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REFLEXÕES Nº 81 — 11/09/2023


Memorial das vítimas do 11 de setembro. Imagem gerada com IA MidJourney

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


LUIZ PRIMATI (1962), é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e seu último lançamento foi o livro "A MALDIÇÃO DO HOTEL PARADISIUM".

 

ECOS DA INTOLERÂNCIA


Hoje, o calendário marca uma data cinza, de silêncio profundo, um dia carimbado com a tinta da melancolia. Neste dia, em 2001, os céus de Nova York se tingiram de cinzas, enquanto as Torres Gêmeas desmoronavam. O mundo prendeu a respiração, engasgou-se com a fumaça de incertezas.


Recordo-me da primeira vez em que os olhos me capturaram essas imagens aterrorizantes. Portais de notícias, antes recheados com trivialidades e curiosidades, transformaram-se em espelhos de uma realidade grotesca, ainda por se desenrolar. O mal estava só começando sua terrível ópera.


Ah, as vidas arrancadas, como flores ainda em botão! Não concordar com uma ideia transformou-se em sentença de morte. É como se ousássemos desafiar Deus, e Ele, irado, se vingasse através das mãos dos extremistas. O Deus que conheço, porém, não carrega a vingança como escudo. Será que essa ira mortal é um engano, uma blasfêmia em nome da divindade?


E o que dizer das quase 3.000 almas, cada uma delas repleta de sonhos, esperanças, amor? Homens e mulheres que talvez desejassem casar, constituir família, viajar pelo mundo. Agora, são apenas ecos em um túnel escuro, nomes impressos no final dos documentários, estatísticas. Será isso suficiente?


Capturar o mandante, arrancar-lhe a vida como ele fez com tantos outros. Será que essa é a solução que alivia a dor dos que foram deixados para trás? Ah, o mundo tornou-se um palco perigoso, como bem sei. Lembro-me de 2015, quando o terror aportou em terras francesas, dizimando 12 vidas no ataque ao jornal Charlie Hebdo. Eu estava a dois quilômetros de distância, e o terror nunca pareceu tão próximo.


Esse ato abominável foi como uma lâmina afiada contra a liberdade de expressão, essa mesma liberdade que é a alma da Valleti Books. Aqui, nossa voz é neutra; nosso desejo é apenas que escritores e artistas possam desbravar suas ideias sem medo, sem grilhões.


Concluo com um pedido silencioso: que dias sombrios como este não voltem a tingir nossos calendários. Contudo, reconheço a dificuldade desse desejo em se concretizar. Estendo, portanto, a minha solidariedade a todas as almas vítimas da intolerância que ronda nosso mundo.


Que Deus, em sua verdadeira essência, seja o farol em nosso oceano de desolação.


 


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