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ESTÓRIAS DO VALLETINHO Nº 5 — 13/08/2022


A Valleti Kids tem a honra de apresentar a quinta edição do caderno ESTÓRIAS DO VALLETINHO.


Os colunistas Alessandra Valle e Luiz Primati, apresentam contos para crianças, jovens e famílias.


Querem conhecer a infância de mais uma personalidade com dom inato? O conto de Alessandra Valle vai apresentar LUIZ, menino que ama as letras e com elas criou estórias inesquecíveis.


Enquanto o autor Luiz Primati, conta a estória da nuvem CUMULUS, a qual vai aprender que, às vezes, chorar faz bem.


Vamos nos encantar com as ESTÓRIAS DO VALLETINHO desta edição.


Mães, pais, responsáveis e educadores encontrarão boas estórias para divertir, educar e entreter a criançada.


Todo sábado uma novidade da Valleti Kids.


Luiz Primati e Alessandra Valle

 

AUTORA ALESSANDRA VALLE


Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
 

LETRAS, LIVROS E AMOR


O menino Luiz ama ler. Mesmo antes de ser alfabetizado, abre os jornais e finge estar lendo em voz alta.


Sua fala é tão convincente que, muitas vezes, o pai para o que está fazendo e vem confirmar a veracidade da notícia.


— Meu filho, você será um grande jornalista - diz o pai, acreditando nas pseudoleituras do filho.


Nenhuma revista passa despercebida por Luiz que logo corre, pega seu lápis e começa a escrever por cima das letras impressas nas páginas.


— Mais uma revista escrita por meu filho escritor — fala a mãe surpresa ao folhear para ler o conteúdo do periódico.


Luiz é fominha das letras, sempre que pode escolher o cardápio do jantar elege sopa de macarrão do tipo letrinhas.


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E quando o prato lhe é servido, ao invés de ficar com água na boca, tem o brilho dos olhos intensificado.


— Como ou não a consoante L? Se a comer agora, nunca vai encontrar a vogal A e formarem juntas uma nota musical - se divertia o menino enquanto mexia a colher dentro do prato de sopa de letrinhas.


Onde mais se sente estimulado a aprender a ler e a escrever é na escola, pois a professora da classe de alfabetização, Inês, costuma incentivar os alunos a participarem de concursos.

Idealizando o futuro, Luiz escreveu seu primeiro poema e ganhou o concurso promovido pela professora.


Entusiasmado, ao retornar à casa trouxe consigo o valioso prêmio, um certificado de escritor do ano e solicitou ao pai que emoldurasse e pendurasse na parede.


Seu amor pela Literatura é tão grande que se sente feliz ao compartilhar o saber, quando ajuda os colegas da classe a fazerem as tarefas de produção de texto, seja com ideias novas ou histórias recontadas.


— Alice, você pode escrever uma história alucinante – disse Luiz contribuindo para que a amiga pudesse criar seu texto.


Ao final do ano letivo, Luiz havia feito uma revolução na sala de aula. Todos queriam ler e ouvir os textos da criança entusiasta, que transferiu sua revolução para a mata e criou personagens divertidos para uma peça de teatro que seria dirigida por ele mesmo e encenada pelos colegas da turma.


A história de Luiz está apenas começando, ele escreveu os primeiros de muitos capítulos do livro de sua vida e ainda tem 365 coisas para aprender a cada ano que passa.


Homenagem a Luiz Primati

Instagram: @luizprimati


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
 

CUMULUS, A NUVEM QUE SE RECUSAVA A CHORAR


Olá, crianças! Hoje, vamos conhecer a nuvenzinha Cumulus, que se recusava a chorar, mas vai aprender que, às vezes, chorar faz bem.


Por isso, não fiquem envergonhados por chorarem quando se machucam ou se estão tristes. Mas, agora, é hora de ficar feliz, igual Cumulus. Vamos começar?


Os personagens de nossa história são: as nuvens Cumulus e Nimbus, o vento Adalor e um pássaro.


Cumulus era uma nuvenzinha que vivia lá no céu, bem lá em cima, onde nem os pássaros conseguem chegar, somente os helicópteros e aviões.


Lá do alto, Cumulus olhava as pessoas bem pequenas, parecendo grãos de areia. Gostava de viajar pelo céu. Pedia para Adalor, seu amigo vento, levá-lo de um lado para o outro. Dessa forma podia conhecer muitas cidades e regiões. 


Cumulus não gostava de Nimbus que, quase sempre ficava bravo, e chorava sobre as cidades, molhando tudo lá embaixo. Ele preferia sair dali sempre que Nimbus e seus amigos começavam a soltar raios e trovões. Voava para bem longe, sempre empurrado por seu amigo Adalor.


Um dia, Cumulus exagerou na sua viagem e foi para bem longe, para uma região muito distante. Ali, não havia nenhuma nuvem para importuná-lo e podia ficar feliz, em paz, sem trovoadas, sem raios e sem lágrimas. Cumulus sempre preferia sorrir a chorar.


Depois de algumas horas sobrevoando a região, estranhou a falta de vegetação lá embaixo. O calor era intenso e poucas pessoas andavam pelas ruas. Cumulus pediu ajuda para Adalor que o empurrou para baixo. Queria ver o que estava ocorrendo.


Avistou pessoas abrigadas em suas moradias ou buscando áreas com sombra. Viu o gado magro, pastando grama seca. As plantações pareciam morrer. O que será que estava ocorrendo?


Foi nesse momento que um pássaro se aproximou de Cumulus.


— Já estava na hora de você aparecer… — desabafou o ansioso pássaro se referindo a Cumulus.


— Está falando comigo, senhor pássaro? — duvidou Cumulus.


— E com quem mais seria? Está vendo mais alguém por aqui?


— Não! Só você. E o que deseja? Eu nem deveria estar falando com estranhos, mas acredito que você não ofereça perigo — disse Cumulus ao pássaro.


— Estamos passando por uma estiagem e não via a hora de você aparecer… — disse o pássaro feliz.


— Tenho certeza de que não lhe conheço. E também não sei por que está tão feliz em me ver. Acredito que está me confundindo com outra nuvem — disse Cumulus aborrecido.


— Não, não! Nunca me confundo e aguardava a sua presença há meses — respondeu o pássaro.


Cumulus olhou para o pássaro que o olhou de volta. Um silêncio se fez entre eles até que o pássaro falou novamente.


— E aí? Que horas vai ser? Dá para ser agora? Tenho compromissos daqui a pouco — disse o pássaro impaciente.


— Que horas será? O quê? — Cumulus estava confuso com as palavras daquele pássaro.


— A hora de chover, oras bolas. Trovejar, relampejar. Pode até soltar uns raios se achar interessante, só tome cuidado para não me acertar — disse o pássaro.


— Chover? Você quis dizer, chorar, não é mesmo? — disse Cumulus.


— Tanto faz o nome que vocês nuvens dão para esse espetáculo. Quero é que solte as suas águas e molhe toda essa região. Poderia começar logo? — disse o pássaro.


— Não! Não dá para começar e o que vou fazer é terminar essa nossa conversa e voar para bem longe de você, seu pássaro maluco — disse Cumulus irritado. — Adalor, pode vir aqui e me levar de volta para cima? 


Adalor chegou num sopro.


— Oi Cumulus. Mal acabou de descer e já quer subir? Não gostou do que avistou? — perguntou Adalor.


— Aqui só tem esse pássaro maluco, querendo me ver chorar. Sou uma nuvem feliz e odeio derramar lágrimas — afirmou Cumulus, ficando emburrado em seguida.


— Cumulus, o pássaro não é maluco não. Ele tem razão…


— Adalor? Até você está contra mim? — Disse Cumulus.


— Essa região está muito castigada. Precisa de chuva. As plantações estão morrendo, o gado enfraquecendo e as pessoas se desidratando. Precisam de água urgente.


— E o que eu tenho a ver com isso? — Perguntou Cumulus.


— Você é uma nuvem e está carregada de água. Se chover sobre essa região, fará muito bem a todos os seres que a habitam — disse Adalor.


— Não gosto de chorar — disse Cumulus mais uma vez.


— Eu já ouvi você dizer isso várias vezes e não deve ter vergonha de chorar. Para as pessoas, plantas e os animais, suas lágrimas serão como um milagre. Tente! — Disse o pássaro.


— Não quero saber de choro. E quer saber de uma coisa? Saiam já daqui. Quero ficar só — disse Cumulus.


O pássaro olhou para Adalor e eles se foram. Cumulus ficou sozinho, vendo o pássaro sendo ajudado por Adalor. Lá de cima, continuou olhando tudo seco e quase sem vida.


Se surpreendeu quando um boi tombou desmaiado e um casal veio para tentar ajudá-lo, sem sucesso. Ouviu assustado as lamentações do casal pela perda de seu gado e sentiu medo ao pensar que, em breve, toda a vida daquela região acabaria, por falta de água.


Cumulus foi se entristecendo com o cenário, pois tudo ali parecia morrer.


Sentiu solidão ao perceber que o vento amigo Adalor o abandonara, o condenando a ficar ali para sempre.


A tristeza foi tão grande que Cumulus começou a chorar. Suas lágrimas caíram sobre a região. Ficou com raiva por estar chorando e soltou raios e trovões. Logo, Cumulus liberava uma enxurrada de lágrimas, molhando tudo. As pessoas saíram de suas casas e festejaram a chuva. Sorriam, gritavam e dançavam na chuva.


Ao ver a felicidade das pessoas, das plantas e dos animais, Cumulus continuou a chorar por semanas, mas desta vez, chorava por contribuir com a felicidade de todos que continuou a chorar, ficando por ali. Nos dias seguintes, a paisagem começou a mudar. As plantas reagiram e o verde apareceu novamente. O gado conseguiu se alimentar de grama suculenta. Os pássaros cantavam e voavam alegres.


A pequena nuvem também estava feliz e viu que chorar, às vezes, pode fazer bem.


Enquanto olhava a paisagem mudada, o pássaro retornou e agradeceu pela chuva. Adalor voltou para perto de Cumulus.


— Meu amigo, que tal darmos uma volta por aí? Conheço outras regiões que gostariam que você chorasse sobre elas também — convidou Adalor.


— Chorar não! Chover! — Corrigiu Cumulus sorrindo.


E assim, Cumulus aprendeu a importância de suas lágrimas e com ajuda de Adalor, moveu-se por muitos lugares, contribuindo para o recomeço da vida.


E assim encerramos mais uma estória da Valleti Kids. E você amiguinho? Sente vergonha quando chora? Conte-nos.


 

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