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REFLEXÕES Nº 30 — 23/07/2022

Grandes escritores, grandes reflexões. Aqui, todas as vozes podem se expressar.


Leia, reflita, comente!

 

AUTORA JOANA PEREIRA


O meu nome é Joana Pereira e sou autora no blog "Tem juízo, Joana!". Nasci em Lisboa e segundo as estrelas, sou Leão - ascendente Touro. A minha identidade atravessa cores, ritmos, dança, música e palavras. Gosto de ler e de escrever, acreditando ser na escrita que me torno mais consciente. Numa voz firme e rebelde escrevo entre o certo e o errado, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

 

ALMA LONGA


Sentada no rochedo,

Contemplo este mar azul-claro,

Tão claro que se chega a confundir com o céu.

Tão claro como alguns dos olhos que já se cruzaram comigo.

Sentada neste rochedo,

Reparo que a minha vida nada é

Comparada a esta imensidão de mundo.

O mundo é enorme,

Várias possibilidades

Demasiadas opções para uma vida só.

Será que, por isso, existe a reencarnação?

Se existe, deixem-me viver todas elas.

Quero ser tudo e muito, quero viver demasiado, experienciar o mundo.

Habitar vários corpos, com a minha alma.

Viver através de outros olhos, com esta mesma minha alma.

Sejam eles azuis, verdes ou castanhos.

Deixem-me viver!

Sentada neste rochedo,

Dou-me conta da pequenez

Comparada aos grandes rochedos,

Às grandes questões existenciais.

Teremos nós missões a cumprir?

Por sermos tão curtos, mas de almas longas.


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, entre eles, romance, ficção, contos, infantil. É autor de mais de 10 livros, disponíveis atualmente na Amazon. A descoberta da escrita foi logo que aprendeu a escrever, mas, a chama foi definitivamente acesa em 1981, quando participou do grupo teatral TER (Teatro Estudantil Rosa). O próximo projeto que lançará é o livro de terror: "A MALDIÇÃO DO HOTEL PARADISIUM", em parceria com Vivian Duarte. Hoje é editor da Valleti Books, onde ajuda escritores amadores a realizar o sonho de publicar seus livros.
 

1 = 2, 3 ou 4?


“Para cada mulher morta no Brasil, pelo menos duas são negras — Senadora Eliziane Gama”.

Você prestou atenção no que acabei de dizer? Vou repetir: “Para cada mulher morta no Brasil, pelo menos duas são negras”. Que matemática é essa?


Então quer dizer que poderiam ser 3, 4, 5? Parece que a senadora não se atentou da besteira que disse.


Eu poderia ficar parágrafos e mais parágrafos parodiando a fala dela e comparando-a a outros políticos que já disseram mais bobagens que ela. No entanto, o debate aqui é outro.


O que está acontecendo é um engajamento exacerbado em causas ideológicas, onde a intenção é sensibilizar as pessoas, mesmo que nada faça lógica, mesmo que o raciocínio se degenere.


Esses políticos subiram ao poder com esses discursos ideológicos e pouco importa se as estatísticas estejam corretas. Basta juntar algumas informações aleatórias, impostar a voz e defender com paixão alguma causa. E se puderem colocar alguns depoimentos e lágrimas, fica melhor ainda.


Triste essa realidade e muitos compram esse discurso sem checar as informações.


Um texto de uma grande amiga falava sobre esse mi mi mi que circulava entre as pessoas. Precisamos dar um basta nisso. É preciso renovar o Senado e a Câmara de Deputados com pessoas que realmente entendam sobre o que discursam, realizando algo útil para o nosso país.


Não pensem que essa senadora é a única a se engajar em causas ideológicas que nada contribuem para o crescimento de nosso país.


Se fossemos discutir os números que a senadora apontou, com seriedade, a conversa seria outra. Pelo último censo feito pelo IBGE, as pessoas declaradas como brancas somam 42,7%. Só por essa estatística estaria óbvio que morrem mais pessoas negras que brancas e nem é necessário se aprofundar muito no assunto para chegar a essa conclusão.


Vote sério e eleja políticos que mereçam seu voto.


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

 

PERCEPÇÕES


A brisa afaga meu rosto com gentileza e o sol ilumina e aquece minha pele, mas sem me queimar. E assim me deixo perceber a vida e a sua impermanência, onde tudo é transitoriamente passageiro, como todos nós também estamos nesta lotação de passagem.


Mas que ocasionalmente nos esquecemos... pensando ser motoristas desta locomotiva que não dá pausa para retornos, apenas vez ou outra força uma parada em estações necessárias há aprendizados que outrora não alcançamos.


Porém, nem por isso a locomotiva estaciona, permanecendo sempre em movimento até a nossa derradeira hora da partida.


Por isso, não há de fato tempo para dispersão com trivialidades ou discussões sem sentido. Pois é ilusório acreditarmos que de fato podemos mudar a forma de pensar do outro.


E após passar por tantas avalanches com uma combinação de pedras na vesícula com infecção no pâncreas, 4 cirurgias, 2 acidentes de bicicleta, 2 estadias com covid e uma maternidade atípica no espectro autista severo... fora às inúmeras guerras pessoais já enfrentadas... além também de transitar entre vendedora ambulante a micro empresária falida... um emaranhado de reflexões invadem minha mente nestes últimos dias de balanço da minha vida, antes do fechamento de mais um ciclo…


Afinal, a vida é sobre o quê?

Viver apenas o instante se deliciando ou se martirizado não faz o absoluto sentido... pelo menos para mim.


Viver esta matéria e mistério, a meu ver é uma experiência extraordinária que até então, onde sabemos ceticamente... é única.


Por isso, depois de tantas desilusões minha ficha derradeiramente cai e percebo o quanto perdi de tempo tentando entender, resgatar ao mesmo provar algo para alguém... no entanto, essa fui eu... E foi quem propiciou ser quem sou hoje. Fruto de todas as intempéries ocorridas na minha trajetória na busca de se encontrar ou se entender. Pois creio que tudo possui um sentindo e função, não sendo por mero acaso as coisas na forma que se desenrolam na vida de cada um.


Já me questionei por que eu? Ou por que não mereço? Para algumas situações... E hoje entendo que o que vivencio faz parte de uma caminhada de aprendizado e evolução. Percebendo que nesta caminhada, muito ainda que preciso melhorar. Mas hoje me sinto mais leve em perceber que estou em processo de evolução e que de fato essas metamorfoses não são nada fáceis.. Porém, quando tomamos consciência da importância destas... a bagagem parece menos densa por saber que de fato, tudo realmente é transitório.


 

AUTOR ANTÔNIO CARLOS MACHADO


Paulistano da garoa e da fumaça, consultor de empresas, além de planilhas cansativas faz bom picadinho e escreve poemas com alguma filosofia e muito sentimento. Leitor e autodidata das ciências humanas, amante dos filmes noir de Humphrey Bogart, George Raft, do jazz suingado de Ella Fitzgerald e outros dinossauros extintos há muito preto e branco atrás. Pai, avô e poeta “pela metade e de trás pra frente”, este é Antonio Carlos Machado.

 

BRACELETES CROCANTES


Pousou sem jeito a bolsa entre uma tevê de guardanapos e uma bisnaga de catchup.


Um ambulante gritou qualquer coisa incompreensível.


Olhou atentamente as coxinhas na estufa centenária, pesquisou o cardápio de lanches e pediu como sempre...


— Um suco de laranja sem gelo e sem açúcar e um misto quente bem-passado, por favor.


Um casal pediu um refrigerante e a moça disse que tinha esquecido a pílula na gaveta do escritório.


Entre um band-aid, um vidro de Atroveran e alguns trocados, viu o lenço de papel e relutou antes de olhar-se no pequeno espelho oval, o rímel estava intacto embora ela estivesse partida como vidro em assassino cerol.


Pensou poder ser outra pessoa naquele instante e voltar no que disse.


Ainda ecoava em sua cabeça a frase:


— Fique com seu dinheiro e a idiota que você gosta!


Comeu silenciosamente e com certa vergonha do barulho do pãozinho crocante e dos braceletes e colares que insistiam agora em sair do seu decote.


O vendedor de seguros a observou o tempo todo, mas ele tinha um certo tique nervoso e isso a afastou...


Saiu pela avenida desviando-se dos bueiros, eternos inimigos do salto quinze, comprou um drops de morango e acendeu um cigarro estranho que tinha gosto de nunca mais.


 

AUTORA LUCÉLIA SANTOS


Lucélia Santos, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e mini contos infantis.

 

PAZ INTERIOR


Quando nosso coração está leve, livre de mágoas, de raiva, de angústia, de coisas que apertam o nosso peito e faz doer.


A paz interior nos faz sorrir com o coração, quando aprendemos a controlar nossas emoções.


Percebemos que estamos em paz, quando alguém nos maltrata e mesmo assim conseguimos ficar tranquilos e seguir em frente. Aprendemos a não aceitar coisas ruins, a absorver somente o que é bom.


A paz nos dá calma, até mesmo nos momentos mais difíceis.

Podemos ir em busca da paz, começando por nós mesmos, contribuindo para ela existir. Na família, entre amigos, no trabalho...


A paz interior contribui para nossa saúde física e emocional.


A busca muitas vezes deve ser incessante, mas, o importante é não desistir, pois, o nosso coração necessita de alívio.

 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

BOTÃO DE ROSA


A vida nem sempre é difícil de olhar.


Existem delicadezas como a de um botão de rosa, que desabrocha sem orgulho, sem necessidades de elogios. A sua beleza é um bálsamo natural para os nossos olhos.


Principalmente, quando observamos uma gota de orvalho a acariciando.


É feliz quem sabe apreciar uma pura atmosfera, sem maldades como a alma de um botão de rosa, sem perigos. Gosto de sentir que ao meu redor tem jardins e como é bom perceber que as nuvens sobre a minha cabeça me fazem leve, desenhando a mulher que sou, sempre pronta para desabrochar e amar.


A vida não é difícil de suportar, como é maravilhoso amanhecer amando viver.


Sim, como diz o filósofo: há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre algo de razão na loucura. E de bem com essa vida de amor, eu estou, quero ser louca e ter a graça de um botão de rosa, que solenemente nos leva a sonhar, a querer voar e dançar entre os olhos apreciadores da doce vida em amor.


Sim, busco luz e me afasto das profundezas do mal, visto a minha alma de confiança, perdoo e me junto aos desejos de quem busca a felicidade, correndo das amarguras.


Quero os abraços longos de uma alma livre, que me torna a sua rosa gentil e pura.


Como um botão de rosa, quero ser o teu amor e a tua esperança.


O mundo assim, não nos consome, as cores ficam mais fortes e firmes.


Há, doce botão de rosa que linda vida te apreciando posso ter.


De tudo que gosto é de guardar na minha memória o teu perfume!


 

AUTORA WANDA ROP


Wanda Rop, paulista, residente em Porto Velho-RO, antologista, poetisa, escritora, Formação Curso Superior de Filosofia, graduanda do último semestre do Curso Superior História, Pós-Graduada em Estudos Linguísticos e Literários, Docência Do Ensino Sup/Neuropsicologia; Gestão Escolar e MBA Executivo em Negócios Imobiliários e Turismo. Acadêmica da A.I.S.L.A, A.L.S.P.A, FEBACLA, AILB, AIML e Membra Fundadora da ABHL, Autora do Livro “Paixões e Poemas de uma mulher intensa” e “TEMPO DE AMAR”.

 

A FELICIDADE NA SIMPLICIDADE


No plantar de cada semente

No sabor do café quente

Vagando em grutas úmidas e mal iluminadas

Pisando em pedras ou sobre as areias da praia


Nos respingos da chuva fria

No sol que aquece nossos dias

Na ternura do azul infinito do céu

No doce e gostoso sabor do mel


Na fogueira que aquece e aconchega

Nos sorrisos de muita beleza

No abraço que nos dá acolhida

Ao tocar almofadas macias


Em olhares inocentes

No reflexo de uma alma caliente

Nas palavras de um amante

Sentir a felicidade extasiante


 

AUTORA BETÂNIA PEREIRA


Betânia Pereira, historiadora/enfermeira, colunista na Revista The Bard. Participou de várias antologias poéticas. Escreve desde que aprendeu a escrever. Escreve poesias, prosas, textos de autoajuda, reflexões. Escreve sobre todas as pessoas que rondam as vidas que viveu e as que ainda viverá.

 

AS DOSAGENS CORRETAS


Era um dia normal, acordei razoavelmente cedo, realizei os afazeres domésticos. Dia de vacina do meu pet. Levei-o cedo ao veterinário.


— Ele reage? É melhor amarrar o focinho?


Decidir que seria melhor porque não conhecia ainda as reações do meu animal diante da dor. Mas podemos prever nossas reações diante das dores? Das mudanças? Somos maleáveis as situações novas que se apresentam diariamente?


Enquanto o veterinário preparava a vacina meus olhos viajaram com meus pensamentos. Situações novas nos assustam, muitas vezes ficamos inertes diante delas por não conhecermos. Na zona de conforto sabemos o que pode dar certo e o que pode não dá. Sair da zona conforto dá insegurança e medo.


Resistir a mudanças e desafios implica em sair da zona de conforto, daquilo que estamos habituados a realizar, pensar, sentir, da rotina diária para algo desconhecido. É como pular de para-quedas e correr o risco dele abrir ou não.


Lidar com os medos de forma sadia, enfrentar as situações é um dos caminhos mais corretos para superar obstáculos. Não precisamos exagerar na importância dada a dor e nem ao amor, tudo na dosagem correta, senão vira veneno. Ninguém estar imune a dor, mas podemos escolher permanecer ou não nela. Reagir ou não. Ser ou não a direção da dor. Vamos?

 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


Nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

AMOR COM HUMOR


Muito já se falou do amor: o amor é paciente, é compassivo, que seja eterno enquanto dure…


Mas na verdade, uma das formas mais lindas de amar é rir com o amor.


E não estou falando daquele sorrisinho tímido, de cantinho de boca.


Falo do gargalhar, do rir mostrando todos os dentes. Aquele riso que faz o corpo todo se mexer.


De todos os sentimentos que o amor pode nos trazer, tenho grande interesse em conseguir rir com meu parceiro. Na minha opinião se você não ri com ele, não pode chamar de amor verdadeiro.


É claro que existem outras questões no amor: respeito, cumplicidade, parceria. Tudo faz parte do amor, inclusive o bom humor.


Podemos ter uma relação séria, sem sermos sisudos.


A vida é para ser leve, feliz, assim como o amor.


Gosto de ver a felicidade estampada no rosto da pessoa que amo e nada melhor do que uma boa gargalhada para mostrar que estou no caminho certo da felicidade.

Até quando fazemos amor devemos rir, afinal a relação é um gozo.


Portanto amigos, fica a questão de hoje: você já fez seu parceiro sorrir?

 



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