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REFLEXÕES Nº 115 — 05/05/2024

Máquina de escrever antiga
Imagem criada com a ferramenta de IA Midjourney

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2024.

 

NOVO DEMAIS PARA DIZER ADEUS

Você já parou para refletir sobre o impacto que deixa no mundo? Imagine-se em um momento futuro, quando não estiver mais aqui. Será que as pessoas se reunirão em seu memorial, compartilhando lágrimas e memórias sobre sua falta?

É um pensamento comum, mas será que ele é genuíno?

Imagine, alguns meses após sua partida, talvez um ano: alguém ainda sentirá sua falta? Será que alguém perderá aquele seu toque especial, aquela habilidade única que só você possuía?

Este é um pensamento provocativo, especialmente quando consideramos quão rapidamente as memórias podem desvanecer. É crucial, portanto, construir um legado que mantenha seu espírito vivo. Talvez seja através de uma receita de família que você preparava, sua habilidade em música, suas histórias encantadoras ou suas profundas reflexões filosóficas.

Pense: o que faz você ser inesquecível? Por que as pessoas sentiriam sua falta?

Vejo muitas pessoas, com pouco mais de 50 anos, ansiando pela aposentadoria, alegando exaustão. Para mim, essa é uma contagem regressiva para o fim—o ponto onde apenas esperamos o fim chegar.

Eu escolho um caminho diferente. Não pretendo me aposentar, mas sim transitar para dedicar-me integralmente ao que realmente amo: a escrita.

Por que parar? Se nossa missão aqui é evoluir espiritualmente e buscar continuamente novos conhecimentos, por que deveríamos simplesmente desistir e nos resignar a uma vida de passividade?

Nunca aceite o completo repouso como uma opção; ao fazer isso, você está, essencialmente, dizendo ao universo que sua jornada acabou.

Acredito que deixarei um vazio na vida de algumas pessoas, e minha esperança é que, em vez de tristeza, minha memória traga inspiração, esperança para um futuro diferente.

Se você está considerando desacelerar porque sente que a vida está chegando ao seu fim, lembre-se: o verdadeiro fim só ocorre quando determinado por forças maiores. Enquanto ainda houver fôlego em seus pulmões, mostre que idade é apenas um número, e que você ainda tem muito a contribuir.

Eu estou vivo e me recuso a me entregar às tardes preguiçosas de domingo em frente à TV. Ainda tenho muitas histórias para contar e muitas vidas para tocar. Eu estou aqui, fervilhando de vida, pronto para fazer a diferença. Que tal você fazer o mesmo?


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

FESTA DE VIVER

Luminância nos bordados de flores é o teu sorriso, que está onde eu estiver, porque sem eles eu me distancio das estrelas guias, dos bons caminhos.

Na festa de viver, nossas vozes se entrelaçam em ondas que de desejos gritam ressoando dentro de nós, um cântico de leitos amorosos.

Amar, beber alegrias, tecer doces palavras, tocar nos nossos sonhos imaginários, de olhos fechados, sentindo o esplendor dos nossos paraísos interiores. Ah, festa de viver, tão mansamente pode chegar, tão serena pode dançar em sincronia com nossos ritmos, e tão ternamente vencer as ausências.

Paisagens, fontes de vibrações, auroras verdes e as saudades de maio?

— Dia e noite, tão juntas, tão ouvintes e tão feitas de cantos de sereias.

Eis os desejos de tantas vivências, ter cores, luzes e beijos com abraços.

— Eu quero tanto, teu rosto repousando no meu ventre, e não pensar em situações cavernosas, como as vozes dos humanos ferozes.

Eu… sempre em festa, com ruídos ou em silêncios, mergulhada na essência da humilde, mas com o néctar dos deuses me vitaminando.


 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

ENVELHECER NA JUVENTUDE

Hoje ouvi uma frase de uma senhora de quase oitenta anos: o velho precisa morrer jovem.

Na hora lhe respondi que se o velho morrer jovem não chegará na velhice.

Sempre digo que temos duas oportunidades certas na vida: ou morremos jovens ou envelhecemos e eu particularmente prefiro a segunda opção.

Vejo, pelos idosos que me rodeiam, que não gostaram de envelhecer, embora alguns já estejam velhos há tempos.

Há pessoas que a partir dos quarenta anos já param de fazer qualquer coisa além de trabalhar – já que parar de trabalhar aos quarenta é para poucos.

Passam então a não quererem mais sair, viajar, reunir com amigos, receber visitas e qualquer outra situação que exija o mínimo de esforço.

Então quando chegam na terceira idade (que acho muito cedo ser aos sessenta e cinco anos) parecem que já estão com noventa.

Muitos começam a envelhecer na juventude e não por circunstâncias da vida, mas por temperamento mesmo.

Passam a não gostar de tumultos, falatórios, e até mesmo de ter trabalho para receber visitas.

Tudo é motivo para se enclausurarem.

E eu que me considero uma pessoa superativa nos meus cinquenta e nove anos, fico me perguntando como ficarei na velhice.

Será que também chegará o meu momento de não querer visitas em casa ou até mesmo não querer sair para passear?

Me entristeço por esses “idosos” jovens, pois tem tanto para viverem e já desistiram.

Não pretendo jogar minha toalha tão cedo, mas o futuro a Deus pertence, e rezo todos os dias para que Ele esteja ao meu lado e me permita viver jovem em minha velhice.


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

 

ESSA TAL LIBERDADE


“ O que é que eu vou fazer com essa tal liberdade

Se estou na solidão pensando em você

Eu nunca imaginei sentir tanta saudade

Meu coração não sabe como te esquecer”

(Só pra Contrariar)

E com essa deixa nesta canção do “Só pra contrariar” apresento este questionamento: o que seria essa tal liberdade? E se ela de fato existe, pois não estou pensando nela como grades físicas, mas como algo psíquico que não pode nos tolher com algemas. Pois as prisões psicológicas podem ser mais duras e nem sempre existirá espaço ou artifícios para fugas.

O conceito de liberdade pode ser mais complexo que parece, diante as infinidades de amarras que nos são colocadas ao tal “livre arbítrio”, onde somos convidados a crer que tudo nos é lícito, porém, nem tudo nos convêm, já explanado atemporalmente em 1 Coríntios 6:12

Não convêm, justamente, amalgamado por princípios éticos, morais, filosóficos e religiosos ou aqueles que nós mesmos criamos como padrão ético. Infligir tais conceitos pode ser como carregar uma cruz ao longo de nossa existência, nos provocando assim diversas feridas emocionais. 

Então, por isso vivemos às vezes esse eterno drama do não infringir ou se arriscar e passar uma eternidade se arrependendo. Quando isso acontece na juventude, podemos nos culpar, mas terceirizamos a responsabilidade a imaturidade, os hormônios... no entanto, quando esse dilema se instala em idade adulta, percebemos o duelo dos princípios básicos dos 7 Pecados capitais, o que me fez recordar o saudoso folhetim da nossa teledramaturgia, “Pecado Capital” com roteiro de Janete Clair e direção de Daniel Filho em 1975, que conta com a canção tema de abertura de Paulinho da Viola com o mesmo título. 

O Enredo trata exatamente deste eterno impasse entre a moral ética e as demandas latentes das necessidades nesta jornada, intitulada vida. O que é certo diante dos sufocos que inúmeras pessoas passam? Esse questionamento pode se tornar nulo diante da escassez de valores que se encontra em nossa sociedade. Porque, mesmo que ainda os mesmos sejam trabalhados nas escolas, se não forem pregados e exemplificados em casa, dificilmente estes podem ser sedimentados no comportamento da atual e futura geração que nos espera ou que pelo menos que espero chegar a conhecer…

Mas o conceito de liberdade vai para um contexto muito particular, onde também não há grades físicas, nem psíquicas, mas que, no entanto, há em uma manipulação alheia onde o carcereiro sadicamente tortura seu prisioneiro a distância como através de um “controle remoto” que é acionado por gatilhos de comportamentos que o outro desencadeia, gerando assim, sofrimento em quem recebe esses “sutis” ataques que aparentemente parecem com um comportamento antissocial e perturbador, mas que igualmente pode ser visto como uma violência invisível ou entrelinhas, que apesar de não deixar marcas visíveis, fica registrado dolorosamente no inconsciente do sujeito. 

Assim, como é belissimamente narrada na canção “Resposta ao Tempo” de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, com eterna e magnífica interpretação de Nana Caymmi, tema da série “Hilda Furacão”. A composição relata a violência com que o tempo tenta aprisionar e maltratar o eu-lírico, zombando de sua fragilidade, paixões e fraquezas, diante das tempestades pelas quais a natureza humana sucumbe. A temática central da série também trata deste dilema humano sobre o conceito de liberdade. 

Então, se o outro se prende a alguém e assim o manipula a distância, este também é um prisioneiro que não desfruta da sua liberdade de se refazer diante das inúmeras possibilidades da vida. Da mesma forma que quem abdica de fazer ou ultrapassar determinadas barreiras, mesmo não correndo risco de sofrer sanções, não o faz por questões éticas, que assim aprisionam. Por isso, fica a reflexão: existe de fato essa tal liberdade plena?


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

PALAVRAS QUE MATAM


Palavras que matam.

Perfuram o coração e corroem a alma.

Ficam cravadas para sempre no peito,

Como nuvens negras tempestuosas,

A mergulharem como tromba d'água

Sob nossas vidas...

Palavras que ferem,

Fazem sangrar o tempo todo,

Pois, as feridas deferidas pelo ar nunca cicatrizam

E caminham ao nosso lado dia após dia.

Palavras que ganham uma força descomunal,

No momento em que são direcionadas ao nosso encontro sem piedade,

Causando dor, sofrimento e lágrimas.

Palavras malditas que saem da boca de alguém sem compaixão,

Que não percebe o quanto mata o outro,

Só com a força das palavras...

Espero que não me acompanhe

Palavras mal intencionadas

Na minha próxima jornada terrestre...



 

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA


Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.

 

DESCASO


Em toda profissão

Há profissionais de vários tipos:

Os que são relapsos;

Outros comprometidos.

Médico na hora do atendimento

Ignora o paciente,

Pois nas redes sociais fica entretido.

 

Na sala de exames,

O cardiologista, no Instagram distraído.

Fico estupefata com isso!

Seu olhar é na tela do celular, não no monitor.

Pura falta de compromisso.

Que horror!

 

Como realizar o teste ergométrico

Sem aferir a pressão arterial?

Onde está a responsabilidade

Desse profissional?

Não tem respeito pelo paciente.

Age de forma banal...

 

A atenção no teste ergométrico se esvai,

O profissional está vidrado nas redes sociais.

O cuidado com o paciente é deixado ao acaso.

Indigno-me de ver tamanho descaso.


 

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