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REFLEXÕES Nº 90 — 12/11/2023


Imagem gerada com IA MidJourney


 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

SEJA FELIZ

Dias atrás ouvi uma observação a qual nunca tinha me atentado.

Quando dizemos aos nossos filhos ou qualquer outra pessoa que amamos — SEJA FELIZ — jogamos a responsabilidade da felicidade em cima de seus ombros.

Refletindo sobre o assunto, percebi que nunca utilizei o termo seja feliz aos meus filhos, mas sim, divirta-se. Sempre digo a eles para que levem a vida de uma forma leve, sem cobranças, já que quem se cobra demais, geralmente sai frustrado.

Hoje mesmo conversando com minha neta, cutuquei: — a vida é boa, não é mesmo?

Ela de pronto respondeu que sim, então completei: — mesmo que aconteçam coisas que não gostamos, como uma dor de barriga (fato que a incomodou recentemente), ainda assim a vida é boa.

E ela mais uma vez concordou, me dando exemplos, dizendo que temos comida boa, podemos nadar, passear e comprar coisas quando temos dinheiro (observação feita por ela mesma).

Ou seja, aos olhos de uma criança é fácil ser feliz.

Mas a maior questão em relação a um SEJA FELIZ, é que se pensarmos bem, a responsabilidade de sermos felizes está realmente em nossos ombros. Temos que ser felizes e não porque outras pessoas nos desejem isso, mas porque somos merecedoras da felicidade.

Então ao dizer a alguém, seja feliz, explique que ela deve se esforçar para que isso aconteça, porque ela merece e ninguém a fará feliz se não desejar ser.

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.

 

PARIS: ECOS DE ETERNIDADE


Paris, a cidade de luz, amanhece diferente. Ela desperta lentamente, envolta em uma calma que engana, pois aqui, o sol nasce com relutância, diferentemente de outras partes do mundo. São 5 da manhã. O frio cortante é apenas um prelúdio do que está por vir. Em frente ao cemitério na Boulevard Menilmontant, aguardo, ansioso, pela edição especial do Charlie Hebdo.

Cada minuto parece eterno enquanto espero pelo funcionário da banca de jornais, que já deveria estar aqui. Meus olhos vagueiam pelos muros do cemitério, onde repousam nomes que ressoam através da história: Jim Morrison, Alan Kardec, Honoré de Balzac, Chopin, Delacroix, Molière, Edith Piaf, Oscar Wilde, entre outros. Uma mistura de reverência e melancolia me invade, ao pensar que, embora restem apenas ossos, o legado dessas almas ecoa eternamente.

Quando finalmente são 5:15 da manhã, sou informado de que a edição especial não chegou. Desapontado, percorro a Boulevard Charonne até meu hotel, que fica ao lado do cemitério. Lá, minha família dorme tranquilamente, alheia ao pulsar de uma Paris que não encontra descanso.

Da janela do terceiro andar, meu olhar se perde entre os túmulos. As alamedas do cemitério prometem histórias e segredos que anseio descobrir. Paris, em sua eterna dança entre a arte e a história, agora se vê marcada por um evento sombrio: o ataque ao Charlie Hebdo, que deixou um rastro de dor e medo. A cidade, outrora tranquila, agora vive ao som constante de sirenes, lembrando-nos da fragilidade de nossa existência.

Nesse cenário, refletindo sobre a efemeridade da vida com um café quente e um croissant, penso no paradoxo de Paris: uma cidade que encanta e intimida, que celebra a vida e, ao mesmo tempo, a contempla em silêncio.

Paris é mais do que um destino; é um encontro com a história, um diálogo com o passado e um espelho de nossas próprias emoções. Aqui, entre as ruas que narram séculos e a arquitetura que sussurra histórias, cada passo é um lembrete daquilo que somos e do que podemos ser.

Em meio à turbulência, sonho com um final em Paris, talvez ao lado de Kardec e tantos outros que marcaram a história. Na cidade, que é um mosaico de vida, arte e memória, espero encontrar a paz que transcende o tempo.

Em meio a esses pensamentos profundos, uma mudança sutil, mas poderosa, começa a se desenrolar. Como se emergindo de um transe emocional, minhas contemplações são interrompidas pela gradual ascensão do sol, que finalmente decide reivindicar seu lugar no céu de Paris.

Quando os primeiros raios de luz banham a cidade, observo os ponteiros do relógio formarem 10h e com isso minhas esperanças se renovam. A luz dourada se espalha pelas ruas de paralelepípedos, tocando as fachadas antigas e dançando sobre o Sena.

Neste momento, a cidade parece despertar de seu próprio devaneio, revelando uma Paris que resiste e se reergue — resiliente e eterna.

O calor suave do sol acaricia meu rosto, lembrando-me de que, mesmo após as noites mais longas e sombrias, o amanhecer sempre retorna, trazendo consigo novas possibilidades e a promessa de um novo começo.


 

AUTORA LUCÉLIA SANTOS


Lucélia Santos, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e minicontos infantis.

 

CHUVA ÁCIDA

Eis o momento em que o peito aperta, o nó na garganta se refaz e o mar transborda. Cada vez que a dor se intensifica, caem gotas de sangue, molhando as páginas escritas de uma história de perda, saudade e angústia.

Os vigias veem o tempo passar, eles piscam a cada instante, presenciam uma rotina marcada por traumas, derrotas em uma guerra de emoções e a tristeza chegando à sua nova morada.

Os portões se fecham e permanecem travados, somente uma chuva com gosto amargo passa sobre eles. No dia seguinte, estão enxutos, mas com as marcas dos desgastes que a tempestade causou.

Um sino toca de modo acelerado e aflitivo, nenhuma mão é capaz de controlá-lo, por um instante ele parece parar, mas em seguida dispara desesperado, causando dor e medo.

Tudo em volta torna-se invisível, tornando-se um espaço vazio e gélido. O carro para de funcionar, perde-se a força sem uma gota de combustível; a insistência só causa uma terrível piora na difícil situação instável.

Um dia parece uma eternidade narrada em anos, a ânsia por uma saída, por uma rua com paz e tranquilidade só aumenta. Os vigias ardem como em uma insolação, mas foi uma chuva ácida que os encharcou. Dia após dia é uma luta árdua para abrir os portões, na esperança de que o sol invada a casa e traga junto com ele um revigoramento para a alma.


 

AUTORA ALESSANDRA VALLE

IG: @alessandravalle_escritora


Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 - A MENINA BEL E O GATO GRATO - o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.

 

DEUS


Estamos acostumados a viver a euforia

A correria impede de Te ver

de Te ouvir

quanto mais de Te sentir.


Os problemas aparecem

A mente se perde em um desalinho

Mas tudo está certo

No que Tu determinas para nosso caminho.


Nos momentos de aflição

Devemos parar e Te buscar

Pois a mente precisa acalmar

Seja na respiração ou através da oração.


Refletir que Tu és Pai

Que jamais nos abandona

Que mesmo diante da maldade

Dá-nos força para seguir.


Quem te julga inatingível

Esquece que é luz

Não lembra que Tu enviastes Teu filho

O mestre e irmão Jesus.


Conectados a Tua essência divina

Podemos mover montanhas

Vencer a nós mesmos

Reconhecendo o orgulho e o egoísmo nas entranhas.


Quem Te busca

Sempre Te encontra

No ar, no mar, em todo lugar

Em todos os seres da criação.


Que eu jamais esqueça

Tu estás em meu coração.


 

AUTORA ROBERTA PEREIRA


Roberta M F Pereira nasceu em 1986 e cresceu na cidade de Brumado, interior da Bahia. É Historiadora, Tradutora, Intérprete de Libras, Professora e Poetisa. Desde bem jovem já demonstrava seu amor e dedicação a escrita, especialmente poesias. Tem suas poesias publicadas em diversas coletâneas e no site Recanto das Letras com o pseudônimo, Betina. É autora do livro “Verdades de um Coração Ferido”.

 

RESOLVI MUDAR


Mudar o cabelo

Mudar o meu jeito de vestir

Mudar minha autoestima

Mudar de “amigos”


Só não mudei o meu caráter, pois essa, é a minha melhor escolha todos os dias.


Às vezes, a mudança é necessária! No entanto, para algumas pessoas, mudar é desconfortável…


Mas, pare e pense em todas as mudanças necessárias em sua vida e que você adia todos os dias com medo do olhar torto, insegurança em não ser aceita e pior ainda, por não acreditar em você.


Mude, quantas vezes for necessário, quantas vezes precisar reparar um erro, quantas vezes o sofrimento estiver presente, mude!


Mude o cabelo

Mude a roupa

Mude o desespero

Mude de ambiente

Mude dos desamores

Mude a alimentação

Mude a paisagem e vá…


Vá mesmo com medo

Mesmo com a incerteza

Mesmo com a tristeza

Mesmo que não tenha torcida

Mesmo que cutuque a ferida


Só não paralisa no tempo

Não desista de viver

Não desista da felicidade

Não desista de você!


 


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