BECO DOS POETAS Nº 94 — 03/04/2025
- Luiz Primati
- 2 de abr.
- 9 min de leitura
Grandes textos, grandes poesias! Leiam, comentem, compartilhem!


AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2024.
A DANÇA DAS ESTAÇÕES
Mais um outono se insinua no calendário, como um velho trovador que retorna com suas canções melancólicas, carregando nas dobras do vento as memórias de tantas dores que já dancei em seus braços dourados. Folhas tombam, arrancadas em um balé triste, enquanto o frio, como um escultor cruel, talha a vegetação em formas secas, órfãs da chuva que um dia as ninou. Pelas janelas embaçadas, os olhos da alma espiam o mundo, e eu, refém do vidro, era apenas mais um a contar os suspiros da vida que se encolhia lá fora.
Mas eis que o tempo, esse maestro rebelde, desafina as estações, misturando-as em um compasso torto. O calor, ardiloso como um vendedor de ilusões, sussurra em nossos ouvidos que o verão ainda reina, enganando-nos com seu abraço pegajoso. Onde foi parar o outono que eu conhecia? Aquele que me vestia de reflexões, que soprava mudanças como um poeta sopra versos ao luar?
Nós, encantadores de palavras e caçadores de paixões, precisamos do giro das estações como o mar precisa das marés. São elas que agitam as águas paradas da nossa escrita, que nos empurram para o abismo do crescimento, que nos erguem em asas de evolução. Gosto das mudanças, dos ventos que desarrumam a casa da alma — é assim que me encontro, que me reinvento.
E agora? O tempo se embola, as estações se perdem em um espelho quebrado. Será que o inverno ousará mostrar sua face gélida este ano? Será que poderei expor minha palavras tristes, os sentimentos que ele sempre me trouxe, ou cantar os amores que, como fantasmas, dançavam em minha mente nas noites frias? Meus amores do passado, vocês que foram flores de estações já idas, sinto que o calor insistente os apaga, pétala por pétala, em um esquecimento que não escolhi. O tempo novo impõe suas regras, e eu, perdido, me pergunto: voltarão as estações a me visitar, trazendo de volta os tons que pintavam minha alma? Ou ficarei aqui, à espera, com a caneta suspensa sobre um papel que não sabe mais que estação habitar?

AUTORA STELLA GASPAR
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
JÁ É ABRIL
Abril de sol e doces intimidades.
Abril de 10 anos de amor.
Abril de liberdade.
Abril de abraços carinhosos.
Abril de mão em mão.
De beijo em beijo.
Ah! Abril de amor.
Nós dois em um mar.
De palavras que me vestem de flor.
Abril com cheiro de primavera e outono.
Com romãs e cerejas.
Entre os ventos e as terras dos sonhos.
Já é abril.
É urgente o amor.
Tu és meu vinho, minha brisa.
Abril em todas as manhãs.
Eu te querendo em meus poemas.
O mundo é abril.
A cada dia, uma emoção generosa.
Estás em minha história.
No amor do meu amor.
Com enredos e toques de violinos.
Abril, de portas abertas.
Para um azul-celeste de vida bonita.
Convertida em amor infinito.
Pois, só quem ama.
Consegue ser uma companhia inseparável.

AUTOR SIDNEI CAPELLA
SIDNEI CAPELLA, natural e residente em São Caetano do Sul — São Paulo. Escreve textos poéticos, contos e mensagens, participou de algumas antologias. Grande parte dos seus textos são publicados na página do Instagram que administra. Utiliza a frase criada por ele: “Inspiração me leva a escrever sobre tudo, a inspiração vem de Deus, escrevo para o meu próximo, de modo a despertar sentimentos e mexer com suas emoções.”
VOU NA FORÇA DO AMOR
Carrego a força do amor.
Até faltar folego, eu vou…
Sentindo o sutil sabor.
Vou, eu vou…
Desmoronando ou edificando.
Vou, eu vou…
Sorrindo ou chorando.
Vou na força do amor.
Se eu encontrar o dissabor.
Vou com os braços abertos.
Para agarrar o amor.
E encontrar afetos.
Vou, eu vou... no caminho.
Fazendo amigos.
Do meu coração faço um ninho.
Do meu abraço, um abrigo.

AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
DESPERTAR DE UM RECOMEÇO
Diante da dor e da tristeza
junto os meus cacos
e recomeço ao despertar
esse fogo que arde
e que ilumina o meu
caminho me dizendo
para seguir em frente.
E essa chama me move
e ecoa em minha alma
como uma voz que profetiza
a esperança que me enche
de confiança e me fortalece
para seguir em frente.
E saindo das sombras
vou deixando o meu
passado para trás
e no presente encontro
a luz divina que
de braços abertos,
me mostra o caminho
para recomeço e para
o renascimento
de uma nova vida.
É um vento que sopra
me trazendo coragem
e me leva para longe da dor,
um sopro que
me faz sentir vivo,
e agora essa luz divina
me guia para viver
um novo tempo.
E como um presente
que me foi dado,
e abraço essa oportunidade
com todas as minhas forças
e em busca da felicidade
eu entrego a minha vida
para o Criador.

AUTOR WAGNER PLANAS
Wagner Planas é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
DESPEDIDA EM BRASAS
Com meu corpo em brasas,
Ao ponto de febril,
Eu quis colocá-la sobre minhas asas,
Protegê-la com meu corpanzil.
Você é meu desejo e paixão,
A dinamite e a explosão,
Mesmo que haja Desamor,
E eu seja um sofredor.
Eu não vou perder a chance,
De ser mais que seu amigo,
De colar nossos umbigos …
E engatar um romance…
Você é uma mulher sagrada,
E eu, insensível e da pá virada.

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
SONHOS
Impulsionam o viver.
Quando realizados
Proporcionam imenso prazer;
Quando desfeitos
Resultam em padecer.
Se irrealizáveis
Causam frustração,
Trazendo dores ao coração.
Explosão de sentimentos
Inundam o ser
Que na esperança do sonho acontecer
Jamais deve esmorecer.
Ter coragem é essencial
Para a fé não enfraquecer
E o sonho florescer.

AUTORA ILZE MATOS
Ilze Maria de Almeida Matos nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
SONHOS EM PEDACINHOS
Dentro do coração
acontecem transformações,
anseios, aspirações
a serem realizadas.
Sonhos chegam aos pedacinhos,
tentando se juntar,
querendo matar saudades
perdidas e não vividas.
Descobertas tardias
de promessas quebradas
vêm à tona,
trazidas por um sentimento
que não quis mais ficar
dentro de gavetas.

AUTORA IRIS PONGELUPPI
IRIS PONGELUPPI é mineira de Belo Horizonte, escreve desde a infância. É autora do livro de contos "Intangíveis" pela editora Poesias Escolhidas (2018) e também do livro de poesia "Veemente como o Sol" pela Editora Minimalismos (2025). Participou e participa de algumas antologias e projetos literários.
REMENDOS
Costuro uma colcha de retalhos
ao acaso.
Cada pedaço é um sonho que deixei escapar.
No vai e vem da agulha tento remendar
o tempo perdido.
Passado que insiste em me despertar.
Futuro que hesito em alcançar
por medo do fracasso.
Quando a colcha estiver pronta,
Um dia, talvez, cobrirei o meu vazio.

AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
CHAMA DA PAIXÃO
E numa noite de outono
Você chegou...
Despertando em mim um desejo intenso
De amar e ser amada.
De viver uma paixão avassaladora
Daquelas que chegam sem avisar
Explodindo no peito e fazendo flutuar
Como uma menina ainda aprendendo
À sorrir para a vida em sua ingenuidade
Quero sentir todo o ardor do teu corpo
Me entregar sem pressa
Em cada beijo
No ímpeto do desejo
Acordar ao teu lado, meu amor
Viver todos os momentos que o tempo me conceder, com você
E em noites de cada outono que nascerá
Por todas as outras estações
Adormecer e sonhar na paz do teu sorriso
E do teu olhar que me conduzirá na entrega
Do meu corpo ao teu
Na intensidade do nosso desejo.

AUTORA MARINALVA ALMADA
Marinalva Almada é diplomada em Letras Português/Literatura e com uma pós-graduação em Alfabetização e Letramento pelo CESC/UEMA, encontrei no ensino a oportunidade de semear conhecimento e despertar amor pelas palavras. Sou professora nas redes públicas municipal e estadual. Tenho como missão transformar vidas através da educação e da leitura literária. Deleito-me com a boa música, a poesia, a natureza, os livros e as flores, elementos que refletem em mim uma personalidade multifacetada. Escrevo regularmente no Recanto das Letras, participo com frequência de concursos literários, antologias e feiras literárias. Em 2023 realizei o sonho de publicar pela Valleti Books, o livro Versificando a vida, juntamente com as amigas Cláudia Lima e Zélia Oliveira.
AINDA ESTOU AQUI
Quando meus pais precisarem de mim, responderei:
— Ainda estou aqui, meus queridos!
Quando meu esposo chegar em casa do trabalho cansado e me chamar do portão: Amor, cadê você?
— Ainda estou aqui, meu bem!
Quando meus filhos me chamarem, mesmo depois de adultos responderei:
— Ainda estou aqui.
Quando os meus alunos, atrasados, terminarem o trabalho e saírem desesperados à minha procura, responderei:
— Ainda estou aqui, caríssimos!
Quando o tempo passar e eu, bem velhinha, sem enxergar e ouvir direito, perguntar pelos meus filhos, eles responderão:
— Mãe, ainda estamos aqui!

AUTORA LILA LEITE
ELIANA ROCHA, da cidade de Brumado, interior da Bahia. Licenciada em Letras Vernáculas pela UNEB - Universidade do Estado da Bahia; Pós graduada em Psicopedagogia, pela FACINTER - Faculdade Internacional de Curitiba. Professora aposentada, atualmente Coordenadora da Escola Particular "O Pequeno Príncipe" - Brumado.
GRITO AO VENTO
Ao amanhecer, abro a minha janela
De repente, entra a saudade
Ela vem disfarçada de vento
Gritando a todo momento
Por que sou ingrata com ela.
E o poeta que há em mim
Dono de poesias tortas
Recebe o grito sem medo
A mim, pouco me importa.
E eu digo à saudade
Não tenha tanta certeza
Dessa tal ingratidão
A qual, tanto vos fala
Com tamanha exatidão.
Eu já sofri essa saudade
Era grande a minha dor
Mas todo amor que ficou
A tudo superou, de verdade.
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