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REFLEXÕES Nº 35 — 28/08/2022


Leia, reflita, comente!

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, entre eles, romance, ficção, contos, infantil. É autor de mais de 10 livros, disponíveis atualmente na Amazon. A descoberta da escrita foi logo que aprendeu a escrever, mas, a chama foi definitivamente acesa em 1981, quando participou do grupo teatral TER (Teatro Estudantil Rosa). O próximo projeto que lançará é o livro de terror: "A MALDIÇÃO DO HOTEL PARADISIUM", em parceria com Vivian Duarte. Hoje é editor da Valleti Books, onde ajuda escritores amadores a realizar o sonho de publicar seus livros.
 

VOCÊ É DESCARTÁVEL?


Uma série sobre um hospital mostra várias pessoas que exercem funções desnecessárias. O gestor reuniu um grupo delas e sugeriu que ficassem, o dia todo, sem fazer nada. Apenas enrolando no trabalho. Ele queria que descobrissem se o que elas faziam era realmente importante e se a alguém sentiria falta dos seus serviços. Aí me lembrei de quando fui informatizar a Prefeitura de Botucatu na década de 1990. A primeira providência que tomei foi conversar com todos os funcionários e saber a função de cada um. Eu perguntava o que faziam no dia a dia para analisar e desenvolver um sistema que facilitasse o trabalho delas. Lembro de um departamento que, o funcionário me mostrou algumas anotações que ele fazia em fichas de papel. Essas informações não eram utilizadas por ninguém. Não tinha valor algum. Então questionei o porquê dele anotar. Ele me respondeu: “Quando entrei aqui me mandaram fazer esse trabalho e faço até hoje”. “E para que serve?”. “Não sei. Só faço”. Quase 30 anos depois vejo essa série retratar o mesmo problema. Parece que o mundo não mudou muito nessa questão em todos esses anos. Quantas funções ainda são executadas diariamente nas empresas e que não servem para nada? Você já se perguntou o porquê de fazer o que faz em seu emprego? Você é realmente necessário na empresa em que trabalha? Conhece alguém que poderia ser descartado? Questione!


 

AUTORA BETÂNIA PEREIRA


Maranhense. Historiadora/Enfermeira. Colunista da revista The Bard. Participou de várias antologias poéticas e de contos. Escreve de forma artística desde que foi alfabetizada. Escreve poesias, prosas, textos de autoajuda, reflexões. Busca descrever todas as pessoas que rondam as vidas já vividas e as que ainda iremos viver. A história do cotidiano de todos nós.

 

REFLEXÕES SOBRE A "MORTE" (NU)


Morrer finitude do ser, ciclos. Sinônimo de dor, rompimento. Sensação desagradável, sofrimento. Trata-se do final de um organismo vivo que havia sido criado a partir do seu nascimento.


Metaforicamente, morte pode significar o fim, o desaparecimento.


Morrer é passagem. Passagem de ida sem volta. Morrer é sabiamente atravessar a outra margem do rio a nado, em barcos, braços, andando… Se despir de cacos, de sapatos, IR NU. Sair das águas, leve e experimentar o novo.


Morrer é transpor oceanos permitindo as guelras caírem uma a uma. Com forças ou sem elas ir fundo. Deixar afogar-se sem medo de acordar outro ser, em outra dimensão. É transmutar, se desgarrar daquilo que não acrescenta, daquilo que completou o ciclo.


Deixar-se conduzir pelo rio abaixo. Retirar as vestes, se despedir de passados, presentes, permitindo que morras em si, e morra em tudo que não poderá carregar nas travessias.


Morrer — encerrar ciclos, entender que novas histórias se iniciam a partir de mortes permitidas (segundo as crenças remotas enquanto o ser humano, não aceita sua morte ele não parte do meio de nós), assimiladas, digeridas.


Venha nu!


 

AUTORA JOANA PEREIRA


O meu nome é Joana Pereira e sou autora no blog "Tem juízo, Joana!". Nasci em Lisboa e segundo as estrelas, sou Leão - ascendente Touro. A minha identidade atravessa cores, ritmos, dança, música e palavras. Gosto de ler e de escrever, acreditando ser na escrita que me torno mais consciente. Numa voz firme e rebelde escrevo entre o certo e o errado, da pequenez à plenitude, entre a moralidade e a indecência. Se tenho juízo? Prefiro perdê-lo…

 

A COR DELA


Ela veste-se da cor do sangue, só porque tem a mania de ser arrebitada e enérgica. É viciada no calor que o vermelho lhe transmite, quer à pele, quer à alma. Esse fogo que sente pelo corpo fora leva-a à loucura, aos sentimentos da paixão, do amor, da vivacidade, numa euforia plena de viver a vida a vermelho.


De uma personalidade carregada de força, segue de coração na boca, onde o vermelho também lhe pinta os lábios.


E no avermelhado ela perde-se, navegando pelas emoções de alta intensidade, as únicas que sabem preencher todo o seu volume.


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

 

PANELA DE PRESSÃO


Em meio a um corre e outro, tento administrar todas as funções ao mesmo tempo, tendo como trilha sonora o cantarolar do meu filho, um desenho infantil, um disco do Pato Fu ou uma panela de pressão que teima sempre em chiar constantemente.


Mais tarde, reluto em pegar no sono… às vezes meu sono é leve, acordando com qualquer barulho. Mas acontece de às vezes desmaiar e apagar totalmente... e nessa noite em questão, estava assim após tomar uma combinação de melatonina e Seacalm. Acho que no momento do ocorrido, estava até sonhando quando acordei assustada com um "estouro de uma panela de pressão".


Levantei assustada e pensei que os gritos viessem da rua, procurando quem gritava, mas nada encontrei. Então sentei na cama e no escuro ainda ouvia os gritos… cogitei estar tendo algum tipo de alucinação. Mas quando aquietei minha mente e coração, percebi virem de mais perto do que imaginava...


E por incrível que pareça, era a panela que chiava, não sua tampa. Desmistificando a fragilidade da tampa em relação ao peso e dimensão da Panela. Entendendo ali, que não dá para realmente meter a colher na panela de pressão alheia, cada um tem suas peculiaridades que nem sempre estão ao alcance de serem compreendidas ou destampadas de qualquer forma.


Então tentei voltar a dormir, mas quem chiava agora, me impedindo de pegar no sono eram os ecos da minha panela de pressão que ressoavam na minha mente. Com o ar comprimido dos milhares de problemas que estão ali sufocados... e mesmo com a panela já destampada, ela continua a chiar perenemente.


Daí lembrei de uma reflexão sobre problemas que diz que teremos naturalmente a mesma quantidade de problemas, independente se resolvemos alguns... outros irão sempre aparecer. E fazendo uma avaliação da minha existência até então, acredito ser pertinente essa suposição.


Entretanto, talvez o segredo da sabedoria em lidar com este chiar das panelas de pressões existentes em nossas vidas, seja a quantidade de água versus o tempo pelo qual ela cozinha. Pois a pressão e chiar dela existirão sempre. Porém, o estouro que talvez possa ser evitado quando percebemos a mudança no timbre deste som, e tiramos a panela do fogo para diminuir a pressão e assim entender o que mudou no cozer de outrora. Se apenas nos acostumamos e nos acomodamos com a mudança do chiar, naturalmente em algum momento essa panela vai estourar.


 

AUTOR JOSÉ JUCA P SOUZA


José Juca P Souza, professor, ator, psicopedagogo, analista de sistema, ambos por formação acadêmica… Desde pequeno imbuído nas artes, com o desenho. Como profissional, agente administrativo no Ministério da Agricultura, técnico em edificações na Companhia Energética de Brasília. Assim segue, vendedor de tudo na infância (“triste realidade”), almoxarife, gerente lojista… Em seguida, veio o teatro, com poucas temporadas, lecionou artes na escola pública do DF, estando até hoje, trabalhando com informática, afastado de sala de aula… Embora escreva desde criança, com textos engavetados… Se reconhece poeta em um concurso para novos poetas, em 2019, classificado e publicado em uma determinada editora. Hoje providencia seu primeiro livro.

 

HOMESCHOOLING


Num passado longínquo, na república de Platão, já se fazia a discussão acerca da educação por especialistas e não em casa. E a quantas anda nossa educação? Duas questões primordiais a se debater no momento. Principalmente em época onde escolhemos nossos representantes, ditadores de leis em benefício próprio.


Chegou ao Senado em meados do mês de maio projeto que autoriza a educação domiciliar, conhecida como homeschooling, no Brasil. O PL 1.388/2022 foi aprovado pela Câmara no dia 19 de maio (como PL 3.179/2012) e já está na Comissão de Educação (CE) do Senado. O Dr. Alexandre Magno, formado em Direito, com carreira de Procurador seguida no Banco Central, é mineiro e tem três filhos sendo educados em casa, e fala acerca do assunto:


(...) A educação como um todo inclui, além da transmissão de conhecimentos, disciplina, transmissão de valores, crenças, costumes, ensino religioso e um modo de vida. (...)


(...) A educação domiciliar, entendida como a educação feita pelos pais para os filhos, antes de ser um direito, é um dever. Antes mesmo de saber se o homeschooling é permitido no Brasil, é preciso ter esse entendimento bem presente. (...)


(...) estando a criança ou não matriculada em uma escola regular, pública ou privada, os pais precisam entender que a direção da educação de seus filhos é de responsabilidade deles. (...)

Redação Brasil Paralelo 2/9/2021

Estando aí a visão do pai, falemos, em meio a críticas e elogios, acerca de possíveis prejuízos de um homeschooling… Em sendo crianças e adolescentes sujeitos de direito – e não objetos de propriedade dos pais, o UNICEF alerta para questões, tais como: A casa não é um espaço preparado para educação. Não há profissionais habilitados, com didática, supervisão e proposta pedagógica discutida com especialista para o futuro da criança e adolescentes. Esses serão privados de estarem com outras pessoas, socializarem, conviver com as diferenças e aprender lidar com elas. Famílias, privadas de, junto a escola, conviver em comunidade e contribuir para sua melhoria… Seja com ações ou discussões. Enfim! Muito mais será o prejuízo para a sociedade como um todo.


O IMD World Competitiveness Center, em estudo elaborado, comparou a prosperidade e a competitividade de 64 nações, numa pesquisa onde analisou como está o ambiente econômico e social do país para gerar inovação e se destacar no cenário global. O resultado foi desastroso:


No geral, o Brasil caiu uma posição em relação a 2019, após quatro anos seguidos de avanços – de acordo com a entidade, isso aconteceu por conta da entrada de um país a mais na lista deste ano (a africana Botsuana, em 61ª).


No eixo que avalia a educação, o Brasil teve a pior avaliação entre as nações analisadas, alcançando a 64ª posição. Entre outros fatores, o resultado nesse quesito se explica pelo mau desempenho do país no que diz respeito aos gastos públicos totais em educação. Segundo a pesquisa, quando avaliado em termos per capita, o mundo investe em média US$ 6.873 (cerca de R$ 34,5 mil) por estudante anualmente, enquanto o Brasil aplica apenas US$ 2.110 (R$ 10,6 aproximadamente).

CNN Brasil 17/6/2021

Há que se ter cuidado quanto à questão da educação neste país. Um país, que corta cada vez mais, verbas da educação e ciência… Onde não se preocupa com a qualidade da educação… Nem mesmo o básico. Quando cada dia há mais avanços tecnológicos, os alunos vão as escolas se alimentarem, como razão primeira, os professores ainda usam quadro negro, giz e livros didáticos desatualizados, quando os tem. E nenhum país se desenvolve sem educação de qualidade. Que priorize saúde mental, física, emocional, socialização e humanização de alunos e professores. E isso, para um país preocupado em prosperar não se faz com falácias e promessas. Mas com investimento e ações planejadas. Lembrando que o investimento em educação nos últimos anos caiu ainda mais.


 

AUTORA ARLÉTE CREZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas, todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

O QUE TE FAZ CHORAR


Dias atrás participando de uma gravação, o diretor gritava a todos:


— Joguem suas emoções para fora, vocês estão tristes pela partida, deixem as lágrimas virem.


Só que elas não vinham. Por mais que eu tentasse, as lágrimas não corriam pelo meu rosto.


A face mostrava a dor, a angústia, o medo, mas sem lágrimas. Conseguia demonstrar todo o sentimento pedido, mas com o rosto seco.


Hoje, ao ouvir uma linda música, interpretada por uma menina com uma voz maravilhosa, as lágrimas inundaram meu rosto.


Então parei para pensar no que realmente me traz lágrimas aos olhos.


É claro que já chorei muito por momentos tristes, de dor, de perdas, mas os momentos que mais me fazem chorar, são os que me trazem alegria.


Meus olhos ficam marejados ao ver minha família à mesa do jantar. Todos juntos, com boa conversa e boa comida.


Me emociono com reuniões de família e amigos; pequenos momentos que se tornam grandes pela importância que têm.


Lágrimas me veem aos olhos quando minha netinha aos cinco anos, me diz “Deus te abençoe”, ao ir para cama.


Sou daquelas que chora ao ver uma cena pela primeira vez, e chorarei quantas mais assistir.

Posso me debulhar em lágrimas com um simples bilhetinho de alguém, que mal sabe escrever.

Um agradecimento de coração, me permitirá chorar a cada vez que me recordar do momento.


Percebo então que prefiro gastar minhas lágrimas com o que é bom, e tem solução.


Muitas vezes não poderemos dar jeito em situações tristes, já que, muitas vezes, serão irreversíveis.


A morte é uma delas. Não conseguirei trazer a pessoa que se foi de volta, mas poderei lembrar dos ótimos momentos que passamos juntos e a alegria me trará lágrimas.


Músicas e sorrisos me farão chorar. Muitas coisas alegres me farão chorar.


Talvez por me identificar mais com a alegria do que com tristeza, os momentos felizes molharam mais o meu rosto.


Na verdade, o que mais importa nos momentos vividos são as memórias que ficam, já que as lágrimas secarão.


 


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