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REFLEXÕES Nº 179 — 28/09/2025

Máquina de escrever antiga
Imagem criada com a ferramenta de IA ChatGPT
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AUTOR LUIZ PRIMATI

IG: @luizprimati 

LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.

REPÚBLICA DAS ABELHAS VS VIDA HUMANA


Ao ler o trecho de "A República das Abelhas", extraído da Seleções Reader's Digest de 1950, somos transportados para um mundo microscópico de organização impecável, onde as abelhas constroem uma sociedade que parece saída de um sonho utópico. Essa "cidade de cera" não é apenas um ninho; é uma república viva, pulsante, regida por leis instintivas que garantem a sobrevivência coletiva. Mas, ao observarmos mais de perto, surge um espelho fascinante: as abelhas, com sua disciplina incansável e harmonia coletiva, refletem aspectos profundos da existência humana. Nesta reflexão, explorarei paralelos entre a vida das abelhas e a nossa, destacando lições sobre sociedade, trabalho, sacrifício e o mistério da vida, convidando-nos a questionar se, em meio ao caos humano, não poderíamos aprender com essa minúscula república alada.


Primeiro, consideremos a estrutura social das abelhas, descrita como uma cidade com ruas de ouro, ar condicionado natural e limpeza imaculada. As obreiras laboriosas mantêm a temperatura constante, ventilam o ar perfumado de mel e eliminam qualquer resíduo, mesmo após batalhas ferozes contra invasores como vespas. Essa harmonia coletiva ecoa nas sociedades humanas ideais, como as utopias descritas por Platão em A República ou nas comunidades modernas que aspiram à sustentabilidade. Nós, humanos, construímos cidades com sistemas de ventilação, saneamento e infraestrutura crítica, mas frequentemente falhamos em mantê-las impecáveis devido a egoísmos individuais ou desigualdades. As abelhas nos lembram que a verdadeira força de uma sociedade reside na cooperação sem questionamentos: cada indivíduo é uma engrenagem essencial, sem espaço para o desperdício ou a preguiça. Em contrapartida, na vida humana, o individualismo pode gerar inovação, mas também conflitos – pense nas greves trabalhistas ou nas divisões políticas que paralisam nações. Será que, como as abelhas que se unem em massa silenciosa diante de um arco-íris, não deveríamos pausar mais para contemplar o coletivo, em vez de nos perdermos em disputas mesquinhas?


Outro paralelo marcante surge na divisão de papéis e no sacrifício inerente à sobrevivência. As abelhas-obreiras, jovens e vigorosas, dedicam-se ao fabrico da cêra, consumindo quilos de mel para produzir escamas translúcidas que formam os favos hexagonais – estruturas perfeitas, matemáticas, que suportam o peso de milhares. Esse esforço exaustivo, onde algumas morrem de fadiga, reflete o labor humano em profissões essenciais: operários em fábricas, agricultores ou cuidadores que sacrificam saúde e tempo pelo bem maior. Assim como as abelhas se agrupam em cachos vivos para elevar a temperatura e expelir a cêra, os humanos formam sindicatos ou comunidades para superar adversidades, como em épocas de guerra ou crises econômicas. No entanto, enquanto as abelhas agem por instinto, sem recompensa pessoal além da perpetuação da colmeia, nós frequentemente buscamos reconhecimento ou remuneração. Essa diferença nos faz refletir: quantas vidas humanas são gastas em trabalhos alienantes, sem o senso de propósito coletivo que as abelhas exibem? O texto nos convida a valorizar o "pão de abelhas" – o pólen dourado coletado com êxtase – como metáfora para o sustento diário, lembrando que o trabalho, quando alinhado ao bem comum, pode ser uma dança de alegria, não uma carga opressiva.


A reprodução e a sucessão no reino das abelhas oferecem um paralelo dramático com as dinâmicas humanas de poder e família. A rainha, alimentada pela misteriosa geleia real que transforma uma larva comum em deusa procriadora, deposita ovos em células reais adornadas com "sinais cabalísticos". Essa substância mágica, capaz de curar esterilidade em ratos de laboratório, evoca mitos humanos sobre elixires da vida ou fertilidade, como nas lendas gregas de ambrosia. Mas o lado sombrio surge na sucessão: a nova rainha emerge para matar suas irmãs nos nichos selados, garantindo a unidade da colmeia. Isso espelha as tragédias humanas de sucessão real, como nas dinastias europeias onde irmãos se assassinavam pelo trono, ou nas disputas corporativas modernas por liderança. As bodas reais, com o voo nupcial onde apenas o zangão mais forte sobrevive para morrer após o acasalamento, paralelam os rituais humanos de cortejo e sacrifício – pense nos heróis mitológicos que perecem por amor ou dever, ou nos casamentos arranjados por alianças políticas. Nas abelhas, o enxame divide-se pacificamente, com metade partindo para fundar uma nova colmeia; nos humanos, migrações e divisões sociais (como em revoluções ou imigrações) nem sempre são tão ordenadas. Aqui, a lição é sobre o ciclo da vida: o velho deve ceder ao novo, mas com o custo do sacrifício, questionando se nossa sociedade, com suas heranças disputadas e invejas familiares, não poderia adotar a eficiência instintiva das abelhas para evitar o derramamento de sangue.


Por fim, a percepção sensorial das abelhas – com cinco olhos, doze mil lentes e cinco mil orifícios olfativos – nos faz refletir sobre nossa própria limitação humana. Elas veem um mundo de esplendor invisível, cheiram flores a quilômetros e dançam para comunicar descobertas, como na "dança das abelhas" que guia as companheiras ao tesouro. Nós, com nossos sentidos mais grosseiros, inventamos ferramentas como telescópios e perfumes para ampliar o mundo, mas perdemos o encanto instintivo. Essa superioridade sensorial das abelhas simboliza a sabedoria coletiva sobre o individualismo: enquanto dançam em uníssono após uma tempestade, os humanos muitas vezes isolam-se em medos ou ambições. O texto sugere que, como as abelhas paralisadas pelo trovão que depois se reerguem, nós podemos encontrar resiliência na comunidade, transformando o caos em harmonia.


Em suma, "A República das Abelhas" não é apenas uma descrição científica; é um espelho poético para a humanidade. As abelhas nos ensinam que uma sociedade próspera surge da cooperação incansável, do sacrifício pelo coletivo e da aceitação dos ciclos vitais, sem o peso do ego. No entanto, diferentemente delas, nós temos escolha: podemos optar por imitar sua eficiência ou persistir em desordens autoimpostas. Talvez, ao contemplarmos essa minúscula república, possamos aspirar a uma vida mais doce, como o mel de dez mil flores, onde o indivíduo floresce no todo. Quem sabe, inspirados por essas aladas arquitetas, não construamos nossas próprias "cidades de ouro" – não de cera, mas de empatia e propósito compartilhado?

 

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AUTORA STELLA_GASPAR

IG: @stella_maria_gaspar 

STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros, encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

REFLEXÕES SOBRE A HARMONIA INTERIOR


No silêncio, nos arrumamos ou nos desarrumamos. A ordem interior é um tema de desenvolvimento interior e pessoal. Trata-se de um estado de harmonia interna que permite lidarmos melhor com os desafios da vida, tomar decisões equilibradas e cultivar relacionamentos saudáveis. A vida, como as estações do ano, muda e com elas precisamos nos adaptar ao novo contexto.


A organização interna contribui para uma maior capacidade de aproveitar elementos externos, como um jardim, um momento agradável ou um local tranquilo.  Aproveitar a hora, nada será igual depois.


Ordem interior refere-se à capacidade de organizar pensamentos, emoções e ações de maneira coerente e alinhada com os próprios valores. Mais do que ausência de conflitos internos, é um processo constante de autopercepção, autorregulação e adaptação diante das adversidades.


Da mesma forma, nada é de uma hora para outra, cada pessoa tem o seu tempo, a sua subjetividade, a composição de sua história. É preciso coragem e determinação.


Sinta seu perfume, o que vem de seu coração. Segundo Lacan, “não é aquilo que possuímos que nos motiva, mas sim aquilo que nos falta”.


A ordem interior é uma conquista diária, é investimento no equilíbrio de nossas emoções. Cultivar a ordem interna não elimina os problemas da vida, mas fortalece a capacidade de enfrentá-los com serenidade e sabedoria.


Vamos cuidar do nosso bem-estar?


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AUTOR ANDRÉ FERREIRA

IG: @andréluis253

ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.

PÁTRIA MINHA


O Brasil tem tantas riquezas

e um dia já foi um país grande,

mas agora está se desfazendo

dentro dessa desordem, vivemos

um contrassenso com verdades

distorcidas e com esse senso de

injustiça estamos caminhando

para o caos da saúde que está agonizando, caos da educação

que está de mal a pior e

o caos na insegurança

que está se instalando.


O povo brasileiro sofre e sem

esperança muitos políticos se aproveitam, e do dia para noite enriquecem às custas do seu

povo, sem vergonha e sem

remorso a corrupção dá

as caras novamente e

explode com o roubo

aos nossos idosos, e

neste caso a justiça

é lenta para o povo,

tornando a impunidade

uma regra diante da

corrupção que continua

se espalhando no Brasil

como uma praga.


Os hospitais estão cada vez

mais lotados, os médicos se

desdobram para atender o povo

nas macas nos corredores,

e com a demora no atendimento

chegamos à conclusão que a

saúde no Brasil é um luxo que

muitos não conseguem pagar

e com a violência nas ruas a

segurança é um sonho que

poucos podem ter, e o Brasil

se perde quando aumenta

o número de parlamentares

e não pune aqueles que

saquearam o país.


E em um mar de lama o Brasil está

dividido e a corrupção se espalha

como uma mancha dividindo um

rio e o povo clama por justiça e

por igualdade, mas os nossos

eleitos se calam e a desigualdade

se instala e sem esperança,

não vejo uma luz no fim do

túnel, exceto se o povo se

unir e se levantar para

exigir mudanças e gritar

por justiça e pela salvação

da nossa pátria, precisamos

dar um grito de alerta e

como um chamado de

ação nós precisamos

de mudança porque

é hora de acordar e

agir e de reconstruir

um Brasil melhor para

todos os brasileiros.

 

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AUTORA KENIA PAULI

IG: @keniamariapaulimachado

Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.

O AVESSO DO QUE PENSAMOS


A vida nunca se apresenta exatamente como a imaginamos. Insistimos em desenhar os dias com régua e compasso, como se houvesse uma fórmula exata para o que virá. Mas ela, teimosa, prefere surgir em rabiscos tortos, em curvas inesperadas, em cores que não escolhemos.


As pessoas também são assim. Projetamos nelas uma versão do que gostaríamos de encontrar: o amigo infalível, o amor-perfeito, o colega compreensivo. Só que, ao vivo, cada uma traz suas próprias sombras e luzes — e coincidem raramente com nossas expectativas.


No fundo, talvez seja exatamente aí que reside a graça. A vida nos surpreende para nos lembrar de que o controle é apenas uma ilusão. As pessoas nos frustram para nos ensinar que não cabe moldá-las às nossas ideias. E, entre tropeços e espantos, vamos aprendendo a aceitar que a beleza está naquilo que foge do nosso plano: um gesto inesperado de gentileza, uma palavra que chega no momento certo, um caminho que se abre quando já pensávamos estar perdidos.


No fim das contas, viver é desaprender o mapa que traçamos e caminhar com abertura. Porque a vida — e as pessoas — são muito mais do que imaginamos que são.


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AUTORA ILZE MATOS

IG: @ilzepoesias

ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.


AS SURPRESAS DO CORAÇÃO


O coração se espanta

com os acontecimentos do dia a dia.


Um dia tranquilo, cheio de novidades,

e, de repente, um susto…

O coração acelera com alegrias

e também com sustos,

ficando nesse compasso descompassado,

como se dançasse sem ritmo.

E não é assim?


Em uma consulta de rotina,

a médica me disse:

— Parece que seu coração está um pouco sem força.


Então pensei:

naqueles dias ele sofreu tantos sobressaltos,

de todos os tipos,

que só podia estar assim,

meio fraquinho.


Devemos nos fortalecer,

buscar equilíbrio,

acolher com serenidade

as notícias que nos abalam,

e ter uma espiritualidade

que nos abrace e acalme a alma,

para que o coração volte a dançar

com a harmonia de um belo amanhecer.


Coração, ame devagar…

 

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AUTOR WAGNER PLANAS

IG: @sitedasletras

WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.

SONHOS


Sim, eu acredito em sonhos,

Em castelos e finais felizes,

Mesmo cheio de cicatrizes,

E alguns sonhos até medonhos.


Eu acredito,

Que o corcunda de Notre-dame,

Não é monstro, ele é mito,

E entre todos, não há quem o ame.


Que a madrasta da branca de neve,

Ela só esteve,

Com a mais pura inveja.


E que agora, ela esteja,

A sonhar com coisas certas,

Mesmo numa vida de incertezas...


Sim eu sonho,

Que meu conto de fadas,

Eu repouse em seus braços,

Mesmo lutando entre a vida e a morte,

E se eu tiver sorte,

Receba pelo menos um de seus beijos.


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AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA

IG: @zeliamel25

ZÉLIA OLIVEIRA é natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.

NUVEM NEGRA


Sou nuvem negra

Que causa pavor,

Apago o brilho da vida,

Deixando caos e horror.


Terremoto devastador

Que transforma festa em dor.


O coração afogado em lágrimas,

Contempla o horizonte,

Mas a luz se escondeu,

O firmamento é puro breu.


Na solidão que grita,

O silêncio se agita,

Boas memórias me atormentam,

Querendo viver novamente.


Às vezes, a morte é alívio

Para os que estão inertes,

Deixando os familiares sem chão,

Abraçados com a solidão

Num mar de aflição.


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AUTORA CÉLIA NUNES

IG: @escritora_celianunes

Meu nome é CÉLIA, nasci em 8 de julho de 1961, em Sepetiba, Rio de Janeiro. Sou casada, tenho quatro filhos e oito netos. Sou aposentada como professora do Município de Itaguaí, formada em Letras (Português/Literatura) e pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos. Trabalhei por muitos anos com projetos voltados para adultos no período noturno, em escolas infantis e bibliotecas. Foram anos que passaram como um sopro, pois fazia o que me trazia felicidade. Sou membro da Academia Itaguaiense de Letras, ocupando a cadeira número 2, cujo patrono é Machado de Assis. Publiquei os livros Retrato Poético, com poemas para adultos e crianças; Reflexões: 150 dias para mudar a sua vida, inspirado nos 150 salmos da Bíblia; e Quintal da Alma, uma coletânea de poemas e reflexões. Também participei de diversas antologias, coletâneas literárias, feiras literárias, festivais e concursos literários. Minha meta é disseminar a literatura, formar leitores e perpetuar minha escrita.

NA CASA DOS MEUS AVÓS


Toda casa de avó é grande e espaçosa. E a vovó deixa a gente fazer o que quiser! Bem, assim eu acho que deve ser! Na casa dos meus avós é só alegria!


Na casa da avó, eu brinco muito, mas ela é muito ocupada. Daí eu dou um jeito de brincar assim mesmo, tipo aproveitando os momentos com ela. Quando ela está limpando a garagem, eu pego a vassoura e ajudo a limpar também. Quando ela vai regar as plantas, eu pego o meu regador e molho as plantas com ela. Aliás, eu e ela fizemos o regador com embalagem de amaciante e eu gostei muito dessa brincadeira!


Ela gosta de assistir a programas sobre mulheres na televisão. Eu vejo junto e imagino a minha avó como aquelas mulheres. São mulheres que brilham, que cantam, que dançam. E minha avó faz isso tudo junto comigo!


Meu avô se deita à tarde para dormir. Eu não durmo, daí a vovó fica comigo e a gente vê filmes. E ela também me conta histórias de Era uma vez, como de fadas, princesas, bichinhos etc.


Enquanto vemos os filmes, minha vovó come biscoito comigo, dizendo “um para mim, outro para você! Fazemos isso com chocolate também!


Ela faz pipoca doce para mim e pipoca de sal para meu avô!


Ela faz ovo para mim igual a uma flor, uma margarida branca com miolo amarelo! Eu acho lindo e como tudo!


Eu tomo café nas xícaras da minha avó e já quebrei várias, confesso que foi sem querer, ainda sou pequena, mas quero tomar café na xícara igual às minhas tias. Por falar em tias, quando elas telefonam, quase não deixo a vovó falar, eu pego o telefone primeiro e conto todas as novidades!


Gosto de passear na pracinha. Na hora de entrar, faço pirraça porque quero ficar mais. Minha avó me deixa no chão, esperneando e chorando. Minha avó fica muito aborrecida, diz que não vai me levar mais, eu prometo que não vou fazer mais pirraça. Minha avó diz que não acredita mais nas minhas promessas e que eu sou desobediente.


Quando eu vou para a igreja com minha avó, eu me ajoelho ao lado dela e peço a Papai do Céu para me ensinar a obedecer, mas é tão difícil! Às vezes, fico no grupo com outras crianças, outras vezes, não quero! Às vezes, minha avó vai embora antes do culto acabar, porque fico chorando! Ela promete que não vai me levar mais!


Quando chego da escola, chego com sede e vou beber água, ponho a boca direto  na biquinha do filtro e minha vovó briga comigo!


A vovó me ensina muito, como escovar dentes, tomar banho, pentear cabelo, lavar as mãos antes de almoçar. Ela corta minhas unhas e passa brilhinho, me deixa cheirosa, me ajuda com os trabalhinhos da escola.


Quando os outros netos vêm, eu sou a que mais faz artes, sou a mais levada, é que a casa da vovó é um pouco minha também, mas acho que sou a alegria dos meus avós, apesar das minhas travessuras!


Eu amo os meus avós!


Eu sinto falta deles e eles sentem falta de mim também!


Na hora de ir para a casa dos meus pais, não quero ir, mas a vovó diz que está cansada, que meus pais estão com saudade de mim, então eu vou, mas amanhã eu volto, tá bom, vovó?


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AUTORA MARINALVA ALMADA

IG: @marinalva.almada

Marinalva Almada é diplomada em Letras Português / Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023, realizei o sonho de publicar pela Valleti Books o livro Versificando a vida, juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.

COMO SERÁ?


Se cortarem todas as árvores, onde os pássaros vão morar?

Se derrubarem todas as árvores, onde os animais vão descansar?

Se queimarem todas as árvores, onde os animais encontrarão abrigo?

Se todas as árvores forem extintas, como respiraremos?

Será o fim?

Só sei que é preciso fazer alguma coisa.

Isso depende de nós: de você e de mim.


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AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

VELHICE: A ARTE DE OLHAR PARA TRÁS


A velhice é um tempo que costuma trazer reflexões profundas sobre o que foi vivido. Para muitos, é um período de serenidade, em que se colhe os frutos das escolhas feitas ao longo do caminho. Há aqueles que olham para trás e sorriem, gratos pelas experiências que tiveram. Lembram das viagens feitas, das danças em noites intermináveis, das risadas entre amigos, das aventuras que marcaram a juventude. Embora o corpo já não acompanhe mais os desejos da alma, há satisfação em saber que se viveu intensamente. Esses guardam lembranças como tesouros: a paisagem de um lugar distante, a música que embalou um amor, o frio na barriga de uma decisão arriscada que deu certo ou não, mas que trouxe aprendizado.


Por outro lado, existem pessoas que chegam à velhice com uma percepção diferente. Olham para trás e, em vez de celebrar o que viveram, preferem lamentar a perda do que já não podem fazer. Alguns chegam a dizer que teria sido melhor nunca ter dançado, viajado ou se divertido, já que agora não têm mais forças para repetir tais momentos. O que um dia foi alegria transforma-se em lembrança dolorosa, como se a comparação entre o ontem e o hoje roubasse o brilho do que foi vivido.


Esse contraste mostra como a velhice não é apenas uma questão de idade ou saúde, mas também de olhar. As mesmas experiências podem ser vistas como motivo de gratidão ou como fonte de frustração. A diferença está em como cada um escolhe lidar com as memórias e com as limitações que a vida impõe.


Afinal, a velhice pode ser uma celebração daquilo que já não se pode fazer, que foi vivido plenamente, ou pode ser um lamento pelo fim das possibilidades. Talvez a grande sabedoria esteja em aprender a olhar para trás com ternura, e não com arrependimento, reconhecendo que o que nos trouxe até aqui valeu a pena. Porque, no fim, o que permanece são as histórias guardadas na memória e como decidimos nos relacionar com elas.


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AUTOR LUIZ FELIPE AMIL

IG: @luizz_felipe_escritor

Luiz Felipe de Lima mais conhecido por Luiz Felipe Amil nasceu no dia 22 de abril de 2005, é um escritor natural da cidade de Santarém no estado do Pará. No ano de 2022, Luiz Felipe participou de uma Antologia Poética de sua cidade chamada TERCEIRO ENCONTRO, daí Luiz passou a escrever seus próprios livros e à colocá-los pra fora da gaveta. Ele é o autor dos livros ÉBRIO DE TANTA POESIA (Kindle, 2023) e CHUVAS DE INSPIRAÇÃO (Kindle, 2023). Conhecido por escrever sonetos clássicos, contos, crônicas, seu estilo contemporâneo varia entre o clássico e o verso livre. É membro de duas academias literárias: Academia de Letras, Ciências e Artes da Amazônia Brasileira (ALCAAB) cadeira número 37 do patrono Olavo Bilac, e da Academia Internacional de Literatura Brasileira.

OS IPÊS DA VIDA (CRÔNICA)


Se até os ipês florescem com o tempo, por que não demos tempo ao tempo?


É setembro novamente, primavera colorida de ipês, estamos nos aproximando do fim do ano, e vem aquela interrogação, o que eu fiz? O que eu estou fazendo? E o que ainda eu vou fazer? Sabe a vida não deveria ser sobrecarregada nem pressionada, deveríamos focar mais em ser feliz vivendo dia a após dia como os ipês que florescem quase no fim do ano, em busca de um final feliz, a vida não acaba agora, ela começa todos os dias com os renascimentos constantes, enquanto estivermos buscando a perfeição que não existe, não vamos viver de maneira correta, vamos nos sobrecarregar emocionalmente.


Ao olharmos para as ruas coloridas de ipês, amarelos, roxos, brancos, notamos que as pétalas esperam um ciclo inteiro para desabrocharem, e quando desabrocham para enfeitar as paisagens naturais, elas vão caindo de uma por uma no chão e são varridas pelo vento, assim é a vida, não é uma competição, é uma provação consigo mesmo para ver até onde você chega, em qual pódio da sua vida consigo mesmo você está? Você se ama realmente? Você está bem consigo? São interrogações diárias que deveríamos nos preocupar mais antes de ter um mar de ansiedade com as confusões precipitadas se está indo no caminho certo ou não.


Os ipês perdem todas as suas folhas, mas sabem que na fase certa da estação apropriada eles vão florescer bem vistosos e fazer muitos olhares felizes com a frondosa da sua beleza e a resistência do seu tronco. Que aprendemos com os ipês a ser belos por fora e por dentro, mesmo nas estações da seca, onde suas folhas caem todas para poder nascerem as lindas flores, as plumas da beleza sem igual, não importa ter, o importante é ser.


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