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REFLEXÕES Nº 105 — 25/02/2024

Atualizado: 28 de abr.

Máquina de escrever antiga
Imagem criada com a ferramenta de IA Midjourney

 

AUTOR AKIRA ORDINE


AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.

 

PÓS-GRADUAÇÃO EM OPINIÃO

É erro meu se for o caso do meu posicionamento não for condizente com a realidade, mas me assusta atualmente a quantidade de pessoas que se acham pós-doutoras em qualquer assunto.

Não digo também que ninguém pode opinar sobre nada, mas, como estudante de história, que é a área que me debruço intelectualmente, vejo repetidas ideias ou concepções sendo limitadas por pessoas que nunca falaram sobre certo tema, e, quando ele entra em voga, tornam-se declarados especialistas.

Além disso, é válido dizer que esse falso conhecimento anda de mãos dadas com a propagação de ódio gratuito. A lógica do "eu sei, você não sabe", acaba fazendo as pessoas tornarem as outras subalternas em uma suposta escala intelectual que sequer tem procedência real.

Daí, ao meu ver, entra a importância da leitura. Ler não é somente entrar em contato com outros mundos, com as ciências documentadas, os dados e as fontes. Ler é entender como textos literários ou não-literários que se prezem, verdadeiras fontes de conhecimento, podem ser úteis para o dia a dia.

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março estará lançando seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso".

 

NAS GAVETAS DA MEMÓRIA

Nas entranhas da alma, gravadas nas gavetas da memória, perseguem-me as lembranças desde o alvorecer de meus dias. Foi quando o véu do entendimento se desfez sobre os olhos da minha mente que comecei a tecer meus pensamentos em papel, como quem semeia estrelas no vasto céu do desconhecido.

Admito, houve instantes de euforia, onde a ideia de eternizar minhas palavras em um livro inflamou meu ser. Mas, a essa chama seguiu-se a tempestade, um espectro de dúvidas a sussurrar-me sobre impossibilidades, levando-me a abandonar os sonhos em um canto sombrio do ser.

Deixei de sonhar, mas jamais cessou o fluxo de minha essência em palavras, dispersas em cadernos, blocos e agendas, relegadas ao esquecimento de um canto que a memória não alcança, mas que em mim habitam, imortais.

Em meu âmago, forjei pequenos compartimentos, santuários de sentimentos e pensamentos. Nas noites abafadas, quando a angústia se faz companhia, percorro os corredores de minha memória, abrindo cada gaveta, redescobrindo fragmentos de mim. É nesse resgate que renasço.

Decidi, então, romper o silêncio, despir-me das sombras da vergonha. Anseio por partilhar minha essência, pois acredito, em algum recanto deste vasto mundo, haver almas que resonam com minhas palavras. Assim, proclamo este o meu ano, o marco onde minhas memórias alcançarão outras vidas.

Isso foi em 2018, quando dei o primeiro passo e desde então, jamais deti minha marcha. E você, carrega também memórias à espera de serem libertas?


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


SIMONE GONÇALVES, poetisa / escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

O ÔNIBUS

Nos últimos dias usei mais o transporte público. No meu caso, o ônibus, mesmo com os Ubers da vida. Como não dirijo (mal sei ligar um carro,rsrs) tenho que me degustar desse fascínio que me causa esse veículo grande e alto, que me dá uma sensação de poder "voar" num transporte que me deixa mais...alta. Veiculos altos para quem é baixinha como eu, garante uma satisfação enorme. Eu sempre gostei de andar de ônibus desde criança, já que não tínhamos carro. O ônibus era nossa diversão quando para passeios, viagens, nos emergia para um mundo de emoções e descobertas.

Também era nosso socorrista nos momentos em que ficávamos doentes e era necessário irmos para o pronto socorro.

Ah! Quantas aventuras imaginárias quando eu e meus irmãos viajávamos por estradas onde árvores tomavam conta dos canteiros e nos remetiam à cenas de filmes de terror, como Sexta feira 13 e éramos perseguidos pelo Jason - rsss.

Muitas lembranças misturadas agora num presente vivido nesses dias em que, passando por árvores e eucaliptos, ainda senti alguns arrepios. Será que o Jason continua à vagar por estradas?

 

AUTOR JOSÉ JUCKA SOULZ


José Juca P Souza, professor, ator, psicopedagogo, analista de sistema, ambos por formação acadêmica… Desde pequeno imbuído nas artes, com o desenho. Como profissional, agente administrativo no Ministério da Agricultura, técnico em edificações na Companhia Energética de Brasília. Assim segue, vendedor de tudo na infância (“triste realidade”), almoxarife, gerente lojista… Em seguida, veio o teatro, com poucas temporadas, lecionou artes na escola pública do DF, estando até hoje, trabalhando com informática, afastado de sala de aula… Embora escreva desde criança, com textos engavetados… Se reconhece poeta em um concurso para novos poetas, em 2019, classificado e publicado em uma determinada editora. Hoje providencia seu primeiro livro.

 

POSSÍVEIS INTOLERÂNCIAS E INCOERÊNCIAS (SERES HUMANOS)

Então! dezessete e quarenta, de uma noite muito agradável, de um dia de folga. E quando dizemos folga, parece que é um dia para estar de pernas para o ar… Mas, não! Uma cabecinha como a minha, um bipolar que vive no “(des) equilíbrio” entre a eletricidade, 220 volts e o sono na rede. Mas, não! Nem rede tenho em casa. Enfim! A cabeça, o corpo, tudo pulsa no “exagero”. Enquanto assisto um filme “De encontro com o amor”, pauso o filme! Pra ler um conto de Edgar Alan Poe… Se tivesse ídolo, quem sabe esse seria? Mas, não! Só um fã de sua arte. Não sou adepto a ídolos. Mas, aí seria outro espaço para reflexão. Entretanto, aqui, uma oportunidade ao aprendizado da arte da escrita, filosofar, refletir... Mas, também, outra pausa… Desta vez, para um lanche. Devem estar se perguntando aonde estas reflexões hão de chegar.

Divagações à parte, vamos tentar centrar um pouco. Primeiro ponto: Nem sempre, um dia de folga, é um dia para estar à toa. Para muitos, pelo contrário, é uma oportunidade para organizar a casa, a semana, resolver problemas que um dia rotineiro não permite. Mas, também, como eu, é uma oportunidade para estudar poesia, xadrez… Ler por prazer, fazer uma faxina mental. Será que sei o que é isso? hehehe… Nem todos conseguem, né? Por uma infinidade de razões. Estaria eu sendo arrogante. Hummmm… Isto é preocupante! Será?

E nesse processo reflexivo, estive pensando sobre a intolerância! Outro ponto. Não se percam… Há alguns dias vinha numa rotina de conversas interessantes com uma conhecida. Falamos sobre artes, sobre comportamento humano, pensamos pessoas, suas atitudes, nossas vidas, a sociedade e seus problemas, o mundo, intimidades! Eita! hehehe… Sem a pretensão de saber mais ou menos que qualquer ser humano, discutimos preconceitos religiosos, raciais, dogmas, religião dos mais variados tipos, homofobia, bisexualidade, presidentes (específicos), hummm… Política… Até que! Atééé que… Aqui não cabe julgamentos, verdades absolutas, ou qualquer coisa que se assemelha… Mas, uma situação intrigante, a este que vos escreve, encucou! Olha que falávamos todos os dias. Até que, a pessoa em questão, numa manhã específica, me mandou um vídeo, com uma mensagem cristã! Eu prontamente disse: “Embora não sendo um homem de fé, retribuo a mensagem e agradeço imensamente o carinho”. A pessoa se posicionou enquanto cristã e disse que respeitava opiniões diversas… Falávamos todos os dias! Confesso que por iniciativa dela. Eu sempre respondia e o papo fluía. Porém, após a minha colocação, foi a última vez, só me parabenizando por ocasião do meu aniversário, que a mesma se comunicou comigo. Isso, já se passaram mais de quarenta dias. No mínimo acho incoerente, pensar a forma como ela se colocou, ao saber da minha “filosofia” de vida. Depois mudando, radicalmente, seu comportamento ao que tinha anteriormente comigo. Então, fiquei lembrando de quantas pessoas se afastaram de mim pela mesma razão. Contudo, isso não me fere em meu posicionamento, não influencia em minha vida dia a dia… Por saber quem sou, e estar bem comigo mesmo, quanto aos meus princípios e atitudes. Mais, uma questão de pensar, pessoas, seres humanos, intolerâncias, incoerências… Ainda assim, imaginando poder estar totalmente errado em minhas observações e comentários. E nenhum problema com isso. Não quero e não tenho a verdade. Só reflexões!


 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

MUNDO MODERNO

O mundo moderno me amedronta já que quanto mais moderno, menos é preciso fazer.

No mundo antigo era necessário utilizarmos o cérebro para que contas fossem feitas.

Íamos à mercearia, comprávamos vários produtos e em poucos segundos o atendente nos entregava a conta, toda feita à mão em uma folha de caderno.

Na escola aprendíamos a tabuada na “decoreba” porque era o único jeito que conseguíamos aprender.

Mas antes de decorarmos a professora nos mostrava como chegávamos ao resultado.

Me lembro que quando lecionei, dava aulas de redação onde a sala toda participava.

Alguém sugeria um título e a partir dele a história se desenrolava.

Uma história que começava com um simples: Joãozinho saiu para passear, aos poucos se transformava em: Um belo dia, Joãozinho saiu para passear com seus pais e seus dois irmãos. O dia estava lindo e a família foi visitar os avós numa cidadezinha do interior de São Paulo.

E assim, com todas as cabeças da sala pensando, a pequena frase se transformava em uma linda história, onde crianças aprendiam o poder das palavras e a utilidade delas.

Hoje basta apertar botões que as contas são feitas e textos são escritos.

Então para que o nosso cérebro servirá futuramente, se não há mais a necessidade de pensarmos?

Somos induzidos à preguiça, ao comodismo.

Até mesmo pagamentos são feitos com um simples clique e o antigo papel moeda se torna obsoleto.

É engraçado quando vamos pagar algo e o caixa apenas nos pergunta: débito ou crédito? E quando dizemos dinheiro, nos olha como se não soubesse do que estamos falando.

Ao questionar o preço do quilo de qualquer produto, a resposta vem rápida: dezenove reais cada 100 gramas e quando confirmamos dizendo: então sai cento e noventa o quilo, a atendente responde: isso não sei dizer.

Tudo leva o ser humano a pensar menos, afinal para que estudarmos se temos cotas? Para que estudarmos se não haverá a necessidade de uma boa redação? Para que estudarmos se podemos lançar mão de aparelhos capazes de escrever uma história completa a partir de três ou quatro palavras?

Sou das antigas sim, com muito orgulho.

Ainda amo uma caneta e um caderno, onde anoto momentos e sentimentos.

Tenho saudades de quando uma criança sabia quem era Pedro Álvares Cabral e Princesa Isabel.

Vamos nos tornando obsoletos. Mas ainda prefiro ser obsoleta, a ter que pensar com um cérebro que não seja o meu.


 

AUTORA MARINALVA ALMADA


Marinalva Almada é diplomada em Letras Português/Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrou no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. É professora nas redes públicas municipal e estadual. Tem como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleita-se com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem sua personalidade multifacetada. Escreve regularmente no Recanto das Letras, participa com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023 realizou o sonho de publicar pela Valleti Books, o livro Versificando a vida, juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.

 

HÁ MUITO O QUE FAZER NESTA VIDA


Você já parou para pensar que

Há muitos livros para ler;

Há tantos histórias para escrever;

Há muitos alimentos para colher;

Há tantos produtos para vender;

Há muitos jogos para vencer;

Há tantas crianças para aprender;

Há muitos conhecimentos para absorver;

Há muita vida para viver.

Você já parou para analisar

Quantos projetos para realizar;

Quantos sorrisos para dar;

Quantas crianças para estudar;

Quantas histórias para contar;

Quantos famintos para alimentar;

Quantas pessoas sem trabalhar;

Quanta floresta para preservar;

Quanta gente para amar.

Você já parou para refletir

Que há mil motivos para sorrir;

Há muitos deveres para cumprir;

Há muitos direitos para exigir;

Há muita bondade para assumir;

Há tanta coisa boa para assistir;

Há muita maldade para excluir;

Há tanta beleza para esculpir.

Você já parou para imaginar

Que tudo tem o seu tempo e lugar?

Nesta vida, há muito o que fazer.

Basta olhar ao seu redor e ver.

 

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