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REFLEXÕES Nº 162 — 01/06/2025

Máquina de escrever antiga
Imagem criada com a ferramenta de IA ChatGPT
AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.

PERDAS E RENASCIMENTOS


A lagarta, pequena e frágil, rasteja pela vida, carregando em si um mistério que só a natureza compreende. Em um momento de silêncio, ela se recolhe, construindo ao seu redor um casulo de solidão. Não é um fim, mas um intervalo sagrado. Dentro daquele invólucro, a lagarta se desfaz, dissolve-se em sua própria essência, para então renascer como borboleta — vibrante, livre, alada. Essa metamorfose não é apenas um espetáculo da natureza; é um espelho da alma humana.


Assim como a lagarta, nós, humanos, enfrentamos momentos em que a vida nos fere. A perda de um ente querido, o fim de um sonho, a sombra da depressão — essas são as tempestades que nos empurram para dentro de nossos próprios casulos. Quando alguém querido parte, é como se o chão sob nossos pés desmoronasse. A dor nos envolve, e, muitas vezes, escolhemos o silêncio, a introspecção, o recolhimento. Nesse casulo de solidão, choramos, questionamos, nos perdemos. Mas, assim como a lagarta, esse momento de escuridão não é o fim. É o prelúdio de um renascimento.


Pense na pessoa que, devastada pela perda de um familiar, se fecha em sua dor. Ela se afasta do mundo, como a lagarta que se esconde do sol. A depressão a envolve como um casulo, mas, dentro desse espaço, algo profundo acontece. Lá, no silêncio, ela enfrenta suas sombras, reconstrói seus pedaços, descobre forças que não sabia possuir. E, um dia, como a borboleta que rompe o casulo, ela emerge. Não é mais a mesma. É mais forte, mais sábia, com asas forjadas na dor e na resiliência.


A natureza, em sua sabedoria, nos oferece outras lições. Veja a árvore que, no outono, deixa suas folhas caírem. Cada folha que despenca é uma perda, um adeus. Mas a árvore não morre; ela se despe para se preparar para a primavera, quando novas folhas brotarão, mais verdes, mais vivas. Assim é com as pessoas: às vezes, precisamos deixar ir — um relacionamento, uma versão antiga de nós mesmos — para dar espaço ao novo.


Considere o rio que, ao encontrar uma rocha em seu caminho, não para. Ele contorna, adapta-se, segue fluindo. Nós também enfrentamos obstáculos — lutos, fracassos, desilusões. Como o rio, aprendemos a nos moldar, a encontrar novos caminhos, a continuar apesar das barreiras.


E o que dizer da semente? Enterrada na escuridão da terra, ela enfrenta o peso do solo, a ausência de luz. Mas é exatamente nesse confinamento que ela se transforma, rompendo a casca para buscar o céu. Assim são os momentos em que nos sentimos soterrados pela vida. A escuridão pode parecer eterna, mas é nela que germinamos, que encontramos a força para crescer.


A vida imita a natureza em sua dança de perdas e renascimentos. Cada ciclo, cada transformação, nos lembra que o fim é apenas o começo de algo novo. A lagarta não teme o casulo, a árvore não lamenta suas folhas, o rio não recua diante da rocha, a semente não desiste sob a terra. E nós, humanos, carregamos essa mesma força. A dor nos molda, mas não nos define. O casulo nos acolhe, mas não nos prende. Renascer é nosso destino.


E você? Já se recolheu em seu próprio casulo, enfrentando a escuridão para encontrar sua luz? Já descobriu, em meio à dor, as asas que o fizeram voar mais alto?

 

AUTORA STELLA_GASPAR
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

RAZÃO E EMOÇÃO


A integração entre os dois hemisférios cerebrais, o esquerdo e o direito, acontece de forma natural e necessária. Ambos são importantes para a nossa condição humana, promovendo espaços de pensamentos e sentimentos.


A razão significa cálculo, conta, medida, regra, é a faculdade de julgar, raciocinar, compreender e ponderar. Enquanto a emoção é uma experiência subjetiva, associada a sentimentos, estes sendo lapidados pela razão, a transformando em pedra preciosa.


Cada um de nós compõe o colorido e a beleza de nossa individualidade, de nossas criatividades. O vigor de nossos pensamentos, em sintonia com as nossas emoções, aponta para vivermos uma vida dinâmica, sem limites, para buscarmos a nossa liberdade de transformar a estética de nossas motivações.


Reinventar o dia a dia, com ideias e motivações, são ações possíveis, nos levando a fortalecer a nossa capacidade de superação.


Sabemos que não existem soluções mágicas, e sim a vontade de olhar para um mundo cheio de possibilidades, como amar, viver…


Unir cérebro e emoção rompe com o vício e a impregnação de uma vida somente racional em detrimento dos afetos.


Vamos pensar nessas reflexões?


Fiquem felizes!


AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.

INFÂNCIA ROUBADA


No Brasil, segundo o ministério da justiça e segurança pública, seis crianças desaparecem por dia,

crianças que são aliciadas na porta das escolas, crianças

que são aliciadas por trás

da tela de um computador;

crianças que são observadas

nas redes sociais, crianças

que são observadas nas praias, crianças que só querem ser criança e viver a plenitude

da sua doce infância.


Crianças que estão sofrendo

após ter a sua infância roubada

após serem sequestradas,

após serem abusadas,

após serem vilipendiadas,

e muitas são forçadas

a se prostituir e a alimentar

esse mundo obscuro

da prostituição infantil.


Todos os dias,

no finalzinho da tarde a

menina saía para comprar

pão, e voltando da padaria,

a menina caminhava toda

serelepe na beira da calçada

até que ela foi abordada

por um desconhecido

que a convenceu

entrar em seu carro.


Com a demora da menina,

sua mãe ficou preocupada

e saiu desesperada à sua

procura, sem sucesso,

Dona Maria seguiu para

a delegacia, ao chegar,

se surpreendeu com o

relato da delegada

que afirmou que o

desaparecimento

só poderia ser

considerado após 24h.


Isso é uma falta de sensibilidade

diante da dor de uma mãe

afinal, as primeiras horas

são cruciais para encontrar

uma pessoa desaparecida

ainda mais se tratando de

uma criança de nove anos,

dona Maria seguiu

procurando sua filha,

desesperadamente com

apoio dos familiares

e dos vizinhos.


A polícia iniciou uma investigação

porém, conforme o tempo foi passando, Alice se tornou mais uma estatística da sociedade

e após quinze anos de angústia

ela se tornou mais uma criança que desapareceu dentre

milhões que já desaparecem

no Brasil e no mundo.


Atualmente, Dona Maria de Lurdes

se juntou ao movimento das mães

da Sé que lutam incessantemente

para encontrar seus filhos e filhas

desaparecidas, na placa que dona

Maria carrega no peito está escrito que a menina Alice desapareceu com nove anos e hoje onde

ela estiver está com vinte

e cinco anos, com o olhar

cansado, mas cheia de

esperança; Dona Maria

sonha com o dia de

reencontrar a sua filha.

 

AUTORA KENIA PAULI
Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.

REFLEXÃO DE UMA TARDE NO JARDIM


Era um sábado à tarde, e eu estava sentada do lado de fora, bem na entrada da porta da cozinha, observando a movimentação no jardim da minha casa.  As folhas das árvores balançavam com o vento, desprendendo-se com suavidade, como se atendessem a um chamado silencioso da natureza.


A brisa fresca da primavera tocava meu rosto com delicadeza, como um carinho inesperado, e o canto dos pássaros preenchia o ar com uma harmonia serena. Diante de tanta simplicidade, me vi mergulhada em silêncio. Um silêncio cheio de sentido.


Ali, naquele instante comum, comecei a refletir sobre a vida. Como ela se move, muda, escapa. Percebi como, muitas vezes, estamos ocupados demais para notar a poesia que existe nos momentos mais simples. Mas é justamente neles que a vida se revela com mais verdade.


A cada folha que caía, via a metáfora dos ciclos, entre o deixar ir e o do renascer. A vida é feita disso: de ventos que nos atravessam, de estações que nos transformam, de pausas que nos ensinam a somente ser.


AUTORA ILZE MATOS
ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.

ESSA FELICIDADE


Felicidade é o dia a dia,

cada detalhe importa — e muito!


Se aparecer uma flor,

uma folha,

alguém especial,

um livro,

uma borboleta,

um beija-flor…


Ou mesmo

um desânimo,

uma melancolia,

uma dificuldade,

mágoa…


Não importa o que surgir,

diga:

“Vou seguir essa felicidade pelo mundo!”

 

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
ZÉLIA OLIVEIRA é natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.

MÃE


Mãe é ternura,

É renúncia,

Entrega,

Doação,

Abnegação.


É vínculo perfeito de amor,

É cuidado protetor.

Independente da idade do filho,

Sempre haverá preocupação.

Desde a gravidez,

Inicia-se a sua dedicação.

Na adolescência, os conselhos se intensificam:

– Fique longe de brigas!

– Evite as más companhias!

– Foque nos estudos!

– Lembre-se disso todos os dias.


Ser mãe é ter amor sublime,

Incondicional.

O cordão umbilical

É cortado ao nascer,

Mas o amor perdura

E tende a crescer.


Mãe é colo,

É brisa que refrigera.

É o lindo pôr do sol

Que deixa a vida mais bela.


Mãe é oceano de amor

Que transborda no coração.

É fonte de carinho e alegria,

É a mais linda poesia.


AUTORA MARINALVA ALMADA
MARINALVA ALMADA é diplomada em Letras Português / Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023 realizei o sonho de publicar pela Valleti Books, o livro Versificando a vida, juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.

MEIO AMBIENTE


Junho é o mês que nos propõe refletirmos, mais ainda, sobre o meio ambiente.

Como está o meio ambiente?

O que está sendo feito para preservar o meio ambiente?

Como está a saúde do ser humano e de outros seres vivos diante de tanta devastação?

Como está a fiscalização dos orgãos ambientais?

Quem mais polui?

Vemos todos os dias, tristes notícias, veiculadas nos meios de comunicação, em decorrência das mudanças climáticas.

Quando a consciência ambiental será adquirida?

Onde vamos parar com tantos interesses egoístas dominados pela ambição do lucro?

Toda vida importa.

A hora de cuidar do futuro é agora, amanhã poderá ser tarde demais.


AUTOR WAGNER PLANAS
WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do  Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.

O ADEUS QUE QUEIMA


O adeus que queima,

Feito uma explosão,

Não tem quem queira,

Machucar o coração.


O desamor e o desespero,

A agonia da solidão,

De Deus eu espero,

Um pouco de compaixão.


A despedida,

O último abraço,

A dor da partida…


O adeus para nunca mais,

Poesias no calhamaço,

Saudades serão demais.


AUTORA SIMONE GONÇALVES
SIMONE GONÇALVES, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

SILÊNCIO EM CHAMAS


Domínio ardente

Que me consome há tempos...

Não consigo descobrir um caminho para sair.

Para me libertar desse silêncio

É necessário desabafar.

Mas, como começar?

É algo tão forte esse medo

Já se tornou um fardo esmagador.

Entre esperança e certeza


Preciso apenas de uma chance

Uma saída que me liberta dessa prisão

Que se converteu no meu temor.

De não conseguir voar...

Até onde meus desejos mais secretos

Desejam encontrar-se...

É necessário decolar.

Me soltar desse silêncio

Que está em erupção...


AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

A TECNOLOGIA DO DESEMPREGO


Cada vez mais a tecnologia avança para setores e ocasiões que há cinco anos não imaginávamos.


Coisas que apenas víamos nos filmes, imaginando se algum dia tudo aquilo aconteceria. E aconteceu.


Mas infelizmente com a chegada do avanço tecnológico, chegou também o desemprego.


As agências bancárias se fechando, já que podemos fazer várias transações através dos aplicativos bancários.


Frentistas perdendo seus empregos por conta de bombas que funcionam através do próprio cliente.


Até mesmo cursos EAD tirando emprego de professores, já que um mesmo professor pode dar aula para muito mais alunos através da internet.


Livrarias falindo por conta de Ebooks e escritores quase não tendo credibilidade por conta da inteligência artificial.


Cenógrafos e decoradores já perderam suas funções, já que a maior parte das filmagens é através de um fundo verde que se tornará a imagem.


Mesmo os atores não serão mais úteis, já que basta colocar seus rostos em um programa, para que se crie uma cena.


Então me pergunto: qual será a função do ser humano além de apertar botões? Onde fica o calor humano?


Teremos saudades do cordial bom dia do porteiro, ou do gerente do banco dizendo: sente-se por favor?


Cirurgias já são feitas através de muitas máquinas (o que não estou dizendo ser ruim), mas é muito bom ter um rosto ao seu lado, tendo ao menos uma ideia de como se sente, já que uma máquina não pode fazer isso.


Sentiremos falta do ser humano que ajuda, que informa ou que cumprimenta?


Podemos ter falhas e não executar o trabalho direito sempre, mas as máquinas também não são infalíveis, afinal são feitas por humanos, por enquanto.


AUTORA LUCÉLIA SANTOS
LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e minicontos infantis.

MEMÓRIAS


Lembranças chegam como borboletas, voando leves e pousando suavemente no jardim do meu coração. Como cenas de um filme, elas trazem à tona lugares queridos, pessoas amadas, uma música inesquecível, familiares, estradas e brincadeiras que arrancavam sorrisos. Falam de saudade, de um tempo dourado que vive em nós.


Sem essas memórias, não seríamos quem somos. Com elas, construímos uma colcha de retalhos, cada pedaço de tecido carregado de significado. Minhas lágrimas regam esse jardim, onde florescem flores com a minha essência — tudo o que fui, vivi e senti. Elas perfumam o ar e nos ensinam que somos feitos assim: de memórias, de mim e de ti.


AUTORA MIGUELA RABELO
MIGUELA RABELO escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

O TEMPO NÃO PARA


"...Cansado de correr

Na direção contrária

Sem pódio de chegada

ou beijo de namorada

Eu sou mais um cara


Mas se você achar

Que eu tô derrotado

Saiba que ainda estão

rolando os dados

Porque o tempo,

o tempo não para..."


Como canta o eterno e atemporal Cazuza em sua poesia reflexiva, o tempo não para. Vivemos como o personagem da canção, lutando contra o relógio e as adversidades que a vida impõe, muitas vezes sem trégua ou alívio, mergulhados na incessante batalha pela sobrevivência.


Uma forma de perceber a passagem do tempo é nos vestígios deixados pela falta de cuidados básicos no cotidiano, como marcas de um delito contra si mesmo. Em uma cena do filme As Linhas Tortas de Deus, a protagonista aparece com a raiz dos cabelos escura, contrastando com o tom acobreado do restante das madeixas. Ali, vemos o tempo revelado na ausência da manutenção que as normas sociais exigem. Presa em uma realidade isolada, como alguém sequestrado, ela luta para sobreviver, alheia à discrepância de sua imagem em relação ao padrão cobrado pela sociedade.


Da mesma forma, uma mãe imersa nos cuidados de um filho adoecido esquece de si. Os cabelos, há dias sem lavar, e o esmalte descascado nas unhas denunciam o tempo que escapa. Vivendo — ou melhor, sobrevivendo — com quatro ou cinco horas de sono, café e fé, ela se dedica incansavelmente ao seu rebento.


No automatismo das circunstâncias, ela prepara uma mesa que está longe de ser um banquete, mas que, com esforço, transforma em algo especial. E assim, o tempo corre, escorre entre os dedos. Esses personagens seguem maratonando contra os ponteiros de um relógio que parece cada dia mais implacável. Mesmo assim, com perseverança e esperança em dias melhores, eles se levantam da cama, acreditando que hoje pode ser melhor que ontem.



1 Comment


Kenia Pauli
Kenia Pauli
há um dia

Lindas reflexões de domingo. Um dia abençoado a todos os colegas da Valleti Books. Deus nos abençoe nesse dia, nesse mês de junho. Que o melhor nos aconteça. 🙏❤️

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