REFLEXÕES Nº 168 — 13/07/2025
- Luiz Primati
- 12 de jul.
- 11 min de leitura

LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.
A INCERTEZA DO AMANHÃ
O futuro sempre foi um mistério, mas hoje ele parece mais sombrio, mais pesado. Vivemos em um mundo onde as crises climáticas nos lembram que o planeta está mudando de formas que não controlamos. Furacões mais intensos, secas prolongadas, florestas queimando — a natureza parece gritar que o tempo de agir está se esgotando. Ao mesmo tempo, a política global se torna um campo minado. Nos Estados Unidos, a polarização em torno de figuras como Trump divide famílias, alimenta discursos de ódio e faz a democracia parecer frágil, como se pudesse desmoronar a qualquer momento. No outro lado do mundo, guerras como a da Rússia contra a Ucrânia ou conflitos envolvendo o Islã mostram que a paz é um ideal distante, e a violência molda o destino de milhões. E, como se não bastasse, a tecnologia avança rápido demais — a inteligência artificial, por exemplo, promete revoluções, mas também ameaça empregos, privacidade e até o que significa ser humano. Diante de tudo isso, o futuro não é só incerto; ele é assustador.
Esse medo do amanhã, essa ansiedade que aperta o peito, é quase universal. É como se estivéssemos todos em um barco à deriva, sem mapa, sem bússola, esperando a próxima tempestade. Mas, pensando bem, talvez essa incerteza não seja só uma maldição. Jean-Paul Sartre, o filósofo existencialista, dizia que somos "condenados à liberdade". Não temos um destino traçado, um roteiro pronto. O futuro é um vazio que nos assusta, mas também uma tela em branco. Somos livres para escolher, para criar, para moldar o que está por vir. E essa liberdade, embora aterrorizante, é também poderosa.
Será que o medo do futuro nos paralisa ou nos motiva? Às vezes, ele faz as duas coisas. Quando penso nas crises climáticas, sinto vontade de desistir — o problema parece grande demais, complexo demais. Mas, ao mesmo tempo, vejo pessoas se unindo, criando soluções, exigindo mudanças. O medo pode ser um peso, mas também um empurrão. Ele nos lembra que o tempo é curto, que nossas escolhas de hoje — plantar uma árvore, votar com consciência, ouvir o outro em vez de gritar — têm peso. E as guerras? Elas mostram o pior de nós, mas também o melhor: a solidariedade com refugiados, a resistência de quem não desiste da liberdade. Até a inteligência artificial, com todos os seus riscos, nos desafia a sermos mais criativos, a definirmos o que realmente valorizamos.
Abraçar a incerteza sem perder a esperança é o grande desafio. Não é sobre ignorar o medo, mas sobre caminhar com ele. Aceitar que não controlamos tudo, mas que podemos controlar algo. Cada escolha importa: desde o voto que dou em uma eleição até a forma como trato meu vizinho. O futuro não está escrito, e talvez isso seja o mais assustador e o mais esperançoso de tudo. Somos livres para construí-lo, para o bem ou para o mal. E, no fim, é essa liberdade que nos faz humanos.
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
VIVEMOS SINCRONICAMENTE
A sincronicidade é, na verdade, o resultado de nossas profundas interligações com a nossa psique, nosso self, nossa realidade. Somos seres de transformações, a partir de nossas ações cotidianas, marcadas por nossas ansiedades, paixões, medos e tantas outras emoções.
Nessa reflexão, quero chamar atenção de que nascemos diariamente com a sincronicidade de nossos sonhos, novas oportunidades, novas buscas de conhecimentos. Também, a busca de tudo que vibra em nós, mergulhando em nossas histórias, percebendo como é extraordinário descortinar, a nossa individualidade.
De forma poética podemos dizer:
A sincronicidade surge quando estamos abertos para as mudanças, para ouvir outras vozes, para buscar a centelha de luz, quando nos sentindo plenamente vivos, encantados e apaixonados por nossa sincronicidade com o mundo físico, emocional e intelectual.
Assim, vivemos sincronicamente no nosso caminhar, com as belezas, as alegrias, com o significado de cada dia, momentos, instantes.
Sócrates dizia. “Conhece-te a ti mesmo”.
Esse é o princípio, é a sincronicidade do nosso ser como eterno aprendiz.
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
REFÉNS DO CARVÃO
Na manchete de jornal,
o cenário denuncia a CLT
que muitos não enxergam
mas o povo brasileiro, quando
vê uma injustiça se revolta diante da TV. ao ver aquelas imagens com crianças que pela falta de pão trocaram a escola pelas
carvoarias e se tornaram reféns do trabalho escravo juntamente com os seus pais que não tinham
opção se curvaram diante
dessa exploração que
está ocorrendo nas
carvoarias em Minas
Gerais e no Brasil inteiro.
Onde, dia após dia,adultos e crianças submetem-se a uma
jornada escaldante e longa de trabalho pesado, além de viverem em alojamentos precários,
com baixa remuneração,
sem instalações sanitárias
adequadas, eles têm que trabalhar sem material de segurança,
enfim, existe uma gama de irregularidades que diariamente
são flagradas e denunciadas,
mas diante do regime de coronelismo quem tem
que fiscalizar faz vista grossa.
Sem terra fértil para plantar,
sem gado para tirar o leite
e sem vida nos rios que
foram contaminados o povo
mineiro vem sofrendo com essa situação que perdura há décadas que atualmente é conhecida como
a “escravidão contemporânea”
promovida por carvoeiros que
deixam os trabalhadores em
situações degradantes com
jornadas de trabalho de até
quatorze horas diárias em
locais de estrutura inadequada,
com ausência de itens
essenciais.
E assim, cobertos pela
negra fuligem de carvão que
acaba pintando suas peles,
e magros, vestindo camisetas,
bermudas e calçando
chinelos, com chapelão, os carvoeiros são encontrados, em sua maioria, eles são negros e
pardos e quando conseguem
um pequeno intervalo,
comem e bebem aquilo que
dão e tentam sobreviver aos
riscos diários da lida com o
fogo, que converte a
madeira em carvão
enfim, é uma
vida cinzenta.
No Brasil vivemos
uma desigualdade social gritante,
aonde grande parte da população
possui baixa escolaridade, por
alguns, acabam migrando
para outros Estados para
fazer o trabalho pesado e
acreditam na promessa
de um futuro melhor e essa é uma
das causas da exploração de mão
de obra barata que fere a dignidade humana e ignora
os direitos conquistados
desde a Consolidação das
Leis do Trabalho, infelizmente
vivemos em um Brasil com novas
formas de escravidão onde a impunidade traz à tona as
velhas práticas escravagistas
dos coronéis.
Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
A IDADE NOS HABITA
Você já parou para pensar que a idade, inevitavelmente, chega para todos?
Ela vem como o tempo: silenciosa, constante e, por vezes, imperceptível. Às vezes, é sutil, como uma ruga que surge no espelho sem aviso. Outras vezes, mais marcante, como a lembrança de que aquele senhor, outrora o herói da sua infância, agora precisa de ajuda para subir um degrau. A idade chega, sim. Mas com ela vem também algo que muitas vezes esquecemos de valorizar: a sabedoria antiga, o olhar sereno de quem já viu o mundo girar incontáveis vezes.
Honrar os que vieram antes de nós é mais do que respeito — é abrir uma porta invisível para uma conexão com algo maior. É escutar com o coração o que as palavras já não conseguem expressar. É reconhecer que cada passo que damos hoje foi pavimentado pelas escolhas e silêncios de quem veio antes. Nossos avós, bisavós, ancestrais — mesmo aqueles cujos nomes não conhecemos — estão presentes na forma como amamos, reagimos, hesitamos ou seguimos em frente.
É curioso pensar que somos feitos de retalhos de histórias que não vivemos. Repetimos padrões, muitas vezes inconscientemente, porque em nosso ser está gravado um amor silencioso, que desconhecemos. Um amor que nos impulsiona a continuar o que foi interrompido no passado. Herdamos não apenas traços físicos ou hábitos, mas também dores não resolvidas, sonhos inacabados, desejos reprimidos. Somos mais ancestrais do que imaginamos.
No barulho do mundo moderno, é fácil nos perdermos de nós mesmos. E, quando isso acontece, esquecemos que fazemos parte de uma corrente longa e viva. Esquecemos que, apesar das confusões internas, carregamos um mapa traçado por gerações. Um mapa feito de intuição, instinto e memória. Um mapa que, se escutarmos com atenção, pode nos guiar de volta para casa — não a casa de tijolos, mas a casa que somos em essência.
Envelhecer, então, pode deixar de ser um medo e se tornar um chamado para nos tornarmos guias para aqueles que virão depois.
Talvez a idade não seja apenas um número. Talvez seja o nome da sabedoria que, um dia, aprenderemos a habitar plenamente.
ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
A GRANDE VITÓRIA
A volta
O sumiço
O medo
A coragem
Tudo faz parte da vida —
e vencer cada etapa
nos deixa mais fortes.
A alegria de chegar,
a tristeza ao partir,
as dúvidas…
Tudo nos faz crescer,
nos deixa mais iluminados.
Sim,
porque cada passo
é uma grande vitória.
WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
CORAGEM EM CACOS
Sempre é preciso ter coragem, mesmo que nos transformemos em cacos, feitos espelhos espatifados nas quedas, sem ninguém para juntar nossos pedaços.
A vida é assim, explode com verdades, submissa às mentiras.
E mesmo que a verdade corte a nossa alma, feito um aço frio, gelado, sem perspectiva de juntá-los, a coragem nos faz seguir em frente.
Sou fragmentado, pela vida, pelas dores.
Na vida, conheci poucos sabores, mas os conheci de verdade.
Não me escondi nas sombras do medo, muito menos na submissão das situações.
Explodi com meu coração, com minhas dores.
Me apeguei a Deus pela minha reconstrução, em lágrimas, em busca de cada solução, que edificasse minha alma e meu corpo.
Que tenhamos sempre a coragem de ser a verdade em vida, explosivo feito Petros, mas sempre em busca de espalhar a verdade, como Yeshua espalhou pelo mundo em seus ensinamentos.
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
NOITES DE INVERNO
Ah! O cair das noites de inverno
De lua crescente e dominante
Nos acolhe em um céu cativante
Na dança dos ventos.
Estrelas dançantes
Esperança e beleza irradiam
Assim como um farol no mar
Que nos conduz a desvendar a existência.
Ah! Noites de inverno
Conforto para o espírito exausto
De quem aguarda incessantemente
O amor que se desvaneceu no percurso
E que anseia pelo recomeço
Com o coração transbordando de saudades!
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
ANJOS
Quando era menina, ficava olhando para o céu à procura de anjos.
Sempre ouvia falar dessas nobres criaturas que faziam o bem e nos protegiam, então tinha certeza de que se olhasse fixo para o alto, conseguiria enxergar alguma.
Passava os dias olhando os formatos das nuvens acreditando que avistaria um desses seres magníficos e ficava imaginando como seriam.
Teriam longos cabelos loiros? Seriam seres com mais de dois metros de altura com asas maiores do que o próprio corpo?
Seriam pequenos de cabelos curtos e cacheados, com asas tão minúsculas que mal pudéssemos ver?
A pele dos anjos seria doce ao toque, com uma textura tão suave que parecesse um algodão?
E seu semblante? Seriam eles carrancudos para nos deixar assustados a ponto de obedecê-los, ou com uma doçura infantil que não conseguiríamos resistir a um pedido que nos fizessem?
Olhando para o céu nunca avistei um anjo, mas ao crescer e olhar ao redor, passei a ver vários.
Percebi que meus anjos tinham estatura variadas, mas nada que se diferenciasse muito da minha. Seus olhos tinham cores diversas, mas nada extravagante. Os cabelos com as mais diversas formas e cores, mas reconhecia cada um deles como iguais.
Muitos dos meus anjos não tinham mãos suaves de toque macio, mas eram ásperas e grossas de quem trabalhava duro.
Os anjos que passei a enxergar me ensinaram a caminhar (andar a gente até aprende sozinha), me deram a mão quando cai, me ajudaram quando precisei.
Meus anjos me deram um ombro amigo para chorar em horas de tristeza e momentos de alegria para que ricemos juntos.
Conheci anjos com sotaques diferentes do meu, de locais longe e vizinhos.
E em cada gesto, cada olhar, cada abraço, percebi que sempre estive cercada de anjos.
Comentários