Olá leitor! Feliz Ano Novo! Esse será o novo formato de nosso caderno de domingo. No ano de 2021 era o Caderno D e era publicado no grupo "Você é o que escreve", no Facebook. No entanto, o Facebook é pobre em recursos visuais por isso migramos para um blog na página da Valletibooks.
Sintam-se à vontade para compartilhar com os amigos e para comentarem em nossas publicações. O seu feed-back será importante para nós autores.

Imagem: https://www.elo7.com.br/
NÃO HESITE
por Regina Prado
Não hesite jamais
De algo que te faz
Leve e feliz.
Não questione
Porquê ou
Como alcançar
Tal plenitude.
Se deixe embalar
Ao tilintar do som
Da chuva mansa
Ou da brisa
Chamando a dançar.
Viva, o simples viver
Do já, do agora
Não espere o tempo passar.
O passado deixe
De lado e o futuro
Obscuro não questione
Está no seu lugar.
Mais do que nunca
Sorria, ria bem alto
Expanda sem receios
Seu Eu verdadeiro
Pois, este, mesmo tentando,
Alguém irá mudar!
PROMESSAS
por Arléte Creazzo
IG: @arletecreazzo
Final de ano sempre é aquele momento para fazermos inúmeras promessas que não cumpriremos.
Logo no início do ano, as promessas vão se dissipando e ao chegarmos novamente no final, percebemos que não fizemos nem metade (isso sem exageros) do que havíamos prometido.
O mais engraçado é que são promessas que fazemos a nós mesmos, que ficam de fora.
Acabamos por cumprir mais o que prometemos aos outros.
Por que não nos valorizamos? Será que somos tão altruístas a ponto de nos esquecer de nós?
Muitas vezes essas promessas são coisas simples, como organizarmos um armário (ou um cômodo inteiro), visitar alguém que não vemos há tempos, conhecer um restaurante que temos vontade, pequenas coisas que ficam esquecidas, por mais que façamos listas.
Qual seria a solução para cumprirmos?
Contar a todos, nossos desejos.
Dizem que quando temos algo para fazer, algum sonho a ser realizado, ninguém deve saber até que consigamos finalizá-lo, mas passei a acreditar que devemos dizer aos quatro ventos, tudo aquilo que desejamos.
As pessoas sempre estão nos cobrando para sermos o que elas pensam que deveríamos.
Então, quem sabe, elas não passassem a nos cobrar sobre aquilo que queremos?
Espalhar para amigos e familiares a vontade que se tem em comprar um carro ou fazer uma viagem, para que com isso eles possam nos lembrar, constantemente, aquilo que nos prometemos.
Já que as pessoas gostam tanto de cobrar, façamos com que isso seja usado a nosso favor.
Então as promessas que pensamos em fazer para um ano que se inicia, devem ser ditas ao maior número de pessoas, para que a cobrança seja firme.
Com certeza se você disser aos amigos e parentes que quer comprar um carro até março, em fevereiro já estarão perguntando o modelo, cor e ano do objeto de consumo.
Se disser que quer mudar de emprego, passarão a dar listas de locais que procuram funcionários.
Muito provável, passarem a duvidar de tudo o que dissermos, de todos os sonhos que queremos realizar.
E quando as cobranças acontecerem, devemos utilizá-las a nosso favor, nos empenhando realmente para conquistar nossos objetivos.
As pessoas gostam muito de provar como não conseguimos cumprir objetivos.
Então, enquanto os que estão ao nosso redor nos cobrarão sobre nossas promessas, faremos de tudo para provar que estão erradas.
NAQUELA TARDE
por Laíse Leão
Naquela tarde estava com capuz
na minha jaqueta.
Havia um desenho de avestruz.
Minha mãe me chamou feliz,
com o arroz na frigideira.
Ah! E pega o suco na geladeira,
Frango assado e jiló.
Num assobio,
chamei a minha avó.
Ansiosa e faminta,
tomei meu antialérgico.
Amanhã de manhã terei de ir ao médico.
Já na mesa,
fui me servir,
sem ter a certeza se Tereza iria vir.
Vovó só reclamava da vida
em vez de saborear
a própria comida
Mamãe, por outro lado,
saboreava feliz
o seu frango assado
e aceitando a vida mesmo com problemas
de bom grado
Eu contei que estava guardando dinheiro
para comprar um aquário
e que nele haveria
um peixinho chamado Mário.
Tereza chegou
e a janta acabou.
Subi as escadas
e fui me deitar.
Vovó veio atrás
para o nosso ritual realizar.
Um beijinho de esquimó
no nariz da minha avó.
Meu doce preferido é o pão de ló.
E se você não entendeu
o porquê desta parte
eu tenho dó que tu não saibas fazer arte.
REFLETINDO...
por Luiz Primati
IG: @luizprimati
Mais um ano se inicia e é necessário que analisemos o ciclo que se fechou, nos preparando para mais uma jornada.
Alguém faz isso? Você que lê agora, faz isso? Talvez devesse reservar um tempo para essa reflexão.
A primeira palavra que me vem à mente quando paro para refletir é GRATIDÃO. Sim! Agradeço tudo o que conquistei. Sempre traçamos metas impossíveis de serem cumpridas e mal percebemos as pequenas coisas que conquistamos. Se valorizarmos cada uma delas, nos espantaremos com a quantidade de pequenos prêmios agraciados durante o ano.
No meu caso conquistei novas amizades, realizei inúmeros projetos, venci compromissos que fiz anos atrás. E nada disso estava na lista de desejos na virada do ano. É por isso que chamo de "lista de desejos", pois não são plausíveis de serem alcançadas e nem foram planejadas.
Durante o ano de 2021, tive a presença do meu neto por muitos finais de semana. O seu sorriso inocente, sua voz chamando meu nome e os inúmeros beijos e abraços que recebi foram atos que não desejei conscientemente. Ninguém pede por isso na virada do ano e mesmo assim fui premiado com muito carinho.
A segunda palavra que me lembro é AMIZADE. Nesse ano, mais do que toda a minha existência, selecionei as pessoas que valem a pena investir o meu tempo. Algumas delas conheci esse ano e mesmo me conhecendo pouco, elas investiram tanto na nossa amizade que fez com que eu repensasse o conceito de amigo. Amigo não é aquela pessoa que você conhece desde a infância. É algo que não tem explicação em uma frase ou um gesto e mesmo com décadas de convivência, não é garantido que aquela pessoa é sua amiga. Na maioria das vezes temos "conhecidos".
Por último tem a palavra SOLIDARIEDADE. Ajudei muitas pessoas em 2021 e sem interesse algum. E não foi pouca a minha dedicação. No final das contas, pelo simples fato de ajudar sem interesse de retorno, a satisfação foi tão grande que me senti pleno, gratificado por ter me doado. Está aí um truque que não damos atenção: se doar nos satisfaz mais do que ser ajudado por alguém.
Não quero me alongar com essas mensagens de ano novo, nem ficar dando "sermão" em ninguém. O ano de 2022 começou e não planejei nada que não posso cumprir. Vou continuar fazendo o que faço, com amor, dedicação e suor. As recompensas virão e talvez não seja de forma material ou financeira, mas sim de engrandecimento de meu espírito.
"Olhe para os bens que um homem possui e cobiçara os pecados humanos. Perceba a alma de alguém evoluído e estará nutrindo seu espírito com virtudes invisíveis aos olhares mundanos".
CARIDADE
por Alessandra Valle
O ano novo iniciou ontem. Você deve estar reabastecido de energias positivas e vai usá-las para começar a cumprir sua lista de compromissos. Um dos compromissos que deve ter firmado consigo é o de ser uma pessoa melhor, estou certa?
Esse é o compromisso que firmei há mais de dez anos quando me voluntariei como evangelizadora espírita infantil e a primeira dificuldade que enfrentei foi nem saber por onde começar a ser uma pessoa melhor.
Eu não queria me sentir só durante a execução desse projeto. Precisava de alguém para me conduzir. Queria ter o melhor e maior guia nessa jornada rumo ao autoconhecimento.
Os espíritas, como todos os cristãos, sabemos que Jesus é o melhor e maior modelo de homem de bem, espírito mais puro que esteve encarnado na Terra para nos ensinar a amar.
Procurei no Evangelho Segundo o Espiritismo as dez dicas para me tornar um espírito puro, mas não achei nada que Jesus tivesse deixado por escrito.
A verdade é que Ele nos deixou o que de mais necessitamos: exemplos práticos de aplicação da Lei Divina de Amor, Justiça e Caridade.
E nesta ânsia por evoluir, procurando me conhecer para tentar me melhorar, busquei elencar algumas virtudes despertas no Mestre Jesus e que me servem de exemplo a seguir.
A começar pela virtude da CARIDADE.
Naquele tempo, um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: “Se queres, tens o poder de curar-me”. Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” No mesmo instante, a lepra desapareceu, e ele ficou curado.
O ato de curar o doente que pede ajuda é uma caridade, mas esse ato tem muito mais amor quando observamos que a doença que o homem tinha era a lepra, uma doença que não tinha cura. O contágio se dava por contato com o doente, por isso, os leprosos eram expulsos das cidades, mas Jesus o tocou demonstrando que o ato de caridade é amável.
Os questionamentos e reflexões a que me faço são: sou caridosa? O que faço diante um ser humano em situação de rua e me solicita ajuda material? O que penso sobre esmola? Quanto consigo contribuir para a sociedade a que estou inserida? No âmbito familiar, consigo dar mais do que receber afeto, compreensão, respeito, tolerância?
Não cobro de nenhum amigo leitor respostas aos questionamentos, nem acho pertinente discutir acerca das conclusões a que cheguei, pois, são de foro íntimo e a cada nova experiência nesta jornada poderemos encontrar respostas diferentes, de acordo com nosso nível evolutivo.
Sejam bem-vindos à jornada do autoconhecimento com Jesus à luz da Doutrina Espírita, na busca por ser melhor a cada dia.
Na semana que vem, refletiremos sobre a virtude da BENEVOLÊNCIA que Jesus nos exemplificou.
Fontes de consulta:
Boa nova — Chico Xavier, pelo espírito de Humberto de Campos.
O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. XVII, Sede perfeitos.
Evangelhos de Mateus 8:1-4, Marcos 1:40-45 e Lucas 5:12-16
NÃO TIVE CORAGEM
por Rick Soares
IG: @rick.so.ares
Há um poema que não o escrevi
Simplesmente porque não tive coragem.
Até tentei, mas ao chegar na metade
Eu já não sabia mais como voltar.
Há um poema que não o escrevi
Porque era teus olhos
Porque era tua voz
Porque era você.
Há um poema que não o escrevi
Porque fui egoísta
Queria mantê-lo dentro de mim
Queria que morresse desconhecido.
Há um poema que não o escrevi
Porque meus olhos me condenaram
E minhas mãos se rebelaram
Esfregando meu coração em minha face.
Há um poema que não o escrevi
Simplesmente porque não tive coragem
De dizer que era para ti
E o rasguei dentro de mim.
QUADRINHOS

NOSSOS COLUNISTAS
Da esquerda para a direita: Arléte Creazzo, Alessandra Valle, Regina Prado, Laíse Leão, Luiz Primati e Rick Soares.
Eu até entendo este negócio de vincular o fim de um ano e o início de outro a um novo ciclo, ter lista de desejos, planos mirabolantes, etc. Acho que não sou do tipo. Simplesmente não faço este tipo de divisão, funciono em um moto contínuo e avalio as coisas e a vida constantemente. E a vida tem sido muito boa. Mesmo em tempos tão conturbados, com esta porcaria de pandemia atrapalhando nosso dia a dia e nos trazendo preocupações que podiam perfeitamente serem eliminadas. Tenho meus netinhos, todo mundo bem de saúde, orçamento apertado mas sob controle, uma semana em Ubatuba com comida excelente e bancada pelo filhão mais velho, conheci o interior de Goiás (Turvelândia) a trabalho.
Estou…
Espero que as pessoas gostem desse novo formato. Obrigado aos novos integrantes: Laíse e Rick. Sejam bem-vindos.
É incrível como cada reflexão nos faz mergulhar em nosso próprio mar. Que além das reflexões possamos nos projetar para as ações e assim criarmos um elo maior entre nós. Parabéns à todos por cada reflexão compartilhada!