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REFLEXÕES Nº 75 — 06/08/2023


Imagem gerada com IA MidJourney


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
 

QUARENTAR


Estou prestes a acordar

Com quatro décadas a respirar

As dores que ainda sentirei

A prestações que tanto esperei,

Mas que nunca de fato desejei...


Minha pele expressa sulcos,

Manchas e olheiras que denunciam

As noites mal dormidas

Que já há décadas

me foram roubadas,

Se não pela maldita ansiedade

Foi pelas fantasias em vão

Crente no conto de fadas

Aguardei na estação este vagão

Que assim, me deixou no vão...


Então, me olho descrente

no espelho Do meu banheiro

Que também em muitos outros

me encarei

Me indagando o que da minha vida

Estava fazendo,

Enquanto a maquiagem escorria

Pelo rosto...


E agora, depois de tantos momentos

Histórias e tropeços...

Enfim aceito com resignação

Que a vida passou e continuará

Passando a mão em mim...

Mas que sabiamente como

Viviane Mosé afirmou:

Que agora seja,

olhando nos meus olhos

E com meu consentimento.


 

AUTOR AKIRA ORDINE


Akira Ordine é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.

 

ELA


Ela


Ela estava cansada

De tanto preconceito

Ela estava cansada

De viver daquele jeito


Ela queria ser Ela

Com toda a sua graça

E queria parar

De escutar tanta desgraça


Ela não mais aguentava

Tantos olhares tortos

Nos jornais, corpos

Como o seu apareciam mortos


Ela, porém, não se deixava

Abater, era Ela afinal!


Bela, graciosa, seu

Corpo é seu

Até o final


E por isso

Transformou luto em verbo

Verbo seu para sempre

Até o final

E sem ponto final


 

AUTOR LUIZ PRIMATI


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.

 

O VALOR DO SEU TEMPO


Já se questionou sobre o valor intrínseco do seu tempo? Estaria disposto a pagar por mais vida, medidas não em meras horas do cotidiano, mas em décadas cheias? Quanto estaria disposto a sacrificar para adquirir esse tempo adicional? Ou, invertendo a situação, venderia anos de vida por dinheiro?


Estas questões são exploradas no filme alemão "Paraíso", onde uma poderosa corporação comercializa o tempo, comprando dos jovens e vendendo aos mais velhos. Jovens que ontem tinham 20 anos acordam com 40, mas milionários. Por outro lado, pessoas que já haviam cruzado a marca dos 60 rejuvenescem, revivendo a energia dos 30.


Essa concepção, embora fictícia, desperta reflexões profundas. Agora, aos 60 anos, estaria eu disposto a retornar aos meus 20? Teria a experiência acumulada, mas meus companheiros e potenciais amores estariam na casa dos 20. Conseguiria eu me conectar com mentes tão jovens e distintas?


Correria o risco de ser visto como um jovem com mente envelhecida, um desajuste que poderia me isolar dos outros. Seria uma jornada solitária, a menos que eu conseguisse apagar todas as lições aprendidas e voltasse a pensar como um garoto de 20.


A proposta pode ser tentadora, mas eu prefiro declinar.


Tudo nesta vida possui um ciclo: a semente que germina, cresce, floresce, espalha sua beleza e aroma e depois sucumbe. A fruta que percorre o mesmo caminho, ao final, nutre um ser humano. O peixe que nasce, cresce e serve de alimento.


Estou grato pela oportunidade de envelhecer, após ter enfrentado tantos desafios. A vida é um jogo onde avançamos em estágios, década após década, até chegar ao final. Retornar aos 20 anos seria como reiniciar o jogo, encarando todas as fases novamente.


Quero apenas prosseguir, superando novas etapas e, quando o momento chegar, partir rumo ao plano espiritual.


Sei que ao reencarnar, uma nova vida me aguardará e novamente percorrerei todas as fases, contribuindo para minha própria evolução.


Por ora, persistirei até o fim deste jogo da vida, determinado a sair vitorioso.


 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

AINDA GOSTO DE GENTE


Sei que muitos consideram o fato de a humanidade não ter mais conserto.


Outros ainda dizem que prefere bicho à gente.


Eu ainda gosto do bicho gente.


Sei que conviver com as pessoas é uma luta diária. As pessoas perdem mais tempo discordando do que agrupando ideias. É necessário pararmos e analisarmos a humanidade.


Será que o homem realmente não tem mais jeito?


Sendo assim faço o que comigo mesma? Me dou sumiço?


Ainda não estou preparada para viver na solidão, a não ser que seja no meio da multidão.


Mesmo estando sozinha em algum lugar (shopping, cinema, centro da cidade) gosto de sentir que há pessoas a minha volta, mesmo que para ter este simples prazer é necessário me desviar dos pedestres indecisos (aqueles que nunca sabem que rumo tomar na calçada).


Viver sempre foi difícil, por que hoje seria diferente?


Gosto do movimento, do falatório, do doce balé do vai e vem das pessoas, transitando sem saber ao certo para onde irem.


Mães que se acumulam no portão da escola, à espera do sinal para que possam entrar e pegarem seus pequenos.


Um parque lotado em um feriado, onde crianças fazem filas e disputam brinquedos.


Gosto dos desfiles em datas comemorativas, da fila do açougue onde podemos conhecer novas pessoas, mesmo que por um breve momento.


Gosto de todo e qualquer lugar onde haja vida.


É necessário que as pessoas entendam que umas dependem das outras, e que ninguém consegue viver como uma ilha.


Gosto de risos altos, conversas gostosas, viagem com amigos.


Gosto de dar bom dia ao vizinho e aos estranhos também.


Gosto de ouvir meus pensamentos se misturando com outros pensamentos.


Gosto de conversar e fazer amigos. Eu ainda gosto de gente.


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
 

LUZ E PAZ


Tenho sedes de amar, amar um mundo que fale de paz e luz, deixando ecos em nossas memórias. Como seria bom.


Tenho vontades de felicidades, que não precisem contar as horas e nem ter medos de que distraidamente nos deixem rapidamente.


Somos gente em composições poéticas e que de repente podemos ser flores de luzes, trevosinhos da sorte ou uma escrita esperançosa.


Tenho sedes de luz e paz, desejosos de que o mundo se revire e nessa travessura se vire em amor. Incrível e lindo é esse desejo imaginário, não importa se sair de dentro de nós, precisamos contagiar corações, com essa ânsia e disposição.


Queremos um mundo de emoções constantes e íntimo com a profundidade da felicidade.


Por onde começar?


Por mim e você? Por nós todos?


Penso que em um único abraço planetário de luz, paz e amor.


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

AMANHECEU


Dia lindo

Quero viver o momento

Sentir o agora

No nascer do sol

Na essência da flor

Num cantar do pássaro

Eu só quero viver

Se você quiser

Pode sentir também

É só fechar os olhos

Deixa a vida acontecer

Só não deixe de agradecer

Esse dom do amanhecer

E poder ir adiante


Fé, esperança

Vontade, confiança

Vamos seguir em frente...


 



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