AUTOR LUIZ PRIMATI
Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
SUPER-HEROÍNA
Quando acreditamos nas pessoas, as colocamos em um pedestal, como se fossem super-heróis, capazes de nos salvar de todas as dificuldades da vida.
Mas agora, ao olhar pela minha janela, vejo um mundo vazio, sem agitação, sem a alegria que a cidade costumava ter. O espaço que antes era ocupado por carros, buzinas, pessoas, agora é preenchido apenas pelo vento, o que me deixa com o coração ainda mais triste e vazio.
Os meus olhos não conseguem conter as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, quando me pergunto onde você está. Será que está segura em casa, ou se arriscando no meio desse vírus implacável que tem levado tantas pessoas queridas do meio de nós?
Às vezes, sinto-me preso, confinado em minha própria solidão. Não posso abraçar aqueles que amo, nem sentir o calor humano que antes preenchia minha vida. Em chamadas de vídeo cheias de saudades, vejo a vida passando e pessoas partindo, enquanto espero ansiosamente pelo meu momento de reencontrá-las.
A tristeza e a solidão às vezes parecem esmagadoras, e me pergunto se existe vida em outro planeta. Então me lembro de você, minha amada filha, e sei que enquanto estivermos nessa vida, não importa o quão difícil a situação possa ser, sempre teremos um ao outro para nos apoiarmos e seguirmos nossos destinos.
Obrigado por ser a minha super-heroína, por me apoiar nesses tempos difíceis, e por me fazer sentir que não estou sozinho. Você é a luz que ilumina a minha escuridão e me dá forças para continuar lutando. Te amo!
AUTORA ALESSANDRA VALLE
IG: @alessandravalle_escritora
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
A DUALIDADE DA PANDEMIA
Os momentos vividos durante o período de Lockdown foram difíceis, pois a incerteza do futuro gerou ansiedade.
Mas, quem não gostou de criar uma rotina de afazeres domésticos com seus familiares e curtiu uma pipoca assistindo filmes?
Os primeiros sintomas da doença apareceram, não sabíamos ao certo o tratamento. O medo da morte, solitária, assolou as mentes humanas.
Mas, quem não sorriu quando seu resultado do exame deu negativo?
Choramos muitas partidas de entes queridos e fomos empáticos, ao sentir a dor que machucou o mundo.
Mas, quem não se adaptou às novas formas de amar proporcionadas pela tecnologia que aproximou corações mesmo que pelas telas?
Na dualidade da Pandemia experimentamos as emoções mais discrepantes para aprendermos que somos fortes e que tudo passa.
AUTOR BERNIVALDO CARNEIRO
Francisco Bernivaldo Carneiro nasceu em Jaguaretama-Ceará em 10 de fevereiro de 1950, é Técnico de Edificações, Geólogo com Especialização em Engenharia de Saúde Pública e Ambiental e estudou Administração Pública. Em 2017, depois de 37 anos como funcionário público federal, aposentou-se e desde então se dedica à escrita. Estreou como ficcionista em 1998 e hoje tem nove livros editados como autor solo, sendo três no gênero técnico-científico, cinco de ficção (três romances e dois de crônicas) e um registro histórico e outros quatro praticamente no prelo: dois de contos e dois e crônicas. Além do quê, possui dezenas de prefácios, orelhas e coautoria em Antologias (inter)nacionais, coletâneas e mais de uma centena de artigos publicados em diversos veículos de comunicação, sendo a maioria em informativos, jornais, revistas, coletâneas e Antologias das duas Academias de Letras e de outras duas Instituições Literárias a que pertence como membro efetivo. Venceu alguns certames literários, com destaque para um promovido pela Internet sobre obras de sátira em 2008, concorrendo com autores de renome (inter)nacional, dentre outros, Gregório de Matos, Leonardo da Vince, Chico Anysio, G. H. Chesterton, Gil Vicente, Decio Junio, Revista MAD.
NOBEL À VISTA
Concluído o desjejum da manhã seguinte à referida aula, já em dia com a higiene pessoal e devidamente trajado, penteado e perfumado, sentei-me ao computador. E, com voz empostada e muito “posudo”, girei discretamente a cadeira e o corpo enquanto a secretária da casa (então improvisada de cinegrafista) fazia a filmagem. Alguns minutos de registro que teve como ponto de partida o canto direito da parede à minha frente, até fechar, em sentido horário, o circuito quadrangular do cômodo.
Na sequência, conforme a orientação do professor, digitalizei no grupo de WhatsApp do curso o conteúdo da fala e postei o vídeo.
Modéstia à parte, eu até esperava algum louvor, mas somente dos colegas de turma e do mestre. Nem nos melhores e mais ousados sonhos eu vislumbraria tamanha repercussão, em tão curto período.
E assim, ávido por descobrir o porquê da inesperada fama, liguei para o colega mais chegado e terminei amofinado ao ouvi-lo confessar-se, em meio a gargalhadas, ser o pivô da exposição de minha privacidade aos quatro cantos do mundo.
— Mil desculpas meu amigo, mas aquela parte da filmagem!… Não sei não…
— Parte da filmagem?! Não entendi! Que história é essa?
— É que… Bem… Confiando que ficaria somente entre mim e ele, compartilhei com um de meus contatos fora de nosso grupo de estudo, e não é que o sujeito desonrou a palavra empenhada!
Ainda ignorando o que de extraordinário havia naquele filme, perguntei:
— A qual momento do vídeo você se refere?
— É melhor você ver com os próprios olhos e tirar suas conclusões? Fica na parte em que a câmera capta de relance um pouco do quintal.
— Tudo bem. Vou ver, sim. Tchau seu sacana!
De fato, através da porta de acesso à varanda, meu bisbilhoteiro Smartphone tinha alcançado o varal, onde – ao sabor da brisa matinal – uma peça íntima de alguém da casa secava ao sol. Não direi calcinha, porque era exatamente o tamanho da dita cuja que mais chamava atenção. Um objeto em pleno desacordo com o diminutivo do próprio nome. Até calçola, calção, ceroula, samba canção e, tudo mais é pouco para expressar seu tamanho. É que a tal mulher (sujeita de anatomia farta) encontra-se, mais do que nunca, com seu departamento de trás avolumado pelo apetite e o sedentarismo da Pandemia.
Pois bem, boquiaberto com o achado, voltei ao WhatsApp e reli alguns comentários.
Quem abria a zoeira era um nissei carioca (por aqueles dias, retido pela Pandemia na longínqua terra de seus ancestrais) e que foi logo seguido por um italiano:
— Seria a tal peça uma asa–delta aguardando um salto panorâmico da Pedra da Gávea?
— Não! Não! Parece mais um paraquedas do exército brasileiro.
— Nada disso! É uma tenda à espera do próximo “Rock in Rio”–pronunciou-se na sequência, um mexicano, seguido por um venezuelano e sua mulher cubana –ora refugiados na Colômbia:
— Será que a dona dessa vultosa preciosidade a doaria aos nossos países, que estão sem estoque de tecido para fazer máscaras?
— Bem, se ela fizer isso salvará milhares de vidas e, em decorrência, além de meu apoio, decerto, contará também com os votos de Fernandez e Cristina para o próximo Nobel da Paz.
Este comentário veio de um inflado ego argentino, que foi prontamente avalizado por um norte-americano. O qual, revelando a tara de sua gente por uma fornida platibanda, mais do que por uma abundante retaguarda a que servia a peça do varal, o gringo do Tio Sam foi além:
— Se ela disponibilizar também o corpete (que deve ser um califon de encher os olhos!), ainda hoje iniciarei uma campanha jamais vista para lhe conceder o sugerido e mundialmente famoso prêmio. E assim, contrariando minhas convicções políticas, primeiramente irei ao Donald e se ele nos apoiar nesta empreitada ao Nobel, eu (que nunca fui adepto da “Espiral do Silêncio” e sou considerado um democrata encardido) desde já me tornarei cabo eleitoral da reeleição do Republicano Mister Topete.
— …
AUTOR SIDNEI CAPELLA
Sidnei Capella, natural e residente em São Caetano do Sul — São Paulo, Graduado em Administração. Escrevendo e publicando poesias e contos nos cadernos semanais da Editora Valleti Books. Participou da II copa de poesias da revista Cronópolis, em janeiro de 2022. Escreve textos poéticos, contos e mensagens, grande parte dos seus textos são publicados na página do Instagram que administra. Utiliza a frase criada por ele: “Inspiração me leva a escrever sobre tudo, a inspiração vem de Deus, escrevo para o meu próximo, de modo a despertar sentimentos e mexer com suas emoções.”
QUEREMOS VIDA
Em um período totalmente obscuro.
Aonde os indivíduos ficavam trancafiados.
Sem saber o que fazer em cima do muro.
Preservando-se, extremamente desconfiados.
E nos pensamentos do que seria do futuro.
Ficavam nos sofás com os ossos atrofiados.
Esperando o dia correr, trancados e seguros.
Comendo, bebendo, irritados e confinados.
E Lamentavelmente, pelas perdas choravam.
Sem se quer, conseguirem dar o último adeus.
Aos entes que no céu os espíritos pairavam.
E os dias passaram e a esperada vacina chegou.
Trazendo um alívio a este mundo sofredor.
E uma nova era neste lindo planeta se instalou.
@sidneicapella sempre com seus poemas precisos, @Alessandra Valle com suas reflexões e Bernivaldo com seu humor.
Leitores, comentem! Vocês não imaginas como faz diferença na vida do autor receber um comentário, mesmo que negativo.
Amigos Sidnei, Alessandra e Bernivaldo, obrigado pelos textos. É importante participar sempre, pois, a cada dia vocês aperfeiçoam seus textos! Continuem participando!