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REFLEXÕES Nº 72 — 16/07/2023


Imagem gerada com IA MidJourney


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
 

SUPERFICIAL


Sempre nutri um profundo interesse pela psicologia, talvez motivado pelo meu desejo inerente de compreender as pessoas e, de alguma forma, oferecer a elas alguma ajuda. Este interesse, além de me auxiliar na minha jornada de crescimento pessoal, serve como uma rica fonte de inspiração para minha carreira como escritor.


Para expandir o espectro das minhas ideias literárias, costumo assistir a uma variedade de séries, com uma ênfase particular nos programas de reality show. Vejo neles um espelho da nossa sociedade atual, uma visão direta de como a nova geração está se moldando e evoluindo. Contudo, confesso que o que tenho visto me preenche de decepção.


Particularmente, um programa focado em relacionamentos amorosos me apresentou a um aspecto preocupante da natureza humana — a superficialidade. Observo indivíduos com corpos esculpidos, de aparência física admirável, mas quando abrem a boca para falar, as palavras parecem faltar.


Presencio pessoas incapazes de engajar em um diálogo simples e direto. Elas parecem venerar unicamente o corpo, em um incessante desfile de exibicionismo. Confesso que, se eu participasse de um reality show como esse, minha presença se encerraria no primeiro dia. Não consigo me identificar com tal comportamento. Anseio por estar cercado de pessoas que possuem algo a dizer, algo a contribuir. Valorizo, acima de tudo, a mente das pessoas, a maneira como elas percebem o mundo, suas aspirações, medos, alegrias, desejos e sonhos.


Por que razão eu deveria me envolver com alguém cujos pensamentos se limitam ao físico, deixando a mente vazia? Entendo que nosso corpo é meramente um invólucro que vestimos nesta existência terrena. Se refletíssemos profundamente sobre a intenção do Criador ao nos conceber, perceberíamos que somos espíritos imortais e, em termos visuais, todos somos iguais. Portanto, o que nos diferenciaria se no final não possuíssemos beleza exterior?


Confesso que me preocupo com o futuro do nosso planeta. Se as próximas gerações adotarem o tipo de comportamento que testemunho nos realities, nosso mundo corre o risco de se tornar insuportavelmente monótono. Eu, provavelmente, não estarei aqui para ver tal eventualidade, mas rogo ao Criador que nos auxilie nesta jornada, guiando-nos para além da superficialidade.



 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

NÃO SEI SEU NOME


Muitas vezes, nos deparamos com pessoas das quais surge uma conversa muito agradável, daquelas que começam do nada e toma um rumo tão prazeroso, que acabamos por nos esquecer de perguntar seu nome.


Esta semana aconteceu isto.


Levei meu genro ao aeroporto e como chegamos cedo, minha filha quis esperar a saída do voo.


Entramos no estacionamento do aeroporto e nos conduzimos à praça de alimentação.


Meu genro me ofereceu um café e aceitei. Enquanto ele e minha filha aguardavam a saída do pedido, procurei um lugar para nos sentarmos.


Havia uma mulher em uma das mesas, onde seu marido (presumi eu) estava ao seu lado em pé.


Perguntei se poderia me sentar, já informando que havia mais duas pessoas comigo.


Ela sorriu e gentilmente disse que sim.


Neste instante seu marido (que em poucas palavras descobri ser mesmo) pediu licença e disse que iria confirmar o voo.


Imediatamente comecei a conversar, correndo o risco de que ela não gostasse muito da prosa.


Passei a narrar um fato que me ocorreu naquele mesmo aeroporto, onde pedi para me sentar com um casal e seu bebê. Estávamos meu marido, minha filha e eu. Conversamos e descobrimos que viajaríamos no mesmo voo e ficaríamos no mesmo hotel em Porto Seguro.


Ela de pronto me contou um fato semelhante, onde em uma viagem, encontrou-se com pessoas que não via há tempos e estavam indo para o mesmo destino.


Disse-lhe que era de Jundiaí — SP e ela respondeu que era de Extrema — MG. Passamos então a conversar o que cada uma gostava no estado da outra.


O pedido do café demorou mais do que nossa conversa, já que seu voo estava prestes a sair.

Nos despedimos desejando boa viagem reciprocamente, já que o aeroporto não fica em minha cidade.


Uma conversa agradável, com uma pessoa simpática e educada. Momentos em que eu poderia estar sozinha aguardando meu café e para quem me conhece, sozinha não é uma opção para alguém que gosta de uma boa conversa.


Não sei o seu nome, mas agradeço pelos poucos bons momentos de conversa que tivemos.

E tenha sempre, ótimas viagens.


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
 

DOSE CERTA


De repente, percebemos que somos apenas fagulhas de bactérias a definhar e sermos exortadas de nosso organismo que clama por uma pausa em meio ao caos que se instaura no elevador-ducto que nos conduz a uma montanha-russa de emoções e experiência de quase morte, onde tudo parece não ter mais sentido… nos sentindo física e emocionalmente esgotados.


Mas pior que esse choque é ver seu filho desfalecer, desaguando até a alma. Não reconhecendo aquela estrela radiante de outrora que, infelizmente, padecia moribunda no sistema público ou privado de saúde. E que infelizmente nos decepcionou pelo descaso na gravidade do quadro de desidratação de uma criança autista, não verbal, que não expressava onde sentia dor.


Porém, apesar da superlotação e da estrutura deficitária, fomos melhor assistidos no sistema público, garantindo a prioridade devida, do que no sistema privado, onde não havia abarrotamento nem sucateamento da estrutura física. E talvez isso, provavelmente, responda por que muitas pessoas ainda procuram o SUS, mesmo possuindo plano de saúde.


Curioso, quando percebemos a fragilidade de nossa máquina e que o sujeito é simplesmente o resultado da funcionalidade ou não das suas bactérias, entendemos que se elas não estiverem em equilíbrio, nunca estaremos bem. E assim, como a simbologia da diferença do remédio com o veneno é a dose, para nosso organismo a dose certa é o equilíbrio, pois por elas nos alimentamos, acordamos, praticamos esporte, perdemos ou ganhamos peso. Nosso humor também é diretamente influenciado pelo funcionamento delas, sendo por isso, nosso intestino visto por muitos especialistas da área médica, como o segundo cérebro.


Por ser lá processados todos os nutrientes que irão nutrir nosso corpo e cérebro, através do trabalho árduo e coletivo de todas as bactérias presentes nele e onde também é produzida toda a serotonina, hormônio responsável pela satisfação.


Mas felizmente, com o avanço da medicina, conseguimos restabelecer a comunidade bacteriana para assim persistirmos na retomada da rotina anterior e na correria para a satisfação dos desejos da flora bacteriana que, assim, nos coabita.


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
 

SURPRESA


Uma surpresa, nem sempre nos alegra.

Ela chega e desperta nossos sonhos, com chaves por serem tão distantes da realidade, que desejávamos ser de verdade.


Uma surpresa de um aviso, que o amor amado precisava ausentar-se para um fim de semana. Fico a imaginar o desencanto de quem ama, não poder estar com o seu amor apreciando um mar distante, restando-lhe uma lágrima ardente.


Mas, docemente deseja-lhe uma feliz viagem.

Esperar o retorno do amado, assim é a vida da amada amante, ficar em fomes porque recebe grãos de amor em momentos.


Sua alma tem ensinamentos que brotam de seus pensamentos, mas os anseios da noite fazem tormentos para o seu coração, que arde sem que o seu amado a escute com versos do coração.


– Eu te amo – como um cântico nupcial


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

ESTAÇÕES DO AMOR


Sou como o verão,

Ao me encontrar em teu colo,

No calor de teus abraços,

Na louca vontade de te amar.

Sou como o outono,

Ternura e calmaria se misturam,


Em noites envolventes,

De amor e desejo.

Sou como o inverno,

Amanheço fria e solitária,

Quando não estás comigo,

Perdida em sonhos e ilusões.

Sou como a primavera,

Num jardim cheio de vida me encontro,

Quando sinto que estás a chegar,

Para teu amor me entregar.


 

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