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ESTÓRIAS DO VALLETINHO Nº 8 — 10/09/2022


A Valleti Kids tem a honra de apresentar a oitava edição do caderno ESTÓRIAS DO VALLETINHO.


Os colunistas Alessandra Valle e Luiz Primati, apresentam contos para crianças, jovens e famílias.


Querem conhecer a infância de mais uma personalidade com dom inato? O conto de Alessandra Valle vai apresentar ÁGATA, menina que desenvolveu senso de justiça desde muito cedo.


Enquanto, o autor Luiz Primati conta a estória do menino Elvis e de como ele perdeu o medo do escuro.


Vamos nos encantar com as ESTÓRIAS DO VALLETINHO desta edição.


Mães, pais, responsáveis e educadores encontrarão boas estórias para divertir, educar e entreter a criançada.


Todo sábado uma novidade da Valleti Kids.


Luiz Primati e Alessandra Valle

 

AUTORA ALESSANDRA VALLE

IG: @alessandravalle_escritora


Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 — A MENINA BEL E O GATO GRATO — o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.

 

O CAMINHO MAIS JUSTO


A criançada estava reunida na comunidade e Ágata costumava liderar o grupo, trazendo ideias e soluções criativas para as brincadeiras.


Ninguém ficava de fora, pois Ágata organizava as crianças de modo que todos podiam brincar e se divertirem bastante.


— Vamos deixar o Ramon participar da brincadeira de detetive com a gente — disse Ágata, buscando a inclusão do menino.


— Mas ele é pequeno, não vai entender as regras. Vai atrapalhar a brincadeira – afirmaram outras crianças impacientes.


Porém, a menina benevolente não podia ver injustiças acontecendo. E como sempre, abraçou o miúdo num gesto de proteção e amparo.


— Podem deixar Ramon comigo. Vou ajudá-lo e todos vamos brincar — afirmou a infante justiceira.


A curiosidade bem desperta desde cedo fez com que a menina Ágata se dedicasse com amor à leitura. Seus livros preferidos eram contos policiais de sua xará Agatha Christie e seu jogo favorito era Detetive, para que pudesse desvendar mistérios e descobrir o exato autor das transgressões.


A vida trouxe provas rudes a serem cumpridas pela menina Ágata que desenvolveu clareza e sabedoria desde cedo para discernir entre o certo e o errado, além de buscar sempre o caminho mais justo.


Certa vez, assistiu uma mulher, sua vizinha, ser presa pela polícia e o fato a intrigou. Ágata buscou ouvir os comentários dos demais moradores a respeito da veracidade da infração que levou àquela mulher a tão triste situação de insulamento.


Para seu espanto, a menina investigadora ouviu de todos que a prisão da mulher havia sido injusta.


— Ela não cometeu nenhum crime! Estão confundindo-a com outra pessoa — lamentou o filho da detenta.


Ao final da tarde, sentada a contemplar o céu e a meditar nas palavras das testemunhas, Ágata expressou seus mais nobres sentimentos:


— Como eu desejo defender aquela mulher!


A justiceira era apenas uma criança, não seria possível fazer visitas à presa ou ser sua advogada, entretanto, os sentimentos que despertavam em Ágata traziam o gérmen do respeito à igualdade entre todos os cidadãos.


Em busca de caminhos mais justos, a menina segue aprendendo com a vida e age em conformidade com as leis a fim de que os direitos se façam cumprir.


Homenagem à Ágata Martins

Instagram: @agatamartins.adv


 

AUTOR LUIZ PRIMATI

IG: @luizprimati


Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
 

ELVIS E O MONSTRO DA ESCURIDÃO


Olá, crianças! Hoje, conheceremos Elvis, o garoto que tinha medo da escuridão e seu amigo Dark.


Através de Elvis, descobriremos que o medo nada mais é que fruto de nossa imaginação e todos sentimos medo do escuro em algum momento de nossas vidas. Vamos começar?


Os personagens de nossa história são: o garoto Elvis, o monstro Dark e Juliana, mãe de Elvis.


Elvis estava crescendo muito rápido dentro de seu universo de 3 anos. Para ele, tudo era inédito, o mundo inteiro para ele explorar. Em cada momento aprendia algo novo com seu pai, com sua mãe, professores, avós e até com outras crianças. Elvis era inquieto e por ter tanta energia, acabava cansando seus pais antes mesmo que eles chegassem ao fim do dia.


Após a escola e o almoço, a babá levava Elvis para o parque, com a intenção de esgotar as suas energias. Brincava no gira-gira, escorregador, fazia castelos na areia. No entanto, Elvis voltava mais elétrico do que foi para o parque e começava a fazer estripulias na sala de casa.


Enquanto a sua mamãe colocava um desenho na TV, ele pulava no sofá, rabiscava o livro para colorir, empurrava os carrinhos pelo tapete da sala. Aproveitava e brincava com seu irmãozinho. No entanto, chegava a hora do banho…


Elvis não gostava de ser interrompido em suas brincadeiras para ter que tomar banho. Sabia que após o banho teria que jantar e depois dormir e, para ele, ainda era muito cedo. Tinha muita energia para gastar.


Juliana, cansada dos afazeres domésticos e das birras de Elvis, acabava perdendo a paciência e colocando-o de castigo, no quarto escuro, para pensar sobre suas atitudes. Elvis fazia birra para chamar a atenção de sua mamãe, pois, pensava que o novo reizinho do lar era seu recém-nascido irmãozinho.


Quando Elvis era trancado no quarto, abria o berreiro, batia na porta e era em vão. Do outro lado da porta ouvia os passos de sua mamãe se afastando e sabia que teria que ficar ali até que ela o tirasse do castigo.


Ele sentia muito medo do escuro. Fechava os olhos e tentava pensar em algo que distraísse sua mente e não pensasse no monstro da escuridão. E ali ficava soluçando, aguardando sua mamãe tirá-lo do castigo. Juliana até sentia pena do filhinho ficar no castigo, porém, o marido insistia ser para o bem de Elvis, tinham que discipliná-lo.


Foi num desses castigos que Elvis ouviu uma voz:


— Ei! Garoto, por que chora tanto? — disse a voz.


— Mamãe? Vai me tirar do castigo? — perguntou Elvis.


— Não sou sua mamãe. Me chamo Dark — disse.


— Dark? Onde você está? — questionou Elvis.


— Abra seus olhos e vai me ver — disse Dark.



Elvis abriu os olhos e levou alguns instantes para se acostumar com a escuridão. Quando seus olhos puderam avistar no escuro, percebeu uma coisa peluda, olhos grandes e dentes que não cabiam na boca. Gritou!


— Aiiiiiiiiiiii!


Elvis voltou a fechar os olhos e a implorar.


— Saia daqui, seu monstro, não quero que você chegue perto. Não se aproxime.


Depois de um tempo, Elvis ouviu um choro de criança. Parou de ter medo e gradualmente abriu os olhos. Localizou de onde vinha o som dos soluços. Era o monstro, acuado num canto, chorando.


— Seu monstro, por que chora? — questionou Elvis.


— Ninguém gosta de mim. Todos me temem. Não sei o motivo — murmurou Dark.


— É que você é peludo, tem dentes e olhos grandes… — disse Elvis timidamente.


— Essa é a sua imaginação. Não sou assim tão feio e não faço mal a ninguém — disse Dark ainda chorando.


— Calma, Dark. Eu não estou com medo de você.


— Não? Tem certeza? Todos saem correndo quando me veem, mas eu não passo de uma imagem que seu cérebro imaginou. Cada um me vê de um jeito.


— Tudo bem, Dark. Não estou te achando tão feio — disse Elvis se aproximando de Dark.


Depois de um tempo sem nada dizer, Elvis questionou:


— Dark, por que está aqui nesse quarto escuro?


— Estou de castigo. Meus pais disseram que tenho que repensar minhas atitudes e não entendo. Queria apenas brincar.


— Nossa! Eu também! — disse Elvis.


— Então por que não aproveitamos e brincamos? Eu e você? Já me acostumei com a escuridão e com você. Meus olhos já conseguem ver com a pouca luz que entra pela fresta da porta. Me dê a sua mão.


Dark olhou para Elvis e estendeu sua mão. Elvis puxou o novo amigo do chão e logo estavam rindo, correndo e se divertindo. Nem percebeu o tempo passar. Quando Juliana, sua mamãe veio para tirá-lo do castigo, nem queria ir.


Elvis deu um aceno para Dark e voltou para o convívio da família. Tomou seu banho feliz e jantou. Logo pegou no sono e sonhou com as brincadeiras que experimentou com Dark.


Mais dias desses ocorreram e Elvis ia feliz para o castigo, sem reclamar e lá encontrava Dark. Aproveitavam o tempo para brincarem muito.


Depois de algumas semanas Juliana parou de aplicar o castigo em Elvis, pois não estava mais adiantando. Ela aprendeu que depois de um tempo Elvis não sentia que aquela atitude era um castigo. Ele resolveu não reclamar e aproveitar o tempo com o novo amigo.


Juliana pensava se deveria aplicar um castigo mais severo, pois, parecia não adiantar mais aquele método. Elvis, na sua inocência, não entendia o motivo dos castigos, mas de uma coisa ele tinha certeza: nunca mais teria medo do escuro, pois, foi com esse castigo que aprendeu que o monstro do escuro é fruto de nossa imaginação. Podemos imaginar que no escuro existam monstros terríveis. Por outro lado, podemos imaginar que na escuridão habitam crianças como nós, cheias de energia e que apenas querem brincar e chamar a atenção dos pais.


E esse foi mais um conto do Valletinho. Hoje aprendemos que não devemos ter medo do escuro, pois, o monstro da escuridão é apenas uma fantasia criada pelo nosso cérebro.


Até a semana que vem, onde contaremos mais estórias como essa. Tchau, tchau.


 

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