AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2024.
DURO EM SÃO PAULO
São Paulo não me acolhera com braços abertos. A cidade, imensa e impiedosa, parecia sussurrar que eu jamais seria parte dela, que meu lugar era em outro canto. Assim que cheguei, publiquei um texto nas redes sociais. Naquele momento, fora um devaneio poético, mas, com o passar dos meses, cada palavra parecia ganhar um peso real. A cidade testava minha força, empurrava-me ao limite. E, aos poucos, meu sonho começava a ceder ao peso da realidade.
A pior fase chegou quando abri minha conta bancária e encontrei apenas R$ 200. Esse dinheiro precisava durar 15 dias. Não era uma escolha; era uma sentença. Acostumado a uma vida com compras semanais de supermercado, fast-food nos finais de semana e um chope para aliviar a rotina, vi tudo desmoronar. A primeira renúncia foi a saída para o bar; depois, os pedidos de fast-food desapareceram. Sobrou o básico, e mesmo isso estava escasso. Quando o dinheiro chegou ao limite, o luxo de antes parecia distante como um sonho. Restaram menos de R$ 20 por dia e um futuro enevoado.
Nos momentos mais sombrios, vi-me encarando a possibilidade de não conseguir mais. O pensamento de estar ao lado dos mendigos nos semáforos cruzava minha mente como um pesadelo constante. E o que eu faria? Que habilidade eu poderia usar para sobreviver? Minha família, tão acostumada a uma estabilidade maior, não conseguia esconder a revolta. Minhas orações diárias buscavam força, clareza e paciência, mas a pressão era esmagadora. Cada dia era uma batalha interna para não ceder.
No auge desse período sombrio, encontrei um sopro de alívio ao abrir o livro Na Pior em Paris e Londres, de George Orwell. Foi como segurar uma lanterna em meio a uma noite interminável. Nas páginas, Orwell descrevia a miséria com uma sinceridade crua: a luta por um pedaço de pão, o abrigo precário, o trabalho exaustivo em cozinhas de restaurantes. Ele não apenas narrava, mas fazia-me enxergar minha própria batalha refletida em cada linha.
Ao me imaginar na posição de mendigar, disputando atenção nos semáforos ou buscando formas de arrancar alguns trocados, enxerguei o abismo em que quase caí. Orwell tinha uma vantagem: sua pobreza era uma experiência temporária, um experimento para dar vida ao seu livro. A minha, não. Aquela era a minha realidade, nua e sem artifícios.
Ao terminar o livro, percebi que minha batalha não era apenas financeira; era uma prova de resiliência. A vida em São Paulo era uma arena, e eu era apenas um gladiador tentando sobreviver. As provações me moldaram, mas também me despiram de toda a vaidade. Não havia espaço para sonhos grandiosos; só restava a luta pela sobrevivência.
E, ainda assim, sobrevivi. Aprendi que cada centavo tinha um peso, que o dinheiro, embora essencial, precisava ser tratado com respeito e planejamento. A vida continua difícil — não é como se os desafios tivessem desaparecido —, mas aquela batalha eu venci. Hoje, olho para trás e entendo que saí dela mais forte e, acima de tudo, mais grato. Grato pelas lições, pelos recomeços e pelo valor que o pouco agora representa em minha vida.
AUTORA LUCÉLIA SANTOS
LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e minicontos infantis.
FRAGMENTOS
Como uma rocha cheia de marcas que nunca somem, assim são as feridas que se abrem em nós, podem cicatrizar com o tempo, mas, ficam as marcas.
Somos feitos assim, de pedacinhos, cada fragmento nos molda, alguns crescem, outros se destroem. Aprender com as dores é uma tortura, mas, faz de nós seres humanos mais fortes e perseverantes.
Olhar-se no espelho literal é fácil, ali nós nos arrumamos superficialmente e corrigimos algumas imperfeições, mas, olhar-se no espelho interior dói.
Não nos tornemos escravos das dores, isso maltrata, nos corroem por dentro e quando nos damos conta, estamos quase mortos em vida.
Meditar no nosso íntimo, fazer uma limpeza em nosso coração, pode nos proporcionar um alívio repentino, é a beleza que mais precisamos cuidar, a interior. A externa sempre encontramos um jeitinho de aprimorar, mas, a joia que há dentro de nós, pode naufragar e nunca mais ser encontrada.
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
O BELO
Conhecer e apreciar o belo é um importante pilar do desenvolvimento humano.
É belo amarmos uns aos outros. Sentir o brilho da proximidade do calor humano, em nossos olhos imaginários, nos olhos da nossa alma, enxergar belezas esculpidas pela vida.
O nosso existir é um desfrutar de diferenças individuais, é repleto de tentativas e inquietações.
A beleza está na busca da felicidade em ser, daí destacamos o nosso bem-estar em primeiro degrau, antes do ter, do desejar mais do que podemos e assim, permanecermos insatisfeitos.
Os jardins, os rios e mares, todas as contemplações naturais, nos oportunizam travessias, energias e esforços.
O céu na terra pode ser possível, quando embelezamos a nossa existência, com respeito de ser como somos, cada dia com a insistência em melhorarmos, fazendo de nosso mundo interior festivais de emoções.
A esperança é bela e necessária, em um tempo, onde as dores se transformam em rotinas. Mas a dor, o sofrimento, não são infinitos, temos o arco-íris bordando o céu, quando nossas lágrimas transbordam.
Temos a doçura de amar, e é nesse sentimento que nos chega à beleza, para ser cultivada, nos gestos, nos carinhos, nas nossas histórias com folhas em branco.
Podemos fazer o que for preciso para que as pessoas à nossa volta se sintam belas, com o preenchimento de emoções nos seus corações.
Um fotógrafo com uma boa técnica, uma boa câmera e uma boa lente pode registrar pérolas de beleza estética. Porém, mais lindo e emocionante é quando consegue capturar a doçura de uma alma...
AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
PADRÃO DE BELEZA
Vivemos em um tempo
que as pessoas valorizam
muito a beleza física,
mais que a beleza
da alma humana,
e nesse mundo
cheio de imperfeição
as mulheres estão
cada vez mais buscando
a beleza na forma
da perfeição, tanto
que nos últimos anos
o número de lipoaspiração
cresceu absurdamente.
Mulheres que saem
desordenadamente
em busca do padrão
de beleza; mulheres
obcecadas pelo corpo perfeito,
há também mulheres
que só desejam melhorar
a sua autoestima
e por conta disso acabam caindo
nas mãos de falsos doutores
que se aproveitam desse movimento de corpo perfeito
e dessa busca pela
beleza a qualquer custo.
E nessa história de beleza
a qualquer custo mulheres
estão perdendo as suas
vidas na mesa de cirurgia
em clínicas clandestinas
que se espalharam
pelo Brasil, onde falsos
médicos vêm usando
das mídias sociais
para propagar fórmulas
mágicas com intuito
de alcançar um padrão
de beleza que a sociedade
vem impondo, mas, na verdade, eles são um
bando de charlatões.
E infelizmente as mulheres
acabam acreditando em
médicos que não são médicos, mulheres atraídas
pelo barato que acaba saindo caro, mulheres
são levadas para clínicas
fundo de quintal e prestes a realizar um sonho,
essas mulheres não se dão conta do ambiente precário que estão sendo submetidas,
clínicas sem condição
nenhuma de operar,
e de prestar um
bom atendimento.
Mulheres, que são persuadidas
e por conta do bom
preço são iludidas,
e no ato cirúrgico
elas são mal atendidas,
e depois disso elas
são submetidas
a um ato atroz,
e acabam mutiladas,
e muitas delas são assassinadas,
e as que sobrevivem
ficam pedidas
e com as suas
vidas destroçadas
elas se sentem injustiçadas.
E abandonadas na
beira das calçadas
essas mulheres buscam
a mídia para salvar
novas vítimas desses
falsos médicos,
e assim a busca pelo
corpo perfeito e a ilusão
da oferta barata que
transformou o sonho
em um pesadelo,
que acabou afetando
diretamente diversas
famílias que depois
desse fato, foram destruídas,
mães que precocemente
deixaram os seus filhos órfãos
e pais que enterraram
os seus filhos deixando
de seguir a ordem natural da vida que são os filhos enterrarem
os seus pais.
E nós, enquanto sociedade,
devemos nos perguntar:
Será que precisamos ter um corpo perfeito? Na atual sociedade, existe um padrão de beleza? E se existe! Qual é o padrão de beleza? Ou esse padrão é para massagear o nosso ego? Será que não é para ostentar?
Enfim, o que sabemos é que
ao buscar por um profissional
na área de saúde, se atente
aos baixos valores cobrados
e busque por informações
no conselho regional de medicina.
AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
OUTROS NUTRIENTES
O corpo precisa de alimento físico
E de outros nutrientes:
A Palavra de Deus, música e poesia
Animam o dia.
São alimentos da alma
Que a mente e o coração acalmam,
São combustíveis que infundem energia,
Revigorando o viver,
Faz-nos renascer.
Alimente-se da Palavra de Deus, música e poesia,
Assim viverá com mais alegria!
AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
SILÊNCIO PROFUNDO
Estou só.
A solidão da noite deseja me acompanhar.
Mas não me permito tê-la ao meu lado.
Quero apenas mergulhar num sonho.
No qual posso estar com você...
Um desejo abissal me devora.
Sinto uma vontade insana de me entregar
Ao teu corpo silente, envolto em segredos
E encontrar-me em teus braços
Sob a luz do teu olhar
Silenciosamente...
Num sonho profundo.
Tudo escrito com tanta maturidade e competência... só elogios! 😍🌹