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Foto do escritorLuiz Primati

REFLEXÕES Nº 108 — 17/03/2024

Atualizado: 28 de abr.

Máquina de escrever antiga
Imagem criada com a ferramenta de IA Midjourney

 

AUTOR LUIZ PRIMATI


LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2024.

 

MUNDO CRUEL

Sinto-me deslocado neste universo peculiar, como se fosse uma peça de quebra-cabeça destinada a outro lugar. Sentindo-me órfão de pai e mãe, questiono se estou à frente do meu tempo ou irremediavelmente atrás dele.

Você, que se identifica com estas palavras, faz parte de um grupo seleto. Seremos nós, porventura, os portadores de uma inteligência incompreendida ou simplesmente os desavisados em uma era dominada pelo capitalismo? A verdade é que quanto mais busco, menos compreendo.

Sou compelido a conviver com aqueles que não escolheria, movido pelo princípio da cordialidade. Há momentos em que, isolado em minha própria esfera, sem canais para expressar minhas ideias, me vejo na companhia daqueles que divergem de mim. Curiosamente, vejo valor nisso. Afinal, permite-me esquecer, ainda que brevemente, de mim e do universo que construí.

Nas horas sombrias, quando a depressão me envolve, encontro refúgio na música. Busco vozes que ecoem meus anseios ou melodias que narrem o peso de minhas emoções. Ironia das ironias, mergulho mais profundamente nessa melancolia, na esperança de, eventualmente, encontrar a força necessária para me reerguer.

E quanto a você? Como enfrenta essas noites infindáveis marcadas pelo desalento?

Texto resgatado de um caderno de reflexões que eu escrevi em 1986. E de lá para cá parece que o mundo pouco mudou.

 

AUTORA ARLÉTE CREAZZO


ARLÉTE CREAZZO (1965), nasceu e cresceu em Jundiaí, interior de São Paulo, onde reside até hoje. Formou-se no antigo Magistério, tornando-se professora primária. Sempre participou de eventos ligados à arte. Na década de 80 fez parte do grupo TER – Teatro Estudantil Rosa, por 5 anos. Também na década de 80, participou do coral Som e Arte por 4 anos. Sempre gostou de escrever, limitando-se às redações escolares na época estudantil. No professorado, costumava escrever os textos de quase todos, para o jornal da escola. Divide seu tempo entre ser mãe, esposa, avó, a empresa de móveis onde trabalha com o marido, o curso de teatro da Práxis - Religarte, e a paixão pela escrita. Gosta de escrever poemas também, mas crônicas têm sido sua atividade principal, onde são publicadas todo domingo, no grupo “Você é o que Escreve”. Escrever sempre foi um hobby, mas tem o sonho de publicar um livro, adulto ou infantil.

 

SABER OUVIR


Sempre ouço as pessoas dizerem: não conte seus planos a ninguém, as pessoas são invejosas e jogarão “olho gordo em cima de você e seus projetos”.


Pode até ser verdade, já que o número de pessoas que te puxam para traz é maior do que as que te empurram para frente.


Mas o pior de tudo isso é que temos a triste tendência de ouvir as pessoas erradas.


Muitas vezes as coisas não dão certas para nós, por nossa própria culpa.


Ouvimos muito mais os que dizem: Nossa você vai fazer isso?! Tem certeza? Pense bem...

Eu se fosse você não faria.


E essas palavras nos irritam profundamente, então por que as ouvimos?


Porque no fundo acabamos por pensar da mesma forma.


Tudo o que é novo, diferente, nos assusta. Mudanças nos assustam e isso faz parte.


Mas sempre tem aquelas pessoas que nos dizem: por que você não tenta? O máximo que pode acontecer é não dar certo e ter que tentar de novo ou mudar a estratégia. Acho sua ideia ótima, se tivesse coragem também faria.


Ou seja, da mesma forma que há os contra há os que te colocam pra cima. Aqueles que te impulsionam a fazer o que você tem vontade.


Pode ser até que eles também achem que não dará certo, mas acreditam que esta tem que ser uma escolha sua.


As pessoas tendem a não acreditar naquilo que as assustam e passam esse medo aos outros.


É preciso ouvir as pessoas certas. Se tem vontade de fazer algo faça.


Mude de profissão, de cidade, faça um curso que todos achem inútil.


Seja diferente, inclusive na questão de não mais ouvir as pessoas erradas.

 

AUTOR AKIRA ORDINE


AKIRA ORDINE é um escritor, poeta e músico carioca. Desde cedo apaixonado pela literatura, utiliza a arte como espaço de luta e refúgio, colocando bastante de si em tudo o que escreve. Tem muitos livros, vários deles, verdadeiros amigos.

 

SOBRE O ENSINO

Existe uma beleza indescritível no ato de ensinar. Talvez seja uma das coisas mais belas de toda a existência humana, pois essa prática nada mais é do que a outra face da moeda do aprendizado.

Veja, não se ensina sem aprender, e não se aprende sem ensinar. O processo educacional, no meu ponto de vista, representa o conceito de dialética em sua totalidade. A contradição é uma das coisas mais belas do mundo, e a educação proporciona isso ao desconstruir a ideia de que "se eu não sei, eu sou inferior."

Educar não é somente compartilhar conhecimento, provando assim que ele de fato foi assimilado pela pessoa que o passa adiante, mas é aprimorar a si mesmo de modo com que estigmas sociais sejam deixados de lado e o próprio educador conheça a si mesmo e o mundo em que vive.

Por isso, quando se educa de forma verdadeira e libertadora, tal qual dito por Paulo Freire, a ideia de que o conhecimento é uma hierarquia cai por terra. A partir do momento em que percebe-se que é impossível atingir o absoluto conhecimento sobre tudo, e que no fundo, estamos sempre aprendendo, fica registrado que não faz sentido nos colocarmos em um patamar de superioridade diante dos outros. Até porque, nunca somos algo, contudo, sempre estamos algo.


 

AUTORA STELLA_GASPAR


Natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.

 

JÁ TERMINEI?


A vida tem encantos admiráveis. Dormindo ou acordados, sonhamos e higienizamos nossas mentes, com as inspirações sonhadas. É tão importante sentir que o impossível, sentir que o invisível deve ser possível.

A arte de abrir nossos mundos de fantasias, de utopias, nutrem-nos de palavras, de pensamentos, de desejos e de repente atingimos o ápice.

Somos unos e múltiplos, somos nossas histórias, nossas diversões, abraços e vacina contra o desamor. Viver com carinhos, com a esperança do esperançado, esse é o sentido, é a nossa bússola de destinos. Mundos e mundos, viver sem sonhar é uma aventura de portas fechadas, precisamos navegar em oceanos com ondas de benevolência amorosa.

Em mim, criei laços de amizades, com minhas leituras aprendo a ser mais e sempre humana, cada um de nós traz em si o “eu” desejado, real ou imaginário. Sou fortalecida e alimentada pela capacidade de amar, é essa mania é um maravilhamento constante. Quanto mais vejo o mundo ficar cruel, mais amor procuro despertar em mim.

Sou amorosa? Sou bondosa? Gosto de me ler com buscas, que eu possa perceber o que ainda me falta, para ser mais sentimentos. Afinal, cada um tem a necessidade de reconhecimento, sentindo os brotos dos olhares conhecidos ou desconhecidos nos deixando mais completos. Então, harmonia, serenidade e intensidade se confundem em nós, no essencial de nossa vida. A escrita do momento, a inspiração que alegra o meu ser sistêmico fala alegrias em mim.

Terminei, a minha narrativa, com vontade de continuar…


 

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA


Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.

 

QUÃO PODEROSAS SÃO AS PALAVRAS!


As palavras têm poder

Elas podem afetar as pessoas,

Dependendo de como proferidas

Podem arruinar uma vida

Ou ser calmaria

Para uma alma aflita.

Palavras irrefletidas

Palavras propositais

Cuidado com as palavras,

Evite “vendavais”.

Elas podem afastar,

Podem aproximar,

Podem ferir

E tem o poder de curar.

Ah, como as palavras machucam

Pior que picada de maribondo

Que logo a dor intensa desaparece,

Já as palavras ofensivas,

Às vezes, por anos permanecem.

O embate com a mente

Pode trazer à tona

Certas indelicadezas

Que você luta para esquecê-las.

Tire de suas palavras a aspereza,

Acrescente doses de delicadeza.

Trate as pessoas com gentileza.

Evite palavras ríspidas,

Prefira as que edifica.

Quão poderosas são as palavras!

Podem ser devastadoras

Ou consoladoras.

Resolvem mal entendidos,

Puxam-lhe do fundo do “poço”.

Afagam um triste coração,

Evitam uma discussão.

Já que as palavras podem causar muita dor,

Cuidado com o que você fala

E o modo como fala...

Utilize palavras bondosas,

Use a língua para animar e consolar,

Jamais para machucar.

Trate o próximo com empatia, amor

E alegre o Criador.


 

AUTORA LETÍCIA LOSS DE OLIVEIRA


LETÍCIA LOSS DE OLIVEIRA tem 37 anos, é professora universitária, do ensino básico, e perita legista. Tem na escrita seu refúgio e expressão, é neste espaço que transborda, aproximando-se de quem é. Seus gêneros mais afins são a prosa, a crônica e cartas.

 

A COR DA LUZ

Possivelmente o senso comum, com seus saberes em oralidade, definiriam o branco como uma cor. De fato o é.

De modo rudimentar, é a união de todas as cores da luz do espectro visível, constitui a junção de todos os comprimentos de onda deste espectro.

A existência do branco é a consequência da união de todos os seus. É o acolher mais amplo, visto que sua existência depende disto. Na ausência deste abraçar irrestrito, o branco perece.

Como não bastasse sua natureza de acolhimento inato, ele também reflete todos os comprimentos de onda, sem absorver um sequer. Característica intrínseca, já que se alguma onda for refletida, não se trata do branco.

A cor da luz. Altruísmo em imensurável expressão. Existe condicionado a, e somente se a união de todos os seus acontecer, bem como pela reflexão indiscriminada dos que o fazem Ser. Longa pausa. Calo-me.

Como prosseguir em escrita sobre aquele que a tudo acolhe e que a tudo liberta? Como reduzir tamanha imensidão em parcas palavras?

Uma ousadia, apenas. Empírica. Pessoal. O branco, aquele muitas vezes menosprezado, - "só uma parede branca", "somente uma camiseta branca" - é o que traz tudo em si e liberta tudo em seu eterno anonimato, pois disso depende seu próprio existir.


 

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Luiz Primati: O autor compartilha um texto intitulado "Mundo Cruel" que expressa sentimentos de deslocamento e incompreensão diante do mundo, questionando se pertence a outra era ou está desajustado com o tempo atual. Ele discute a dificuldade de conviver com pessoas diferentes e encontrar conforto na música durante momentos de depressão, encorajando a reflexão sobre como lidamos com desafios emocionais. Este texto foi recuperado de reflexões pessoais de 1986, indicando uma percepção de que os desafios humanos permanecem consistentes ao longo do tempo.

Arléte Creazzo: Em "Saber Ouvir", Arléte aborda a importância de escolher cuidadosamente a quem dar ouvidos, destacando como a opinião dos outros pode influenciar negativamente nossas decisões. Ela enfatiza a necessidade de ouvir aqueles que nos encorajam a perseguir…

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Escrever, sentir, sonhar com nossas mãos, dedos e pensamentos, como é divino esse poder, sem sermos poderosos. Amo seus textos, encontro-me em um jardim de sossegos. Feliz Domingo companheiros de sonhos acordados e escritos. 😍😍😍

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