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Cristo Redentor

IV COPA DE POESIA
BRASIL, OUTUBRO 2022

DIAS 9, 16, 23 DE OUTUBRO E 06/NOV
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Dani Raphael

DANI RAPHAEL

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Daniele Helena Raphael, 41 anos, natural de Araraquara, interior de São Paulo. Representante Comercial, cursando o quinto semestre em Bacharelado em Filosofia e o terceiro em Bacharelado em Letras, ambos pela Universidade Uninter, no polo de Araraquara. Escreve Crônicas, contos e poemas livres. Autora dos livros E E-books: Renascer em mim, Pra ela ,TUA , Quando Resolvi me amar. Participou dos projetos: As Fênix, @asfenixs, como administradora. Participa como colaboradora dos blogs e das Revistas Digitais: Cronicart e MasticadoresBrasil. Publicações nas antologias; Poesias Livres, Imensidão Poética, Ventos do Arco-íris, Fênixart, Poesia agora, Inspirações poéticas, Frutos de Clarice, As Fênixs, A magia do Natal, Cura poética, mago poético e O amor, a poesia e nós. Administradora das páginas

 

Instagram: @dani.raphael_

1 - Lupin

E se de repente o tempo parasse

no milésimo de segundo anterior

ao do exato momento em que nossas escolhas nos trouxeram até aqui,

será que teríamos a expertise de dar um passo ao contrário do dado anteriormente,

será que ao invés de nos sentarmos,

levantaríamos e sairíamos pela porta,

será que falaríamos o que estávamos sentindo

ou permaneceríamos calados,

e para terminar;

será que carregaríamos uma culpa maior do que a que carregamos hoje

se ousássemos mudar o tom do ato.

Sei que parece utopia a eterna busca da epifania da libertação,

mas enquanto estivermos mantidos embalsamados por ditos aromas importados, seremos sempre o reflexo de sonhos mortos,

já que sem respostas não conseguimos nos encontrar no agora,

e Eu que lute, para sair deste eterno lupin que me cala.

Poesia1

2 - Renascida

Todas as manhãs ela renascia,

como o sol renasce

depois de uma noite inteira decifrada em imensidão,

trazendo o fardo de ser apenas o seu nome,

assim como o sol também não é nada além do Seu.

Todas as manhãs, renascida em seu nome,

Renata caminhava,

pelas mesmas ruas já conhecidas dentro dos teus bons dias,

sempre na mesma hora, sempre na mesma rotina.

- Bom dia,

- Bom dia.

Renata renascia, simplesmente porque precisava doar mais de si,

e quanto mais se doava, mais se perdia,

e ao cair da noite, quando não mais existia para si,

ela morria,

e novamente na manhã seguinte renascia.

Mas hoje, ela não mais renasceu para ser o seu nome,

deixou-se desfazer por inteira pelo brilho da noite,

e iluminada pelo sorriso lunar,

deitou o pouco que ainda era na grama molhada,

na qual nunca havia tocado

e percebeu que o tempo é uma roda gigante na qual nunca ousou entrar.

Poesia2

3 - Gabriel, Gabriela

Gabriel, Gabriela,

Gabi, Biel,

ou Simplesmente Bel,

sendo apenas seu ser,

seu estado, seus relatos,

suas lutas e sua dignidade.

 

Biel, Gabriel, Gabriela,

encoberto por panos largos,

enquanto ainda não se reconhece em seus retratos,

em seu espelho no qual implora

para que o mantenham embaçado.

Gabi, Gabriela, Gabriel,

social, biológico, ilusório, aceitável.
 

Bel, Gabriel, Gabriela,

aquela que um dia era,

aquele que um dia foi,

alguém que um dia será,

sendo hoje,

apenas sendo.
 

Gabriel, Biel, Gabriela,

quem te define,

quem me define,

quem somos nós,

quem é você.
 

Hoje sou apenas aquela que te vê,

te observa, mas não te enxerga,

sou apenas mais uma que te olha,

te questiona e te ignora

Sou apenas mais uma peça,

de uma sociedade que não aprendeu ser,

e nem respeitar quem se È.

Apenas sou, Gabi, Gabriela, Gabriel,

o mesmo que você
 

Um olhar escondido entre os cabelos alongados,

tentando encontrar meu espaço e

Desejo muito que encontre o seu

E se encontrar, diferente de mim,

desenvolva a empatia que também a mim me falta

e retorne, se assim desejar

Com seu verdadeiro nome,

 com sua verdadeira alma

E me mostre como faço

Para encontrar o caminho de casa

Aquele onde os retratos não mentem

Aquele onde caminhamos livres

sem o medo da condenação.

Poesia3
Poesia4

4 - Lucia

Enquanto me olhas,

com olhos de quem vê o mundo,

mas não reconhece as cores,

me pergunto se sou digno de tocar-lhe a face

 e enrubescer lhe os lábios,

com meus lábios ardentes em febre.

E percorro por alguns longos instantes,

o que seria os montes do paraíso,

que meus pés talvez nunca hão de pisar.

- o que queres de mim, diga-me a verdade

E no instante em que as poucas palavras saem da sua boca,

vago pelo universo dos meus desejos,

tentando disfarçar o que sinto

e dizer que nada quero,

além do poder fitar-lhe emoldurada no espelho.

5 - Teimosia

Há quem diga que eu não posso

E eu faço

Há quem diga que não chego

E eu vou

Há quem diga que não mereço

E eu me presenteio

E Há quem diga

Que meu nome é teimosia

E eu respondo

Que apenas mais uma sobrevivente

Neste mundo de cão.

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