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ESPELHO
por Miguela Rabelo
IG: @miguelarabelo
A vida é suas expectativas... um escuta de um lado e nem sempre sente ou se manifesta do outro.
No entanto, o importante é percebermos que nosso valor está além do outro. E quando percebemos isso, nos damos o devido valor. E percebemos o quanto somos gostosas(os) independentemente do que o outro se manifesta. Esse auto-amor e desejo por si, tem que partir dento de si mesmos.
Se amar e se aceitar independente dos padrões sociais. Nem todos são belos (pela sociedade) e está tudo bem, pois possuímos qualidades aquém da beleza postada nas vitrines das redes sociais. E isso deve ser algo a ser desconstruído ao longo da vida.
Já me puni e me torturei muito por não ser quem os outros buscavam. Por isso, quantas rejeições passei… e quanto sofri. Após anos, entendi que minha beleza é algo muito particular e precioso para ser colocado nos balcões de comparações que nos diminuiu, reduzindo nosso valor ao que de fato não condiz com a realidade.
Minha beleza é rústica e hoje percebo que está tudo bem nisso. Pois, não vou me tornar refém da indústria da compulsão de sermos obrigadas a sermos mulheres "montadas" a servir meus atribuídos adquiridos em uma bandeja em meio a um pregão da "bolsa de valores" de sensações... Meus valores emocionais e espirituais estão acima dos padrões que essa sociedade nos impõe.
LOUCURA
por Ipê (Odilon Azevedo Filho)
Facebook: Odilon Azevedo Filho
loucura
é tentativa de cura
o tratamento
é o entendimento
da alma ser somente sua
ficando à parte do mundo
sem querer dele
nada desejar
pois de pele
a carne, sendo inútil
já nasceu despida,
transparente
e,
embora tenha vindo quente
permanece viva
mas completamente nua
SENTIDO DA VIDA
por Arléte Creazzo
IG: @arletecreazzo
Engraçado como as pessoas se preocupam tanto em conhecer qual o verdadeiro sentido da vida.
Para que viemos? Qual a nossa função neste mundo?
O que deixarei após partir?
Sinceramente nunca me incomodei muito com isso. Quero simplesmente viver.
Vai que descubro que vim para um propósito, do qual acredito que não seja para mim?
E se quiser um propósito alheio?
Se não deixar dívidas e lixo acumulado em minha partida, já morrerei feliz.
Será mesmo que a vida precisa ter um sentido?
Acredito que há muitas pessoas que “perdem” seu tempo em busca de encontrar o seu verdadeiro caminho, ao invés de viver aquilo que a vida lhe proporciona.
Não estou falando em deixar seus sonhos de lado, suas realizações, mas em aceitar que a vida que está levando agora é ótima.
Sei que nem todos têm uma vida ótima, e quando isso acontece, é realmente necessário mudar.
Se não estamos satisfeitos com o rumo que estamos tomando, dê seta e gire a direção.
Podemos lidar com nossa vida, como se estivéssemos atrás de um volante.
Seguimos em frente para alcançarmos nosso destino, mas podemos fazer algumas paradas no caminho.
Muitas vezes é preciso desligar o motor. Seja para uma pausa rápida, uma troca de pneus, um alinhamento, ou até mesmo para revermos o mapa e traçarmos novo rumo.
Haverá bloqueios na estrada. Um pneu poderá se furar, ou até mesmo teremos que parar para auxiliar alguém que esteja mais perdido do que nós.
E qual o sentido disso tudo? A vida.
E quando o nosso motor não tiver mais conserto, e realmente tivermos que encerrar nossa viagem, o que ficará serão os momentos vividos.
Viver, é o melhor sentido que podemos dar à nossa vida.
MEU DIA
por Simone Gonçalves
IG: @apoetizar_se
Novo dia...
Novo ciclo.
Um verão se foi, mais um...
Outono me abraça
Ah! Que abraço bom!
Presenteio-me com o largo sorriso
de um bem-te-vi que alegre, canta para mim.
Num voo rasante dos meus pensamentos me encontro na festa da vida… do meu dia.
Vejo-me solta, leve… feliz!
Comemoro e vibro em saltos de bailarina.
E assim agradeço à Deus meu dia, meu momento de alegria, de bênçãos.
De poder sentir meu coração pulsar na vibração feliz, sob o efeito do amor que recebo de tudo que vem ao meu encontro.
HIPOCRISIA ELEITOREIRA
por Antônio Carlos Machado
IG: @machadisses_ac
Nos próximos dias se esgota o prazo para cadastro dos novos e cobiçados eleitores que completarão dezesseis anos até o primeiro turno das eleições e é difícil não relacionar o evento com a hipocrisia disseminada no governo, no estado, na política como um todo.
A primeira e mais eloquente distorção é a questão da maioridade ou responsabilidade penal, o que, na prática, é um outro eufemismo porque existe uma penalização só que mais branda para os menores de dezoito anos.
Há também uma série de considerações a fazer a respeito, diminuída a idade, não teríamos presídios para todos, mas certamente teríamos a diminuição dos crimes, afinal existe a certeza da impunidade para nossos cobiçados eleitores.
A ideia é simples: que votem e se virem depois, cobrem a quem quiser.
Como sempre, números! É o que somos, uma estatística que pode ser favorável ou não.
Há ainda outra questão igualmente ou ainda mais importante que é o aliciamento desses menores por traficantes de drogas, outro câncer de nossa sociedade.
No entanto, toda essa discussão vai direto a outra discussão antiga: A Educação no Brasil.
A história se repete, temos filhos de pais mal-educados que se tornam cidadãos ruins, ao fim e ao cabo, é isso?
Creio não haver outra conclusão a que se chegar.
Sim, vivemos num país com distorções socioeconômicas desde sempre e esse ciclo se repete, formamos cidadãos que por não terem acesso à educação se tornam cidadãos que só reproduzem o que vivenciaram.
Nos deparamos com relatos de famílias miseráveis com quatro, cinco, seis filhos e a primeira constatação é óbvia:
— Como podem ter tantos filhos se vivem numa condição tão desfavorável, como pensavam (se pensavam) criar tantas vidas numa condição tão rival?
A verdade é que o estado que se transforma em governo, não está preocupada com seu povo, só está preocupada em perpetuar-se no poder.
O povo, ora o povo! Só precisamos deles para nos manter aqui.
O que precisamos é formar pessoas capazes de escolher e exigir o mínimo daqueles que se propõem a governar, esperemos que um dia isso seja mais que uma tese, que seja uma realidade.
*PEDIRAM-ME PARA FALAR DE AMOR*
por Joana Pereira IG: @temjuizo_joana
Eu falo de Amor, mas falo de um Amor que não é o amor que se fala por aí.
O que eu acho ser Amor vai mais para além das barreiras egocêntricas de um amor a “pares”. Confundem-no com o amor romântico, o das películas de um romance, mas não é. Este amor, que me pediram para falar, cheira a maresia, é mais que o desejo entre corpos, é mais que a atração química de almas, é uma maresia que se inspira e nos invade todas as células do corpo. Eu explico-vos o que é o Amor.
Quem espera amor, amor terá de ser. Para sermos amados, amáveis temos de nos tornar. E ser amável não é procurar o Amor, mas sim encontrá-lo. Onde? Em nós.
Teremos de ser essa maresia altruísta, de um amor universal que aceita todos os seres do jeito e com a liberdade de que são feitos.
Ser amor é saber amar em qualquer circunstância. É dar espaço para ser, saber ser sozinho, saber amar sozinho, o amor-próprio, sabem? Depois de ouvir todas as células do nosso corpo, depois de amar todos os contornos da nossa alma, estamos capazes de amar reciprocamente.
Este amor que trago hoje é um aliado ao crescimento individual e ao do outro.
É um de um Azul-turquesa gentil, feito de sorrisos no coração, mas nunca perdendo o seu próprio sorriso. Ele é disciplinado e suave. Dócil e astuto. Empático e mentor.
É saber ser uma extensão do outro, sem nunca perder a identidade.
É um elo ao desenvolvimento espiritual. Amar é ter prazer e ser colaborante no desenvolvimento positivo e individual do outro.
Só isso poderá ser Amor. Porque o verdadeiro Amor não cabe em 4 paredes de uma relação, não sabe estar entre os limites do nosso ego. Amor é tão mais que isso. O Amor é uma religião. A minha religião. Mas há religião que seja nada mais do que Amor? Ter fé que o Amor está na base de todos os valores morais da humanidade? É reconhecer o outro como uma parte integrante deste mundo, que tivemos a graça de encontrar, por isso, de poder respeitar, de poder amar como tal, como tão simplesmente é.
O Amor que vos descrevo hoje, é o Amor, o único, em que acredito.
ENCONTRO MARCADO
por Alessandra Valle
Uma pessoa por quem tenho profundo sentimento fraterno me enviou, esta semana, um vídeo pela rede social. Na descrição do referido vídeo havia apenas uma pergunta: “Qual seria a sua reação diante deste encontro?”
Ao iniciar a transmissão, reparei tratar-se de uma sala com ambiente à meia luz e apenas duas cadeiras, sendo uma ocupada por um homem que aguardava seu convidado. Seu corpo estava coberto por um pano roto sob as partes íntimas e, na cabeça, havia uma coroa de espinhos. Observei os vestígios de violência por toda a extensão de sua pele, mas, apesar das marcas, que pareciam ter lhe causado intensa dor, seu semblante era sereno.
O convidado aguardado entrou com os olhos vendados e após ocupar seu assento diante daquele homem, pode usar o sentido da visão.
Durante o filme, muitos foram os convidados que puderam estar diante de Jesus, recém-crucificado e as reações emocionais apresentadas foram as mais variadas.
A minha reação foi de choro, ao me transferir mentalmente para a cadeira vazia diante do Mestre. Relembrei imediatamente a vez em que fui convidada para participar da evangelização espírita infantil da qual faço parte há mais de dez anos. Aquele convite para trabalhar de forma voluntária, compartilhando os ensinamentos morais do Cristo, fora meu verdadeiro encontro com Jesus, em que aceitei seu chamado para trabalhar pelo bem.
Concluí que não precisamos encontrar com o personagem caracterizado, ou usarmos qualquer acessório, amuleto, ou mesmo adorar imagens de barro, ou de resina para sentirmos a emoção do encontro e nos aproximarmos de Jesus. Esse encontro é inevitável e ocorre constantemente.
O Mestre está no nosso lar e podemos encontrá-lo quando evitamos a discussão com falas que ferem e magoam, ou mesmo quando a alegria e a afetividade fazem morada no seio da nossa família.
Ele está no ambiente de trabalho que nos exige obediência e cumprimento de deveres dos quais não podemos prevaricar.
Está presente nas mãos que ajudam os necessitados, nos abraços que acalmam os aflitos e em todas as ações que enxugam as lágrimas dos infelizes.
Mas, principalmente, Ele está conosco em todas as provas e expiações nas quais precisamos escolher o caminho a seguir e, não raro, enfrentamos a nós mesmos para vencermos as paixões inferiores.
Temos muitos encontros marcados com Jesus, pois Ele é inspiração iluminativa incessante. Seus ensinamentos atravessam milênios e são bálsamos que confortam, consolam e impulsionam à evolução moral.
Por isso, seu convite quando disse “VEM E ME SEGUE” se renova a cada instante, incitando-nos a edificar nossa própria felicidade através da fé raciocinada e do firme propósito para nos tornarmos pessoas melhores.
E você, já encontrou Jesus hoje?
O FADO DE HOJE EM DIA
por Joana Rita Cruz
IG: @joanarc_poetisa
Vivemos numa sociedade fatídica
As crianças nascem de destino escolhido
As nuances são coisa frívola
E o mais genuíno sorriso é esquecido.
A maioria dos caminhos segue a educação
Mas seguem um esquema sempre igual
De engenheiros, doutores e desmedida ambição
Quando a arte que bate no peito, soa a desproporcional.
São poucos
Os atletas, os artistas, os escritores
São loucos
Os que não são cientistas ou do direito doutores.
É mais fácil prometer salários
Falar de futuros abastados por dinheiro
Esquecer os sonhos vários
E desviar do dom e do amor certeiro.
Não se faz vida pela arte,
Não se faz vida pela vida,
Faz-se pelo conhecimento “à la carte”
E a sabedoria fica dividida.
Vivemos num mundo pobre de espírito
Uma eterna novela sem paixão
E o que antes era onírico
Agora tenta-se afastar do coração.
Dizemos aos filhos para ser grandes
Estudarem mais do que brincam
Damos químicos com as sandes
Para que no cansaço ainda insistam.
É preciso medicamentos para estudar
É preciso falta de tempo para viver
Os jovens nem sabem pensar
Decoram textos, programam a ler.
Acho até engraçado
Tanta ciência, tanta política
Mas tudo se resume ao fado
Desta sociedade em tudo cínica.
Canto em meus poemas esta verdade
Sabendo que basta a rebeldia
Peço aos céus pela capacidade
De virar do avesso esta sociedade vazia.
Deixemos o fado trágico no romantismo
Cantemos comédias de ambições corretas
Deixemos os corações escolherem em secretismo
E seguirem vidas felizes e naturalmente incertas.
Deixemos as escolhas serem nossas.
RESILIÊNCIA
por José Juca
Atitudes inconscientes… Inconsequentes…
No cotidiano de determinado dia,
Sem cuidado, sem zelo, sem primazia,
Maculam, machucam prementes entes!
Corrói pensar em hora vivido,
Insensível momento injustificado,
Conduta afeta figura de meu apreço,
Dor de lá destrói coração a cá…
Aqui a de cuidar do amanhã,
Inteligência assimila momento dia,
Pensar… Entender… Aprender…
Posicionamento oposto perspicaz jaz.
Resiliência se faz necessária,
Superar dores e dissabores,
Caminhar… Estrada no foco,
Sabedoria presente estar a amar…
UM ALÍVIO
por Lucélia Santos
Há inúmeras formas de trocar um pensamento ruim por um bom. Quando algo que não quereremos pensar, surgir na nossa mente, podemos modificar na hora esse pensamento, não fazer sala para ele, senão, ele passará uma boa temporada assim, tirando a nossa paz. E ninguém merece conviver com isso. Dividir com alguém pensamentos negativos, problemas ou aflições, nos ajuda a aliviar a carga, é pesada demais às vezes, para carregarmos sozinhos. Por mais que esse alguém não resolva, mas, falar alivia, desabafar nos faz suspirar aliviados, às vezes parece até que aquilo se resolveu, mas, na verdade, algo começa a se resolver em nós, este é o ponto. Da mesma forma que para nós escritores, escrever nos faz transbordar, é uma maravilhosa escapatória para derramar emoções há muito tempo guardadas. Podemos também decidir ser uma esponja ou não, absorver tudo de ruim ou apenas ouvir e não carregar esse fardo. Leva tempo, mas, é necessário treinar a nossa mente para nos ajudar. A sempre procurar um plano B, uma válvula de escape. Somos o que sentimos. Sentimos o que absorvemos. Filtrar e escolher o que fica, pode ser um bom plano. Porque assistir a um filme com um drama triste, se o que desejamos é nos animar? Porque ouvir uma música que nos traz más lembranças e nos deixa para baixo? Cabe a nós, decidir. Vai dar trabalho, vai exigir tempo e esforço, mas, depende unicamente de nós. É o nosso emocional que está em jogo. É uma luta diária. Sabendo que nos amar e cuidar de nós, vale muito a pena.
NOSSOS COLUNISTAS
Da esquerda para a direita: Arléte Creazzo, Alessandra Valle e Joana Pereira. Depois Joana Rita, José Juca e Antônio Carlos Machado. Depois Miguela Rabelo, Ipê, Lucélia Santos e Simone Gonçalves.
Cada texto uma doce alegria.
Simone, o seu outono tem uma alegria contagiante.
Miguela, muito significativa a expressão: Beleza rústica
Joana Pereira, o seu texto é magnífico.
Lucélia, cuidar de nós, sim vale à pena. Nos amar, sim vale muito à pena! 🌹
Parabéns a todos colunistas!
Sou muito grata de estar por aqui podendo agregar positivamente com minhas reflexões.
E vejo que de alguma forma os pensamentos se conectam sejam na mão ou contramão...
Infelizmente a educação em casa reflete dentro da sala, vejo isso muito em sala de aula. E a carência de discernimento das escolhas são reflexo disso.
O encontro mais que necessário com Cristo dentro de nós. Que essa encontro se torne um estado presente sempre!
Precisamos fazer força para vivivermos de maneira melhor, remediando as tristezas com uma porção de força de vontade todos os dias!
E o amor próprio... como é essencialmente necessário esse reconhecimento diante nossa alma refletida no espelho.
Mas nunca fui de gastar muito tempo questionando o sentido…
Parabéns aos colegas poetas pelos profundos e reflexivos textos. Muitas questões a pensar... Pessoais e sociais! Muito aprendizado em curto espaço de tempo. Grato! Abraço! Sucesso... A todos.