AUTOR JOSÉ JUCKA SOULZ
José Juca P Souza, professor, ator, psicopedagogo, analista de sistema, ambos por formação acadêmica… Desde pequeno imbuído nas artes, com o desenho. Como profissional, agente administrativo no Ministério da Agricultura, técnico em edificações na Companhia Energética de Brasília. Assim segue, vendedor de tudo na infância (“triste realidade”), almoxarife, gerente lojista… Em seguida, veio o teatro, com poucas temporadas, lecionou artes na escola pública do DF, estando até hoje, trabalhando com informática, afastado de sala de aula… Embora escreva desde criança, com textos engavetados… Se reconhece poeta em um concurso para novos poetas, em 2019, classificado e publicado em uma determinada editora. Hoje providencia seu primeiro livro.
DESEMPREGO SEM SENSACIONALISMO
Pensando que o desemprego voltou a subir neste último trimestre: “A taxa de desemprego no Brasil subiu para 8,4% no trimestre móvel de novembro a janeiro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)”; façamos uma reflexão sobre o desemprego e suas várias vertentes, tais como: Desemprego estrutural, conjuntural, natural e sazonal.
Sendo assim, desemprego estrutural ou desemprego involuntário, esse causado pela menor oferta de emprego, a cerca de maior demanda. Além da automatização de etapas de produção e modernização tecnológica. Ou seja, mudanças na economia afetam empregados de maneira transitória, também permanente, gerando informalidade, subemprego, dificuldades de estar no trabalho formal. Podemos citar como exemplo de desemprego estrutural: modernização das telecomunicações (sem telefonista); mecanização dos processos produtivos no campo (plantio e colheita); Bilhetes eletrônicos nos ônibus (sem cobrador) e pagamento por celular; Mercados e supermercados (o próprio comprador passa sua mercadoria); Modernização da vida cotidiana, informatização de tarefas etc.
Temos ainda, o desemprego conjuntural causado por crises econômicas, políticas, sanitárias, em escala regional, nacional e mundial. Como consequência dessas, demissões, fechamento de empresas, suspensão de serviços, corte de gastos etc. Normalmente, com duração temporária, estando a situação equilibrada, recria-se novos postos de trabalho, bem como, estabelece recontratações.
Além disso, há o desemprego natural, tais como: busca do primeiro emprego, e trabalhadores fora do mercado, demitidos, em busca de emprego.
Por fim, desemprego sazonal, em que acontece com intervalo de tempo determinado: turismo (alta e baixa temporada); comércio (contratação temporária em função de demanda e datas comemorativas); agricultura (fim de safra).
Portanto, ao que se conclui, são muitas as vertentes a se discutir sobre desemprego, debater, avaliar e reavaliar, antes de simplesmente colocar-se uma porcentagem a estatísticas e fazer-se uma crítica sem embasamento na mídia, por vezes, desqualificada e despreparada, sensacionalista, sem responsabilidade, em busca de audiência a qualquer preço. Embora, devamos reconhecer os méritos da mídia responsável, que muito há.
AUTORA JOANA RITA CRUZ
Joana Rita Cruz nascida a 11 de março de 2002, é portuguesa e estudante de Engenharia Informática. Começou a escrever inicialmente no género de ficção com especial interesse em literatura fantástica, mas em 2015, escrever poesia tornou-se uma parte integrante da sua vida.
ALMA VELHA EM UM MUNDO NOVO
Alma velha em corpo outro
Ambição de mundo novo
Prato do dia não é risoto
É o que canta um coração roto.
Duas vidas separadas
Por décadas sem fim
Numa as pessoas descalças
Na outra saltos altos e cetim.
Outrora a arte era magia
A ciência uma confusão
A sociedade não era tão fria
E de pouco se fazia serão.
Cantavam-se serenatas
As meninas à janela nem vão,
Antes cortejavam as gaiatas
Uns meninos de camisa e calção.
Viviam-se relações com cartas
E o computador era ilusão
A tecnologia não chegava à regata
E a vida simples era a paixão.
Oh alma velha de menina
Que vive neste mundo novo
Já dizia o outro
Que o que é bom sabe a pouco.
Deixa a poesia antiga
Sair desse coração
Que carrega uma e outra vida
Palavras perdidas em emoção.
Canta essa pátria bonita
Que se apreciava sem insegurança
Para que seja também bendita
A história das novas andanças.
Entristece esta vida
Em que só o estrangeiro é bom
Em que a arte é coisa mal escrita
E o português abdica do dom.
A alma velha tem saudades
Do cozido à portuguesa
Relembra as oportunidades
Que o escudo punha na mesa.
Já a moça nova
Enverga tal tristeza
Coloca sua força
Numa mais que moderna proeza.
Alma velha em mundo novo
Ambição de amor eterno
Acarinha as memórias
E vai viver outro século.
AUTORA MIGUELA RABELO
Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
ENCONTROS E DESENCONTROS: REACENDER
E assim com esse céu sabor brigadeiro e aquarelado, fechei a sexta de carnaval com um dia permeado de nostalgia e lembranças que aos poucos foram brotando em meio ao um encontro mais que inusitado e talvez... quem sabe, aguardado...
Onde foi impossível colocar o papo em dia de 15 anos passados… mas, que em uma dedicatória personalizada e algumas menções, descobri coisas sobre mim que nem eu mesma sabia…
E o interessante é perceber que não somos, nem nunca seremos os mesmos... e que esse encontro para além do que existiu... é inviável por uma lógica de tempo, espaço e status..., mas mesmo assim, ousamos espiar pela fechadura de um portal e nos encarar, tentando passar o passado a limpo, diante as inúmeras sincronicidades que a vida nos apresentou… Mostrando que o importante é o afeto e admiração que permaneceu, mesmo imposto pelo tempo e suas intempéries...
Por isso, digo e creio que nesta vida, nada acontece e nem ninguém atravessa nossa jornada por acaso... ir montando esse quebra-cabeça nos faz entender o quanto a vida é singularmente mágica e única e também que nossa passagem por aqui não tem nada de acaso… cada um tem uma história e seu propósito… basta prestarmos atenção aos sinais que a vida nos alerta.
E com o dinheiro suado da venda do livro, (porque escrever também sua a cabeça e a alma) comprei feijão-vermelho para apresentar para meu filhote que adorou. E em ritmo de carnaval, seguimos o baile!
AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
PENSEI EM TE LIGAR
Logo pela manhã, estava arrumando a cama em meu quarto quando pensei em te ligar.
Me dirige a sala para pegar meu celular que estava carregando e ao passar pela cozinha vi que havia deixado uma panela ligada. Parei para desligá-la e aproveitei lavar a louça que estava em cima da pia.
Ao finalizar as tarefas da cozinha, fui ao banheiro recolher a roupa suja para colocar na máquina e entrando no banheiro percebi que precisava lavar meu box já que fazia um tempo que o pobre coitado não via uma limpeza.
Mês passado foi seu aniversário e pensei em te ligar, mas justo foi um mês de provas para meus filhos e o meu tempo acabou sendo tomado por dúvidas a serem tiradas.
Na Páscoa me lembrei que você sempre gostou de chocolate, então pensei em te ligar para combinarmos de nos encontrar naquela cafeteria que havia seu bolo de chocolate favorito.
Descobri então que ela havia fechado e como não conhecia nenhuma outra, deixei o café para outra ocasião.
No mês das férias as crianças foram para casa da avó passar uns dias, então pensei em te ligar para tirarmos um dia só nosso, mas acabei aproveitando a saída das crianças e me organizei sem ter que parar meus afazeres para dar atenção a elas.
O Natal estava se aproximando, então pensei em te ligar para sairmos e fazer umas comprinhas ou simplesmente pararmos em alguma lanchonete e jogarmos conversa fora.
Mas dezembro sempre foi um mês conturbado para mim, com tantos afazeres para deixar a casa em ordem para a ceia de Natal, que o mês passou voando e quando vi já era janeiro.
Então pensei em te ligar para ver a possibilidade de tirarmos uns dias de férias com as crianças e fazermos uma programação igual a que fazíamos no tempo em que as crianças éramos nós.
O mês passou voando e mal consegui dar conta de tudo o que precisava fazer.
Novamente seu aniversário se aproximava, e pensei em te ligar para combinarmos de sair para comemorarmos, afinal a vida deve ser sempre comemorada.
Engraçado que no exato momento em que me dirigia ao celular ele tocou e logo pensei: bem que podia ser ele.
Não era você, mas era sobre você. Alguém me ligava para dizer que você havia partido.
Então naquele exato momento, eu parei de pensar.
Ótimos textos de todos. No entanto, hoje, preciso destacar o texto da Arléte. Eu me senti dentro da narração dela e fiquei emocionado. Foi muito tocante e bem provável que a música ajudou a criar esse clima. Ouçam no Spotify. Parabéns, Arléte.