A Valleti Kids tem a honra de apresentar a oitava edição do caderno ESTÓRIAS DO VALLETINHO.
Os colunistas Alessandra Valle e Luiz Primati, apresentam contos para crianças, jovens e famílias.
Querem conhecer a infância de mais uma personalidade com dom inato? O conto de Alessandra Valle vai apresentar ÁGATA, menina que desenvolveu senso de justiça desde muito cedo.
Enquanto, o autor Luiz Primati conta a estória do menino Elvis e de como ele perdeu o medo do escuro.
Vamos nos encantar com as ESTÓRIAS DO VALLETINHO desta edição.
Mães, pais, responsáveis e educadores encontrarão boas estórias para divertir, educar e entreter a criançada.
Todo sábado uma novidade da Valleti Kids.
Luiz Primati e Alessandra Valle
AUTORA ALESSANDRA VALLE
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 — A MENINA BEL E O GATO GRATO — o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
O CAMINHO MAIS JUSTO
A criançada estava reunida na comunidade e Ágata costumava liderar o grupo, trazendo ideias e soluções criativas para as brincadeiras.
Ninguém ficava de fora, pois Ágata organizava as crianças de modo que todos podiam brincar e se divertirem bastante.
— Vamos deixar o Ramon participar da brincadeira de detetive com a gente — disse Ágata, buscando a inclusão do menino.
— Mas ele é pequeno, não vai entender as regras. Vai atrapalhar a brincadeira – afirmaram outras crianças impacientes.
Porém, a menina benevolente não podia ver injustiças acontecendo. E como sempre, abraçou o miúdo num gesto de proteção e amparo.
— Podem deixar Ramon comigo. Vou ajudá-lo e todos vamos brincar — afirmou a infante justiceira.
A curiosidade bem desperta desde cedo fez com que a menina Ágata se dedicasse com amor à leitura. Seus livros preferidos eram contos policiais de sua xará Agatha Christie e seu jogo favorito era Detetive, para que pudesse desvendar mistérios e descobrir o exato autor das transgressões.
A vida trouxe provas rudes a serem cumpridas pela menina Ágata que desenvolveu clareza e sabedoria desde cedo para discernir entre o certo e o errado, além de buscar sempre o caminho mais justo.
Certa vez, assistiu uma mulher, sua vizinha, ser presa pela polícia e o fato a intrigou. Ágata buscou ouvir os comentários dos demais moradores a respeito da veracidade da infração que levou àquela mulher a tão triste situação de insulamento.
Para seu espanto, a menina investigadora ouviu de todos que a prisão da mulher havia sido injusta.
— Ela não cometeu nenhum crime! Estão confundindo-a com outra pessoa — lamentou o filho da detenta.
Ao final da tarde, sentada a contemplar o céu e a meditar nas palavras das testemunhas, Ágata expressou seus mais nobres sentimentos:
— Como eu desejo defender aquela mulher!
A justiceira era apenas uma criança, não seria possível fazer visitas à presa ou ser sua advogada, entretanto, os sentimentos que despertavam em Ágata traziam o gérmen do respeito à igualdade entre todos os cidadãos.
Em busca de caminhos mais justos, a menina segue aprendendo com a vida e age em conformidade com as leis a fim de que os direitos se façam cumprir.
Homenagem à Ágata Martins
Instagram: @agatamartins.adv
AUTOR LUIZ PRIMATI
Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
ELVIS E O MONSTRO DA ESCURIDÃO
Olá, crianças! Hoje, conheceremos Elvis, o garoto que tinha medo da escuridão e seu amigo Dark.
Através de Elvis, descobriremos que o medo nada mais é que fruto de nossa imaginação e todos sentimos medo do escuro em algum momento de nossas vidas. Vamos começar?
Os personagens de nossa história são: o garoto Elvis, o monstro Dark e Juliana, mãe de Elvis.
Elvis estava crescendo muito rápido dentro de seu universo de 3 anos. Para ele, tudo era inédito, o mundo inteiro para ele explorar. Em cada momento aprendia algo novo com seu pai, com sua mãe, professores, avós e até com outras crianças. Elvis era inquieto e por ter tanta energia, acabava cansando seus pais antes mesmo que eles chegassem ao fim do dia.
Após a escola e o almoço, a babá levava Elvis para o parque, com a intenção de esgotar as suas energias. Brincava no gira-gira, escorregador, fazia castelos na areia. No entanto, Elvis voltava mais elétrico do que foi para o parque e começava a fazer estripulias na sala de casa.
Enquanto a sua mamãe colocava um desenho na TV, ele pulava no sofá, rabiscava o livro para colorir, empurrava os carrinhos pelo tapete da sala. Aproveitava e brincava com seu irmãozinho. No entanto, chegava a hora do banho…
Elvis não gostava de ser interrompido em suas brincadeiras para ter que tomar banho. Sabia que após o banho teria que jantar e depois dormir e, para ele, ainda era muito cedo. Tinha muita energia para gastar.
Juliana, cansada dos afazeres domésticos e das birras de Elvis, acabava perdendo a paciência e colocando-o de castigo, no quarto escuro, para pensar sobre suas atitudes. Elvis fazia birra para chamar a atenção de sua mamãe, pois, pensava que o novo reizinho do lar era seu recém-nascido irmãozinho.
Quando Elvis era trancado no quarto, abria o berreiro, batia na porta e era em vão. Do outro lado da porta ouvia os passos de sua mamãe se afastando e sabia que teria que ficar ali até que ela o tirasse do castigo.
Ele sentia muito medo do escuro. Fechava os olhos e tentava pensar em algo que distraísse sua mente e não pensasse no monstro da escuridão. E ali ficava soluçando, aguardando sua mamãe tirá-lo do castigo. Juliana até sentia pena do filhinho ficar no castigo, porém, o marido insistia ser para o bem de Elvis, tinham que discipliná-lo.
Foi num desses castigos que Elvis ouviu uma voz:
— Ei! Garoto, por que chora tanto? — disse a voz.
— Mamãe? Vai me tirar do castigo? — perguntou Elvis.
— Não sou sua mamãe. Me chamo Dark — disse.
— Dark? Onde você está? — questionou Elvis.
— Abra seus olhos e vai me ver — disse Dark.
Elvis abriu os olhos e levou alguns instantes para se acostumar com a escuridão. Quando seus olhos puderam avistar no escuro, percebeu uma coisa peluda, olhos grandes e dentes que não cabiam na boca. Gritou!
— Aiiiiiiiiiiii!
Elvis voltou a fechar os olhos e a implorar.
— Saia daqui, seu monstro, não quero que você chegue perto. Não se aproxime.
Depois de um tempo, Elvis ouviu um choro de criança. Parou de ter medo e gradualmente abriu os olhos. Localizou de onde vinha o som dos soluços. Era o monstro, acuado num canto, chorando.
— Seu monstro, por que chora? — questionou Elvis.
— Ninguém gosta de mim. Todos me temem. Não sei o motivo — murmurou Dark.
— É que você é peludo, tem dentes e olhos grandes… — disse Elvis timidamente.
— Essa é a sua imaginação. Não sou assim tão feio e não faço mal a ninguém — disse Dark ainda chorando.
— Calma, Dark. Eu não estou com medo de você.
— Não? Tem certeza? Todos saem correndo quando me veem, mas eu não passo de uma imagem que seu cérebro imaginou. Cada um me vê de um jeito.
— Tudo bem, Dark. Não estou te achando tão feio — disse Elvis se aproximando de Dark.
Depois de um tempo sem nada dizer, Elvis questionou:
— Dark, por que está aqui nesse quarto escuro?
— Estou de castigo. Meus pais disseram que tenho que repensar minhas atitudes e não entendo. Queria apenas brincar.
— Nossa! Eu também! — disse Elvis.
— Então por que não aproveitamos e brincamos? Eu e você? Já me acostumei com a escuridão e com você. Meus olhos já conseguem ver com a pouca luz que entra pela fresta da porta. Me dê a sua mão.
Dark olhou para Elvis e estendeu sua mão. Elvis puxou o novo amigo do chão e logo estavam rindo, correndo e se divertindo. Nem percebeu o tempo passar. Quando Juliana, sua mamãe veio para tirá-lo do castigo, nem queria ir.
Elvis deu um aceno para Dark e voltou para o convívio da família. Tomou seu banho feliz e jantou. Logo pegou no sono e sonhou com as brincadeiras que experimentou com Dark.
Mais dias desses ocorreram e Elvis ia feliz para o castigo, sem reclamar e lá encontrava Dark. Aproveitavam o tempo para brincarem muito.
Depois de algumas semanas Juliana parou de aplicar o castigo em Elvis, pois não estava mais adiantando. Ela aprendeu que depois de um tempo Elvis não sentia que aquela atitude era um castigo. Ele resolveu não reclamar e aproveitar o tempo com o novo amigo.
Juliana pensava se deveria aplicar um castigo mais severo, pois, parecia não adiantar mais aquele método. Elvis, na sua inocência, não entendia o motivo dos castigos, mas de uma coisa ele tinha certeza: nunca mais teria medo do escuro, pois, foi com esse castigo que aprendeu que o monstro do escuro é fruto de nossa imaginação. Podemos imaginar que no escuro existam monstros terríveis. Por outro lado, podemos imaginar que na escuridão habitam crianças como nós, cheias de energia e que apenas querem brincar e chamar a atenção dos pais.
E esse foi mais um conto do Valletinho. Hoje aprendemos que não devemos ter medo do escuro, pois, o monstro da escuridão é apenas uma fantasia criada pelo nosso cérebro.
Até a semana que vem, onde contaremos mais estórias como essa. Tchau, tchau.
Sou muito grata pela oportunidade de compartilhar minha escrita através da VALLETI KIDS. Revelar os dons de pessoas incríveis está sendo uma experiência enriquecedora na minha vida. ❤️📚
Vocês são geniais. Essa imagem dos olhos no escuro, Luiz é simplesmente perfeita!!!
Adoro seus escritos 😍😍