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Cristo Redentor

IV COPA DE POESIA
BRASIL, OUTUBRO 2022

DIAS 9, 16, 23 DE OUTUBRO E 06/NOV
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Santos

SANTOS UPITE

Santos Upite.jpg

Santos Upite de nome próprio, de pseudônimo Cris Poeta. É formado em ensino secundário pedagógico na escola EM/ADPP Malange. É Poeta e membro do movimento lev'arte Angola.

 

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1 - Longe de tudo​​​

 

Vou sorrir para não chorar

Sei que hoje

A noite é mais longínqua

Que do costume.

 

Só estou eu,

Meu quarto,

Minha vida

Minha casa

E esta constantemente solitude.

 

Não é uma noite comum

Perto dos olhos estão penduradas

As águas merencória

Deste imenso oceano.

 

Distante está a cor gabiru

E vacilante,

Que me garanta

O tal verbo viver

E se é que se vive

Nessa increpável indagação.

 

Distante pois estou,

Do tal incrédulo sorriso

E se é que se sorri,

Numa imensa incurialidade

De devasta solidão.

 

E como sorrir de facto?

Distante está

O meu mendigo sonhar.

 

Só sei que vou chorar,

E, vou chorar ainda mais

Longe de tudo.

Poesia1

2 - Minhas Madrugadas​​

 

Saudades inéditas

Inebriam cações

Que entóo a sós

Enquanto buscos segredos

E um vagir abreviado

Ao sabor do teu mar.

Poesia2

3 - Memórias do Março​​​​

 

Hoje são dezembro deste ano

Que por ti choro meu tanto.

É por tanto aflita idade

A mesma que não anda.

 

Agora denuncio lembranças

Que a mim financiam saudades.

 

Ouvi que o sol

E do norte que irradia,

Cá, meus olhos sequer sabiam.

Iracundo bem dentro o coração

Que a dia não sente não a razão.

 

As memórias do Março

Do mesmo ano

A instante em minha ilusão

Vivem em mim portanto,

Entoando a mesma canção:

A mesma que no fim

Ainda do outro mês ouvi

Tocando com a mesma paixão.

Poesia3
Poesia4

4 - A carta​​

 

Escrevi-a uma pequena carta

Com suor das minhas lágrimas,

Escrevi-á na palma da mão

Do meu próprio silêncio

E o eco do meu eco

Levou-a latejante.

 

A carta continha nos dois cantos

As duas palavras que ela me daria:

 

No canto a cima

Escrevi o não que queria

E no outro o sim que me negaria

 

No canto do não

Ela queimou e deitou

No canto do sim

Ela dobrou e para mim mandou

5 - Magestade​​​

 

Alguns dos meus tanto

Vivendo aplaudem taciturno

O vosso tão imenso ser

Deste mesmo semblante.

 

Com a mesma graça, vos juro

Ainda alguns dos meus tanto

Ardem em chama

Que o silêncio encendeia.

 

Queria portanto Magestade

Sussurra-vos latejante

O meu enorme lamentar

Que de vós mesma

Originam-se as muitas lágrimas

Que a noite em claro de agruras

Submerge meu pesar.

 

Agora vos peço piedade

Se podeis, ainda agora, Magestade

Se digne com a mesma brandura

Encaminhar a vossa tanta mocidade

Para este tão miserável cativo.

 

E com a mesma suavevidade

Digam Magestade, digam: que me vai abraçar com zelo

E deixar que em tais abraços

Morra eu, ainda por não me amar.

Poesia5
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