top of page

REFLEXÕES Nº 153 — 30/03/2025

Máquina de escrever antiga
Imagem criada com a ferramenta de IA Midjourney

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2025.

 

ADOLESCÊNCIA: A MINISSÉRIE QUE DESPERTA O SILÊNCIO E INCOMODA A ALMA


Não, você não leu errado. Não é brincadeira. A adolescência, esse terreno movediço que tanto irrita os adultos, é o palco de uma história que já foi nossa um dia — e que, convenientemente, esquecemos. Talvez porque dói lembrar que também tropeçamos nos mesmos espinhos que hoje julgamos com tanta facilidade.


Mas hoje não vim falar de nostalgia. Quero te convidar a mergulhar em Adolescência, a minissérie britânica que está dividindo opiniões como um terremoto silencioso e fazendo psicólogos e educadores perderem o sono. Inspirada em fatos — não baseada, mas sim temperada com a crueza da realidade —, ela escancara um universo que pulsa sob nossos narizes, mas que raramente ousamos enxergar.


No centro dessa tempestade está Jamie, um garoto de 13 anos cuja bússola moral parece perdida em um mar de impulsos. Ele não é um vilão de capa e espada, mas um reflexo perturbador de uma geração que navega sem farol. A trama explora violência juvenil com pitadas de machismo, bullying, o peso esmagador das redes sociais e o grito abafado das relações familiares. Mas não se engane: não é só sobre Jamie. É sobre um ecossistema inteiro de adolescentes que orbitam em um mundo paralelo, invisível aos olhos adultos.


Pequenos gestos, como um emoji de feijões jogado em um comentário no Instagram, são como pedras lançadas em um lago calmo: as ondas que criam escondem correntes profundas de humilhação, mais cortantes que qualquer soco. Garotos e garotas se entrincheiram em seus clãs digitais, atacando e revidando como guerreiros de uma guerra sem rosto. Enquanto nos preocupamos com as ofensas proferidas em alto e bom som, é nas entrelinhas — nesses sussurros virtuais — que moram os verdadeiros monstros.


E então, o golpe que paralisa: Jamie, 13 anos, é preso. Acusado de esfaquear até a morte Katie, uma garota da mesma idade. O motivo? Um emoji. Sim, um mísero emoji de feijões. Absurdo, não é? Eu também senti o chão tremer sob meus pés quando soube. Minha revolta ainda ecoa. Mas antes de julgar, assista. Porque essa história não é só sobre um crime — é sobre o que fermenta na mente de adolescentes que habitam este planeta em mutação.


Na nossa época, o bullying era um tapa nas costas ou um apelido pejorativo proferido no pátio da escola. Hoje, a tecnologia redesenhou o campo de batalha. O que antes era um punhado de terra virou um oceano sem fim, onde cada clique pode ser uma onda devastadora. Como tudo na vida, a moeda tem dois lados: a inovação que conecta também é a que afoga.


Então, pare de tentar decifrar o enigma dos feijões e mergulhe nessa minissérie. Ela não vai te dar respostas prontas, mas vai acender uma lanterna sobre as sombras que ignoramos. Assista. E depois me conte: o que você viu nesse espelho torto da nossa juventude?


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

DE REPENTE, UMA TRISTEZA, UMA PERDA...

 

Tristeza, saudade, perda.


Uma amiga sofre, chora, chora a felicidade de um dia, a emoção de momentos, chora a falta da proteção do abraço que já não existe.  Seu companheiro se foi, é difícil acreditar, a estrada da vida compartilhada foi interrompida e como caminhar?


A poesia se cala e restam as bençãos das lágrimas de um amor eterno.


O cheiro de pele com pele, a moradia e suas festas, risos e conversas.


Resta aprender a dormir só, sentindo um ardor no coração cheio de paixão.


Amanhece e chega com esperanças, minha amiga. Eu te escreveria tanta coisa, te daria a tranquilidade merecida, mas fico também sem ar, a morte é difícil de ser explicada, mas você é poeta, é amor e força.


Acredite que as turbulências interiores e exteriores se aquietam, porque o que nos faz sofrer pode nos acalmar.


Importante é o encontro com o nosso centro, onde não fugimos de nós mesmos.


Bendita seja a resistência, você não está só, tem aqueles que sentem o seu sofrer, que são solidários. Nada de compaixão e sim de amor fraterno e serenidade.


Coragem! 


 

AUTOR ANDRÉ FERREIRA


ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.

 

REALITY SHOW DA VIDA REAL


No reality show da vida

real só o salário dos nossos eleitos já é uma afronta

para o cidadão brasileiro

que trabalha o ano inteiro

para ganhar o seu suado dinheiro.


E nas prateleiras dos mercados a carne está cara! O arroz está caro!

O feijão está caro!

Ovo está caro!

E o governo diz:

se está caro, não compre!


A segurança do Brasil

há anos vive um caos,

a escola pública há anos

está em declínio,

a saúde pública há anos

está em colapso,

a gasolina só aumenta

e o povo brasileiro

se reinventa.


E com tudo isso acontecendo,

a população não tem

a mínima noção

daquilo que acontece

em Brasília, e enquanto

a preocupação do brasileiro

for prova do líder

e a final do reality show

os espertos continuam

assistindo de camarote,

a corrida dos ratos

onde o cidadão brasileiro

diariamente é feito

de palhaço.

Acorda Brasil!

 

 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

CHURRASCO


Reunião com amigos e churrasco é sempre uma diversão, mas engraçado de como algo simples pode ser complicado.


Após escolherem onde fazer o encontro, fica a dúvida de quem leva o quê.


Se alguém oferece a casa, parece que fica com a obrigação de também oferecer carvão, descartáveis, água, sobremesa, temperos, palitos de madeira para os espetinhos e sei lá mais o que.


Talvez por isso, muitos amigos com lugares deliciosos para um churrasco, acabam por não oferecerem seu espaço.


Mesmo quando isso não acontece, tem sempre o folgado que traz a cerveja mais barata (daquelas que ninguém toma), passa o dia tomando a cerveja alheia e na hora de embora, leva a que trouxe já que ninguém tomou.


Há também aqueles que compram maços de verduras (as famosas saladas verdes) deixam em cima da pia para ver se alguma alma bondosa lava aquelas inúmeras folhas ( as quais ninguém compra porque todos têm preguiça de lavar).


Tem o que têmpera demais a carne, já que ele ama pimenta. O que chega após todos terem já comido, porque não queria trazer nada.


Em um churrasco, temos todos os tipos de amigos e pessoas e todas as situações.


Mas o grande lance do churrasco é simplesmente o encontro.


Não importa quem trouxe o que ou quem deixou de trazer, o importante é quem veio e não pode faltar ninguém.


Amigo aquele que sabe entender e aceitar como cada um é, é se divertir muito com isso.


 

AUTORA KENIA PAULI


Olá, eu sou a Kenia Maria Pauli. Nasci em Colatina ES, mas já venho desbravando o mundo por duas décadas. Hoje, nesse atual momento moro na Inglaterra. E trabalho de forma que facilito e auxilio a conscientização nos sistemas. Sistemas esses, em que nós, de alguma forma nos relacionamos, quer seja de forma ativa ou passiva. Sou Conscientizadora Sistêmica. Escritora há dois anos com três co-autorias: "LEGADO - O VALOR DE UMA VIDA vol 3", "SEMENTES DE PAZ", "O PODER DA VOZ FEMININA NA LITERATURA". No final de 2024 lancei meu primeiro livro "INESQUECÍVEIS SÃO AS MARCAS QUE CARREGO EM MIM", pela editora Valleti Books; em março de 2025, mais dois lançamentos: "CRÔNICAS PARA MELHOR VIVER" e "CUIDANDO DE SI PARA CUIDAR DOS OUTROS", ambos pela editora Valleti Books. Também atuo como Consteladora Familiar, Palestrante Internacional, Hipnoterapeuta clinica, Coach sistêmica, Título renomado como terapeuta internacional pela ABRATH (Associação Brasileira de Terapeutas). Sou graduada em Gestão Comercial e efetuei várias mentorias e cursos que me ajudaram nessa linda jornada.

 

AS MARCAS INVISÍVEIS QUE CARREGAMOS


Às vezes, sem perceber, somos guiados por lealdades que não vemos, mas sentimos. São fios invisíveis que nos ligam a histórias que nunca vivemos, mas que, de alguma forma, nos atravessam. Quando amizades se dissolvem sem explicação ou quando o impulso de se afastar surge sem motivo aparente, pode ser que estejamos respondendo a algo mais antigo — algo que não nos pertence, mas que ainda habita em nós.


Carregamos as ausências daqueles que vieram antes. O avô que partiu sem despedida, a tia esquecida em uma fotografia desbotada, o ancestral que morreu só. Sem saber, repetimos seus gestos, ecoamos suas dores. Ao nos afastarmos de quem nos quer por perto, é como se disséssemos: “Eu também sei ficar só, como você ficou”. São lealdades silenciosas, um tributo inconsciente aos que não puderam ficar.


Essas lealdades invisíveis nem sempre se revelam em grandes gestos. Elas se manifestam nos detalhes: no desconforto diante da intimidade, na dificuldade em receber amor, no hábito de partir antes de ser deixado. São reflexos antigos que se disfarçam em reações cotidianas — uma frieza súbita, uma distância injustificada, uma resposta breve demais. E, por trás de tudo isso, o eco de histórias que sequer sabemos que existem.


Mas perceber esses laços ocultos é o primeiro passo para desfazê-los. Ao reconhecer que certas despedidas não são nossas, podemos escolher diferente. Permanecer, mesmo quando o instinto nos diz para partir. Respirar fundo e ficar mais um pouco. Não para negar o passado, mas para libertá-lo.


Ficar, às vezes, é um ato de coragem ancestral. É honrar a memória dos que não puderam, não souberam ou não tiveram tempo. É dizer, em silêncio: “Eu fico por nós.” É permitir que, ao fincarmos nossos pés no presente, as almas do passado finalmente descansem.


E, assim, ao ficarmos, não somente curamos a nós mesmos. De algum modo, talvez também ofereçamos descanso aos que, em suas partidas involuntárias, ainda esperam para serem vistos. Porque, ao escolher a permanência, damos à vida a chance de encerrar histórias que ficaram em suspenso — e, em nossa presença, reescrevemos ausências.


 

AUTORA MIGUELA RABELO


MIGUELA RABELO escritora de crônicas, contos e poemas, com seu primeiro livro solo de poemas: "Estações". Também é mãe atípica e professora da Educação Especial no município de Uberlândia-mg.

 

SER MULHER PARA ALÉM DO MÊS DE MARÇO


O mês de março está se encerrando e, com ele, todas as homenagens, votos e celebrações vão sendo deixados de lado, retomando os rótulos que as mulheres sempre carregaram desde o castigo do despejo do paraíso. Foi quando Eva, por sua curiosa ousadia, infringiu as regras vigentes e incitou o pobre Adão a querer mais do que já tinham, tornando-se ela a semente embrionária do empreendedorismo e do desejo.


A partir dessa sentença, desde que o mundo é mundo, a mulher é culpada por tudo: seja por um acidente ou deslize no trânsito, se estiver envolvida; por um abuso ou assédio sexual; ou, se já é mãe, transforma-se na figura responsável por todas as transformações e desvios de comportamento dos filhos. Afinal, o filho sempre é da mãe — até quando esse termo é usado como ofensa. Como se o pai apenas germinasse, enquanto a figura materna e feminina é quem gesta e molda (educa). Por isso, a ausência dela acarreta inúmeras consequências, que podem ser devastadoras.


A mulher também é alvo de um grupo específico de comportamentos misóginos e vista apenas como uma mercadoria com uma finalidade específica: procriadora. Sim, sua capacidade de gestar ainda é algo necessário e valorizado, pois essa função, por enquanto, ninguém mais pode assumir. Assim, ela tem seu papel garantido na perpetuação da sociedade. Mas, com os avanços tecnológicos, isso pode não ser mais uma exclusividade nossa no futuro.


Essa capacidade gestacional da mulher, no entanto, vai muito além da questão biológica. Ela se expande para a literatura, a medicina, as ciências humanas e exatas, a resistência, a ajuda humanitária, a cultura e a arte. Nossa capacidade de gerar conhecimento mesclado com sensibilidade permite algo maior, que reflete nossa essência permeada de conflitos, questões e multifacetas, proporcionando-nos um olhar mais complexo e profundo sobre tudo o que pensamos e construímos.


Infelizmente, essa percepção ainda é negada e desvalorizada, reduzindo-nos à função de reprodução biológica ou de conhecimento e, muitas vezes, negando essa capacidade criativa da qual somos detentoras. Na história, em diversos momentos, as mulheres tiveram que ficar à sombra da figura masculina, especialmente na arte, onde produziam suas obras e dependiam do nome de outro artista, que as assinava como suas, para que fossem aceitas e reconhecidas pela sociedade.


Por último, e não menos relevante, a mulher atualmente também é responsabilizada por sua aparente solidão e infelicidade conjugal ou relacional. Isso porque ela não aceita mais relações agressivas, machistas e desleais, justamente por não depender mais dos maridos para sobreviver. Hoje, uma grande porcentagem tem suas carreiras e independência econômica, o que as desvincula da necessidade de estar ao lado de alguém para sua subsistência.


Esse fato foi crucial para lhes dar liberdade de se relacionar por afetos reais ou carnais. Porém, esse é outro ponto visto pela sociedade machista como desfavorável, pois uma mulher que tem autonomia sobre seu corpo e desejos é considerada promíscua e indigna de uma relação de valor. Ainda carregamos o peso de não sermos símbolos de fragilidade e feminilidade, que a figura masculina sente necessidade de cuidar e proteger.


No entanto, toda essa couraça que construímos ao longo de décadas — ou dos tempos particulares de cada uma — foi adquirida justamente porque precisávamos ser fortes o tempo todo. Nem sempre tivemos um pai, avô, irmão, primo ou amigo para nos defender e, em casos mais dramáticos, tivemos que nos proteger justamente dessas figuras que, na verdade, deveriam zelar por nossa integridade, e não agir contra ela.


Assim, até nossa solidão é motivo de culpa. Por isso, as mulheres fortes, elevadas e homenageadas no mês de março, são as mesmas que, nos demais meses do ano, são mal vistas e deixadas à margem. Lamentável, mas um fato: eu não consigo mais ser a figura frágil que a sociedade machista espera que eu seja para, assim, ser desejada e conduzida até o altar. Por isso, eu e milhares de outras mulheres pagaremos o preço de assumirmos as rédeas de nossas vidas e arcarmos com essa conta que nunca se fechará: força versus direito a afeto, compreensão e cuidados. Apesar de todos os pesares e batalhas que enfrentamos e às quais somos convocadas, ainda possuímos uma fragilidade e feminilidade que só se revela àqueles que realmente se arriscam a mergulhar em nossos oceanos, permeados de poesia, filosofia, desejo, força e arte.

 

 

AUTOR AKIRA ORDINE


AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.

 

A DESISTÊNCIA DO MUNDO


Há um rio que se afasta das margens,

sua água se esvai lentamente,

sem lutar contra as pedras,

sem desafiar o terreno seco

que insinua uma nova direção.


Suas correntes já não sabem

como se erguer contra a gravidade,

como se o peso da história

tivesse petrificado a alma do curso.

As árvores nas margens são sombras cansadas,

suas raízes soltas,

procurando em vão o que o rio perdeu.


Em um campo distante,

há uma chama que se apaga antes de nascer,

um fogo que se esconde sob a terra,

temeroso de se revelar ao vento

que traz o sal da salvação.

Mas a chama, mesmo fraca, ainda deseja ser,

ainda grita na escuridão,

um eco silencioso de quem já não pode mais gritar.


Mas há mãos que seguram correntes,

mãos que tremem, incapazes de soltar

o peso do que se tornou mais fácil carregar,

do que se tornou hábito aceitar.

Essas mãos têm dedos que conhecem o calor

do que nunca mais será,

mas não sabem, ou temem,

o movimento da ação que pode vir a ser.


E o rio continua a se afastar,

em um ciclo interminável de desistência,

enquanto as árvores se curvam,

não ao vento da mudança,

mas ao sopro de um silêncio que ressoa,

como um eco sem fim,

na eternidade da inação.


 

AUTORA ILZE MATOS


Ilze Maria de Almeida Matos nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.

 

A ARTE


A graça de ser você, sorrir de si mesma,

brincar com seus pensamentos, se deixar levar pela leveza.

Deixar algo em um canto e depois esquecer onde foi.


O café ficou na mesa, quando voltou, já estava frio.

Então ri disso tudo, sem se zangar,

sem achar que tudo tem que ser certinho demais.


Está tudo certo trocar palavras de vez em quando,

perder algo, esquecer algo,

deixar tudo para simplesmente ver o mar.


Começa a cantar, e diz que quer escrever,

depois resolve dançar porque tocou sua música favorita.

 

 

AUTORA SIMONE GONÇALVES


Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.

 

REFLEXOS QUEBRADOS


E num momento sozinha

No meu velho canto da casa

Onde cresci e vivi a maior parte da minha vida

Olho as paredes antigas

Pintadas por mãos que se foram...

Quase que não consigo ver mais o céu

Pois, o muro ficou mais alto

Os portões agora são de chapa

Nada mais vejo como antes...

E sozinha me revejo

Sob reflexos das fases vividas

Que hoje estão quebrados

Por não ter mais o mesmo olhar de antes

Por não sentir mais aquela ansiedade de menina

Pois, o tempo passou... se foi

E com ele levou meus velhos sonhos não realizados

A ânsia de tudo querer e poder ter...

Pessoas queridas, momentos vividos

Tudo de bom e de ruim que aconteceu

Agora me traz de volta ao meu velho canto

E no descanso da noite

Reviverei em sonhos minha história...


 

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA


Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.

 

PARTIDA


Quanta felicidade

Vivenciou ao seu lado,

Bons momentos partilhados

E muitos obstáculos superados.


O amor deveria ser um mar de rosas,

Mas quantos espinhos apareceram,

Logo no início da vida a dois,

Começa a luta pela vida.


Apesar dos percalços

O sentimento

Ao longo dos anos aumentou,

Cada conquista

Era gratidão para esse amor.

Os anos juntos lado a lado

Foi um belo presente do Criador.


O tempo passou velozmente,

Mas foi o suficiente

Para viverem intensamente...

Ainda tinham muitos planos,

Mas um diagnóstico repentino

Devastou seus corações.


Agora, o que fazer?

Sua partida deixou um vazio,

O coração flameja em intensa dor.

Como viverás sem o teu amor?


Ela encontra consolo

Na esperança da ressurreição.

Você está "vivo"!

Apenas dorme profundamente.

Logo, logo se encontrarão novamente

E ao lado do outro viverão eternamente.


 

1 comentário


km_pauli
31 de mar.

Confesso que ainda não assisti a série mencionada pelo autor Luiz, pois, estava preocupada com o que eu poderia encontrar.

Fascinante Luiz a forma que você aborda e traz essa série num contexto interessante e curioso.

Agora com certeza irei assistir.


Curtir

VALLETI BOOKS

Rua Dr. Cardoso de Almeida, 2581 - Botucatu - SP

CEP: 18.602-130

valletibooks@gmail.com

© 2023 by VALLETI BOOKS.

bottom of page