BECO DOS POETAS Nº 93 — 27/03/2025
- Luiz Primati
- 27 de mar.
- 9 min de leitura
Grandes textos, grandes poesias! Leiam, comentem, compartilhem!


AUTOR LUIZ PRIMATI
LUIZ PRIMATI é escritor de vários gêneros literários, no entanto, seu primeiro livro foi infantil: "REVOLUÇÃO NA MATA", publicado pela Amazon/2018. Depois escreveu romances, crônicas e contos. Hoje é editor na Valleti Books. Em março lançou seu livro de Prosas Poéticas, "Melancolias Outonais" e o romance de suspense "Peter manda lembranças do paraíso" estará disponível em julho de 2024.
CHAMAS NA ETERNIDADE
Amores... como brotam essas chamas? Duas almas cruzam seus caminhos, num instante fugaz. Primeiro, um olhar tímido dança entre eles, depois um sorriso rasga o véu do silêncio, e logo as vozes se entrelaçam, carregadas de risos que ecoam como sinos ao vento.
A intimidade chega de mansinho, um toque de mãos que tremem de desejo, um beijo que selam promessas mudas. E assim, o destino sela as almas: namoro, um laço de juras trocadas; casamento, um altar erguido sobre sonhos; filhos, frutos de um amor que pulsa vivo. Tornam-se um só, duas metades fundidas por um ideal, navegando o mesmo mar, de olhos fixos num horizonte que sussurra eternidade.
Mas e quando a vida, cruel tecelã, corta um dos fios antes da hora? Sem prenúncio, sem despedida, a metade que nos completava escapa entre os dedos, deixando-nos à deriva num mar de vazio. O que antes era plenitude agora é um abismo.
Os risos que aqueciam os cômodos, as palavras que dançavam pelos corredores, tudo se desfaz em ecos mudos, fantasmas de um tempo que não volta. Saber que nunca mais haverá um sorriso compartilhado, um segredo sussurrado ao pé do ouvido, um choro acolhido no ombro ou um beijo roubado na pressa do dia — isso corta mais fundo que qualquer lâmina. Tudo fica suspenso, à espera de um reencontro nas mãos do Criador.
E por quê? Por que o céu nos virou as costas? O que fiz para ser condenado à solidão, ou o que fez ele/a para ser arrancado/a de mim? Seria isso um castigo que carrego nos ombros, ou uma pena que ele suporta além do véu?
Mas a verdade sussurra entre as lágrimas: cada um de nós carrega uma missão, um sopro de propósito. Quando ela se cumpre, alçamos voo ao plano espiritual, onde novas tarefas nos aguardam. Não é revolta que devemos semear, nem maldições que devemos cuspir.
Dói, sim — uma dor que ruge no peito, um buraco que nenhuma outra alma pode preencher. Mas ouça, se puder: a morte não é o fim, é apenas o virar de uma página. Somos eternos, viajantes em busca da luz perfeita, e um dia, num instante sagrado, nossas mãos voltarão a se encontrar.
Para uma amiga que perdeu seu companheiro de décadas

AUTORA STELLA GASPAR
STELLA GASPAR é natural de João Pessoa - Paraíba. Pedagoga. Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. Mestre em Educação. Doutora em Educação. Pós-doutorado em Educação. Escritora e poetisa. Autora do livro “Um amor em poesias como uma Flor de Lótus”. Autora de livros Técnicos e Didáticos na área das Ciências Humanas. Coautora de várias Antologias. Colunista do Blog da Editora Valleti Books. Colunista da Revista Internacional The Bard. Apaixonada pelas letras e livros encontrou na poesia uma forma de expressar sentimentos. A força do amor e as flores são suas grandes inspirações.
UM POEMA... AGORA
Inspiramos e expiramos.
A beleza das nossas epidermes.
Amo esse toque de paixão.
Uma realidade, um coexistir profundo.
Uma existência interligada.
Sim, uma fonte de bem-estar.
Bendizemos nossos corpos.
Puros, selvagens, nus.
Fogo vivo.
És belo, és amor.
Nossos sonhos poéticos.
Como folhas sobre as águas mansas.
Somos o farol em uma noite sem luar.
Vivemos para nos amar.
Inspiramos e expiramos.
Querendo nos ter ardentes.
Teus olhos me ascendem.
Teu rosto brilha.
Teus olhos brilham.
Me deixam com ânsias.
Jamais imaginei em meus desejos.
Te abraçar com tantos.
Abraços lascivos.
Meu amado.

AUTOR SIDNEI CAPELLA
SIDNEI CAPELLA, natural e residente em São Caetano do Sul — São Paulo. Escreve textos poéticos, contos e mensagens, participou de algumas antologias. Grande parte dos seus textos são publicados na página do Instagram que administra. Utiliza a frase criada por ele: “Inspiração me leva a escrever sobre tudo, a inspiração vem de Deus, escrevo para o meu próximo, de modo a despertar sentimentos e mexer com suas emoções.”
TODOS OS DIAS
Não falarei de tristeza
o dia merece alegria...
Não falarei de amargura
o dia merece docilidade...
Não falarei de tensão
o dia merece leveza...
Não falarei de desespero
o dia merece equilíbrio...
Não falarei de desânimo
o dia merece coragem...
Não falarei de ódio
o dia merece amor...
Não falarei de desafeto
o dia merece sorrisos...
Não falarei de conflitos
o dia merece perdão...
Hoje, enxergarei com
os olhos da alma, contemplando...
as cores e a beleza
da natureza.
No coração a gratidão.
Em cada passo um
aperto de mão e um abraço.
Amanhã farei o mesmo...

AUTOR ANDRÉ FERREIRA
ANDRÉ FERREIRA, 46 anos, solteiro, é natural de São Paulo, cidade onde vive até hoje. De religião cristã, André valoriza profundamente os ensinamentos de sua fé. Filho de Elza, uma paulistana determinada, e de Luís, um bon-vivant, André foi criado com amor e sabedoria por sua avó Maria, a melhor das avós. Apaixonado por atividades físicas, André também aprecia uma boa conversa, a leitura de livros enriquecedores, além de se encantar com a arte e a poesia.
AMOR EM CINZAS
Uma chama se apaga
entre as cinzas,
uma paixão que ardeu,
um fogo que queimou
e que agora se
reduziu ao pó,
a lembrança de um
amor que já não existe.
Um amor reduzido
às cinzas por conta
dos meus deslizes,
o desejo que me consumiu,
e me fez jogar fora
todo o seu amor,
e reduzido a cinzas
às nossas lembranças
que estão gravadas
na minha memória.
Eu agora sinto a dor da
sua perda, minha querida,
a dor da paixão que se foi,
me deixando com um vazio
que não pode ser
preenchido.
Uma saudade que
não consigo apagar,
neste mar de desejos
ao qual me entreguei,
mas que agora se
transformaram em cinzas,
tua imagem permanece
em minha lembrança
e o amor que nos uniu
ainda vive em mim.
E, embora eu tenha
errado ao me entregar
ao pecado da carne,
e você, minha querida,
permanece viva em memória,
sei que não tenho direito,
mas vivo à espera
do seu perdão
pela minha falta
de caráter e de ingratidão.

AUTOR WAGNER PLANAS
Wagner Planas é nascido em 28 de maio de 1972, na Capital Paulista, estado de São Paulo, Membro da A.I.S.L.A — Academia Internacional Sênior de Letras e Artes entre outras academias brasileiras. Membro imortal da ALALS – Academia Letras Arttes Luso-Suiça com sede em Genebra. Eleito Membro Polimata 2023 da Editora Filos; Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Mairinque pelo vereador Edicarlos da Padaria. Certificado do presidente da Câmara Municipal do Oliveira de Azemeis de Portugal. Autor de mais de 120 livros entre diversos temas literários, além de ser participante de 165 Antologias através de seu nome ou de seus heterônimos.
NÓ NA ALMA
Eu convivo com nó na alma,
Que tranco em meu reduto,
Que retira-me a calma,
Em segredo absoluto.
Sim , eu tenho medo,
De certas participações na vida,
Nós enganos, eu sou ledo,
Um corpo coberto de feridas.
Minha alma quase pura,
Carregada de sentimentos pecaminosos,
Ninguém entende as minhas loucuras,
De desejos quase criminosos.
O nó na alma, segura o desejo,
Enquanto o poeta, sonha com beijos.

AUTORA ZÉLIA OLIVEIRA
Natural de Fortuna/MA, reside em Caxias-MA, desde os 6 anos. É escritora, poetisa, antologista. Pós-graduada em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Professora da rede pública municipal e estadual. Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores (cadeira 12, patronesse Jane Austen). No coração de Zélia, a poesia ocupa um lugar especial, gosta de escrever, afinal, a poesia traz leveza à vida. Publica no Recanto das Letras, participa com frequência de antologias poéticas, coletâneas, feiras e eventos literários. É organizadora e coautora do livro inspirador "Poetizando na Escola Raimunda Barbosa". Coautora do livro “Versificando a Vida”.
O NÓ NA ALMA
Sonhos
Expectativas
Enlace
Decepção
Introspecção
Dor
Solidão
Medo
Insegurança
Esperança
Era tanto dissabor
Que o nó desprendeu-se.
Como acreditar no amor?
Alma inerte ficou
Depois que o nó desatou.

AUTORA ILZE MATOS
Ilze Maria de Almeida Matos nasceu em Caxias, Maranhão, terra de Gonçalves Dias, e é engenheira agrônoma, ex-bancária e poeta. Atualmente, mora em São Luís do Maranhão. Sempre teve na alma e no coração poesia, música e muitos sonhos. Acredita no amor e nas pessoas, convicta de que tudo pode mudar e de que o amor de Deus transforma vidas. É casada e mãe de três filhos. Sua trajetória começou no Rio de Janeiro, no Parque Guinle, onde, refletindo sobre a vida e observando as pessoas ao seu redor, começou a rabiscar no caderno tudo o que via. Ela é apaixonada pelo mar, pela lua, pelas estrelas, pelas montanhas, pela música e pela dança. Esses elementos são fontes de inspiração constante para sua poesia, e a cada um deles dedica uma admiração profunda. A poesia surge para ela de diversas formas: em conversas, risos e nos momentos do convívio diário, transformando o simples cotidiano em poesia. Gosta de escutar as pessoas e está sempre pronta para oferecer um conselho ou um aconchego a quem se aproxima dela. A escrita é uma forma de expressar os sentimentos guardados em seu coração, e ela vibra quando suas palavras tocam o coração de alguém. Escreve simplesmente para tocar corações. Sempre procurou algo a mais, algo que a tocasse profundamente, e a poesia é o que faz seu coração transbordar de lindos sentimentos, de maneira que todos possam compreender.
ASAS PARA VOAR
Quem dera tivesse asas,
Quem sabe por onde estaria?
Talvez seguindo a felicidade,
Ou em um bosque qualquer,
Admirando a beleza que só ele tem.
Quem sabe voando pelas estradas,
Parando, sentindo o vento,
Ou talvez até um solzinho,
Mas preparada para não se deixar queimar,
Protegendo seu lindo coração com capas protetoras.
Quem sabe subindo montanhas,
Vendo a beleza do alto,
Ou sorrindo e dançando,
Saltitando por aí,
Envolvendo a todos nesse sonho de criança.
Quem sabe, imaginando tantas coisas,
E se realizarmos pelo menos a metade,
Já é um sonho realizado.
Coisas de poeta…

AUTORA IRIS PONGELUPPI
IRIS PONGELUPPI é mineira de Belo Horizonte, escreve desde a infância. É autora do livro de contos "Intangíveis" pela editora Poesias Escolhidas (2018) e também do livro de poesia "Veemente como o Sol" pela Editora Minimalismos (2025). Participou e participa de algumas antologias e projetos literários.
VENHA CÁ
Venha cá
vamos ver o por do sol
Assim esquecemos quem fomos
quem somos
Enquanto destroem sonhos em máquinas
Nos escondemos dentro de um milésimo de segundo
no que ainda restou de vida real
e reaprendemos a viver

AUTORA SIMONE GONÇALVES
Simone Gonçalves, poetisa/escritora. Colaboradora no Blog da @valletibooks e presidente da Revista Cronópolis, sendo uma das organizadoras da Copa de Poesias. Lançou seu primeiro livro nesse ano de 2022: POESIAS AO LUAR - Confissões para a lua.
VAMOS CONVERSAR
Vamos conversar...
Distrair um pouco
Sair em órbita pela noite à fora
Nada de conversa formal
Apenas... conversar.
Falar dos sonhos que faz acontecer nossos encontros
Por entre nuvens que se formam no nosso céu
E que se transformam em abrigo para nossos encontros secretos...
Vamos nos olhar como na primeira vez
Sem pressa, sem demora.
E deixar que a emoção do momento nos embale num ritmo só nosso
Na música que só nós conhecemos...
A música que toca sob o encontro dos nossos lábios
A que sai do coração feito canção de amor
Mas sendo unicamente só nossa.
E assim
No auge da madrugada
Com a lua testemunhando nosso momento
Seguimos até o mar
Até chegarmos ao cais
Dos nossos abraços
Para descansarmos nossos corpos
Exaustos do prazer que tanto nos fez bem...

AUTOR WALTER BERG
WALTER BERG, pseudônimo de Valter Alves da Silva, poeta contemporâneo, professor de Língua Portuguesa, Licenciado em Letras Português e Literatura pela Universidade Estadual do Maranhão-UEMA, especialista em Gestão, Supervisão e Coordenação escolar pela FAVENI, tem participação em várias antologias nacionais.
PAREDES SILENCIOSAS
Fiquei sempre só
Porque meu medo ficou silencioso
E quando falei a verdade,
Defendi a justiça
Me deixaram a sós.
As paredes que me deram segurança
Não falavam, só murmuravam.
E lá, passava os dedos para enxugar as lágrimas.
Ficava engolindo o choro em noites tímidas e frias.
Só o prisioneiro que procura a liberdade
Sabe a dor das algemas,
Que mesmo abertas,
Prendem sentimentos
e tentam também prender a alma.

AUTORA ARELY SOARES REIS
ARELY SOARES REIS nasceu em Caxias, Maranhão, e é uma talentosa profissional da língua: professora de Língua Portuguesa e Inglesa, além de suas respectivas literaturas, escritora, revisora textual e tradutora (Inglês - Português). Com um talento para a escrita que emergiu aos 11 anos, Arely recorda: "bastou tocar na caneta e no papel, já nascia ali uma poesia". Autointitulada "Poetisa da Noite", ela revela: "achava que a madrugada fosse feita para dormir, me enganei. Nela escrevo à beira dos meus sonhos, até agarrar no sono". Arely é uma leitora ávida, apaixonada por romances e poesias, e tem uma sede insaciável por novas experiências culturais, seja conhecendo pessoas, lugares, artes ou músicas. Ela se descreve como um ser humano pleno de fé, amor e esperança. Seu trabalho literário inclui participações em diversas antologias e revistas, como "Um Grito A Cor da Pele" (Editora Brunsmarck), "Ser Tons - Tons do Nordeste" (Ed-In Vitro), "Revista Entre Versos" (1ª e 2ª edições, Diego Maltz), "The Bard" (com publicações em mais de quatro edições, J. B Wolf) e a antologia "Coletivo Nua Palavra". Além disso, Arely tem presença ativa em podcasts e canais literários no YouTube.
POEMA PAPEL (V) ÃO
Te disse:
Que não há vazio
Nem falta de sentido
Na existência.
A tristeza a espreita ,
Enquanto a melancolia
Se insinua em outros cantos.
Há uma solidão imperfeita.
- É isso que o poeta
Com suas palavras
Captura na medida certa.
Uma vida desprovida
De sentimentos
Não preenche
Página alguma.
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