uma atitude sua que nunca veio?
Quantas vezes, olhando para trás, você identifica um desvio que teria mudado a paisagem? Um conselho que chegou sem imposição, mas com precisão? Um relacionamento que poderia ter virado laço, se tivesse recebido mais presença do que promessas? O que você tratou como detalhe — e hoje entende que era recado? O que você adiou porque parecia incômodo, e depois descobriu que era essencial?
Revisitar esses pontos não é um tribunal de arrependimentos; é um laboratório de consciência. Serve para entender como a pressa, a distração e até certas “facilidades” nos empurraram para escolhas automáticas. Onde você se convenceu de que não tinha opção, quando na verdade só não queria escolher? Em que áreas você troca paz por controle? O que você aceita por conveniência e chama de “normal”? E, principalmente: que tipo de atenção você quer levar para o próximo ciclo — aquela que só reage ao que grita, ou aquela que percebe o que realmente importa antes de virar urgência?
Se o próximo ano não vier com placas, nem avisos evidentes, você terá disposição para ler as entrelinhas da própria vida, reconhecer seus pontos cegos e escolher com mais presença — ou vai repetir os mesmos caminhos só porque já estão prontos?

AUTORA STELLA_GASPAR
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros, encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
NOVOS REENCONTROS
Novos reencontros são pontes entre o passado e o futuro. Eles nos lembram o que vivemos, mostram quem nos tornamos e apontam possibilidades para onde queremos ir, na continuidade de nossos sonhos. Ao abrir o coração para reviver antigas conexões e criar memórias, damos sentido à vida e fortalecemos nossos laços humanos, fomentamos nossas amizades, cuidamos de nós.
Dentre as lições do ano vivido, destacamos que a sensibilidade e o saber viver são tratados determinantes, pois amando e cuidando temos um coração em versos puros e acariciadores de almas. Afinal, a vida é um sopro, uma misteriosa aventura e é o nosso bem maior, pois com ela aprendemos a perdoar tanto a nós mesmos quanto aos outros.
O início de um novo ano representa uma oportunidade especial para olhar para dentro, refletir sobre nossas escolhas e experiências passadas. Este momento nos incentiva a repensar nossas atitudes e buscar novos caminhos que possam contribuir para o nosso crescimento pessoal.
Cada dia e cada momento, cada solidão, cada silêncio são oportunidades de recomeçar. O novo tempo transforma falas e sentimentos, amadurece opiniões e, muitas vezes, apaga antigos ressentimentos. Esses momentos são oportunidades para ressignificar relações, compreender o outro e, quem sabe, fortalecer laços outrora enfraquecidos.
Assim somos, seres humanos, repletos de paixões, amores e amantes de sonhos. Que nossas emoções não fiquem guardadas, aprisionadas em nossos corações; o amor precisa ser dito, a vontade precisa ser mostrada, precisamos, sem pudores, nos poetizar.
Nada substitui o abraço apertado, o olhar companheiro e as risadas compartilhadas. Esses gestos simples e verdadeiros são fundamentais para fortalecer os vínculos. O contato físico e emocional, o sorriso sincero ou um olhar de compreensão criam uma conexão única, capaz de transmitir segurança e acolhimento.
É primordial deixar no outro a sensação de pertencimento e renovação afetiva. Todos somos parte de algo maior, promovendo bem-estar e confiança.
Renovar os laços afetivos fortalece as relações e nos ajuda a seguir em frente, valorizando cada reencontro e cada gesto compartilhado.
Cada ano que inicia, abre-se a possibilidade de construir uma nova história. O importante é valorizar o presente, respeitar o tempo de cada um e celebrar a oportunidade de estar junto novamente, construindo novas memórias afetivas. Feliz Ano Novo!

AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
O GRITO FINAL
No leito de morte, um grito ecoa
E um som vem do fundo da minha alma,
Um berro que expressa a minha dor e sou
Tomado pelo medo de me despedir deste mundo.
E de olhos fechados, o corpo cansado
Sente a vida escapando como areia na ampulheta,
E o coração vai diminuindo o compasso e
Fraco, o grito final se aproxima do adeus.
E nesse momento tudo fica tão claro
A vida e a morte, o amor e o ódio
Tudo se mistura e reduz essência
Que é a expressão da verdade que se viveu.
Um grito de dor, de arrependimento e do amor
Que não foi dito, dos sonhos que não foram
Realizados, e do rancor sem o perdão que não
Foi dado um grito que precede a morte,
E agora aquele eco ressoa na eternidade.
E nesse momento não há mais tempo
Para palavras não ditas e nem para as ações
Por que o grito final é implacável e traz a
Última expressão de uma vida que se vai
E de um coração que parou.

AUTORA KENIA PAULI
Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clínica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
QUANDO ALGUÉM SE LEMBRA DE ALGUÉM
Durante muitos anos, a casa vivia em pé de brigas. Uma energia fortemente pesada.
Mas ninguém sabia explicar o que acontecia ali. Tudo acontecia do nada, na maioria das vezes meras bobagens.
O risos a cada dia que se passava pareciam mais curtos.
Até as plantas que tentavam sobreviver naquela varanda nublada já não queriam mais florescer e murchavam sem um motivo certo. Talvez o conflito tivesse chegado até mesmo a elas.
Numa tarde de sábado, Angelica, cansada de tanta confusão, decidiu ir à casa da avó pedir um conselho, algo que pudesse aliviar todo o estresse que ela estava vivenciando desde pequena naquela casa. No teto que abrigava seus pais e seus dois irmãos.
A conversa com sua avó mudou tudo.
Sua avó era tão calma, pacífica, falava num tom devagar, mas com um olhar que enxerga o que o tempo está tentando esconder.
Entre um gole de café e outro com sua avó, ela ouviu a história de um irmão de seu pai de quem ela nunca ouviu falar.
Sua avó lhe contou:
— Sabe, minha neta, seu tio Zé foi embora sem se despedir. Depois que ele partiu, ninguém nunca mais quis falar dele.
A avó dela continuava:
— Inclusive eu, nunca mais falei do meu filho.
Naquela tarde, o silêncio passou a ser diferente.
Angélica sentou-se em sua cama quando em casa e disse o nome de seu tio José Fernando em voz alta, devolvendo a ele o que o tempo havia tomado e perdido em seus pensamentos e corações. Seu tio não estava ali presente fisicamente, mas sua lembrança foi retomada.
Não havia mais incômodo, aquela fala de sua avó naquela tarde lhe permitiu uma escuta sobre algo que trouxe a cura para aquela ferida estampada por anos naquela família.
A noite, com as janelas abertas de seu quarto, Angélica sentia o frescor de terra molhada que entrava pela janela e refletia em todo o quarto pelas cortinas.
No dia seguinte, pela manhã, ao pegar uma xícara de café e se direcionar para aquela varanda antes nebulosa, Angélica percebeu que um belíssimo raio de sol cortava de um lado ao outro, trazendo uma mensagem de cura e libertação para todo seu sistema familiar.
Às vezes, o que falta é somente alguém ser lembrado, um nome ser dito e incluído.

AUTORA ILZE MATOS
ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
É QUASE
O ano quase se indo,
ainda dá tempo?
Tempo de realizar
aquele sonho
escondido
nas gavetas do seu coração,
da vida.
Corre só um pouquinho mais,
vai…
você vai conseguir.
E quando o novo ano chegar,
você vai dizer:
chegue,
se aproxime,
porque já realizei sonhos
e agora tenho mais,
muito mais,
para realizar em você.

AUTOR WAGNER PLANAS
WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
A PRIMEIRA NOITE COM MEU AMOR
A primeira noite com meu amor,
Foi tudo maravilhoso,
Fiquei orgulhoso,
Por tudo que aconteceu.
Fomos tomados pelo desejo,
Tudo começou com um longo beijo,
E senti os lábios descendo pelo corpo,
E o calor me surpreendeu.
Confesso tudo em perfeição,
Amor, carinho e compreensão,
Nossos corpos na mesma respiração.
E, quando chegado o gozo,
O prazer intenso e gostoso,
Vi que foi um sonho e a imaginação.

AUTORA CÉLIA NUNES
Meu nome é CÉLIA, nasci em 8 de julho de 1961, em Sepetiba, Rio de Janeiro. Sou casada, tenho quatro filhos e oito netos. Sou aposentada como professora do Município de Itaguaí, formada em Letras (Português/Literatura) e pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos. Trabalhei por muitos anos com projetos voltados para adultos no período noturno, em escolas infantis e bibliotecas. Foram anos que passaram como um sopro, pois fazia o que me trazia felicidade. Sou membro da Academia Itaguaiense de Letras, ocupando a cadeira número 2, cujo patrono é Machado de Assis. Publiquei os livros Retrato Poético, com poemas para adultos e crianças; Reflexões: 150 dias para mudar a sua vida, inspirado nos 150 salmos da Bíblia; e Quintal da Alma, uma coletânea de poemas e reflexões. Também participei de diversas antologias, coletâneas literárias, feiras literárias, festivais e concursos literários. Minha meta é disseminar a literatura, formar leitores e perpetuar minha escrita.
NO TEMPO DOS QUINTAIS
Lembrando da minha infância e adolescência, voltei no tempo em que as casas tinham quintais. Era uma criançada brincando alegremente, tomando sol ou chuva também, pois tudo virava uma grande brincadeira.
Era jogo, confidências, futebol, pipas, subir em árvores, se balançar nos galhos, virar de cabeça para baixo, arrastar os cabelos no chão...
Era pegar manga da própria mangueira, pegar jamelão, sujar a roupa toda, sem se preocupar.
Era brincadeira de roda, cantando e girando, brincadeira de esconder, contar até 10 e sair correndo a procurar um por um. Que algazarra no quintal!
Passa um filme em frente à minha retina. Como éramos felizes em nossas brincadeiras, sem brinquedos caros, apenas companheirismo e muita alegria, própria da infância.
Nos quintais também aconteciam os nascimentos de cachorrinhos, pintinhos, coelhinhos etc. Tudo era encanto e aprendizado!
Nos quintais, aconteciam as guerras de mamona, ajudar a colher e a plantar também!
Brincávamos de desfilar enrolados em toalhas ou lençóis, de ser cantores com microfones improvisados. Quantas atrações! Brincadeiras de telefone sem fio, de namoros sem malícia nenhuma, de mãos dadas e descobertas.
Quantas histórias regadas a bolos e doces feitos pelas mães ou avós, que nos chamavam para o café da tarde, quando entrávamos sujos de tanto brincar! Tudo era festa! Ir para o tanque, lavar as mãos, depois comer, rir de tudo, dividir! Depois, partir para brincar novamente até a hora do jantar.
Era peteca, pular corda, elástico. E haja algazarra, vida, movimento! Tudo transbordava alegria! Até os arranhões nos joelhos eram contados com muitas histórias, era sinal de que curtimos muito o dia.
À noite, todos estavam muito cansados, relembrando o dia cheio de aventura, as brigas um com o outro, quem estava de mal com quem, até pegarem no sono e dormirem pesadamente.
No dia seguinte, todos estavam juntos novamente, trocando dedinhos e ficando amigos de novo.
E a vida seguia seu ritmo, criança sendo criança sem a adultização dos outros, passando pela adolescência, crescendo no tempo certo.
E ninguém sabe dizer quem foi mais feliz! Todos têm a lembrança boa, que se transformou na saudade dos tempos dos quintais e de um tempo que não volta mais!

AUTORA MARINALVA ALMADA
Marinalva Almada é diplomada em Letras Português / Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA. Encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas por meio da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023, realizei o sonho de publicar pela Valleti Books o livro "Versificando a vida", juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.
VALORIZAÇÃO DA MULHER
Nossa mãe cuidou de nós desde a concepção. Sempre com jeito e muita cautela, para não nos perdermos. A partir do momento em que soube que estava grávida, começou a cuidar de cada detalhe, sempre pensando no nosso bem.
Nossa mãe nos amamentou, deu o seu sangue, a sua vida por nós. Muitas vezes, se anulou por nós. Quem é nossa mãe? É uma mulher.
Então eu pergunto: Por que essa desvalorização e desrespeito para com a mulher? Por que tanta violência contra a mulher? Por que essa triste estatística de tantos feminicídios? Quem souber, me responda, por favor!

AUTORA LUCÉLIA SANTOS
LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista, contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escrever poemas e minicontos infantis.
DIAS INCERTOS
Ela então vai subindo a rua
Com o peito carregado de dor
E naquela árvore que não é sua
Ela retira uma linda flor.
Sobrevivendo aos dias incertos
Ela se veste de um sorriso
Com uma máscara, seu rosto está coberto
Sua fé e oração são seu abrigo.
Ela diz: — Olá, a todos que passam
Mal sabem que ela negocia com a tristeza
Que respira fundo e a força resgata
Observando os céus e sua beleza.
Às vezes ela é flor e outras é cacto
Ela ri, chora, mas depois resiste
Buscando sonhos retorna ao palco
Das lutas e dores que ela vive.

AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
LISTAS
Mais um final de ano se aproxima e, como sempre, passamos a fazer listas. Listas de objetivos, de intenções, de metas, de desejos ou qualquer outro nome que cada um dê aos pensamentos que deseja concretizar no próximo ano. Muitas vezes essas listas nos dão esperança: são organizadas e cheias de intenções que acabam por se transformar em cobranças.
Eu mesma já finalizei anos com enormes listas, todas com datas e prazos que me pareciam tão perfeitos, que iniciava o ano acreditando que, ao término dele, eu teria cumprido todas as metas propostas.
Hoje percebo que perdi muito tempo fazendo listas de coisas que só me trariam frustrações, já que não conseguia cumprir sequer metade delas. Pensando nisso, passei a mudar o estilo das minhas listas.
No final de cada ano, não faço mais listas do que desejo para o futuro, mas listas do que conquistei no ano que se passou. O passeio que consegui fazer, mesmo que simples; o projeto que concretizei, mesmo que não tenha pensado nele; o texto que escrevi sem nunca ter pensado no tema; e todas as outras coisas que realizei sem ter feito uma lista prévia.
Percebi o quanto estas listas me fazem feliz, pois vejo o quanto conquistei e tudo que me fez bem no ano que está findando. Afinal, a vida é uma caixinha de surpresas, que, muitas vezes, nos faz mudar a direção de nossas vontades.
Essas listas não seguem padrões, não te dão prazos nem cobram resultados. São listas que mostram o quanto você conquistou, o quanto foi feliz e tudo de importante que lhe aconteceu. Trazem conforto, gratidão e mostram que a vida vai muito além de planos. Afinal, viver é permitir que a vida nos surpreenda.




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