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REFLEXÕES Nº 159 — 11/05/2025

Máquina de escrever antiga
Imagem criada com a ferramenta de IA Midjourney

AUTOR LUIZ PRIMATI


LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.

TÃO PERTO, MAS NUNCA CHEGA


O amanhã sussurra em nossos ouvidos como uma promessa dourada, sempre ao alcance, mas eternamente fugidia. Quando achamos que o seguramos em nossas mãos, ele se transforma em hoje — e, num piscar de olhos, vira um ontem carregado de arrependimentos. Não é estranho como essa dança do tempo nos engana, como um rio que flui sem jamais permitir que o toquemos por completo?


Por que, então, insistimos em correr atrás desse horizonte inalcançável? Será que, no fundo, usamos o amanhã como um escudo, uma desculpa confortável para nos acomodarmos no que já temos? É como pintar um quadro de sonhos grandiosos, mas nunca pegar o pincel — uma autoilusão sutil que acalma a alma, mas deixa o coração vazio. Adiamos, e com isso, enganamos a nós mesmos, acreditando que o peso da inação não vai nos alcançar.


E se, em vez disso, ancorássemos nossos pés no agora? Imagine o poder de dedicar os próximos cinco minutos a uma tarefa que há semanas repousa na gaveta da procrastinação, como uma semente esquecida, esperando a luz para germinar. Nossos sonhos são vastos, sim — queremos deixar marcas no mundo, tocar vidas, construir legados. Mas, na pressa de alcançar o impossível, esquecemos as pequenas vitórias que cabem em nossas mãos hoje. Cada passo adiado é um tijolo a menos na construção da nossa história.


Por que, sabendo disso tudo, ainda nos perdemos no canto sedutor do amanhã? Talvez seja medo, talvez seja a ilusão de que haverá tempo infinito. Mas e se esse tempo acabar antes do esperado? E se as palavras “eu te amo”, guardadas para um futuro distante, nunca encontrarem voz? O coração aperta ao pensar nas conexões que deixamos esfriar, nas promessas que se desfazem como fumaça. Adiar é como deixar uma flor murchar antes de regá-la — e depois lamentar sua beleza perdida.


A verdade é que nossos limites são reais, mas não intransponíveis. Aceitá-los não é derrota, mas sabedoria. Pequenas ações, como gotas de chuva, podem se unir e formar um rio poderoso. Um telefonema de carinho, um projeto iniciado, um sonho resgatado — tudo começa com um movimento simples, agora. Não espere o relógio girar mais uma vez para sentir o peso do que poderia ter sido.


Então, pare por um instante. Sinta o pulsar da vida em seu peito. Que tal abrir aquela gaveta agora, pegar aquela tarefa que te assombra e dar o primeiro passo? Ainda há tempo — o suficiente para um gesto que pode mudar tudo. Não deixe o amanhã roubar o brilho do seu hoje. Agarre este momento, porque ele é o único que realmente temos. Vamos construir, juntos, um legado que o vento não leve. Comece agora — você merece essa vitória.


AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

ONDE ESTÁ O BELO?

           

Um dia percebemos que o belo nos encontra diariamente.

A presença verdadeira de um ser querido ou desconhecido, um toque no coração, espalhando marcas em nós, deixando as nossas emoções borbulhando.

O belo é simples, não importa se a presença está perto ou distante, se o desejo, o sonho ou a fantasia se vão… O que nos ensina tem poderes que deixam nossas vidas em encantos.

A ausência de tantas coisas objetivas, os sorrisos, as esperas, também são motivos de agradecimento. Vamos agradecer a esses momentos ou acontecimentos, tudo pode ser belo e acolhedor, como o ensaio de uma Orquestra Sinfônica.

Onde está o belo?

Posso dizer que o encontro na paz.

No poema lindo e maravilhoso;

No sol, que nasce diariamente para todos;

No amor que faz tudo por nós;

Na criança, que é como uma festa no jardim;

No céu que nos encanta;

Enfim…

Ah… vejo você e tudo fica mais belo!

 


AUTOR ANDRÉ FERREIRA


ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.

CORRIDA DO OURO


A cidade de São Paulo

se tornou palco de uma

onda de roubos de alianças

que vem deixado os

moradores perplexos

e os cidadãos de bem

indignados com essa

prática que se tornou

uma corrida pelo ouro,

ouro que é vendido

no mercado negro

por quadrilhas que

se aproveitam

dessa insegurança,

e de um momento

de distração das vítimas

para assalta-las arrancando

as suas alianças.


Enquanto isso, os nossos

políticos costuram as suas

alianças para no futuro

encherem as suas panças,

por outro lado, esses

ladrões se especializam

e ficam à espreita em

busca das suas vítimas,

que geralmente são

mulheres portando

correntes e joias valiosas

em locais públicos,

e com uma rapidez

impressionante, jovens

meliantes que almejam

se tornar assaltantes

sobem em suas motos

envenenadas e saem

para as ruas inseguras

para cometer um assalto

à mão armada contra

uma vítima na beira

da calçada e com isso

mais uma vida é barbarizada.


Enquanto isso, os nossos

eleitos continuam com

as suas mãos cruzadas

diante de um crime que

cresce demasiadamente

e que não rouba somente

objetos valiosos, mas

deixa também um trauma

irreversível nas vítimas

que relatam se sentir

violadas e brutalmente

desrespeitadas pelas

autoridades após serem

roubadas de uma forma

tão brutal.


As autoridades vivem

um conto de fadas e por

trás dos muros das suas

mansões e de dentro dos

seus carros blindados

assistem o show de

faroeste com os foras

da lei desafiando

diariamente a nossa lei

tocando o terror na

população que perdeu

o seu direito de ir e vir

e já que não existe mais

lei para nos proteger a

recomendação é que

os cidadãos de bem

evitem usar alianças

e joias valiosas nas

ruas de São Paulo e principalmente em

lugares ermos, afinal,

nós perdemos o nosso direito fundamental à proteção.


Chega!

É hora dos nossos eleitos

tomarem medidas drásticas

e severas para garantir

a segurança novamente

nas ruas da cidade de São Paulo que há anos estão abandonadas

e dominadas pela criminalidade

que avança com a violência

constante que está vitimando

desde o pobre até a elite

por isso, sem bandeira

partidária precisamos lutar

para que as leis sejam

cumpridas e protejam

definitivamente o cidadão

de bem que merece viver

em segurança e com

dignidade.

 

AUTORA KENIA PAULI


Olá, eu sou a Kenia Maria Pauli. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.

ESTAMOS TODOS CANSADOS


Vivemos correndo. Não sabemos exatamente para onde, mas seguimos, apressados, como se o tempo fosse escorregar entre os dedos se não o segurarmos com firmeza. Estamos todos exaustos — não apenas do que fazemos, mas também do que sentimos. Cansados de tentar ser fortes, de aparentar estar bem, de carregar o peso de resolver o que, muitas vezes, nem nos pertence.


Nos pegamos julgando situações que, se olharmos com atenção, não nos dizem respeito. Mesmo assim, insistimos em consertar o que é do outro, como se isso pudesse nos libertar das nossas próprias desordens internas. Queremos aliviar dores que mal compreendemos, enquanto ignoramos as nossas, escondidas em um canto da alma onde raramente ousamos nos aventurar.


Talvez o problema resida aí: estamos tão focados no externo, tão atentos às faltas dos outros, que deixamos de enxergar nossas próprias lacunas. Tornamo-nos mestres em distração, enchendo cada instante com demandas alheias, sem abrir espaço para o silêncio que revela quem realmente somos.


Nessa correria para consertar o mundo, esquecemos que fazemos parte dele. Herdamos padrões, carregamos fardos que não escolhemos, repetimos comportamentos que já não nos servem. Em nós, ecoam marcas de gerações, vozes que persistem mesmo após o silêncio. Somos únicos, sim, mas quando choramos, quando sentimos medo ou saudade, percebemos o quanto nos assemelhamos uns aos outros.


Talvez seja hora de pausar. Respirar fundo. Observar. Não com a urgência de resolver tudo, mas com a disposição de compreender melhor o que se passa dentro de nós. Porque, no fundo, todos buscamos um sentido. Talvez só encontremos isso quando aprendermos, juntos, a nos escutar com mais cuidado e compaixão — sem julgar a nós mesmos ou aos outros.


AUTORA ILZE MATOS


Ilze Maria de Almeida Matos nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.

LADO A LADO COM O TEMPO


Às vezes, o tempo passa rápido

e nós vamos devagar.


Outras vezes, o tempo passa devagar

e nós é que vamos rápido demais.


Então, é bom conversar com o tempo e dizer:

Vamos nos equilibrar?


Você vai mais devagar,

e eu prometo diminuir meu ritmo.


Assim, seguiremos lado a lado,

com algumas pausas

para descansar,

se cuidar

e se amar.

 

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA


Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.

QUANTA BELEZA


Quanta beleza

No rosto enrugado,

No coração cansado.


Quanta beleza

Nas mãos trêmulas,

Nos passos arrastados.


Quanta beleza

Na visão turva,

Nesse corpo que se curva.


Quanta beleza

Na voz rouca,

Na conversa vacilante,

Que muda e se repete a todo instante...


Passaram-se muitas décadas,

A aparência se transformou,

Mas minha mãezinha continua linda:

Sua beleza não se apagou.


No coração,

Lindas sementes plantadas

Com amor foram cultivadas.


Só enxergamos o que os olhos veem,

Mas Deus tem o poder de ler o coração.

Ele conhece nossas motivações e intenções,

E vê a beleza das ações.


AUTORA MARINALVA ALMADA


Marinalva Almada é diplomada em Letras Português/Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023 realizei o sonho de publicar pela Valleti Books, o livro Versificando a vida, juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.

MAIO


Mês de maio,

Mês de alegria,

Mês de Maria,

Mês de maio,

Mês das flores,

Mês de maio,

Mês de muitos amores.

Mês de maio,

Mês das mães,

Mês de maio,

Mês das noivas.

O mês de maio é:

recheado de amor, beleza e cor.


AUTOR WAGNER PLANAS


Wagner Planas é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do  Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.

O ADEUS QUE QUEIMA


O adeus que queima,

Feito uma explosão,

Não tem quem queira,

Machucar o coração.


O desamor e o desespero,

A agonia da solidão,

De Deus eu espero,

Um pouco de compaixão.


A despedida,

O último abraço,

A dor da partida…


O adeus para nunca mais,

Poesias no calhamaço,

Saudades serão demais.

 

AUTORA LILA LEITE


ELIANA ROCHA, da cidade de Brumado, interior da Bahia. Licenciada em Letras Vernáculas pela UNEB - Universidade do Estado da Bahia; Pós graduada em Psicopedagogia, pela FACINTER -  Faculdade Internacional de Curitiba. Professora aposentada, atualmente Coordenadora da Escola Particular "O Pequeno Príncipe" - Brumado.

ECOS SEM DONO: SOLIDÃO PURA OU CHAMADO DE DEUS?


Quem sou eu, sem você?

Um Céu sem estrelas

Ou um dia sem Sol,

Quem sabe eu seja só companheira

Dessa solidão corriqueira

Que insiste em vir me ver


A dor me ensinou a viver

A virar o medo pelo avesso

Para não ter o que temer

Mas, viver assim tem seu preço

E muitas vezes padeço

Por ninguém me compreender


Aí, tento virar a página

E começar tudo de novo

Sem plateia, sem barulho, sem coro

Viver em pleno abandono

Ouvindo só os ecos sem dono


Forte sou, porém não sou o Cristo

Nem sei lutar tanto assim

Me sinto tão perdida

Não vejo em mim uma saída

Para essa tristeza sem fim.


Às vezes a solidão

Nos faz revelar a covardia

E no corre do dia a dia

Você esquece que viver

É muito mais que esperar

Viver é estar com Deus

É amar , se entregar e Sobretudo agradecer .


AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

ROLETA RUSSA


A vida, com sua impermanência, desfila ao ritmo dos segundos que escorrem entre os dedos, como areia em uma ampulheta. Seu esgotamento é inevitável, mas o tempo exato permanece uma incógnita, desafiando-nos a prever ou compreender o que ela significa.


Muitos anseiam por respostas urgentes às grandes questões existenciais, enquanto outros preferem queimar a última brasa de vida em imediatismos e deleites, como se a existência fosse uma lustrosa bandeira de prata, onde tudo que desejamos e almejamos pudesse se realizar.


No entanto, entre essa doce ilusão que fascina e desperta nossos sentidos, nem tudo está ao alcance de um toque, clique ou piscar de olhos... Assim, somos forçados a lutar e relutar contra as primas frustações que nos acompanham por toda a existência — e que podemos ou não aprender a digerir. Quando não as encaramos de frente, com olhos nos olhos e ranger de dentes, vivemos uma vida de super-homens imaginários, acreditando que o mundo sempre estará de braços abertos para nos servir ao bel-prazer.


Mas, quando crescemos e a vida cobra essa conta, ela pode ser alta demais — em alguns casos, até impagável. Então, transtornos e situações abusivas podem se acumular, como sombras inevitáveis.


A vida, por vezes, revela seu amargor, forçando-nos a engolir aquela dose de antibiótico que rejeitávamos na infância, enquanto insistimos em impor nosso ímpeto e nossas escolhas. Em outras circunstâncias, os desejos nos arrastam por caminhos sem retorno, levando-nos a dilemas épicos. A máxima nietzschiana ressoa tardiamente, como um sussurro amargo ao pé do ouvido: "...tudo pode, mas nem tudo lhe convém". Os ombros se curvam sob o peso das escolhas mal ponderadas, nascidas na efervescência dos desejos imediatos, e causa e consequência entram em ebulição.


Talvez a vida seja esse olhar retrospectivo, uma tentativa de passar a limpo o que não tem correção, carregando de uma estação a outra o peso dos tropeços entre decisões — ou indecisões — que nos mantêm letárgicos na hora de embarcar no trem. Assim, a vida pode passar diante de nossos olhos, e percebemos, tarde demais, que uma existência inteira se foi sem que nenhum passo ousado tenha sido dado. A omissão, afinal, também é uma escolha, carregada de suas próprias consequências.


Estamos, pois, sempre diante de uma roleta russa, onde cada resposta que damos — ou deixamos de dar — implica inevitavelmente em um destino imprevisível. Somos heróis de nossa própria tragédia, tecida entre louros e decepções, incapazes de voltar no tempo para corrigir os feitos, que, infelizmente, não podem ser desfeitos. Assim, precisamos reunir coragem na fração de segundos para agir, para não perder a locomotiva que anuncia sua passagem constante enquanto a vida pulsa em nós.


AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

O PRIMEIRO DIA DAS MÃES


Pensei em vários temas para o texto de hoje, mas não consegui escapar do clichê DIA DAS MÃES.


Mas desta vez por ser um dia diferente para mim.


Já tive alguns primeiros Dia das Mães, e todos foram muito especiais.


O primeiro Dia das Mães do primeiro filho, depois do segundo filho e seria especial cada primeiro dia como mãe dos filhos que viessem.


Houve também meu primeiro Dia das Mães como avó, tão especial quanto meus dias de mãe.


Os primeiros dias como mãe levando filho na escola, o primeiro dia como mãe indo ao médico ou dentista.


O primeiro dia de mãe indo ao cinema com meus filhos, e cada ato ou fato que acontecia com eles pela primeira vez, se tornava um primeiro dia para mim como mãe.


E todos os Dias das Mãe se tornavam especiais.


Mas neste será diferente, já que é o primeiro Dia das Mães, que não terei a minha por perto. Será o primeiro Dia das Mães que não a abraçarei ou tomarei um café com ela.


Não poderei lhe dizer mais uma vez como a amo e como foi um exemplo de mãe para mim.


Estou triste sim, mas a minha tristeza poderia ser muito maior se não tivesse feito nada disso enquanto a tinha por perto.


Por sorte, tive uma mãe completamente presente em minha vida, que me ensinou tudo o que pode e sempre esteve ao meu lado.


Hoje não deixará de ser um dia especial, já que tive uma mãe muito especial e que me fez sentir-me especial.



1 Comment


Kenia Pauli
Kenia Pauli
há 9 horas

Belíssimas reflexões de domingo. Uma linda sincronia entre os autores.

🙏♥️🤩

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