As mulheres parecem que estão ligadas nos 220 volts, devido a tantas coisas que pensam, falam, fazem. Eu me canso só de olhá-las. Às vezes exageram um pouco e só outra mulher para entendê-las.
Leia, critiquem, comentem!
Luiz Primati
TODAS AS FÊMEAS QUE ME DOMINAM
por Luiz Primati
IG: @luizprimati
MULHERES ESTRESSADAS
Hoje tive que fazer um exame de rotina. Marquei o primeiro horário para ser atendido mais rápido. Era às 8:00h o exame e às 7:45h estava aguardando alguém chegar e abrir a clínica. Sorte minha que não havia ninguém. Seria tranquilo — pensei. Não foi assim.
A atendente responsável por abrir a clínica chegou apenas às 7:55h e logo que abriu, entrou uma mulher negra, idosa, que me seguiu. Ficamos aguardando sermos chamados. Logo outro senhor apareceu e sentou-se ao nosso lado, aguardando a vez. Aquilo não era o que eu esperava, mas até então estava sob controle.
Quando o relógio marcou 8:00h, apareceram diversas mulheres, do nada, e se apinharam no balcão, querendo ser atendidas de pronto. Isso começou a me deixar ansioso e irritado, mas mantive a postura. Duas delas deixaram seus pedidos de exame e sentaram-se aguardando serem chamados, mas aquela loira, de cabelo preso ao topo da cabeça, calças leg, preta, não estava ali para brincar.
— Por favor, preciso de um ultra-som para o meu pai — disse a loira-coque-calças-leg-preta.
— Para quando? — perguntou educadamente a atendente.
— Para agora! É urgente! — disse a loira-coque-calças-leg-preta.
— Impossível! Estamos com os horários tomados — respondeu a atendente sem mover as sobrancelhas.
— Por favor, preciso mesmo — implorou a loira-coque-calças-leg-preta com voz insolente.
— Verei se consigo encaixar, mas tem que estar de jejum. Ele está? — questionou a atendente.
— Claro! Está sim! — afirmou apressada a loira-coque-calças-leg-preta-insolente.
— Bem, deixe eu ver um horário para você…
— De quantas horas é o jejum? — perguntou a loira-coque-calças-leg-preta-insolente com ligeira dúvida na voz.
— Se fizermos o exame agora cedo, são necessárias 8 horas de jejum. Se for após o almoço, 6 horas — olhou a atendente e sorriu.
— Oito horas, é? Hum! — falou a loira-coque-calças-leg-preta-insolente-voz-com-dúvida enquanto desmanchava a pose de insolente.
— Sim! Ele não está? — questionou a atendente.
— Não! Ele comeu hoje as 6:00h da manhã — disse a loira-coque-calças-leg-preta-voz-com-dúvida agora com a voz mansa e sentimento de culpa.
— Você tinha me dito que ele estava de jejum… — cutucou a atendente.
— Eu falei, mas havia me esquecido… — disse a loira-coque-calças-leg-preta-voz-mansa-sentimento-culpa. — Veja se consegue um horário após o almoço.
A conversa estava ficando interessante. Eu pensava: “Vai atendente, dá um soco no fígado dela agora”. “Tomou loira-coque-calças-leg-preta-voz-mansa-sentimento-culpa-arrogante!”. Entretanto, uma mulher chamou o meu nome e perdi o resto da conversa. Quando saí do exame ela desaparecera.
Agora só me restava aguardar o laudo do médico, embora ele já tivesse me adiantado que nada havia de anormal. Fiquei ao celular aguardando. E as surpresas não parariam por aí.
Quando o relógio marcava 9:10h e meus pés já martelavam o chão impacientemente, surgiu outra mulher apressada. Colocou sua bolsa de grife sobre o balcão, com uma pasta e pediu um minuto para a atendente e foi tomar um copo de água. Após recobrado o fôlego, foi até o balcão falar com a atendente. Sua barriga avantajada indicava uma gravidez, no entanto, poderia ser gordura, doença ou até relaxo.
— Benhê, tenho um ultra-som às 9:15h. Quase perdi a hora — disse a mulher-barriga-d’água.
— É hoje? — perguntou a atendente surpresa.
— Sim, agora! — resfolegou a mulher-barriga-d’água-surpresa.
— Não estou encontrando nenhum exame aqui para você… — comentou a atendente.
— Mas como? Recebi a vossa ligação ontem, dizendo ser hoje as 9:15h — disse se irritando a mulher-barriga-d’água-surpresa-irritada.
A atendente olhava para o papel do exame, olhava para a mulher e tentava manter a postura.
— A senhora se lembra do número de telefone que ligou para a senhora? — questionou a atendente.
— Como assim? Vocês que me ligaram… — disse já sem calma alguma a mulher-barriga-d’água-surpresa-irritada-sem-calma.
— É que não ligamos, pois, nem trabalhamos ontem. Foi domingo e mesmo a internet dizendo que trabalhamos 24 horas, isso está errado — disse a atendente tentando acalmar os ânimos da mulher-barriga-d’água-surpresa-irritada-sem-calma.
Num relampejo de sanidade, a mulher-barriga-d’água-surpresa-irritada-sem-calma-na-dúvida perguntou:
— Aqui não é a Tomocentro?
— Não! Aqui é a Multi-imagem! — respondeu a atendente triunfante.
— Meu Deus! Que distração a minha… Onde será que fica essa Tomocentro? — perguntou a mulher-barriga-d’água-surpresa-irritada-sem-calma-na-dúvida-arrependida.
— Fica ali naquele quarteirão — apontou a atendente.
E a mulher-barriga-d’água-surpresa-irritada-sem-calma-na-dúvida-arrependida-apressada saiu ziguezagueando por entre as pessoas em direção ao seu carro.
Mais uma que a atendente vencera. Dois a zero para ela.
Como deve ser difícil trabalhar em lugares como esse. Pessoas sem paciência e geralmente são as mulheres. E você que está lendo e é mulher, não venha se defender e nem reclamar. Sei o quanto vocês são estressadas mesmo. Tenho uma mulher em casa me esperando e se abrir minha boca, capaz de apanhar e da cachorra me morder para apoiá-la. Que Deus olhe mais para essas mulheres.
AUTOR
Luiz Primati
A vida não é fácil! Ninguém se coloca do outro lado do balcão.
Que os do balcão, sejam protegidos das loiras-coques-calças-leg-pretas e mulheres-barrigas-d’água.
Ótimo Luiz, que venham mais!
Atendimento ao publico é tramado mesmo :D Bo texto, venham mais mulheres... histórias, digo
😂Começar o dia lendo está se tornando um vício de leitura para mim. Amo imaginar "pés martelando o chão impacientemente, que imagem humorizada Luiz, você deixa em nossos pensamentos. E a recepção de sua mulher e da Paçoca... 😂😂😂Demais...