AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2024.
VOCÊ É FELIZ?
Essa é uma pergunta que ecoa nas profundezas da alma. Já me foi feita inúmeras vezes e, em cada ocasião, me levou a uma reflexão íntima e transformadora.
Afinal, sou feliz? Fui feliz? Ou estive, em momentos específicos, à mercê dessa sensação fugaz?
A resposta que sempre me ocorre é que experimentei a felicidade em fragmentos. Momentos. Mas será que alguém pode ser feliz o tempo todo? Talvez essa seja a grande ilusão.
A felicidade, essa entidade tão subjetiva, assume formas diferentes para cada um de nós. Em busca de respostas, decidi questionar amigos, navegar pela sabedoria popular e investigar um pouco mais sobre o que nos faz sentir felizes.
"Você é feliz?" Perguntei a alguns.
"Fui no dia do meu casamento", disse um amigo. "Quando alcancei o topo daquela montanha", respondeu outro. E, assim, as respostas surgiram como faíscas, apontando para direções distintas.
"Senti felicidade ao cruzar a linha de chegada dos 10 km." "Ganhar na mega-sena foi indescritível." "A maior felicidade da minha vida foi o nascimento do meu filho." "O show do Queen no Rock in Rio foi o auge!" "Aquela noite com meus amigos no meu aniversário foi inesquecível."
Mas, se pararmos para refletir profundamente, perceberemos que todas essas respostas falam de um fim, não de um meio. Não do trajeto, mas do destino.
A verdadeira felicidade, no entanto, não está no final da jornada — ela está presente em cada passo, em cada respiração ao longo do caminho. O que nos faz sentir felizes não é o instante em que alcançamos o objetivo, mas a trama de experiências que nos conduz até lá.
O fim é apenas o término. A felicidade, essa sim, reside no processo.
Lembro-me de quando me casei. A sensação de felicidade foi intensa, quase cósmica. Mas, pensando bem, o que realmente nos proporcionou felicidade foi o processo: planejar cada detalhe, a escolha dos convidados, da música, a emoção ao convidar os padrinhos. Foi essa jornada que nos trouxe pequenas doses de felicidade, que juntas, formaram algo grandioso. O dia do casamento foi mágico, sim. Mas a felicidade estava presente em cada momento que antecedeu esse dia.
E quanto àquela corrida de 10 km? A felicidade realmente se materializou na linha de chegada? Ou foram os treinos, as dificuldades, os momentos de superação, as lesões e o cansaço que, pouco a pouco, moldaram a experiência e trouxeram felicidade em diferentes formas? Mesmo sem vencer a corrida, o fato de completá-la tornou toda a jornada significativa.
A felicidade não é um ponto final, ela é o trajeto que percorremos.
Pense numa festa de aniversário. A alegria não está restrita ao momento em que cantamos "Parabéns a você". Ela está na reunião, nas conversas, nas risadas compartilhadas. Como num show. A felicidade não acontece ao final, mas durante cada música, cada acorde que ressoa no coração. Quando o show termina, muitas vezes, o que sentimos é uma pontada de tristeza, o fim de um momento feliz.
Estamos de passagem por este mundo, e a vida é um grande aprendizado. Nossos dias são feitos de altos e baixos, de momentos de alegria e de dor, mas é ao longo dessa jornada que encontramos os instantes felizes.
Se ficarmos à espera de algo grandioso, de um evento extraordinário que defina a felicidade, corremos o risco de perder o espetáculo que acontece todos os dias, como o sol rompendo as nuvens após a chuva, pintando o céu com cores de esperança.
Eu, aos poucos, descubro que estou no caminho certo. A minha felicidade é tecida por momentos, pequenos, mas valiosos, durante toda a caminhada. Não há um ápice, apenas um contínuo fluxo de felicidade na jornada.
E se você vê a felicidade de outra forma, está tudo bem. Não existe uma fórmula exata. Felicidade é uma experiência pessoal e intransferível.
AUTORA LUCÉLIA SANTOS
LUCÉLIA SANTOS, natural de Itabuna-Bahia, escritora, poetisa, cronista e contista e antologista. Escreve desde os 13 anos. É autora do livro "O Amor vai te abraçar" e coautora em diversas coletâneas poéticas. Seu ponto forte na escrita é falar de amor e escreve poemas e minicontos infantis.
SOPRO DE VIDA
Como a neblina do amanhecer
Um breve respirar
Em instantes pode acabar
Sopro de vida, privilégio de viver...
Só o hoje é definitivo
O amanhecer não nos cabe saber
É bom perdoar, abraçar, fazer acontecer
Celebrar por estar vivo
Um dia só restarão memórias
No coração sobrevivente
Qual lembrança ficará para sempre?
Cada dia é uma nova página de nossa história...
AUTORA STELLA_GASPAR
Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
É PRECISO VER, O QUE NÃO FOI VISTO
Tanto a descortinar, mas somos tão fixos em um mesmo olhar!
Nossos olhos, são curiosos, vibram quando conseguimos ver algo diferente de quando apressadamente, olhamos, e tiramos precipitadas conclusões. Infelizmente, muitos de nós, não aprendeu a olhar.
Assim, saboreamos sínteses, pedaços, fragmentos e não um todo sistêmico.
Existe um caminho de imagens, de paisagens, de emoções. É preciso, olhar para além do visível, pois temos, o poder de desenvolver olhares, para um mundo com paraísos, ou um mundo de desertos.
Desenvolver a habilidade de saber olhar, é extraordinário, você e o céu, em uma essencial percepção. Nossos olhos, são as nossas luzes interiores, e com elas distinguimos o belo e o grotesco. Recordando com José Saramago e Cecília Meireles.
“É preciso ver o que não foi visto, ver novamente o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com Sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava.”
José Saramago
“Quem falou de primavera;
sem ter visto seu sorriso,
falou sem saber o que era.”
Cecília Meireles
Não vamos nos esquecer de olhar devagar tudo que nos envolve, olhar com atenção o nosso ser interior, saber quem somos, olhando o essencial de nossa existência.
A vida, tem tantos “eus”, tantas identidades, tantas diferenças, somos parte de um universo infinito.
Ver o que não foi visto, não tem hora, começo ou fim. Nosso olhar é ilimitado, como os, oceano. Vale a pena, aprender a ter um olhar observador, despertando sentimentos profundos nos diálogos com as nuvens, as estrelas, a lua, e o sol.
Toda essa energia do ver, pode ser transformada em alegrias.
Ver é viver, cada hora, com nossas criações, liberdades, disponibilidades.
O ato de ver, precisa ser um exercício constante de aprendizagem, abrindo nossos olhos, deixando eterno aquilo que a memória de nossos olhos amou.
AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
UM DIA ELE MUDA
E mesmo diante
do feminicídio constante
ainda existem mulheres
que acreditam no amor
e no seu amado,
até que um dia
ele chega e grita com ela,
que pede calma
e perdoa dizendo
que um dia ele muda,
no dia seguinte ele grita
e bate nessa mulher,
que se culpa,
mas perdoa dizendo
que um dia ele muda,
no terceiro dia ele grita,
bate e comete
o abuso sexual,
ao final ela diz
que não podia
se negar a ele,
se culpa, perdoa e diz
que um dia ele muda.
Até que um dia essa
história de um dia
ele muda,
um dia ele chega
e destrata,
um dia ele chega
e maltrata,
um dia ele chega e abusa,
um dia ele chega e surta,
um dia ele chega e sangra
um dia ele chega e mata,
em frente as câmeras
descaradamente
esse psicopata
se diz arrependido
e que não é
nenhum bandido
e que não foi correspondido,
e matou por amor,
e no auto de prisão
com frieza pede perdão,
e diante da mídia
e da televisão,
essa situação vem
deixando a população
em total estado
de indignação.
Até quando mulheres
vão continuar
sendo agredidas,
até quando mulheres
vão ter as suas
vidas perdidas,
e mesmo com o avanço
das medidas protetivas,
nós precisamos urgente
de novas medidas
para preservar a
mulher e a sua vida
que está sendo
brutalmente ceifada
na beira da calçada.
Mulher que deve ser bem tratada,
Mulher que deve ser respeitada,
Mulher que deve ser amada
Mulher que só deve ser tocada
com o seu consentimento
e sem constrangimento
os homens precisam
entender que não é não.
E infelizmente aqui no Brasil
o feminicídio a céu aberto
já se tornou banal,
enquanto isso o nosso
congresso nacional
segue nos bastidores
levando uma vida imoral
preocupados com as emendas,
que corredores são costuradas,
enfim os nobres deputados
precisam descruzar os braços
e criar leis mais rígidas
para proteger a mulher
que já está cansada
de ser vilipendiada.
AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
ENCANTO DO MAR
Por suas ondas...
Me deixo ser levada
Ao encontro de um porto seguro
Onde posso descansar meu corpo cansado
Por suas ondas...
Deixo que se leve tudo que me faz mal
Não olho para trás
Quero só me direcionar
Ao que me dá prazer
E me traz alegria
Pelo seu encanto
E toda sua beleza tão exuberante
Faz entregar-me num sonho
De olhos abertos e com o coração leve
Nesse mar de beleza infinita
Que tanto me faz bem...
AUTORA ARLÉTE CREAZZO
ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.
DIFERENÇAS
Engraçado como julgamos as pessoas que são diferentes de nós.
Os inquietos se incomodam com os pacatos demais e vice-versa.
As pessoas metódicas com tudo, as que tem dia e hora para lavar roupas, fazer compras, hora para pentear os cabelos, ficam incomodadas com as que não tem horário para nada e deixam se levar pela vida.
Pessoas brincalhonas, que estão sempre em movimento, que conversam com todos, não conseguem ver uma pessoa mais pacata, que converse pouco e tem jeito de gente idosa, inclusive sentindo pena da pessoa por ser assim.
Tive uma vizinha que tinha uma filha de nove anos com jeito de adulto de cinquenta.
A menina era muito séria, gesticulava pouco, brincava de forma meticulosa como se tudo fosse machucar ou simplesmente sujar.
Era uma menina muito alegre, mas até para rir era contida, não gargalhava como as outras crianças e aquilo me inquietava.
O irmão caçula por outro lado, era bem mais sapeca e vivia correndo pelas ruas, estava sempre em movimento sem parar um minuto.
Aquela menina me intrigava, já que sempre fui mais moleca.
Eu não conseguia me imaginar sendo aquela menina, pois éramos muito diferentes e embora sendo diferentes nos dávamos muito bem.
Aos nove anos ela conversava com adultos praticamente de igual para igual e era muito gostoso conversar com ela, que apesar da pouca idade, tinha muito a dizer.
Por ser mais tranquila que as outras crianças era mais observadora, fazendo com que fosse até mais inteligente que a maioria das crianças, e passei a admirá-la pela forma que era.
Percebi que ela não precisava ser igual às outras crianças, porque para ela, a vida funcionava assim.
AUTOR WAGNER PLANAS
Wagner Planas é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
PASSOS NA AREIA
por J. L. Gomes
Momentos essenciais, dores que chegam a nossa vida que parecem insuportáveis.
Muitas vezes, questionamos até Deus, o porquê de tanta dor.
Por outras pessoas serem felizes e nós, temos que sofrer tanto se ambos somos filhos de Deus.
Quantas vezes tivemos a oportunidade de sentar na areia da praia e bater um papo com Deus?
Ou na beira de um lago, um açude, até mesmo em uma cachoeira?
Momentos de pura reflexão…
Se nunca houve esta aproximação, Deus lhe deu o poder da imaginação para ir até ele, em uma oração, em um sonho.
Deus nunca fechou a porta para nenhum de nós!
Sabemos que encontrar a Deus no meio da tempestade é difícil, mas quem garantiu a nós que as tempestades também não acabam?
Olhar nossos passos na areia, passos que ficaram para trás, quem disse que aquelas pegadas são nossas? Não poderia ser Cristo nos levando em seus braços nesta caminhada difícil?
Ele nunca nos desamparou…
O Dilúvio durou 40 dias e 40 noites, mas acima das tempestades, Deus sempre proporcionou um lindo dia de sol, todos os dias, e após os 40 dias, o sol voltou a reinar.
Deus nunca abandona seus filhos, inclusive, na crucificação de Yeshua, ele este presente na Cruz.
Não desanime, mesmo que as ondas do mar apaguem as pegadas na areia, carregue a presença de Deus em sua vida, pois tudo passa, dias bons e dias ruins.
AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
PERSISTÊNCIA
Viva o hoje intensamente,
Usufrua-o plenamente.
Entre flores e espinhos
Percorremos nosso caminho,
Mas não minimize seus gestos de carinho.
Não desperdice as oportunidades!
A cada amanhecer
Uma escolha, um recomeço,
Acertos, tropeços...
Sobre pétalas e pedras
Trilhamos nossos dias,
Porém, a persistência
É a minha teimosia.
A cada amanhecer
Renovo minhas energias.
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