A Valleti Kids teA Valleti Kids tem a honra de apresentar a décima oitava edição do caderno ESTÓRIAS DO VALLETINHO.
Os colunistas Alessandra Valle e Luiz Primati, apresentam contos para crianças, jovens e famílias.
Para celebrarmos o dia nacional do livro infantil, no último dia 18 de abril, o autor Luiz Primati, conta a história do menino Mateus e o despertar de seu amor pela literatura, em O CONTADOR DE HISTÓRIAS, enquanto a autora Alessandra Valle, nos faz refletir sobre despedida, luto e sentimentos, no conto O CAÇADOR DE TESOUROS.
Vamos nos encantar com as ESTÓRIAS DO VALLETINHO desta edição.
Mães, pais, responsáveis e educadores encontrarão boas estórias para divertir, educar e entreter a criançada.
Quinzenalmente, aos sábados, uma novidade da Valleti Kids.
AUTORA ALESSANDRA VALLE
Alessandra Valle é escritora para infância e teve seu primeiro livro publicado em 2021 — A MENINA BEL E O GATO GRATO — o qual teve mais de 200 downloads e 400 livros físicos distribuídos pelo Brasil. Com foco no autoconhecimento, a escritora busca em suas histórias a identificação dos personagens com os leitores e os leva a refletir sobre suas condutas visando o despertar de virtudes na consciência.
Adam é menino muito curioso. Adora acompanhar a mãe na casa de amigas para mexer nos armários e gavetas em busca de tesouros.
Entretanto, antes que pensem que Adam seria capaz de furtar alguma coisa da casa de alguém, vou logo avisando que o travesso não é de cometer crimes, apenas de futucar.
Algumas pessoas não gostam da travessura de Adam e reclamam com sua mãe:
— Seu filho não tem bons hábitos — afirmam as controladoras.
— Esse menino é bisbilhoteiro, você deveria deixá-lo de castigo — condenam as mais rudes.
Acontece que Adam sempre que mexe nas gavetas e armários acaba por achar algum objeto de valor sentimental para suas donas.
— Ah! Que alegria poder rever essa foto. Jurava que a tinha perdido — agradecem as saudosas.
— Oh! Você encontrou minha joia, Adam. Não sei como conseguiu, mas agradeço de coração — dizem as felizes.
Certo dia, ouviu a mãe conversar ao telefone com a avó que mora longe:
— Não acredito! Não me conte uma coisa dessas! Estou tão longe, não poderei ir socorrer.
Adam não sabia a quem as duas se referiam, mas teve a certeza de que alguém querido estava doente.
Pensou na avó e no avô, por serem idosos e não morarem perto.
Tão logo a conversa acabou, Adam percebeu que sua mãe estava chorando e foi consolá-la.
Para tristeza de todos, soube que o avô estava muito doente e que não teria muito tempo para a despedida.
No dia seguinte, a mãe e Adam embarcaram num trem rumo à cidade onde seus avós moravam.
A viagem durou mais de seis horas e poucas foram as palavras que a mãe de Adam pronunciou durante o trajeto.
Adam percebeu que a mãe perdera o brilho do olhar e o sorriso dos lábios.
— Mamãe, o que está acontecendo? — perguntou o menino, tentando compreender a gravidade da situação.
— Seu avô, dentro em breve, estará partindo e não chegaremos a tempo para nos despedirmos — falou a mãe chorosa.
Ao chegarem à casa de seus avós, tiveram a notícia de que partida acontecera e Adam viu sua mãe numa tristeza profunda.
Enquanto se abraçava com a avó, Adam ouviu a sua mãe dizer:
— Perdi minha felicidade.
Naquele instante, Adam se encheu de esperança. Ele poderia encontrar a felicidade e trazê-la de volta para sua mãe, bastava que fosse fuçar os armários da casa de seus avós.
De mansinho, foi deixando a sala e adentrando os cômodos da casa, à procura de armários e gavetas repletas de tesouros.
Cutucou aqui, remexeu ali, Adam encontrou muitas fotos e objetos que considerava tesouros, mas nenhum foi considerado o verdadeiro tesouro do coração.
Já estava quase desistindo quando percebeu uma mala dentro de um dos armários do escritório do vovô.
Retirou as coisas da frente e acessou a mala, mas percebeu que estava pesada demais para um menino de nove anos.
— Deve ser um grande tesouro! — pensava animado.
Fez uma força danada e conseguiu retirar a mala de dentro do armário. Posicionou-a no chão e, calmamente, a abriu.
Adam não podia acreditar no que estava vendo, tinha a certeza de que era o maior e mais valioso tesouro que encontrara.
Na mala estavam os livros que o vovô leu para a mamãe desde que nasceu. Eram histórias de aventura, de sonhos realizados, de mundos mais felizes, de animais de estimação e de famílias que se compreendiam e se amavam.
Foi abrindo um a um e no verso de cada capa percebeu que estava escrito a lápis o ano em que as contações das histórias aconteceram.
Organizou-os em ordem cronológica e os arrumou sobre a mesa, preparando o ambiente para a grande surpresa de sua mãe.
Escolheu o primeiro livro que o avô contara, leu e decorou a história num piscar de olhos.
Aguardou o momento certo para convidar a mãe e a avó ao escritório e, finalmente, quando as duas chegaram, Adam mostrou todo o tesouro que encontrara e presenteou a mãe com o livro preferido de sua infância.
Adam sentou-se, posicionou o livro sobre as pernas e começou a contação da história pelo título:
— O caçador de tesouros.
AUTOR LUIZ PRIMATI
Luiz Primati é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books e retorna para o tema da infância com histórias para crianças de 3 a 6 anos e assim as mães terão novas histórias para ler para seus filhos.
Era uma vez, numa pacata cidade, um menino chamado Mateus que não gostava de ler. Por mais que sua mãe, Ana, tentasse incentivá-lo, contando histórias todas as noites, Mateus apenas ficava irritado e desinteressado. Ana, por sua vez, sentia-se desanimada, pois sabia da importância da leitura na infância e desejava que seu filho também descobrisse o prazer de mergulhar no mundo das letras.
Numa noite especial, quando a lua cheia iluminava a cidade, algo surpreendente aconteceu. Mateus foi acordado por uma luz azul misteriosa que emanava da sua estante de livros. Curioso e com os olhos arregalados, observou os livros conversando entre si, contando histórias uns aos outros. As vozes dos personagens saíam dos livros e ecoavam pelo quarto, criando um espetáculo mágico e encantador.
Mateus ficou fascinado pelas histórias e vozes dos personagens, e passou a ficar acordado todas as noites para ouvir as aventuras que os livros contavam. Aos poucos, a irritação foi dando lugar ao interesse e ao prazer de ouvir as histórias e conhecer diferentes mundos.
Certo dia, Mateus pediu à sua mãe, Ana, que contasse uma história antes de dormir. Ela estranhou o pedido, mas, com um sorriso no rosto, pegou um livro e começou a ler. Para sua surpresa, Mateus afirmou que já conhecia aquela história. Ana, espantada, perguntou como isso era possível, e o menino revelou que ouvia os livros contando histórias todas as noites.
Embora feliz pela súbita paixão de Mateus pelas histórias, Ana pensou que ele estava apenas fantasiando. No entanto, desde aquele dia, Mateus nunca mais foi dormir sem ouvir uma história. As aventuras narradas pelos livros o transportavam para lugares mágicos, e ele se apaixonou pelo universo da leitura.
Conforme crescia, Mateus tornou-se um exímio contador de histórias, levando a magia da leitura para outras crianças, assim como sua mãe fizera com ele. E, sempre que a lua cheia iluminava a cidade, a luz azul misteriosa envolvia seu quarto, relembrando-o da noite em que descobriu o encanto das palavras e do poder transformador dos livros.
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