A Maldição do Hotel Paradisium
“Nossa mente consegue criar fantasias mirabolantes, com personagens assustadores. O que fazer quando descobrimos que a realidade é mais aterrorizante que a fantasia?”
Ao abrir a porta, o cheiro nauseante penetrou na respiração de Alice, Mike e Ethan. A carnificina estava evidente quando Mike sentiu os pés grudando no chão, como se pisasse em um papel pega-mosca. Um interruptor foi acionado e a sala foi inundada pela luz amarelada da lâmpada. Lentamente os olhos de Alice conseguiram focar as imagens e muitos ossos foram avistados. O terror tomou conta deles e uma mensagem retumbava na mente: temos que sair daqui.
O que a princípio parecia um abatedouro, se transformou em uma sala de tortura. Além dos ossos e sangue, um crânio humano foi encontrado por Ethan. A visão era aterradora e o ar denso para respirar. No entanto, enquanto uma voz dizia para saírem dali, a curiosidade apontava para uma porta que deveria esconder mais segredos ou apenas revelar mistérios. Entre a curiosidade e o medo, a mente controlou o corpo e seguiram para a porta.
Ethan imaginou que Bart poderia ser um imitador de Hannibal Lecter e se isso fosse verdade, eles e dezenas de pessoas corriam perigo. A fuga do hotel deveria ser tentada e era isso que fariam logo após descobrirem o que estava atrás daquela porta.
O coração de Mike martelava no peito e a qualquer momento sairia pela boca. Explorar o desconhecido nunca foi o seu forte. Na cidade grande nada disso acontecia. Porém, Mike não poderia se mostrar fraco nesse momento e recuar, e o fato de estar na frente fez com que tomasse a iniciativa e abrisse a porta. A grande porta de madeira, com sua fechadura de ferro, remetia as memórias de Mike para os tempos medievais, onde havia tortura e sacrifícios humanos. Cada segundo transcorrido, Mike dava mais e mais razão para o que Alice dissera. A maçaneta foi girada lentamente, para que ela não rangesse, no entanto, ao empurrar a porta, um guincho saiu das dobradiças velhas. O corpo de Mike se arrepiou. Alice sussurrou no seu ouvido que ele deveria ir com calma.
Mike estava tremendo tanto que até pensava que Ethan e Alice sentiam as vibrações pelo solo. Respirou fundo e empurrou mais um pouco até que uma brecha de 5 cm se abrisse. Mike olhou na sala e estava muito escuro. Alice e Ethan olhavam por cima do ombro de Mike, tentando avistar algo. De repente uma lufada morna e um hálito de coisa podre saiu de lá. Mike travou as narinas no mesmo instante e ficou na dúvida se empurrava a porta com tudo e revelava o que tinha lá dentro ou fechava a porta de vez.
Quando Mike ia dar o primeiro passo para a imensidão desconhecida, foi puxado para trás com força. Acabou sendo seguro por Ethan. Nesse instante Alice assumiu a frente e um rosnado alto foi ouvido. Era bestial.
— Corram — disse Alice sussurrando. Ao colocar seus olhos em Mike e Ethan, eles estavam roxos. — CORRAM!