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REFLEXÕES Nº 48 — 27/11/2022

Leia, reflita, comente!

 

AUTORA ROBERTA PEREIRA


Roberta M F Pereira nasceu em 1986 e cresceu na cidade de Brumado, interior da Bahia. É Historiadora, Tradutora, Intérprete de Libras, Professora e Poetisa. Desde bem jovem já demonstrava seu amor e dedicação a escrita, especialmente poesias. Tem suas poesias publicadas em diversas coletâneas e no site Recanto das Letras com o pseudônimo, Betina. É autora do livro “Verdades de um Coração Ferido”.

 

PARA DE FINGIR


Para de fingir que está tudo bem...

Para de fingir que não sente dor...

Para de fingir que está feliz o tempo todo...


Esta, é apenas a utopia que querem nos vender!

No entanto, não somos obrigados a comprar essa positividade tóxica!


Dê espaço para que você floresça e apareça, mesmo que esteja com o coração cheio de dor...


Pois saiba que a felicidade não está na ausência do sofrimento, mas, ela está na caminhada pela estrada da vida.


 

AUTORA MIGUELA RABELO


Miguela Rabelo escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
 

ENSAIO: REVELAÇÃO DO ORÁCULO


Talvez se há anos atrás o colega ator tivesse lido minha sorte, poderia ter me alertado o melodrama cinematográfico que seria minha vida..., mas talvez ele tenha se recusado justamente por não querer estragar a "surpresa" na qual eu seria protagonista.


Então estava imersa nas minhas dores, angustias, dissabores e solidão... tentando buscar entender e digerir esta dor do vazio e da saudades que correm nas minhas veias... quando me deparei com um vídeo que enfiava o dedo em uma ferida antiga... que, na verdade, nunca deixou de minar…


E foi como se um abismo abri-se diante dos meus olhos e um oráculo proferisse o desvendar de toda a odisseia da minha existência até o momento presente, deixando-me perplexa diante a fatídica revelação.


Ao ouvir a palestra da professora Lúcia Helena Galvão falando sobre carência afetiva, entendi toda a raiz dos meus problemas e as consequências devastadoras em minha vida.


Está desde o início sempre foi a pior erva daninha que envenenou minha existência, fazendo-me pagar um preço muito alto em ser amada e aceita pelo outro... me custando a liberdade e às vezes, o resto de existência. Tentando reconhecer no espelho interno, aquela na qual necessitava ser amada. Mas que por medo de conhecê-la ou por não se sentir encantada, buscava assim esse amor de validação no outro, o qual podia se servir do seu coração ao seu Bel-prazer.


Então, por medo deste vazio tão doloroso, terrível e aparentemente frio da solidão, aceitamos cair no golpe do amor alheio a qualquer custo. Mas infelizmente o que não percebemos é que este exato instante de solidão é ideal para sabermos reconhecer nosso reflexo diante do espelho que enxergamos muitas das vezes distorcidos por não saber perceber nosso valor e nossas qualidades. Mas também por medo de encarar e entender nossos defeitos..., pois queremos ser perfeitos. Enxergar o que é reprovável nos leva ao poço... Porém, "o lado bom de chegar ao fundo do poço é que só podemos subir" ou então... passarmos o resto da vida nos lamentando e se envergonhado dos nossos erros e desacertos, mas infelizmente e fatidicamente repetindo-os consequentemente.


Por isso, a importâncias deste encontro com a solidão positiva, assim reconhecida solitude. Quando a evitamos, deixamos de dar oportunidade a nós mesmo de nos conhecer, amar e assim cultivar nosso jardim para que as borboletas e abelhas um dia possam vir. Mas esse cultivo não deve ter enfoque na almejada visita..., mas sim, no bem-estar físico, mental e emocional próprio. Tendo como consequência bem-vinda as espécies queridas que complementem e não completar o Jardim da nossa jornada.


E somente conseguiremos escalar o poço, se reconhecemos nossas fragilidades e estejamos desejantes da necessidade de transmutação da bagagem densa e mofada de outrora para uma dolorosa viagem momentânea com destino de passagem para um futuro quem sabe leve, suave e confortável no presente do amanhã.


Saudosos artistas desacreditados, insistiram e persistiram no que de fato palpitavam na alma, independente da ausência da validação externa. Eles acreditavam em si, deixando assim fragmentos de sua essência, que contribuíram para enriquecer e abastecer os mitos necessários a adornar a existência humana, fazendo assim a vida ter mais beleza e sentido.


Por isso, aprender experimentar o nosso vazio, deixando também o outro vivenciar esse iato de respiração é fundamental na manutenção do laço, que, na verdade, deveria ser diverso de relações de afeto distintos. Distribuindo assim amor e desta forma multiplicando mais amor. Abastecendo o mundo ao nosso redor e nos mantendo sempre em satisfação continua.


Há tempos, quando aceitei o amor do outro a qualquer preço, não tinha noção que em troca dele estava entregando a minha vida e o restante de vontade e sonhos que ainda existiam em mim, em troca também de abastecer e iluminar o breu externo e interno do outro, me reduzindo a um nó, impedindo assim de ser laço.


Tardiamente, me dei conta do erro cometido ao "vender minha alma" ou o que ainda havia sobrado dela a uma ilusão chamada carência afetiva. E quando o "pacto" foi lavrado com a simbiose de dois carentes afetivos a ressoar e sufocar em alto e bom-tom no mundo... tardiamente percebi a cilada que o vendedor me cobrou e me cobra até hoje a conta da cisão daquele contrato.


E por esse motivo, passo e passarei anos ainda a quitar uma dívida impagável e infindável… que já me custou muito caro Até agora, desde sanidade mental, emocional, moral e até relação de alto valor que nunca tinha experimentado até o momento.


Relação essa que estava no ritmo certo, seguindo a receita exata de como se fazer um laço..., porém eu, com descompensamento de outrora, engendrada ainda em vícios passados... tentei apertar o laço que se embolou em nó... e assim, perdendo a beleza em ser laço.


Infelizmente está resposta me veio tarde... quando o dia já havia se findado... deixando assim o breu da ausência da luz e o frio da minha própria solidão, na qual comecei me reconectar e reconhecer a sombra desta que habita em mim... me acolhendo como parte sombria e necessária da minha existência na transmutação de alguém melhor no futuro de presente a mim mesma.


 

AUTORA ARLÉTE CREZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas, todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
 

TEMPO PARA SER FELIZ


Sou daquelas pessoas que foge um pouco do padrão normal.


Aos cinquenta e sete anos, ainda não me dei conta de minha idade.


Algumas poucas vezes, me sinto com todos os anos que tenho e considero isto um direito.


Tenho o direito de ficar cansada e sentir dores, afinal minhas “engrenagens” tem a mesma idade, já que nunca fiz uma reposição.


Com exceção de aparelho nos dentes que usei aos quarenta anos, o restante é tudo original de fábrica.


Brinco, falo alto, danço na rua ou no supermercado, basta ouvir aquela música que me faz mexer.


Sempre fui aquela mãe, que antes de sair de casa para festinha de escola dos filhos, ouvia algo do tipo: mãe se comporta, não vai ficar gritando, tá?


Toda vez que filho meu pedia algo e eu dizia que não compraria, mal ameaçavam fazer o bico e eu já dizia: - pronto tivesse comprado, agora vou ter que pagar psicólogo para criança.


E ao invés de choro eu via um sorriso.


Sou a mãe que faz os filhos passarem vergonha, mas eu sei que eles me amam.


O que mais escuto de família e amigos é: você não é normal.


Gosto de desafios, de novidades, de conhecimento.


Aprendi a fazer listas inversas, já que as que eu fazia antes não funcionavam. Eu explico.


Costumava fazer listas inúteis de afazeres para o dia seguinte, mas logo no início do dia, minha lista já era deixada de lado, assim que alguém me pedia algo.


Ao final do dia, me sentia frustrada por não ter realizado metade das tarefas de minha lista, então mudei a estratégia.


No lugar de lista de afazeres, passei a fazer, ao final do dia, lista de tarefas cumpridas, fossem as minhas ou de outra pessoa.


Percebi que me frustrava não conseguir terminar minha lista naquele dia, mas me sentia feliz por ajudar alguém.


A idade nos permite nos moldarmos.


A velha história de dançar conforme a música.


Amo fazer coisas novas e diferentes.


Nunca gostei muito de programações, isso deixo para as redes de tv.


Tenho a impressão de que quem se programa muito, fica mais frustrado e isso aprendi com minhas listas inúteis.


É claro que devemos ter uma ordem na vida, mas esta ordem não precisa ser sequencial, apenas funcional.


Cada pessoa é única.


Funciono melhor sob pressão, assim preciso estar em constante atividade e ter muitas tarefas.

Tempo ocioso faz com que eu não consiga cumprir o que era preciso ser feito, pois quanto mais tempo eu tenho, menos faço.


Isso parece coisa de gente estranha, e deve ser mesmo.


Não deve ser à toa que meu apelido é Lelé desde os 9 anos.


Nunca gostei de moda, convenções ou qualquer outra coisa que nos rotule.


Afinal, o que é ser normal, se somos todos diferentes?


Não tenho tempo para ser normal, gasto este tempo para ser feliz.


 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

A ARTE DE VIVER


Viver...

A emoção do despertar

Do encontro com o novo

Espreguiçar e levantar

Pronta para... viver.

Viva!

Assim sigo confiante

Pronta para iniciar

A jornada do dia

E para o amor me... entregar.

Vida

Te aplaudo todos os dias

Pela labuta que enfrenta

Mas sempre vencendo

Obstáculos e desafios.

Assim... vivo feliz

Sigo confiante

Vivendo e aprendendo as lições

E plantando no coração

A semente que amanhã nascerá

Para meu caminho fortalecer

No amor crescer

E eu nunca deixar de sonhar...


 


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1 comentario


Stella Gaspar
Stella Gaspar
27 nov 2022

A criatividade e inteligência humana sempre nos surpreende! Parabéns queridas escritoras e poetisas 😍🤗

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