REFLEXÕES Nº 154 — 06/04/2025
- Luiz Primati
- 5 de abr.
- 15 min de leitura


AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.
A BUSCA POR EQUILÍBRIO EM UM MUNDO HIPERCONECTADO
Você já parou para contar quantas vezes olhou para uma tela hoje? Quantas notificações piscaram diante dos seus olhos, pedindo — ou melhor, exigindo — sua atenção? Vivemos em 2025, um tempo em que estar conectado não é mais uma escolha, mas uma condição. A tecnologia nos cerca, nos guia, nos acelera. Mas, em algum momento, você já se perguntou: a que custo?
Nossas mentes estão em um cabo de guerra silencioso. De um lado, a promessa de um mundo mais eficiente, onde a inteligência artificial resolve problemas em segundos e a informação flui como um rio sem fim. Do outro, o peso invisível da sobrecarga, da ansiedade que cresce quando o silêncio desaparece, engolido pelo zumbido constante das máquinas e das redes. Estamos mais conectados do que nunca — e, paradoxalmente, mais sozinhos.
Pense nisso: quando foi a última vez que você ficou verdadeiramente presente? Não apenas fisicamente, mas com cada fibra do seu ser, sem o impulso de checar, responder, atualizar. A hiperconexão nos deu asas, mas também nos prendeu a correntes que não vemos. É como se estivéssemos correndo em uma esteira que nunca para, com o coração acelerado e a alma pedindo uma pausa que raramente permitimos.
E se o equilíbrio fosse a revolução que precisamos? Não se trata de abandonar a tecnologia — ela é parte de nós agora. Mas de reaprender a respirar entre os cliques, a encontrar espaço para o que realmente importa: o toque de uma mão, o som do vento, o vazio que não precisa ser preenchido. Em um mundo que nos empurra para o “mais”, talvez o ato mais corajoso seja escolher o “menos”.
Pare por um instante. Feche os olhos. O que você ouve além do ruído? Talvez aí esteja o começo. Não é sobre desconectar-se do mundo, mas sobre reconectar-se a si mesmo. Porque, no fim, a vida não é medida em likes, mensagens ou gigabytes — mas nos momentos em que conseguimos, mesmo que por um segundo, simplesmente ser. Você está pronto para buscar esse equilíbrio? O primeiro passo é seu.

AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
ABRIL
Cuidar de mim, cuidar de ti, cuidar de nós, em um riso de vida, de horizontes.
Abril, não desistiremos de ser o que somos, mas continuaremos a reexaminar quem fui em março e como deverei ser em abril.
Seremos os mesmos, mas sempre com olhares de ressignificações.
Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória. (José Saramago). Uma memória de um tempo, um tempo de plantação, de contemplação e de colheitas, de alegrias ou sofrimentos, tudo é relevante, por darem sentido ao nosso viver, com decisão, determinação, respeito.
Você, eu, nós, livres para ser e fazer acontecer, um novo mês, novas lapidações em cada emoção, em cada conquista.
Prossiga, siga, entre flores ou galhos secos, mas siga, afinal o ser humano precisa de uma porção de deserto a fim de poder reencontrar a si.” (Viktor Frankl).
Abril feliz, novos momentos, atualizados e ampliados conhecimentos.
Cabe a cada um de nós, amar, dar asas à imaginação e viver tudo que puder com honestidade, lealdade e respeito.
As cores de abril
Vinícius de Moraes.
As cores de abril.
Os ares de anil.
O mundo se abriu em flor.
E pássaros mil.
Nas flores-de-abril.
Voando e fazendo amor.
O canto gentil.
De quem bem te viu.
Num pranto desolador.
Não chora, me ouviu.
Que as cores de abril.
Não querem saber de dor.
Olha, quanta beleza.
Tudo é pura visão.
E a natureza transforma a vida em canção.
Sou eu, o poeta, quem diz.
Vai e canta, meu irmão.
Ser feliz é viver morto de paixão.

AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
HORAS SEM FIM
Aqui as horas se estendem
como um rio sem fim,
um fluxo constante que
me leva ao mesmo lugar,
mas no meu mundo imaginário
eu sou um viajante
e vivo como um andarilho
em um lugar distante
de uma cruel realidade
onde o tempo se arrasta
em um ritmo lento.
E por trás dessas grades
de ferro sou privado
da luz do sol que só
vejo uma vez por dia
e depois da tranca
tudo se torna sombrio
e diante de tanto sofrimento
não há espaço para o lamento,
e essa dicotomia
da cadeia é opressiva
e, ao mesmo tempo, depressiva.
As horas se repetem
como um ciclo sem fim,
um looping da agonia
que me faz perder a noção
do tempo que desisti de contar
dentro desse labirinto,
onde preciso me defender
a qualquer custo para
sobreviver a cadeia
e não enlouquecer.
Para muitos,
o tempo é algo relativo,
para outros,
o tempo é algo precioso
e atualmente, as horas
podem ser um presente
ou podem ser um fardo, tudo depende das nossas escolhas,
existe o tempo de plantar
e o tempo de colher
e quem semeia o mal
acaba colhendo o mal.
E eu escolhi a caminha errada,
por isso, eu não tenho
do que reclamar,
o inferno da cadeia já é cruel,
então não adianta murmurar
e com esse fardo pesado
nas minhas costas
sinto gosto amargo da prisão
e no meu mundo
imaginário
vejo a besteira que fiz
por acreditar nesse mundo
de ilusão que me levou
a viver esse triste e árduo
período de reclusão
por isso, eu quero deixar
aqui uma reflexão
para esses jovens aliciados
por esse mundo de
ostentação,
busquem cada vez mais
o conhecimento e a educação
e troquem as armas pelos livros.

AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
COMPANHERISMO
Já confessei algumas vezes que não sou pessoa para viver só. Amo estar rodeada de seres vivos ao meu redor (animais também contam).
Tenho a necessidade de pessoas para conversar, trocar ideias ou até mesmo brigar, já que tudo na vida tem seu lado positivo e se soubermos entender que uma briga é causada por opiniões diferentes, isto nos faz repensar nossos conceitos.
Mas para termos um bom companheirismo é necessário sermos bons companheiros, afinal a vivência humana é sempre uma troca.
Trocamos experiências, abraços, virtudes e defeitos, e para que a convivência seja boa, é necessário entendermos os defeitos alheios.
Quando convivemos com alguém, as maiores brigas não acontecem por sermos pessoas diferentes, mas porque queremos que a outra seja como nós.
Tudo o que ela fizer, teremos a tendência de reclamar porque não foi feito do jeito que queríamos.
Mas se nos colocarmos no lugar da outra pessoa, ela pensa da mesma forma que nós, resumindo “por que tem que ser do seu jeito?”
Devo concordar que a maior parte das reclamações vem do sexo feminino. Temos a tendência de acharmos que em matéria de organização, limpeza e qualquer outro serviço doméstico, somos muito mais especialistas do que os homens.
E na verdade somos mesmo, embora meu marido cozinhe muito melhor do que eu. Mas na hora de organizar qualquer coisa, ele o fará do jeitinho dele e terei duas alternativas: reclamar de tudo, fazendo com que ele deseje nunca mais ajudar ou aceitar a maneira feita.
Para uma boa convivência é necessário percebermos nossas diferenças, afinal a convivência com o ser humano é difícil, seja parceiro, pai, mãe, irmãos, filhos, colegas de trabalho; não interessa quem está ao nosso lado, desde que entendamos as diferenças.
Se pararmos para pensar, a diferença é a maior virtude do ser humano.
Já imaginaram se todos fossemos iguais? Todos extremamente pilhados, incapazes de parar para raciocinar sobre qualquer coisa, apenas tomando atitudes inusitadas e rápidas? Ou todos extremamente introvertidos, quietos em seus cantos, apenas analisando todas as probabilidades, mas sem reação alguma?
Afinal como teríamos o dia sem a noite? A luz sem a escuridão?
Portanto viva o companheirismo e toda sua diferença.

AUTORA KENIA PAULI
Olá, eu sou a Kenia Maria Pauli. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.
A GRATIDÃO QUE LIBERTA
Há uma força silenciosa que corre pelas raízes da nossa existência. Invisível, mas sempre presente, ela atravessa gerações, sustenta laços e, quando ignorada, nos prende. Essa força é a gratidão.
Não falo da gratidão superficial, feita de palavras ensaiadas ou gentilezas forçadas. Refiro-me à gratidão verdadeira — aquela que nasce no coração e reconhece tudo o que veio antes, mesmo que o passado esteja longe de ser perfeito.
Na lógica da vida, tudo o que somos traz marcas de quem nos precedeu. Cada célula do nosso corpo carrega a memória daqueles que nos deram origem. Ainda assim, quantas vezes resistimos a essa realidade?
Muitas vezes, rejeitamos as partes da nossa história que nos machucam. Ao fazer isso, porém, não deixamos para trás apenas as feridas, mas também fragmentos de nós mesmos.
A gratidão sistêmica, no entanto, não é um elogio ao que foi fácil. É um ato de respeito pelo que foi essencial. É olhar para os pais — com todas as suas falhas e imperfeições — e dizer: “Sim, eu aceito a vida que veio de vocês, exatamente como foi. Não peço mais, não cobro mais.” Nesse gesto simples, algo poderoso se revela: a pressão das expectativas se dissolve, e o amor — ainda que imperfeito — encontra espaço para fluir.
Gratidão não é submissão ao que nos feriu, nem conformismo com o que foi injusto. É, sim, reconhecer que, sem o que aconteceu, não seríamos quem somos. É abandonar a ilusão infantil de que o passado poderia ter sido outro.
Porque a verdade é esta: foi como foi. E só assim pudemos nos tornar quem somos.
Na jornada da vida, a gratidão nos liberta. Ela rompe as correntes invisíveis que nos mantêm atados ao passado. Quando agradecemos, soltamos. Quando soltamos, seguimos em frente. E, assim, caminhamos mais leves rumo ao futuro que nos aguarda.

AUTORA MIGUELA RABELO
MIGUELA RABELO escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.
AUTISMO: O CONHECIMENTO É A CHAVE PARA O EMPODERAMENTO
O dia 2 de abril chegou. É uma data cativa no calendário mundial, embora ainda sem o reconhecimento como feriado nacional ou internacional. No entanto, essa data nos convida à conscientização sobre sua importância e relevância no contexto social e educacional, especialmente quando pensamos na inclusão de pessoas com autismo em nossa sociedade.
É a partir desta data, intitulada Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que surgem campanhas, reportagens e discussões em programas de TV sobre o tema. Assim, a sociedade começa a ouvir, refletir e debater a respeito.
Hoje, celebridades abraçam a causa por vivenciarem essa realidade em seus lares. As telenovelas incluem personagens com características do espectro autista em seus enredos. Aos poucos, estão sendo implementados espaços e centros de referência especializados em tratamento terapêutico.
Contudo, esses locais ainda são escassos e não atendem à crescente demanda. Se olharmos para trás, há cerca de 18 anos — quando essa data foi criada pela ONU, em 2007 — o cenário era ainda mais restrito. O assunto era pouco discutido, e muitos autistas, sem diagnóstico ou com diagnósticos equivocados, sofreram preconceito e foram privados de tratamento adequado. Muitos chegaram a ser internados e maltratados em clínicas psiquiátricas particulares ou até mesmo em manicômios.
Lamentavelmente, por anos esses horrores perduraram — até a extinção desses locais e a implementação de políticas públicas voltadas às pessoas e famílias dentro do TEA (Transtorno do Espectro Autista). Esse avanço começou, de fato, em 2012, com a sanção da Lei 12.764, também conhecida como Lei Berenice Piana, em homenagem à sua madrinha — mãe de um autista e militante incansável na defesa dos direitos das pessoas com TEA.
Essa lei garante o diagnóstico precoce, tratamento e terapias por meio do SUS, acesso à educação, proteção social, trabalho e serviços que proporcionem igualdade de oportunidades em qualquer processo seletivo. Além disso, reconhece a pessoa com autismo como pessoa com deficiência, garantindo-lhe todos os direitos previstos em lei.
Além da Lei Berenice Piana, outras legislações específicas asseguram direitos importantes:
Lei 10.048/2000: Garante atendimento prioritário a pessoas com deficiência;
Lei 10.098/2000: Estabelece normas e critérios de acessibilidade em espaços públicos e privados;
Lei 7.853/1989: Estipula apoio jurídico e social às pessoas com deficiência;
Lei 7.611/2011: Dispõe sobre a educação especial e o atendimento educacional especializado;
Lei 8.742/1993 (LOAS): Garante assistência social a pessoas com deficiência que atendam aos critérios do INSS;
Lei 14.624/2023 (Lei do Cordão de Girassol): Identifica pessoas com deficiências ocultas, exigindo laudo apenas quando necessário;
Lei 8.899/1994: Assegura gratuidade no transporte municipal e interestadual, conforme critérios estabelecidos;
Lei 13.370/2016: Garante redução da jornada de trabalho a servidores públicos federais com filhos autistas;
Lei 13.977/2020 (Lei Romeo Mion): Cria a CIPTEA (Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista), dispensando a apresentação de laudo no cotidiano.
Todas essas leis asseguram o cumprimento judicial dos direitos, caso necessário. Isso representou um marco para o empoderamento das famílias com pessoas no espectro autista. Por isso, conhecer essas legislações é fundamental para o exercício pleno da cidadania por essas pessoas e seus familiares.
Infelizmente, ainda avançamos a passos lentos nos tratamentos, tanto pela especificidade de cada caso quanto pela escassez de espaços que atendam à demanda crescente. Ainda assim, as leis sancionadas são instrumentos poderosos na promoção da equidade, fundamentais na construção de uma sociedade mais justa e humana.
Fonte: Autismo e Realidade
Miguela Rabelo
Escritora, professora de Educação Especial,
mãe do Heitor — um garoto autista — e militante
da causa em Uberlândia (MG).

AUTOR AKIRA ORDINE
AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.
A FLOR DE PLÁSTICO
Pétalas de plástico, cor de um arco-íris falso,
Um sorriso eterno, petrificado em resina.
Nunca murcha, nunca sente o peso do talho,
Uma beleza artificial, um sonho irreal.
Nasceu em uma fábrica, sem a graça da terra,
Um clone perfeito, sem alma, sem querer.
Adorna as mesas, sorri para a câmera,
Mas seu coração de plástico, nada sente e não o quer
Vejo-a ali, tão bela, tão fria, tão vazia,
Um reflexo da vida, uma farsa da alegria.
A natureza a inveja, por sua eterna juventude,
Mas a natureza tem vida, tem força, tem verdade, concretude
E eu me pergunto, qual a beleza da mentira?
Qual o valor da perfeição, se não há vida?
A flor de plástico é um símbolo do nosso tempo,
Onde a aparência importa mais que o sentimento.
Mas mesmo assim, ela me fascina, me intriga,
Um paradoxo da existência, uma pergunta sem enigma.
Será que a beleza é apenas uma ilusão?
Ou a alma pode florescer, mesmo em um coração de plástico?

AUTORA ILZE MATOS
Ilze Maria de Almeida Matos nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
SONHO DE FELICIDADE
Sorria para você.
Sim, para você mesmo.
Sorria para a vida, para os seus sonhos
e para algo que ainda nem sonhou.
A felicidade chega e te surpreende
na forma de uma palavra, de uma música,
ou de alguém distante
que aparece só para te dizer
o quanto você é especial.
A felicidade sorrirá para você
do jeito dela, e você precisa estar atento
para sentir de qual forma ela está chegando
ou já chegou para você.
Somente sinta a felicidade
te envolvendo,
sonhe com ela.

AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
O PESO DO PASSADO
É doido na alma
A culpa quando pesa
Não só na consciência
Mas também quando insiste
No coração ficar...
Tantos remorsos
Tantas lágrimas que se foram
Por tantos arrependimentos
De coisas que aconteceram
E que poderia ter evitado...
Sempre bate um sentimento
De algo que ainda não consigo explicar
É como uma onda de calor
Que toma conta repentinamente
E faz queimar no peito
Uma chama impagável
Por lembranças de um passado pesado.
Mas...
Como todo ser humano
Que reconhece seus erros
Entendo que sou errante sim
Nada perfeita, mas quem é?
Quem pode me atirar a pedra? Ninguém.
Aqui, nesse espaço que ocupamos
Que eu saiba conviver e aprender
Com os erros do passado
Para à cada dia, à cada passo
Poder me permitir
Ir de encontro com os acertos do futuro...

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
EQUILÍBRIO
Você traz equilíbrio
Ao meu dia,
É luz que na minha vida irradia.
Você é como brisa refrescante
No dia de extremo calor,
Com tua doçura refrigera
E encanta com o teu amor.
Você exala uma energia positiva
E constantemente me motiva.
Você é tudo para mim
Impulsiona meu viver,
No mundo em caos
Vejo o sol resplandecer.
Ah, se distante,
O peito fica vazio,
Abriga melancolia.
O corpo sente frio
E a vida fica sem poesia.

AUTORA LILA LEITE
ELIANA ROCHA, da cidade de Brumado, interior da Bahia. Licenciada em Letras Vernáculas pela UNEB - Universidade do Estado da Bahia; Pós graduada em Psicopedagogia, pela FACINTER - Faculdade Internacional de Curitiba. Professora aposentada, atualmente Coordenadora da Escola Particular "O Pequeno Príncipe" - Brumado.
O SILÊNCIO QUE CORTA
No silêncio da madrugada
Sinto minha alma cansada
Vou remoendo as feridas
Causadas ao longo do tempo
É assim, a minha vida
E pensando nos percalços
Que cruzaram meu caminho
Tanta dor em desalinho
Já nem sei mais o que faço.
São dores que minha alma grita
E o meu coração dilacera
Fecho os olhos, reativo a memória
Um futuro de sonhos e projetos
E tudo o que dizia respeito a ela.
Mas há um silêncio que corta
Toda minha esperança
Me trazendo de volta
A triste realidade
Vivendo só de lembranças.
Hoje, quase tudo é obscuro
Já não tenho tanta pressa
Entre a tristeza e a alegria
Fico em cima do muro
Pois num dia, estou feliz
No outro é promessa.
Comments