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CRIATURAS NOTÍVAGA(S) Nº 9 — 11/05/2022

Mais um conto da série, escrito por Carlos Palmito. Esse conto apresenta personagens conhecidos e você, leitor, deverá identificá-los de pronto. Junto ao conto, estamos com mais uma novidade: conto com trilha sonora. Isso mesmo! Você lerá o conto de Carlos Palmito ouvindo músicas escolhidas especificamente para o conto. É uma experiência inédita. Depois contem nos comentários qual foi a sensação. Para você que gosta de ler com música, clique no play do vídeo. Se no seu caso, prefere ler e ouvir depois, basta não clicar no play. Boa diversão!


Leia, Reflita, Comente!


https://pixabay.com/pt/photos/inseto-aranha-lua-noite-2719862/


A QUEDA DA ARANHA


por Carlos Palmito


Sobretudo e acima de todas as outras coisas, estava frio.


Miguel sentia-o a penetrar-lhe na roupa imunda que trazia vestida, cinco dias depois e ainda usava a mesma farpela com odor a velhos que rapinara no hospital.


Desde essa noite também não houvera regressado a casa, acreditava ser um risco maior do que se tivesse permanecido quietinho naquela cama sebosa ao lado de um verme moribundo ligado à pesada maquinaria falsificadora de vidas alheias.


Na sua mente dançavam imagens em repetição aleatória, teias e moscas, aranhas a pular sobre as vítimas, rasgando-lhes a roupa perfumada e penetrando-as com brutalidade. A selvajaria do ato, para no ato final as trespassar com o frio aço de uma lâmina doentia, conspurcar-lhes a beleza com o toque deifico da morte.


Os olhos eram negros e a alma desprovida de cor, assim se querem predadores e vilões num mundo cinzento construído sobre sangue suor e cadáveres que ainda não se aperceberam de estarem mortos.


* * *


Ao início da noite, ainda antes de se ter decido a ingressar na viagem até à perdição, passou pelo jardim, uma viagem rápida no cemitério da flora odorífica.


Lá perto, meio escondido numa viela, estava o táxi do seu único amigo, de gostos ainda mais peculiares que os seus próprios, já com uns rabiscos desenhados nas portas e pneus rasgados, ele tinha uma faquinha especial para estes vândalos, meninos de coro.


Uma faca para as meninas, uma para os meninos, e uma excitação igualmente doentia por ambos, o orgasmo está no perfurar, tanto faz ser homem como mulher, contudo essa faca agora estava tão desaparecida quanto o companheiro.


A visão do táxi fê-lo perceber que Pedro não tinha abandonado a cidade, que não estava com nenhuma das suas princesas, como ele lhes chamava. As que conduzia até ao reino de ossos e esqueletos, ele sabia que Pedro gostava de se demorar nessas ocasiões, mas levava-as sempre no táxi, o seu coche especial.


* * *


Naquele momento encontrava-se no acesso a uma viela, sentindo o sopro gélido que lhe trazia fragrâncias pútridas das vidas que habitam nos segredos das sarjetas de uma cidade defecada por deuses.


O olhar estava aprisionado pelo encanto do círculo amarelado que flutuava acima dos grotescos prédios descascados; uma lua que se quer sempre cheia, para iluminar todos e nomeadamente este beco, composto por sujidade, valetas e ratazanas homicidas.


A mão direita segurava o pénis do qual vertia uma cascata desleixada, qual chuveiro divino de uma entidade burlesca, na direção de um poste que supostamente alumiaria a viela, não fosse o fato de estar numa devastação completa, aliás, tal e qual quase tudo na metrópole do medo e fúria.


Mais mijo sobre a urina, ácido úrico para corroer esta coisa cheia de betão e cores artificiais, a maquilhagem desmesurada na cara de uma puta barata, que ele odiava.


Por ele, poderia tudo derreter em merda e escoar para um fosso ligado diretamente ao próprio inferno.


Um pingo caiu-lhe no sapato, que limpou distraidamente nas calças, já tresandava mesmo, não seria o aroma de mais uns pingos que fariam diferença.


Escondeu o falo mirrado nas calças, puxou o fecho para cima e ingressou nos becos labirínticos desta parte da metrópole, tudo era lixo, podridão, desolação e perigo, esta era a sua casa, sentia-se o Minotauro das aranhas.


Ultimamente tinha dores, desde a noite em que a presa escapou que as experienciava em toda a plenitude do corpo.


Felizmente os hematomas mais visíveis sararam bem, já não eram protuberâncias leprosas a desfigurar-lhe o rosto, mas simplesmente, manchas escurecidas… a dor, essa subsistia, uma memória persistente para o lembrar que nem todas as moscas são comestíveis.


* * *


Há duas noites atrás passou pela casa da velha, ele sabia perfeitamente que arriscava demais, os senhores para servir e proteger, montados nas suas carroças de luzes azuis poderiam estar à sua procura, ou de Pedro, mas ele precisava de saber o que acontecera.


Lembrava-se da briga, de ter perdido para um abutre de asas negras, um anjo infernal protetor de moscas imundas vestidas nas suas provocações. Como pode um homem resistir a tamanho desejo perante tais afrontas?


E precisava da sua faca, sem ela sentia-se nu, era uma extensão do seu corpo, a finalização cósmica do decrépito pénis.


Era apenas ela que lhe conseguia manter a ereção, a simples memória de a ver a penetrar lentamente nas carnes da sua presa, tantas vezes que ejaculara ainda nas suas calças perante a simples reminiscência do derradeiro capítulo.


Nessa noite aguardou duas horas na penumbra, sempre com o negrume dos seus olhos fixo na porta e na rua da velha de mamas descaídas e voz esganiçada, não existia movimento, provavelmente os porcos de farda azul empanturravam-se de donuts numa pocilga qualquer.


Ganhou coragem, atravessou a rua, sabia que a velha o execrava, e ele odiava-a com mais força ainda, contudo agora precisava dela, apenas por uns minutos.


Em tempos já tentara imaginar como seria trespassá-la com a sua lâmina, mas não conseguiu, apenas teve asco da visão que conjurou, nem mesmo a faca salvaria aquela desculpa esfarrapada de mulher.


Contornou a casa, pela janela aberta via-se uma luz amarelada proveniente de um abajur mais velho que a dona, e ouvia-se o som de música antiga, blues esquecidos na memória de uma criatura que já nem se recorda da sua própria existência.


Subiu os dois degraus para tocar à campainha, o botão mágico permissor da abertura de portas, esperou cinco minutos, e tocou de novo, com uma pontada de irritação a rastejar na sua pele, feito uma pulga na cauda de um cão.


Novamente, nenhuma resposta do lado de dentro, apenas uma Rosetta Tharpe a cantar na grafonola.


Teve a sensação de alguém ter espreitado por entre os cortinados, mas podia ser imaginação apenas, quiçá simples fantasmas decadentes de uma residência há muito finada por dentro.


O primeiro impulso foi o de arrancar a porta, rasgá-la das dobradiças como se fossem botões na camisa de uma puta velha, mas conteve-se, precisava de manter as atenções longe da sua pessoa, optou por se ir embora, metamorfosear-se numa borboleta da escuridão. Se Pedro estivesse, ele teria atendido.


* * *


Hoje o seu destino era outro, e este situava-se no centro dos dédalos becos da cidade ruinosa, um local onde era fácil perder-se, a mansão labiríntica da escumalha humana, ponto de encontro da ralé mais baixa da sociedade, ratazanas homicidas num mundo sem leis.


Nas vielas, virou na quarta intersecção à direita, marcada por um cão pintado a negro na parede de uma casa abandonada, depois virou novamente à direita, desta feita no quinto entrecorte, junto a uma ratazana azul. Os trilhos estavam marcados, mas era necessário saber interpretar os animais no zoológico humano dos becos das almas perdidas.


Caminhou por meia hora no labirinto, aproximando-se cada vez mais do local, a cada metro ganho, o ambiente tornava-se mais pesado, o lixo mais fétido e a noite húmida que nem o sangue a escorrer de uma mosca esfaqueada até à ejaculação.


Finalmente encontrou o local, a porta metálica de um armazém abandonado, olhou para cima, contemplando a lua que continuava nos céus, a iluminar timidamente este mundo, o olho do cu de um deus odioso a pintar um quadro arlequinesco com os seus tons de merda rala.


Inspirou uma golfada de ar apodrecido a saber a maçãs decompostas e suor de mil velhos sem pinga de naftalina, este não era um local para bebés de colo a cagarem perpetuamente nas suas fraldas, aqui só entravam aberrações e agarrados.


O vento tornou-se mais forte, elevando na sua loucura folhas de árvores inexistentes, beatas de cigarros esquecidos e o resto do excremento humano, isto é, caso existissem humanos ali, na terra dos monstros.


Pegou na aldraba, que saía da boca de um possível demónio irado, e bateu com ela três vezes, o vento estagnou, o pivete a animais mortos salientou-se acima de todos os outros, contou mentalmente até quinze, e voltou a bater, desta vez dez batidas espaçadas.


Ouviram-se passos do lado de dentro, Éolo voltou à sua loucura, o ferrolho destrancou-se e o vento fugiu, derrubando tudo na sua debandada aterrorizada. É assustador quando os deuses fogem dos monstros!


Um homem gigantesco de cara retalhada por uma antiga rixa de facas, abriu a porta. Envergava um fato negro com um machete pendurado a tiracolo, fitou Miguel por uns escassos segundos, e os seus lábios abriram-se num sorriso que mais parecia um rottweiler a mostrar os dentes antes de atacar.


— Aranhiço, que te traz cá? — indagou em voz fina, a disparidade entre o corpo e a voz era imensurável, quase recaindo nas teias do ridículo.


— Ando à procura do Pedro.


A besta passou com os dedos por entre o seu emaranhado de cabelos oleosos, fingindo refletir sobre a pergunta por entre a inexistência dos seus neurónios queimados com heroína.


— Não me recordo de o ver, mas entra — comandou, desviando-se enquanto apontava para o interior da masmorra infernal. — Dá uma vista de olhos por aí, pode até ser que ele esteja nos pisos inferiores, junto de algumas das princesas que ele tanto gosta.


— Outra pergunta, tens erva contigo? Queria fumar um, mas perdi o produto hoje, nem sei onde.


O símio olhou-o com desdém e soltou uma estrondosa gargalhada sarcástica que nem um trovão no centro da tempestade.


— Erva? Isso é para bebés, mas se quiseres pó de anjo.


— Não, deixa estar — retorquiu o aranha por entre a sua voz rouca, enquanto adentrava para além da entrada da perdição.


Estugou o passo, o primeiro piso não lhe interessava, era composto essencialmente por seres estupidificados a toque de estupefacientes, overdoses ambulantes, algumas das quais ainda nem tinham conhecimento de o ser.


Desceu mais dois pisos, a cidade de Sodoma e Gomorra, sodomia enclausurada pelas grossas paredes de granito, gemidos, gritos, dor, prazer, um misto de ódio e desolação, este também não lhe interessava, nem tão pouco a Pedro, a estar cá, ele não estaria neste andar.


Desceu um outro piso, aqui residiam virgens, demasiado velhas para Pedro, que já tinham sido usadas vezes demais, montadas num selim fálico no dorso de um touro de ferro. Pelos cantos existia sexo e riscos de coca, era a crueldade e a deturpação cósmica do significado que se dá à palavra gozo.


Desceu mais um lance de escadas, o local final das escadas de acesso publico, daqui para baixo, só os clientes mais refinados teriam acesso.


Existiam jaulas de ferro onde vagabundos lutavam até à morte a troco de pão e vinho, era Roma uma vez mais.


Sentado num camarim privado estava o imperador, a contemplar a majestosidade do seu império criado nas fundações da degradação humana.


Ao balcão existiam apostas feitas sobre qual dos vagabundos sobreviveria, berros de incentivo à morte aleatória conduzida por um veículo interestelar sem piloto nem volante.


Miguel dirigiu-se ao camarote do monarca, agradeceu para si mesmo a presença do homem que nunca dorme.


Na entrada, um gorila de dois metros meteu-lhe a pata no peito, e olhou para o chefe em interrogação, o qual concedeu passagem à aranha de olhos negros.


— Salticidae! — esticou-lhe a mão em cumprimento.


Miguel apertou-lhe a mão direita, onde, nas costas da mesma, estava tatuada uma rosa negra, um desenho gótico na mão do líder supremo da corrupção.


— Vim ver do Pedro, ele está por aqui? Não me digas que não sabes, não me apetece ir procurar o Príncipe na nojice que existe abaixo daqui.


— De que nojice, falas?


— Tu sabes, os gostos peculiares dele, eu gosto de mulheres, mas ele, ele gosta delas ainda antes de o serem, e sabes a repulsa que isso me dá, a náusea.


— Eu sei sim, Salticidae — respondeu friamente. — Mas olha, ele não está cá, não o vejo já há algum tempo.


Miguel franziu a testa, foi tempo perdido, e nem pensar que ia lá abaixo, aos pisos mais inferiores do degredo humano.


— Outra coisa, aranhiço, ouço uns rumores de gente a desaparecer, gente da nossa laia, e acredito não serem apenas rumores, olha à tua volta, a casa devia estar lotada, mas temos apenas meia dúzia de cães a ladrar para as jaulas. Tem cuidado, rapaz, penso que existe alguém a caçar-nos.


O senhor-teia-de-aranha arregalou os olhos negros, e perscrutou a sala, efetivamente o chefão tinha razão, isto estava abaixo de um décimo da capacidade total, algo estava a assustar os monstros.


Numa das jaulas, um sem-abrigo foi degolado com uma foice ferrugenta, espirrando sangue a seu redor, o vencedor poderia agora pendurar a sua arma, sendo mais uma vez graduado o rei da batalha, apesar de apenas ser um serviçal da insanidade.


— Agradeço a preocupação e as palavras, senhor Felício — esticou-lhe a mão em despedida. — Vou andando, acho que desaparecerei de circulação por uns tempos.


— Vai com Deus, Salticidae — deu-lhe uma palmada nas costas e aproximou-lhe os lábios dos ouvidos. — Tem cuidado — murmurou em tom preocupado.


Após a despedida, a aranha de olhos negros subiu os níveis do inferno em direção à rua, passou pelo gorila de face retalhada, e adentrou novamente pelos becos. Estava preocupado, O monarca nunca tinha sido homem de rumores, nem de temores, mas hoje sentiu-o com medo, quase que lho conseguiu cheirar no hálito.


Quarenta minutos passados encontrava-se na avenida, com as masmorras esquecidas na memória e o medo no coração.


Passou por uma banca de cachorros-quentes fechada, no alto, a lua brilhava na sua exponencia máxima, se cintilasse mais deixaria de ser lua e seria o sol. O vento, esse continuava tão gelado quanto o toque da morte.


Foi descendo por essa alameda, com as palavras do Felício e martelarem-lhe na cabeça. As carroças místicas conduzidas por Deuses sem seguidores roncavam na estrada, ao longe avistou um carro com luzes azuis no tejadilho, entrou na primeira viela que encontrou, os porcos alimentados a donuts não poderiam dar por si, era um risco demasiado grande.


Viu-os passar, a carruagem da guarda real, suspirou em alívio, ia para se ir embora quando lhe notou a presença, parada nesse mesmo beco, encostada a uma árvore desprovida de folhas, a mais bela das moscas que alguma vez houvera contemplado a envergar um vestido vermelho.


— Mosquinha, não queres vir até aqui ter com o papá aranhiço? — as suas palavras ecoaram no beco, repetidas à loucura.


Na ponta, a mulher de vestido vermelho olhou na sua direção, Miguel poderia jurar ter-lhe visto um sorriso.


— Estás a falar comigo? — perguntou. — Sou eu a tua mosquinha? — começou a caminhar na sua direção em passo trôpego.


Miguel estancou, sentiu os batimentos cardíacos dispararem, como as rotações de um carro quando lhe pisam o acelerador, seria assim tão fácil?


— Sim, mosquinha, vem aqui, que prometo não lhe morder — gargalhou, sentindo saliva na boca. — Muito.


Ela riu alto perante a afirmação, sem sequer abrandar a passada, deixando o senhor-teia-de-aranha estupefacto, nunca nenhuma lhe tinha reagido assim, nem mesmo as putas da zona industrial.


— Mas mordo eu, aranhita — ouviu-a dizer. — Mordo e com força, por isso, não me fodas a cabeça — baixou-se ao lado de um caixote do lixo, do qual retirou uma garrafa de vidro partida. — Que estou sem paciência.


Salticidae não teve tempo de reação, ainda se desviou para o lado, mas o vidro da garrafa entrou-lhe nos genitais, com força, perfurando tudo no seu caminho, calças, boxers, carne, tendões, estraçalhando-lhe o pénis. A mosquinha bêbada não era nenhum capuchinho vermelho, apercebeu-se disso quando tombou no chão em dor agonizante.


— Então aranhita, não o consegues meter em pé para mim? — ela zombava com a sua cara, a loba disfarçada de capuchinho gozava com ele. — Ou já te vieste? Deixa ver.


Agachou-se ao seu lado, contemplando o sangue que jorrava pelo gargalo da garrafa.


— É, parece que já te vieste mesmo, um sémen quente, viscoso e rubro… — pausou, fixou-o direto nos olhos negros, riu, com os cabelos castanhos a esvoaçarem ao vento. — Foi tão bom para ti, quanto para mim, amor?


No meio da sua excruciante dor, Miguel vislumbrou-a subir o vestido vermelho, e remover as cuecas da mesma cor, aproximou-lhe a vulva da cara, e aliviou-se ali mesmo, direto no seu rosto, um jato quente de ácido úrico.


Conseguiu ver a demente limpar-se com as cuecas, enquanto o examinava com uma expressão mordaz.


— Toma aranhita — enfiou-lhe as cuecas na boca, até à garganta, sufocando-o. — Uma prenda desta tua querida mosca — No mesmo instante arrancou-lhe a garrafa da genitália e cravou-lha no pescoço. A morte foi imediata, assim pereceu o rei das aranhas. — Não me devias ter fodido a cabeça.


Ela fez-se de novo à noite, o exorcismo estava feito, o demónio abandonou o corpo pelo gargalo da garrafa.


Vinte minutos passaram, e ouviu-se na mesma viela o chiar das rodas de um carro de supermercado, um ser de gorro de lã verde detém-se ao lado da aranha espalmada. Pega-lhe, erguendo-a de uma vez só com a força dos seus braços e atira-a para dentro do contentor do lixo, rouba-lhe a prenda da loba de vermelho da boca, e desvanecesse na doentia noite da cidade.


Nesse mesmo instante, no terceiro andar de um prédio, uma fada despertou. Ao seu lado dorme um anjo notívago, apoia-lhe a mão no peito e beija-lhe o rosto perto dos lábios, algo na sua alma dizia-lhe que o pesadelo tinha tido finalmente um término, de forma bruta e abrupta.


Lá bem em cima, talvez na casa dos Deuses, a lua alumiava as almas humanas, umas boas, muitas apenas construídas sobre impiedade e maleficência, contudo, todas essas coisas advêm de um único local, algo que a humanidade apelidou de sentimento.




AUTOR

Carlos Palmito

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