REFLEXÕES Nº 190 — 14/12/2025
- Luiz Primati
- há 2 dias
- 14 min de leitura


AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março, lançou seu livro de prosas poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em 2025.
LOBO SOLITÁRIO
Não estou pronto para o adeus. Aos 63 anos, sinto a vitalidade pulsar como um rio que ainda corre forte, mas o amanhã é um véu imprevisível. Pode ser que um domingo nublado me encontre em silêncio eterno. E se ela partir antes, minha companheira de todos esses anos? Como eu me ergueria nesse vazio?
Eu me vejo como um lobo cinzento nas planícies selvagens, daqueles que selam um pacto de por vida com a fêmea escolhida. Juntos, eles correm sob a lua, caçando presas que sustentam a matilha, protegendo os filhotes com presas afiadas e olhares atentos. A fêmea carrega a prole, e o macho a guarda dia e noite, dividindo o fardo da sobrevivência com instintos puros e inabaláveis. Quando ela cai, vítima de uma emboscada ou do peso do tempo, ele não busca outra. Em vez disso, uiva para o céu vazio, vaga sozinho pelas trilhas conhecidas, recusando o chamado de novas fêmeas. Seu luto é um manto de sombras: ele cuida dos filhotes órfãos, mas o brilho em seus olhos se apaga, como se a essência da matilha tivesse sido arrancada. É essa solidão feroz que eu prevejo para mim – não por fraqueza, mas por uma lealdade que corrói o peito.
No mundo de hoje, os laços se desfazem como névoa ao sol. Parceiros vêm e vão, trocados sem cerimônia, como capas de chuva em uma tempestade passageira. Onde fica o amor nesses jovens que pulam de um abraço para o próximo? Será que o coração ainda sabe o peso de uma promessa que resiste às noites frias?
Mas eu carrego a gratidão crua do lobo, essa fidelidade que não vacila. Sim, antes do casamento, cruzei caminhos com várias sombras passageiras, namoradas que foram ecos de juventude. Mas há quase 40 anos, quando me uni à minha loba, formamos nossa própria matilha: duas filhas que cresceram sob nosso vigiar conjunto, como filhotes protegidos de predadores invisíveis.
Nós caçamos os desafios da vida lado a lado – as contas apertadas, as noites de febre infantil, as vitórias pequenas de um lar construído com paciência e presas unidas. Ela me ensinou a uivar nas vitórias e a suportar as perdas, e eu a protegi com o que resta de força. Assim como o lobo, nossa jornada é uma trilha de lealdade, onde os filhos são o legado que nos mantém firmes, mesmo quando o vento da idade sopra mais forte. Pretendo honrar isso até o último fôlego, sem trocar o pelo por peles novas.
E você? Já viu um lobo cinzento caminhando entre nós, fiel ao uivo que ecoa para sempre?

AUTORA STELLA_GASPAR
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros, encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
GOTAS DE ORVALHO
Amanheceu e o silêncio ainda é mensageiro dos sonhos da noite. A alvorada é mágica, é o momento de sentir novamente a vida dizendo-nos que é hora de começar a recomeçar.
A delicadeza do amanhecer é cativante, parece que as flores sorriem recebendo a sutileza do orvalho, trazendo as esperanças de que sonhos podem tornar-se realidade.
Quanta paz em cada gota de orvalho, acariciando as pétalas das flores e suas folhas, como é lindo e mágico esse momento, reluzindo paz externa em nós, chegando dentro de nossas almas.
Não importa se esse momento é de instantes, o que é belo fica como sussurros naturalmente apaixonantes, deixando bem-estar.
Vejo a natureza tão sublime, cada gota de orvalho desperta inspirações, versos e danças nos corações.
— Mas, chega o momento de ir-se… é hora de outra vida chegar e o orvalho, com muita benevolência, cede o seu lugar.
— Lá vem ele, pomposo e brilhante, “o sol” que desperta e motiva, tudo se renova no ciclo da vida cotidiana.
Raios dourados começam a brincar, aquecendo folhas e flores, trazendo consigo uma energia vibrante e acolhedora. O sol, majestoso, invade o cenário com sua luz calorosa, dissipando o frescor do orvalho e enchendo o ambiente de leveza, cobrindo o molhado em natureza orvalhada, vestindo-a de calor, atraindo as borboletas.
Esse instante revela a força do cotidiano, onde tudo pulsa e se transforma, guiado pela dança harmoniosa entre luz, orvalho e natureza. As cores se intensificam, os aromas se espalham suavemente, e a vida desperta em movimentos suaves, celebrando a continuidade e o encantamento presentes em cada novo dia, com amor sem fim.

AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
HORAS SEM FIM
Por aqui, as horas se estendem como um rio sem
Fim, um fluxo constante que me leva ao mesmo
Lugar, mas no meu mundo imaginário eu sou
Um viajante e vivo como um andarilho em
Um lugar distante de uma realidade cruel
Onde o tempo se arrasta em um ritmo lento.
E por trás dessas grades de ferro, sou privado da luz
Do sol que só vejo uma vez por dia e depois da
Tranca tudo, se torna sombrio e diante de tanto
Sofrimento não há espaço para o lamento,
E essa dicotomia da cadeia é opressiva
E, ao mesmo tempo, depressiva.
As horas se repetem como um ciclo sem fim,
Um looping da agonia que me faz perder a noção
Do tempo que desisti de contar dentro desse
Labirinto onde preciso me defender a qualquer
Custo para sobreviver ao inferno da cadeia
Para não enlouquecer.
Para muitos, o tempo é relativo, para outros,
O tempo é precioso, as horas podem ser um
Presente ou podem ser um fardo, tudo depende
Das nossas escolhas, pois existe o tempo
De plantar e o tempo de colher
e quem semeia o mal acaba colhendo o mal.
E eu escolhi a caminhada errada, por isso, eu não
Tenho do que reclamar, o inferno da cadeia já é
Cruel, então não adianta murmurar e com esse fardo
Pesado nas minhas costas, sinto gosto amargo da
Prisão e, no meu mundo imaginário, vejo a besteira
Que fiz por acreditar nesse mundo de ilusão que
Me levou a viver esse período triste e árduo de
Reclusão, por isso, eu quero deixar aqui uma
Reflexão para esses jovens aliciados por esse
Mundo de ostentação, busquem cada vez
Mais o conhecimento e a educação
E troquem as armas pelos livros.

AUTORA KENIA PAULI
Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clínica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
QUANDO ALGUÉM SE LEMBRA DE ALGUÉM
Durante muitos anos, a casa vivia em pé de brigas. Uma energia fortemente pesada.
Mas ninguém sabia explicar o que acontecia ali. Tudo acontecia do nada, na maioria das vezes meras bobagens.
O risos a cada dia que se passava pareciam mais curtos.
Até as plantas que tentavam sobreviver naquela varanda nublada já não queriam mais florescer e murchavam sem um motivo certo. Talvez o conflito tivesse chegado até mesmo a elas.
Numa tarde de sábado, Angelica, cansada de tanta confusão, decidiu ir à casa da avó pedir um conselho, algo que pudesse aliviar todo o estresse que ela estava vivenciando desde pequena naquela casa. No teto que abrigava seus pais e seus dois irmãos.
A conversa com sua avó mudou tudo.
Sua avó era tão calma, pacíf ica, falava num tom devagar, mas com um olhar que enxerga o que o tempo está tentando esconder.
Entre um gole de café e outro com sua avó, ela ouviu a história de um irmão de seu pai de quem ela nunca ouviu falar.
Sua avó lhe contou:
— Sabe, minha neta, seu tio Zé foi embora sem se despedir. Depois que ele partiu, ninguém nunca mais quis falar dele.
A avó dela continuava:
— Inclusive eu, nunca mais falei do meu filho.
Naquela tarde, o silêncio passou a ser diferente.
Angélica sentou-se em sua cama quando em casa e disse o nome de seu tio José Fernando em voz alta, devolvendo a ele o que o tempo havia tomado e perdido em seus pensamentos e corações. Seu tio não estava ali presente fisicamente, mas sua lembrança foi retomada.
Não havia mais incômodo, aquela fala de sua avó naquela tarde lhe permitiu uma escuta sobre algo que trouxe a cura para aquela ferida estampada por anos naquela família.
A noite, com as janelas abertas de seu quarto, Angélica sentia o frescor de terra molhada que entrava pela janela e refletia em todo o quarto pelas cortinas.
No dia seguinte, pela manhã, ao pegar uma xícara de café e se direcionar para aquela varanda antes nebulosa, Angélica percebeu que um belíssimo raio de sol cortava de um lado ao outro, trazendo uma mensagem de cura e libertação para todo seu sistema familiar.
Às vezes, o que falta é somente alguém ser lembrado, um nome ser dito e incluído.

AUTORA ILZE MATOS
ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
O PODER DO REENCONTRO
Ela tinha
um sapatinho
azul celeste,
mas não se lembrava
desse sapatinho.
Gostava
de poesia
e não lembrava
que gostava.
Aprendeu de novo
a gostar
de tudo
o que amava antes.
Era sensível,
doce,
meiga,
e não se recordava
disso
até ser lembrada
por outros.
Disseram para ela
entrar no canto,
e ela duvidou
de si mesma,
mas decidiu tentar
e descobriu
que gostava
de cantar.
Uma coisa
que ela nunca esqueceu
foi de sorrir
mesmo nos momentos
mais difíceis
da vida.
Ela agradece sempre
às boas pessoas
que aparecem
em sua vida,
que a incentivam
a crescer
e a evoluir
como pessoa.
E, assim,
aprendemos
a importância
de olhar
para o próximo,
de ajudar,
de incentivar alguém
a se encontrar
e a fazer
aquilo
que ama —
tornando o mundo
mais acolhedor
e cheio
de empatia.

AUTOR WAGNER PLANAS
WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
AMOR NO FUTURO
Como será o amor no futuro,
Tudo tão obscuro,
Conexões virtuais,
E a falta de olhar...
Beijar através da tela,
Não se pintam mais aquarelas,
Photoshop criando paisagens,
Apenas um show de imagens...
Onde está o amor,
O calor de corpos unidos,
O beijo e a transpiração?
Momentos de convivência,
Alguns momentos de carência,
A eloquência não tem razão...
É o amor em transformação,
Sem cheiro, sem toque,
Mas liga o coração,
Do sul ao norte do hemisfério...
Tudo vira um mistério,
Um sorriso, um aceno,
Um vídeo constando,
E logo... Amando-te...
Enquanto o toque torna-se difícil,
As fotos viram recordações,
Alegrias e emoções...
Quanto a mim, na cafonice,
De escrever uma simples carta,
Para a pessoa amada poder sentir,
Nem que seja o cheiro de meu perfume.

AUTORA CÉLIA NUNES
Meu nome é CÉLIA, nasci em 8 de julho de 1961, em Sepetiba, Rio de Janeiro. Sou casada, tenho quatro filhos e oito netos. Sou aposentada como professora do Município de Itaguaí, formada em Letras (Português/Literatura) e pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos. Trabalhei por muitos anos com projetos voltados para adultos no período noturno, em escolas infantis e bibliotecas. Foram anos que passaram como um sopro, pois fazia o que me trazia felicidade. Sou membro da Academia Itaguaiense de Letras, ocupando a cadeira número 2, cujo patrono é Machado de Assis. Publiquei os livros Retrato Poético, com poemas para adultos e crianças; Reflexões: 150 dias para mudar a sua vida, inspirado nos 150 salmos da Bíblia; e Quintal da Alma, uma coletânea de poemas e reflexões. Também participei de diversas antologias, coletâneas literárias, feiras literárias, festivais e concursos literários. Minha meta é disseminar a literatura, formar leitores e perpetuar minha escrita.
NATAL
Está chegando o natal
Época de casas iluminadas
Cheias de luzinhas brilhantes
Piscando intermitentes.
Época das músicas
Anunciando a paz
Anunciando o nascimento de Jesus
Nosso eterno Deus
Do mundo a luz.
Época de decoração de festa
Famílias alegres reunidas
Roupas novas e presentes
Mesas fartas e coloridas.
Vem que está chegando o natal!
Paz na terra à humanidade
Às pessoas de boa vontade
Deseja o Deus de bondade.
Vem que está chegando o natal!
Esse é um convite universal!
Jesus nasceu
Há festa no céu!

AUTORA MARINALVA ALMADA
Marinalva Almada é diplomada em Letras Português / Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA. Encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas por meio da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023, realizei o sonho de publicar pela Valleti Books o livro "Versificando a vida", juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.
DEZEMBRO
É o último mês do ano, tempo de agradecer tudo que passou, tudo que foi realizado. Fomos agraciados com mais um ano de vida, amor, alegrias, conquistas e vitórias. Com certeza, passamos por algumas dificuldades, mas estamos vivos e superamos muitos desafios com fé, coragem, perseverança e esperança.

AUTORA LUCÉLIA SANTOS
LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista, contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escrever poemas e minicontos infantis.
RIOS DE MEMÓRIA
Quando o sol se esconde
E a cidade então adormece
A minha alma cansada fenece
Perco-me, mas não sei onde
Mergulho em rios de memórias
Pensamentos me despertam
Angústia e tristeza me acertam
Quando se vive, tem histórias...
Me pergunto se mais poderia ter feito
Anseio pelo amanhecer
Enquanto a noite faz-me entristecer
Sem paz mental, não durmo direito
Então a cidade vem a despertar
A xícara com café está quentinha
E as muitas memórias minhas
Da saudade tua vem me lembrar.

AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
BOAS PESSOAS
No último dia doze de dezembro seria o aniversário de minha mãe. Infelizmente, ela não está mais entre nós, mas a data foi lembrada com ótimas recordações. Uma delas é o fato de minha mãe ter partido em paz, agradecendo por todas as bênçãos recebidas em vida. A principal delas, da qual sempre se orgulhou, era saber que seus três filhos tinham um ótimo relacionamento entre si e que se tornaram boas pessoas.
Minha mãe foi uma mulher que, quando se tratava de bens materiais, se contentava em ter dinheiro para pagar o aluguel e um “carrinho” na garagem — isso quando meu pai ainda era vivo, já que ela mesma nunca tirou habilitação.
Na semana em que nos deixou, não se cansava de dizer o quanto havia sido abençoada pela vida que teve: pelos filhos unidos, sempre ajudando uns aos outros, e pela bisnetinha que teve — algo que jamais havia imaginado viver.
E isso é o que realmente importa, e ela, em sua simples sabedoria, sabia disso.
Recentemente, em uma festa de um amigo de minha filha, a mãe desse amigo veio agradecer à minha filha por ter aconselhado o rapaz em um momento difícil e me parabenizou pela boa filha que tenho. Esse mesmo tipo de agradecimento também já ouvi em relação ao meu filho.
Nesses momentos, percebemos o quanto somos abençoados e como o chamado “efeito cascata” realmente acontece. Meus pais me ensinaram a ser uma boa pessoa, assim como os pais de meu marido o ensinaram, e juntos pudemos transmitir esse “conhecimento” aos nossos descendentes.
Hoje tenho minha neta, a quem tentamos passar todo esse aprendizado de bondade, e que ela absorve, tornando-se também uma boa pessoa.
Ao lembrar do quanto minha mãe agradecia por seus filhos serem boas pessoas, percebo que hoje tenho exatamente o mesmo agradecimento a fazer. Afinal, o que realmente importa para uma mãe é deixar boas pessoas no mundo. Pessoas que talvez não realizem grandes feitos ou grandes empreendimentos, mas que se tornam grandes em atitudes e ações.

AUTOR DAVID RODRIGUES
Sou DAVID RODRIGUES, nascido em Anápolis, GO, filho mais velho de uma família humilde. Minha jornada foi marcada por perdas e descobertas, até encontrar meu verdadeiro propósito. Apaixonado por desenhar e fascinado por motos, hoje caminho com uma fé inabalável em Deus. Sei de onde vim, quem sou e para onde vou — e quero compartilhar essa jornada, inspirando e levando comigo o maior número de pessoas possível.
CONSTRUÇÃO DE CARÁTER
Às vezes, sinto dentro de mim uma certeza: eu sei exatamente o que preciso fazer. Mas, ao mesmo tempo, surge uma voz dizendo: “Deixa para amanhã.” E o mais frustrante é que eu sei que o amanhã não existe — é apenas uma anestesia da mente. Eu não posso enganar meu cérebro, porque ele sabe a verdade.
A vida não muda com desejos; muda com decisões. O mundo está cheio de sonhadores — falta gente comprometida. A mente grita: “Levanta, começa, faz!” Mas então vem a desculpa: “Hoje não, estou sem motivação.” Só que a motivação é instável — acende e apaga. O que transforma é a disciplina. Disciplina é como o sol: aparece todos os dias, faça chuva ou faça sol. Crescer dói. Persistir dói. Cumprir o que prometemos, mesmo quando ninguém está olhando… isso é caráter.
Quebrar promessas deveria doer mais do que dói. Mas, infelizmente, nem todos sentem esse incômodo.
Por isso, mantenha sua palavra mesmo sem ânimo. Reforce seu compromisso todos os dias. Torne-se alguém de honra. Diga menos, cumpra mais.




Comentários