REFLEXÕES Nº 182 — 19/10/2025
- Luiz Primati
- há 1 dia
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LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.
ROUPA VELHA
Recentemente, assisti a A Substância, filme indicado a cinco Oscars em 2025, incluindo Melhor Atriz para Demi Moore em uma performance transformadora e irreconhecível. Apenas o Oscar de Maquiagem e Cabelo foi concedido – e com razão, pois na carne dilacerada e nos rostos deformados reside o horror essencial: não o monstro na tela, mas o que se reflete no espelho da condição humana.
Considere: uma celebridade em busca da juventude eterna, submetendo-se a "milagres" que prometem reverter o envelhecimento. Tratamentos invasivos, cirurgias que mutilam a pele, substâncias que iludem o tempo. A verdade é inescapável: resistir ao envelhecimento é negar a própria evolução. Equivale a vestir uma roupa apertada demais, rasgando-a para se ajustar ao corpo do passado, ignorando que ela foi concebida para se desfazer.
Entrei no filme desavisado e saí perturbado – não pelo gore que premiou o Oscar, mas pela profecia. Demi Moore, ícone de beleza impecável, dissolve-se em uma criatura grotesca: pele esticada como cera derretida, olhos vazios de quem sacrificou a essência pela aparência. E a ciência? Grande ilusionista, persegue inovações que salvam vidas, mas também cria monstros que nos consomem internamente. Surpreende pelo bem; devasta pelo mal.
A metáfora do filme é clara: o corpo é uma roupa emprestada nesta jornada existencial. Vesta-a com orgulho na juventude, quando ela reluz, fresca e plena de vigor. Com os anos, ela enruga-se em sulcos de sabedoria, desacelera em passos carregados de experiência, treme em ecos de vitórias conquistadas. Contudo, zombamos do idoso, da pele envelhecida, da fragilidade que inevitavelmente nos envolverá. Rir da roupa velha é rir de nós mesmos, pois o espelho não mente: você será a próxima dobra, o próximo fio desgastado.
Nenhum elixir detém o inexorável avanço da idade rumo ao fim. Eis, porém, a revelação: despoje-se dessa roupa gasta e renasça – não despido, mas envolto em outra, nova e talvez mais luminosa, impregnada com as lições da anterior. Ela envelhecerá, como deve ser: um ciclo de renovação, não de aprisionamento. Sua alma é eterna, intocada, superior a qualquer juventude artificial.
Pensamento para a vida: o corpo é uma roupa emprestada. Vesta-a, viva-a, honre-a – mas nunca se identifique com ela.
E você? Até quando persistirá em mutilar a roupa atual para se apegar ao passado, em vez de abraçar o novo que o aguarda?
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros, encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
AMAR É TUDO!
Quando amamos alguém, qual é o melhor que podemos dar a esse ser amado? Ouvir, olhar, estar presente, são atos de amor, um olhar carinhoso, estar ao lado, mesmo em silêncio, pode causar uma grande satisfação ao outro.
Quem ama é sensível, afetuoso e cuidadoso. O coração que recebe esse amor fica cada dia maior, para caber grandes felicidades.
Amar é permitir que o outro exista plenamente sem que a gente o molde, respeitando sua individualidade, valorizando a liberdade do ir e retornar, sem cobranças ou imposições. Esse tipo de amor valoriza a liberdade e incentiva o crescimento pessoal. Amar é estar ao lado sem sufocar, apoiar sem controlar, compartilhar sem exigir mudanças, é permitir que o outro floresça em sua autenticidade. É um gesto de profunda confiança e respeito, tornando a convivência mais leve e enriquecedora.
Cada um é o que pode ser, com suas imperfeições, que muitas vezes nos tornam lindos, como seres de incompletudes.
Amar é ser brisa.
Amar é oferecer um cafezinho, sem hora marcada.
Amar é dar um abraço apertado em quem gostamos.
Amar é deixar e deixar-se florescer.
Amar é simples, extraordinário, as histórias do cotidiano nos preenchem e aquecem nossas necessidades.
Valorize as presenças, vamos sorrir com o nascer do sol nos acordando, vamos sonhar e ampliar nossas imaginações.
O verdadeiro amor mora no tempo, sem pressa. Amar é criar espaço para que o outro cresça. Amar é sonhar, tropeçar e recomeçar, sempre com a disposição de compartilhar caminhos.
Dessa forma, amar transcende expectativas e se transforma em uma fonte inesgotável de descobertas, encantamentos e aprendizagens.
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
CAOS NA SEGURANÇA
Vivemos em uma sociedade
doente onde convivemos
cada vez mais com gente
indecente que lá na câmara
municipal vive tentando ser
descente e isso vem
deixando o cidadão
de bem totalmente descrente.
Enquanto isso, no nosso
congresso nacional os
nossos eleitos estão
brincando de governar
diante desse código
penal retrogrado e
imoral que há anos
da licença para os
fora da lei matar.
E com essa conduta leviana dos nossos políticos, a população paulistana sofre com a insegurança e leva uma
vida desumana enquanto
isso, na câmara, os nobres
levam uma vida de bacana
Enfim, no final de mais uma
jornada mais um cidadão
de bem teve a sua vida
ceifada em um assalto
à mão armada que
deixou a vítima
agonizando na
beira da calçada.
Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
O BANQUINHO VERDE E BRANCO
Há sempre um canto do mundo que nos acolhe sem pedir nada em troca. O meu é um banquinho acolchoado, verde e branco, discreto, à beira de uma janela que pouco se abre. Foi ali, entre pausas de trabalho e silêncios compartilhados com o ar morno do ambiente, que percebi: esse pequeno espaço me escolheu antes mesmo que eu o notasse.
É curioso como certos lugares se tornam confessionários silenciosos. Como testemunhas de pensamentos, mensagens enviadas às pressas, lembranças que retornam sem serem convidadas. Sento-me e, de repente, o tempo parece suspenso, como se cada segundo respirasse mais devagar.
Lá fora, o outono britânico insiste em esfriar o mundo, mas aqui dentro o frio não chega por inteiro. O vidro grosso das janelas impede o vento, mas não consegue calar os pássaros. É como se a natureza encontrasse uma fresta invisível para me lembrar de que a vida continua lá fora, mesmo quando a rotina nos aprisiona em silêncios e tarefas.
Talvez seja isso que me traz de volta a este banquinho: o convite sutil para sentir, ainda que de leve, o movimento do que existe além da janela. Há dias em que penso que reflito, há outros em que apenas descanso. Mas, no fundo, cada vez que me sento aqui, algo em mim repousa e se reorganiza.
E enquanto a chuva desenha linhas invisíveis do lado de fora, percebo que há lugares que não apenas nos abrigam, eles nos lembram quem somos quando tudo se cala.
ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
PEQUENOS DETALHES
Detalhes, retratos, atalhos, saudades:
tudo se entrelaça em uma só imagem.
Cada atalho é uma surpresa,
e cada detalhe,
um retrato com flores silvestres
no canto da porta entreaberta,
o vento sussurra uma canção de esperança.
A caneta desliza,
a folha está pronta,
e o sonho alça voo —
pois todo sonho voa um dia.
Então…
o sonho acontece
com lindas esperas.
E…
as asas do sonho
aparecem nos pequenos detalhes.
Ilze Maria
@Ilzepoesias
WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
SÃO TANTOS LUGARES
São tantos os lugares,
Que posso ti encontrar,
Me da só um sinal,
Que vou correndo te buscar,
Prometo, prometo nunca mais sua mão soltar.
Minha amiga,
Um amor não se dá a mão,
O amor se faz um laço,
Dentro de sua alma.
E com muita calma,
Tudo ultrapassará a paixão,
Não terá como base a razão,
E será muito mais que paixão.
ZÉLIA OLIVEIRA é natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
AMOR ASFIXIANTE
Sabes que te amo loucamente,
Por isso, pisoteias meu coração constantemente.
Amor cruel, dominador,
Ofereces migalhas de afeto,
Tens atitudes contraditórias,
Minha vida virou um deserto.
Em alguns momentos, tratas-me bem,
Em outros, jogas-me os pés.
Despedaças meu coração...
Depois finges preocupação.
Ah, esse amor sufoca,
Massacra,
Tira minha paz,
Atormenta-me demais.
Esse amor asfixia,
É letal.
Quero seguir minha vida,
Preciso pôr um ponto final.
Meu nome é CÉLIA, nasci em 8 de julho de 1961, em Sepetiba, Rio de Janeiro. Sou casada, tenho quatro filhos e oito netos. Sou aposentada como professora do Município de Itaguaí, formada em Letras (Português/Literatura) e pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos. Trabalhei por muitos anos com projetos voltados para adultos no período noturno, em escolas infantis e bibliotecas. Foram anos que passaram como um sopro, pois fazia o que me trazia felicidade. Sou membro da Academia Itaguaiense de Letras, ocupando a cadeira número 2, cujo patrono é Machado de Assis. Publiquei os livros Retrato Poético, com poemas para adultos e crianças; Reflexões: 150 dias para mudar a sua vida, inspirado nos 150 salmos da Bíblia; e Quintal da Alma, uma coletânea de poemas e reflexões. Também participei de diversas antologias, coletâneas literárias, feiras literárias, festivais e concursos literários. Minha meta é disseminar a literatura, formar leitores e perpetuar minha escrita.
DESABAFO
O choro não cai torrencialmente.
É um choro contido
Lágrima silenciosa
Para não incomodar ninguém
Para não dar ao mundo
Sua tristeza, sua angústia.
Ela é forte
Ela é bonita
Ela sai para a vida
Ela sorri
Ela distribui bom dia, boa tarde, boa noite
Mas queima no peito
A sua rotina
A sua solidão
Ter que dar conta de tudo
Não deixar a peteca cair.
Sua emoção fica retida
Um nó preso na garganta
Mas ela sabe
Que a qualquer momento
Tudo pode ruir!
Nada se sustenta por muito tempo
E ela procura um jeito
Uma saída para a sua vida
Dividir a carga é preciso!
Todavia, ela se sente sozinha
Caminhar junto seria a solução
Pois a vida fica mais bonita
Quando se divide afeto e atenção!
Marinalva Almada é diplomada em Letras Português / Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023, realizei o sonho de publicar pela Valleti Books o livro "Versificando a vida", juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.
CIRCUITO FECHADO
Fogo, fumaça. Falta de ar. Nariz irritado. Tosse persistente. Garganta inflamada. Espirro, coriza, congestão. Olhos vermelhos. Peito apertado. Rinite, sinusite. Alergia.
Diagnóstico. Receita. Remédio. Inalação. Soro. Injeção.
Inspira. Expira. Respira. Luta. Vida.
Ciclo da poluição.

AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
PRESENTES
Conversando com amigos, há alguns dias, sobre aniversários de quinze anos, percebi a diferença entre os presentes do meu tempo de menina e os de hoje.
Lembro-me de que, na minha infância, ganhávamos calcinhas, meias e cortes de tecido para que fossem feitas as roupas, já que as lojas de roupas prontas eram muito caras.
Hoje, se a criança não ganha brinquedos eletrônicos — daqueles que levamos uma semana para entender o manual de instruções — parece que será preciso pagar um psicólogo para que ela encontre a felicidade.
Quando fiz quinze anos, meus presentes foram: uma bolsa de palha, um porta-batom, bijuterias e bloquinhos de anotações para levar na bolsa. Coisas simples, mas que me fizeram feliz por serem exatamente o que eu queria.
Atualmente, as festas de quinze anos se tornaram muito mais sofisticadas — e os presentes também. Quem é convidado costuma se preocupar em dar joias, bolsas caras, cremes e maquiagens de marcas famosas (e igualmente caras), deixando a impressão de que o valor do presente é mais importante do que o carinho e a atenção na escolha.
Nos casamentos acontece o mesmo. Antigamente, os padrinhos davam presentes como panelas, jogos de copos, facas elétricas, aparelhos de jantar — elementos necessários para o início de uma vida a dois —, mas simples, que não exigiam que os padrinhos fizessem carnês para pagar.
Hoje, os presentes passaram a ser maiores e mais caros: geladeiras, fogões, máquinas de lavar... e não basta ser qualquer modelo, precisa ser o de última geração.
Não reclamo de ganhar um presente caro, mas tenho a impressão de que, muitas vezes, as pessoas disputam para chamar atenção com o presente dado.
Recentemente, dei um livro à filha de um casal amigo e me encantei quando ela disse que foi o melhor presente que recebeu.
É disso que falo: do carinho em perceber o valor do verdadeiro presente, e não o valor do presente.
Sei que os tempos mudam, as pessoas também, mas tenho saudades de quando as coisas eram mais simples e menos competitivas.
Devemos lembrar que uma única rosa pode ter o mesmo efeito que um buquê inteiro de flores, se for dada com carinho.
Um bambolê ou uma pipa podem fazer os olhos de uma criança brilharem ainda mais se tirarmos um tempinho para brincar junto com ela.
Entendo que, na correria do dia a dia, é prático abrir o celular, clicar e receber o presente em casa. Mas devemos lembrar que, ao presentear alguém, é importante que o gesto venha acompanhado de um afetuoso abraço e palavras carinhosas.
Afinal, um presente é mais do que um lindo pacote — é necessário se fazer presente.
LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista, contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escrever poemas e minicontos infantis.
DOCE OUTONO
Tu, amor, esvaiu-se de mim junto com a brisa leve do outono e eu aqui, em prantos
Levando consigo o cheiro doce das folhas secas que caíam sem descanso
Despediu-se com um beijo, tornando gélidas as tardes de inverno
Tu, que me prometeu as chamas de um amor eterno.
Sou como uma árvore de outono, despida de contentamento
Com minhas lindas vestes sendo levadas ao relento
À espera de noites longas, procurando um quente cobertor
Pedindo aos céus um alívio para tamanha dor.
E meu coração enfraquecido, arrastando-se de tanta saudade
Causa um aperto no peito e chove em meu rosto toda tarde
Lembro-me de tua imagem ficando distante quando partiu
E aqui dentro, uma ferida ardente se abriu.
Nunca foi tão cruel e triste despedir-se do doce outono
Estação em que me apaixonei perdidamente pela primeira vez, como um sonho..
As folhas não caíam mais no meu quintal
Só despedaçou-me, nascendo em mim um amor puro e imortal.
Sou DAVID RODRIGUES, nascido em Anápolis, GO, filho mais velho de uma família humilde. Minha jornada foi marcada por perdas e descobertas, até encontrar meu verdadeiro propósito. Apaixonado por desenhar e fascinado por motos, hoje caminho com uma fé inabalável em Deus. Sei de onde vim, quem sou e para onde vou — e quero compartilhar essa jornada, inspirando e levando comigo o maior número de pessoas possível.
IMIGRAÇÃO DA TERRA VS IMIGRAÇÃO DO CÉU
Na imigração da terra, quando alguém muda de país, precisa aprender novas leis, língua e costumes. Quem se recusa a se adaptar, não prospera. A nova terra exige um novo modo de viver.
Assim também é a imigração do céu. Quando entregamos nossa vida a Cristo, mudamos de reino. Ainda estamos na terra, mas agora vivemos segundo os princípios do céu. Amor em vez de orgulho. Perdão em vez de vingança. Fé em vez de medo.
Viver como cidadão do céu é escolher diariamente os valores do Reino, mesmo quando o mundo segue outra direção. É permitir que o céu habite em nós, para que, onde estivermos, a presença de Deus transforme tudo ao redor.
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