REFLEXÕES Nº 170 — 27/07/2025
- Luiz Primati
- 26 de jul.
- 14 min de leitura
Atualizado: 27 de jul.

LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.
SE OUVÍSSEMOS O VENTO, QUANTOS SEGREDOS ELE REVELARIA?
O vento chegou antes de mim. Naquela tarde estranhamente silenciosa, quando o tempo parecia hesitar e tudo à minha volta repousava em uma espécie de suspensão invisível, ele foi o primeiro a se mover. Abriu a cortina da sala como quem não pede licença, como quem já conhecia a casa — íntimo, recorrente, quase inevitável. Havia poeira no ar, dourada pela luz oblíqua do entardecer, e por um instante tive a sensação de que aquele momento guardava algo mais do que mera atmosfera. Havia uma mensagem ali, sutil, oculta no gesto involuntário do tecido que dançava, como se alguém estivesse tentando ser notado sem fazer alarde. E eu percebi: às vezes, as coisas mais importantes não gritam. Elas apenas passam — como o vento.
Mas quase ninguém escuta o vento. Estamos ocupados demais sobrevivendo, perseguindo promessas que nunca foram feitas, obedecendo calendários que nunca questionamos, acumulando pequenas vitórias para tapar os grandes vazios. Nos tornamos especialistas em preencher o tempo, mas amadores em sentir. E, nesse ritmo programado e mecânico, desaprendemos a escutar o que não tem som, a perceber o que não está nos roteiros, a interpretar os sinais que não vêm com legenda.
O vento não exige atenção. Ele simplesmente aparece — ora brando como um suspiro, ora impetuoso como quem tenta, pela última vez, chamar alguém de volta. Às vezes ele se manifesta com uma delicadeza que poucos têm paciência para notar. E, mesmo assim, é ignorado. Porque ouvir o vento exige uma coragem que se tornou rara: a coragem de parar. Parar não apenas os passos, mas o fluxo interno que nos arrasta. Parar os pensamentos repetitivos, as urgências inventadas, as respostas prontas. Parar para reconhecer o que dói, o que falta, o que pulsa silenciosamente dentro de nós.
Há uma sabedoria no modo como o vento escolhe onde tocar. Ele parece preferir os lugares onde algo partiu, onde há ausência. Passa por cadeiras vazias, percorre os corredores silenciosos de casas desabitadas, levanta páginas de livros abandonados, sopra através de janelas onde o tempo parece ter parado. O vento é atraído por espaços não preenchidos — talvez porque, ao contrário de nós, ele não tem medo do vazio. Ao contrário de nós, ele não foge daquilo que falta.
Ele não traz respostas. Mas carrega perguntas. E isso, por si só, já é transformador. Porque vivemos tentando dar conta de tudo, enquanto evitamos encarar o que realmente importa. Talvez seja justamente por isso que o vento nos inquieta: ele aponta para as perguntas que ignoramos, para os sentimentos que enterramos sob camadas de conveniência, para as verdades que deixamos de lado por medo do que possam nos obrigar a mudar.
Então, da próxima vez que o vento soprar e bagunçar seus papéis, não feche a janela. Deixe-o entrar. Não porque ele vá te dizer algo com clareza, mas porque talvez ele revele o que você anda se recusando a sentir. Sente-se, respire, observe o que se move quando você finalmente para. Nem sempre há uma mensagem oculta — mas há, sempre, um convite à presença. E quem sabe, no silêncio que sobra depois que o vento passa, você descubra que o que está faltando não é resposta, mas escuta.
Afinal… se o vento só toca o que está leve — o que será que ele encontra quando passa por você?
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
ESCOLHA OS MELHORES CAMINHOS
Às vezes queremos encurtar o caminho e, com essa atitude, podemos perder as belezas que de repente chegam perto da gente. Caminhos são vários, mas aqueles em que respiramos o oxigênio puro das flores são mais especiais e bonitos.
Mas nem tudo são flores, nem toda caminhada é calmaria, é silêncio, é relaxamento. O caminho bom é embalado por pensamentos que fazem nosso corpo sorrir, sentir o tempo bom e aquela saudade sem palavras.
Então, cuide-se, deixe a vida fluir, tenha amor por si, fidelidade com suas vontades, sem pressa, e caminhe com seus sonhos. Se chorar, não tem problema, esse choro é belo e precisava abrir a porta de suas memórias guardadas.
Sempre em frente, o sol é infinito e incansável em dar luz e calor.
Cante uma música de sua preferência e vá… sempre em frente, com o instante, bordando palavras belas, cheias de afetos.
Caminhe e sinta a continuidade do encantamento.
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
AS CORES DA ALMA
Vivemos em um
mundo cheio de dores
onde existe claramente
uma inversão de valores,
e infelizmente essa geração
de escarnecedores não tem
a ideia de que estão se tornado
uns blasfemadores, mas eles não estão preocupados com esse show de horrores que está
sendo praticado por essa
corja de abusadores.
E ao som da falsa liberdade
esses malfeitores seguem com um rito de maldade sem pudores
e se beneficiam do seu dinheiro para comprar os corruptores
que transitam no planalto
nacional, e como são uma
corja de usurpadores sem
dó eles continuam agindo
friamente nos bastidores
onde eles deveriam fazer
o papel de legisladores.
Mas essa corja
de conspiradores vivem
brigando com os seus
opositores, enquanto
isso o povo vive inúmeros
dissabores e com uma
realidade totalmente
sem cores,vive em
um mundo cinzento
onde o homem cultiva
rancores, enfim, vivemos
em um tempo de gente
indecente com a alma
vazia e sem cores.
Olá, eu sou a KENIA MARIA PAULI. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
O PESO DO "SIM" E A LEVEZA DO "NÃO"
Quantas vezes você já se viu paralisado diante de uma decisão, preocupado não só com o rumo que ela dará à sua vida, mas, sobretudo, com o impacto que terá sobre os outros? É como se, a cada passo, precisássemos de uma aprovação externa, um aval silencioso que, no fundo, talvez nunca chegue.
A verdade é que muitas pessoas vivem plenamente sem depender da nossa opinião. Elas seguem seus caminhos, fazem suas escolhas e prosperam sem precisar do nosso consentimento. Por que, então, sentimos a necessidade constante de explicar, justificar ou agradar?
Já imaginou como seria ser simplesmente você, sem máscaras ou concessões excessivas? Não é fácil. Há um desconforto inicial em não atender às expectativas alheias. Mas esse desconforto pode ser o preço da liberdade.
Agradar a todos é impossível. Cada pessoa carrega um conjunto único de valores, experiências e desejos. O que satisfaz um, desagrada outro. Se vivemos tentando nos moldar às expectativas de todos, corremos o risco de nunca sermos, de fato, nós mesmos.
Dizer “não” pode custar caro no início, especialmente se você está habituado a ceder, a buscar reconhecimento a qualquer preço. Mas há uma força poderosa nesse ato. Há uma libertação silenciosa quando você percebe que seu valor não depende da quantidade de sorrisos que conquista, mas da paz que sente ao deitar a cabeça no travesseiro, sabendo que foi fiel a si mesmo.
Talvez o “não” que você teme dizer seja, na verdade, o “sim” que você precisa dar a si mesmo.
Pense nisso.
ILZE MARIA DE ALMEIDA MATOS nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
MÁGOA
Tem pessoas que se
magoam facilmente,
outras permanecem
firmes, sem mágoas.
Algumas seguem, embora feridas.
Outras ficam paralisadas
e não conseguem seguir.
E há aquelas que, mesmo
feridas,
seguem com o coração
leve, doce e sem ressentimentos.
O ressentimento só serve
para nos prender
e roubar nosso encantamento
pela vida,
nossa alegria de viver.
Por isso, é preciso deixar
o coração leve, livre,
e permitir que o amor
circule por aí.
WAGNER PLANAS é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
CORAGEM EM CACOS
Sempre é preciso ter coragem, mesmo que nos transformemos em cacos, feitos espelhos espatifados nas quedas, sem ninguém para juntar nossos pedaços.
A vida é assim, explode com verdades, submissa às mentiras.
E mesmo que a verdade corte a nossa alma, feito um aço frio, gelado, sem perspectiva de juntá-los, a coragem nos faz seguir em frente.
Sou fragmentado, pela vida, pelas dores.
Na vida, conheci poucos sabores, mas os conheci de verdade.
Não me escondi nas sombras do medo, muito menos na submissão das situações.
Explodi com meu coração, com minhas dores.
Me apeguei a Deus pela minha reconstrução, em lágrimas, em busca de cada solução, que edificasse minha alma e meu corpo.
Que tenhamos sempre a coragem de ser a verdade em vida, explosivo feito Petros, mas sempre em busca de espalhar a verdade, como Yeshua espalhou pelo mundo em seus ensinamentos.
Marinalva Almada é diplomada em Letras Português / Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023 realizei o sonho de publicar pela Valleti Books, o livro Versificando a vida, juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.
DUALIDADE: FOME X ABUNDÂNCIA
Não ter o que comer é uma experiência devastadora, que pode levar à desnutrição e à perda de dignidade. Por outro lado, ter o que comer e não poder desfrutar disso, também é uma situação difícil, que pode gerar sentimentos de desânimo, ansiedade, culpa.
Você já vivenciou uma dessas situações? Se sim, qual foi a sensação?
A abundância pode ser um privilégio, mas também um peso quando não podemos aproveitá-la ou compartilhá-la plenamente.
Essa dualidade nos leva a refletir sobre a complexidade das nossas relações com a comida e com a vida.
Já passou por essa experiência em algum momento, ou está passando por isso atualmente?
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
A PAZ DE SER AVÓ
No último dia 26 de julho, comemorou-se o Dia dos Avós, e eu tenho orgulho em fazer parte desse grupo.
Sempre ouço sobre a importância dos avós na vida de um neto (no meu caso, neta).
Sou avó de uma linda menina de oito anos chamada Clarice, que veio ao mundo para trazer ainda mais alegria à minha vida — algo que eu desconhecia até então, já que sempre me considerei uma pessoa feliz.
Clarice tem muito de mim: é alegre, espontânea (até demais, assim como eu), ama cantar e falar sozinha, é muito inquieta, estouradinha... praticamente uma miniatura de mim.
Mas nossa relação é um pouco diferente das normais entre neta e avó, já que ela mora comigo; então, aquela história de que avó foi feita para “estragar” neto não se aplica, pois, se eu a estragar, sofrerei as consequências.
Faço, então, uma breve análise da minha relação como avó e como mãe, e percebo que são exatamente iguais. Com Clarice faço tudo o que fiz com meus filhos, já que também sempre fui uma mãe presente.
Sentei-me no chão para pintar desenhos, fiz muitos piqueniques no meio da sala, transformei a mesa de jantar em cabana com uma toalha por cima e continuo fazendo tudo isso com minha neta.
Percebi que não tenho frustrações como avó, pois fui muito presente e participativa como mãe. Não faço coisas com minha neta por culpa de não ter feito com meus filhos, mas sim pela experiência de saber que foram momentos bons.
Não há receita para viver: ainda estou aprendendo muito, já que cada filho é diferente do outro — e netos também. Vamos ensinando-os à medida que eles também nos moldam.
O importante é fazermos parte: parte da vida, dos momentos, das dores — apenas para que sintam que estamos ali. Não estarei presente em cada passo dado por eles, mas posso deixar claro que, quando precisarem, podem contar comigo. Sempre.
ZÉLIA OLIVEIRA é natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
VIVENDO O DISFARCE
Olhando o outro
O que você vê?
O que ele tenta transparecer!
Mas há sentimentos a esconder.
É como se colocássemos
Uma máscara na face,
Para ocultar o verdadeiro semblante,
Vivendo o disfarce...
Pode-se encenar no palco da vida
Ou passar mais tempo
Nos bastidores da ilusão.
Que papel atuar:
Mocinho ou vilão?
Eis a indecisão!
Por que ser cruel com o coração?
Nesse impasse,
Tranca-se no peito a aflição.
Ainda bem que nenhum humano
Tem o poder de ler o coração.
Apenas Deus conhece o íntimo,
Vê a dor que corrói
E silenciosamente destrói.
A dor que ninguém vê,
Que você insiste em esconder,
É chuva inundando a alma.
Mas o amor divino
Enxuga cada lágrima caída
E transforma prantos em nova vida.
AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.
COM ELA, POR ELA, PRA ELA
É verdade que esse não é o primeiro poema que faço pra ela
e nem será o último
Porém
quando estou com ela tudo faz sentido tudo fica belo, completo
O mundo com ela é sempre colorido
e isso me dá vontade de escrever todos os versos do mundo pra ela
Ela, que tem nome de santa, de rainha
de imperatriz, de princesa, de colégio
de igreja, de cidade, de novela mexicana
e até de marca de água e de cerveja
Ela que é uma imensidão de graciosidade
que tem os cachos mais lindos do mundo
Os olhos mais estrelados da galáxia
e o sorriso mais reluzente do universo
Não tenho um fusca e um violão mas tenho ela como minha nega
Não sou o Chacrinha mas o nome dela não canso de repetir
Não sou Tom Jobim mas também já compus uma música pra ela
porque as coisas com ela são sempre arte
A arte em sua essência mais singela
Ela, que gosta de tulipas
Ela, a dama das filosofias
Ela, a dona dos meus pensamentos
Ela, que evoca meus melhores sentimentos
Ela, simplesmente a tal
Ela, pra mim, de todas no mundo a mais especial
Ela com todos os seus detalhes
Sutilezas, complexidades
Dias ensolarados e nublados
Quero estar com ela em todos eles
Pois ela é a minha melhor escolha
A Noite Estrelada que Van Gogh pintou
O teto da capela que Michelangelo decorou
Ou de Beethoven a famosa Sonata ao Luar
E eu, que estou aqui a buscar
Palavras para dizer aquilo
Que não se pode mensurar
preciso pedir perdão a Sócrates
Pois além de saber que nada sei
tenho diversas outras certezas dentro de mim
Verdades que a vida traz
E certamente uma das minhas maiores
É que eu a amo
Muito, infinitamente e cada vez mais.
Luiz Felipe de Lima mais conhecido por Luiz Felipe Amil nasceu no dia 22 de abril de 2005, é um escritor natural da cidade de Santarém no estado do Pará. No ano de 2022, Luiz Felipe participou de uma Antologia Poética de sua cidade chamada TERCEIRO ENCONTRO, daí Luiz passou a escrever seus próprios livros e à colocá-los pra fora da gaveta. Ele é o autor dos livros ÉBRIO DE TANTA POESIA (Kindle, 2023) e CHUVAS DE INSPIRAÇÃO (Kindle, 2023). Conhecido por escrever sonetos clássicos, contos, crônicas, seu estilo contemporâneo varia entre o clássico e o verso livre. É membro de duas academias literárias: Academia de Letras, Ciências e Artes da Amazônia Brasileira (ALCAAB) cadeira número 37 do patrono Olavo Bilac, e da Academia Internacional de Literatura Brasileira.
A FOME QUE HABITO (PARA DIEGO SAVOIA)
Quisera eu ter contigo a liberdade
Rouxinol formoso e esbelto
Sábio em tanta produtividade
Sacia a minha sede e fome
Que a palavra nos consome
Trazendo poética prosperidade
Ao emocional do nosso afeto.
No meu jardim há muitas rosas
Para tu pousares numa rama,
Iremos regares com a milagrosa
Água da seiva do fruto do amor
Do pólen do nosso esplendor
Refletido na castidade sinuosa
Das líricas coblas que proclama.
Celebrarei em minha cítara afinada
Com o meu alforge nos galhos
A tua vinda, chegada tão ansiada
Para o meu ninho de beija-flor
Sem codinome, citado e de pudor
És bem-vindo a ter minha morada
Ter na seia dos suaves orvalhos.
Mas e a fome que em mim habita?
É saciada com o teu perfume
Tão brumoso dos aloés que fita
Teu é o aroma do cedro do Líbano
Exalado com o do fiel Vaticano.
Sacio me com teus lábios, agita
Meu coração ébrio de tanto lume.
Tantos lumes saciados em faíscas
Do teu amor aceso e caráter ameno,
És tão cortês e afável, não ariscas
Chega perto na fonte que jorra
No ninho que acolhe, aforra
Teus voos, voltas, idas e vindas.
Companhia, meu conforto que piscas.















Parabéns a todos os autores do blog da Valleti Books.
Texto esplêndido sobre o “Vento”, caro Luiz.