REFLEXÕES Nº 163 — 08/06/2025
- Luiz Primati
- 7 de jun.
- 12 min de leitura
Atualizado: 8 de jun.

DIFERENTE
Olhe ao seu redor. Quantas pessoas tentam se encaixar, seguir o mesmo padrão, usar as mesmas roupas, repetir as mesmas ideias? Agora, pare e pense: você é igual a elas? Ou há algo em você que pulsa diferente, que se recusa a se dissolver na multidão? Ser diferente não é um defeito, é uma força. Não há nada de errado em se destacar, em ter um jeito único de ver o mundo, de criar, de existir.
Ruim mesmo é ser igual a todo mundo. A uniformidade apaga, dilui, faz você desaparecer no meio de milhões. Para brilhar em um planeta com bilhões de almas, é preciso coragem para ser autêntico. Os iguais passam despercebidos, confundem-se na paisagem, tornam-se apenas mais um rosto na multidão. Mas você? Você quer isso? Se a resposta for sim, talvez esteja no planeta errado. Aqui, todos nós viemos para deixar uma marca, para sermos notados, para iluminarmos o mundo com algo que só nós podemos oferecer.
Ser diferente é o que move a história. É o que faz artistas criarem obras-primas, cientistas descobrirem o impossível, sonhadores transformarem realidades. Cada pessoa que já mudou o mundo foi, de alguma forma, um "diferente" — alguém que não teve medo de ser singular. Então, por que você deveria se esconder? Por que tentar se moldar a um padrão que não reflete quem você é?
Abrace o que te torna único. Sua voz, suas ideias, seus sonhos — eles são sua assinatura no universo. Não se trata de ser melhor que os outros, mas de ser fiel a si mesmo. Porque, no fim, o que realmente importa é viver uma vida que seja sua, não uma cópia do que os outros esperam.
E então, o que você vai escolher: apagar-se na multidão ou brilhar sendo quem você realmente é?
AS PALAVRAS PODEM SER MARAVILHOSAS
As palavras são como um caleidoscópio, produzindo belas mensagens. Penso que assim, deveriam ser. Palavras sábias formando um conjunto de ensinamentos, pronunciadas como uma delicada melodia, ecoando sentimentos e inspirações, estimulando sonhos e alegrias. Dizem que as palavras têm poderes, como a doçura do otimismo, provocando ânimo naqueles que sofrem, ressuscitando suas alegrias.
Com as nossas palavras somos capazes de tirar asperezas, arestas e tristezas, acariciando a nossa alma poética. Independente se são ditas ou escritas, o que importa é que elas cheguem até o destinatário. Escolher o que dizer, o que escrever, é produzir coisas boas, é uma voz, uma mensagem que em palavras deixam ternuras.
Podemos fazer de uma palavra, simples ou erudita, uma teia de amabilidades, um curto aforismo como um relâmpago iluminando o céu, como as belas imagens de um caleidoscópio de palavras curtas que transmitem uma mensagem direta.
As palavras enaltecedoras podem rachar rochas, como uma flor a brotar entre as fendas, então, acredite no possível e deixe sua beleza interior usufruir de palavras alegres, de uma beleza que até faz chorar.
Com palavras do coração, a vida segue. As conversas são rituais mágicos, prazerosos e parece que foram escritos, pelas estrelas e ditos com especial apreço.
Deixo duas palavras para vocês: que alegria!
GRITOS NA MULTIDÃO
O centro de São Paulo
se tornou o caos com
quadrilhas especializadas em todo tipo de roubo, vai da gangue da pedrada até a loteria premiada, mas o alvo principal são
celulares que desbloqueados
geram autovalores.
E nessa dicotomia em meio à multidão jovens ficam à espera
de uma oportunidade para
dar o bote certo no cidadão,
que aprecia a feira na estação
da liberdade, mas em um
momento de distração o
meliante acaba cometendo
essa maldade.
Deixando mais uma vítima em prantos, um grito de dor, um grito de impotência que se transformou em matéria nos telejornais por
conta dessa brutal violência
na cidade de São Paulo,
que não aguenta mais
esses anos de negligência
que sofremos na mão
desses marginais.
Enquanto isso, o nobre Deputado se protege em seu carro blindado
e com o poder na mão vossas excelências observam a distância esses animais roubando e matando por coisas tão banais e diante desse caos o grito da sociedade ecoa na multidão
por leis mais severas, por mais segurança e por uma justiça
digna para o cidadão que
vive um senso de impunidade.
SERÁ QUE A VIDA É SÓ ISSO?
Em certos momentos, uma pergunta inquietante pode surgir, mesmo no meio da rotina mais comum: será que a vida se resume a isso? Frequentemente, essa incerteza aparece de forma inesperada — no silêncio de um fim de dia exaustivo, no vazio que permanece após cumprir todas as tarefas ou até mesmo diante de conquistas que, por algum motivo, não parecem completas.
A sociedade nos impulsiona a uma vida agitada, onde trabalho, produtividade e acúmulo tornaram-se quase sinônimos de conforto. No entanto, algo persiste: uma sensação de que a existência não se limita a acordar, correr, consumir, dormir e recomeçar. Essa sensação de desconexão não significa fracasso, mas sim uma oportunidade de despertar.
Questionar o propósito da vida não é sinal de fraqueza, e sim de coragem. É o primeiro passo para sair do modo automático e observar o mundo com mais atenção. Nesse momento de incerteza, passamos a valorizar aquilo que não cabe em metas ou prazos: uma conversa sincera, um instante de silêncio, um abraço demorado, a beleza do que é simples.
Talvez a vida não tenha um sentido fixo ou um objetivo universal. Talvez cada um precise descobri-lo aos poucos, tornando sua própria jornada significativa. E é nessa construção constante, feita de tentativas e recomeços, que se revela, justamente, a plenitude de viver.
Não, a vida não se resume somente a isso. Mas descobrir o que ela pode ser é uma viagem que exige presença, atenção e coragem. E essa busca, por si só, já é uma forma intensa de viver.
DESAPERTAR UM APERTO
O que é um aperto no coração?
Pode ser tantas coisas…
Só sabe onde aperta esse aperto
quem sente ou já sentiu.
Um aperto pode ser saudade, medo,
ansiedade, dor, amor…
ou a falta dele. Às vezes, nem é físico,
mas parece pesar no peito como se fosse.
Então… como desapertar um aperto?
Às vezes, desapertar é aceitar o aperto.
E aos poucos, o coração vai se ajeitando
até bater leve de novo.
AMIZADE É ABNEGAÇÃO
A vida é maravilhosa,
Embora, às vezes, surjam situações dolorosas
Que tentam ofuscar a beleza do viver,
Tornando dura a jornada,
Deixando a alma sobrecarregada.
Bons amigos são essenciais:
Ajudam a lidar com os espinhos,
São apoio diante dos ais.
Muitas vezes, enfrentam
Problemas mais difíceis,
Por um instante deixam sua dor de lado
E ajudam com o nosso fardo.
Ter amigos verdadeiros
É possuir um tesouro inestimável;
É ser ajudado em qualquer situação,
Pois amizade é abnegação.
QUEM QUER NÃO PODE, QUEM PODE NÃO QUER
Essa frase nos faz refletir sobre algumas situações da vida, principalmente a respeito da aquisição de um bem, especificamente, de uma casa.
Quantas pessoas vivem ainda de aluguel porque ainda não conseguiram comprar uma casa, por mais simples que seja?
Como deve ser difícil ficar mudando de um lugar para o outro. Não se adquire uma identidade de moradia. A mudança é necessária, mas nem sempre é boa.
Quantas vezes nos deparamos com pessoas que desejam algo com todas as suas forças, mas não têm os meios necessários para alcançar? E, por outro lado, há aquelas que têm tudo ao seu alcance, mas não têm o desejo para aproveitar, investir?
É algo até contraditório, mas faz parte da vida.
A luta é grande para conquistarmos nossos desejos e objetivos.
Vida que segue e nos move rumo à felicidade, apesar de todos os obstáculos enfrentados pelo caminho.
O AMOR QUE SE DESFAZ
O amor que se desfaz,
Feito algodão doce na boca,
Simplesmente desaparece,
Esta sensação, é que me traz
A explosão de sabor é momentânea,
Uma sensação quase louca,
Feito flash de foto instantânea,
Um registro, que logo se esquece.
Assim é o Desamor,
Um prazer instantâneo,
Algo tal momentâneo,
Que sobra apenas dor
A amargura e a solidão,
Lembranças de um dia de verão.
O NASCER DO DIA
Tudo o que necessito é...
Sentir o sol sob meu rosto
Ao amanhecer , com a vida começando a se descortinar.
Pisar na terra úmida
Do orvalho da madrugada
Experimentar o aroma da flor da qual,acabou de abrir as pétalas.
Não há prazer maior
Que o despertar para o novo seja...
Novo momento para (re)começar.
Sorrisos e abraços renovados.
Ou para os que não conseguimos alcançar.
No decorrer do dia a dia
Deixar acontecer como a última chance
Para a vida se iluminar...
MEUS SEMELHANTES
No decorrer dos tempos já vi muitas pessoas se indisporem com outras, simplesmente por se julgarem melhores. Por acreditarem que os “diferentes”, são inferiores.
Mas afinal o que nos torna iguais? Quem são então os meus semelhantes?
Analisando a história do mundo e a história do meu mundo, consegui chegar à conclusão destas questões.
Descobri que o meu semelhante é aquele que passa por mim e diz bom dia.
Que acaricia um animal ou brinca com uma criança.
Estende a mão para ajudar um amigo ou necessitado, mesmo que estranho.
Meu semelhante é quem ri comigo e não de mim, é o que me mostra um outro lado da vida e me diz que estou errada quando realmente estou.
É aquele que elogia sem sentir inveja e senta comigo para um cafezinho rápido, o qual leva três horas para acabar.
Meu semelhante ama jogar conversa fora, só por estar em minha companhia e eu na dele.
Não trilha o mesmo caminho, mas muitas vezes tem um mesmo ideal.
Se faz de forte para que seus semelhantes sigam fortes também.
Ama a vida e ainda tem fé na humanidade.
Meus semelhantes não pensam como eu, mas me mostram outras formas de pensar.
MÓRBIDO
Nunca fui uma pessoa religiosa, embora não me considere ateu e curta estudar as diferentes religiões do mundo. Porém, como alguém de família espírita e que estudou a vida inteira em colégio católico, sempre ouvi a frase "Ame ao próximo como a ti mesmo". Acho interessante e enfaticamente triste notar como aquilo que deveria ser o princípio básico de toda a convivência humana tem sido a passos largos ignorado.
Em que momento foi definido que não se pode amar o próximo por ele ser de determinado jeito, ter determinado status, seguir determinada crença? Não foi. Por que o princípio é um só: "Ame ao próximo como a ti mesmo."
Por isso, vejo todo esse cenário de desvalorização dos laços coletivos como mórbido. A relevância das mercadorias e das posses tem aumentado de forma inversamente proporcional em relação ao valor daquilo que tem o mais simbólico dos valores: a dignidade humana.
Infelizmente vivemos uma situação onde as pessoas são postas em rótulos e por isso cada vez mais se afastam umas das outras. Ao mesmo tempo, julga-se tudo, até aquilo que não se tem conhecimento acerca da situação dos outros e assim formamos cada vez mais uma sociedade repleta de pré-conceitos.
Ultimamente tenho quebrado a minha cabeça para pensar em uma solução para essa questão. Por ora, confesso que não encontro. Apenas me vem na cabeça a tradicional frase: "Ame ao próximo como a ti mesmo". Hoje em dia está difícil, mas acho que sempre vale tentar.
"Para brilhar em um planeta com bilhões de almas, é preciso coragem para ser autêntico". (Luiz Primati) Eu amei seu texto, o exercício de cuidar de quem somos, exige aceitar que todos somos iguais, com singularidades diferentes. Os demais textos, estão ricos em conteúdos reflexivos💯, nos deixando com gostinhos de quero ler mais.
Feliz domingo e adorável nova semana à frente.