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Cristo Redentor

IV COPA DE POESIA
BRASIL, OUTUBRO 2022

DIAS 9, 16, 23 DE OUTUBRO E 06/NOV
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Augusto Monteiro

AUGUSTO MONTEIRO

AUGUSTO MONTEIRO.jpg

AUGUSTO MONTEIRO nasceu no Centro Oeste de Portugal, representou a Força Aérea Portuguesa, trabalhou como bancário e é Agente de Execução. O seu percurso literário resume-se, até ao momento, em 13 coletâneas, 3 livros editados, sendo um de cariz espiritual e dois de poesia. No próximo ano, conta editar um de prosa e prosa poética e ainda um do seu heterónimo de poesia denominado José de Sousa. Estes dois futuros livros ainda não têm título.

 

Instagram @augusto.monteiro.311

1 - Oásis

Um terreno árido que, num ápice, se tornou frondoso.

Onde o nada que era nada, a vida floresceu.

Um ribeiro também surgiu trazendo o ziguezague dos peixes.

Um pequeno oásis, um belo paraíso.

 

Escolhi um canto que quis encantar: uma pequena casa.

Tinha a natureza e o borbulhar do ribeiro,

Apalpava a paz e sorvia a felicidade,

Sentia-me comigo e comigo falava.

 

A calma inundava-me e Deus olhava-me.

Era o retiro do contentamento e dele precisava.

Levantava-me cedo, passeava e meditava.

Os ténues sons vinham do bulício da água

E das folhas que se cumprimentavam.

 

Deitava-me cedo e olhava a Lua

As estrelas desciam e adormeciam comigo.

Nos meus sonhos, Jesus falava-me em surdina.

Os seus conselhos absorviam as minhas células

E o meu sono elevava-se ao colo de Deus.

Vou ficar aqui até o tempo me fazer sair.

O tempo que sabe quanto tempo tem o tempo.

Quando falar comigo e me acordar

Eu irei, irei sim a caminho do amor

Que de mim já estarei pleno.

Poesia1

2 - Estado

Que fazes tu no escuro?

Gostas de habitar onde a claridade não é,

E chorares onde os outros riem,

Sem conseguires abrir a janela?

Reparo, meu amor, que bamboleias ao andar.

Olho para os teus olhos e fixas o chão.

Inclinas as costas como estando em constante vénia.

Fazes desse teu viver uma mágoa que dilacera.

 

Vem cá, deita a cabeça no meu colo.

Deixa-me acariciar-te os cabelos.

Neles entrelaçar os meus dedos

E fazer-te sentir que as mãos mais te doam amor.

Deixa-me abrir-te as pálpebras para olhares para mim

E veres nos meus olhos a ajuda que precisas.

Deixa-me dar-te um leve beijo nos teus lábios

E sentires o sopro da vida que faz renascer a tua.

Hoje quero dizer-te que há esperança para além da esperança,

Que há vida para além da muita vida,

E lá, bem no alto, um Deus que te ama.

E aqui, bem junto a ti, um Ser que te adora.

Vamos caminhar e aprender a amar.

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3 - A tua pele

Que penso eu da pele que te cobre o corpo?

Em ti coloco todas as cores possíveis: do negro ao branco.

Nada disso baila em importância no meu consciente.

Todas as peles são belas e iguais na sua textura.

São lindas no acariciar e no desejo como a pura seda do Oriente.

A tua pele, como um Universo, é parte integrante de um todo,

Um todo de encantos mil, como se a felicidade deslizasse nela.

Sem ela estarias exposta à nudez da alma e da tua essência.

Adoro tocar-lhe e inalar a fragância das rosas que lá habitam.

Por ela passando os meus dedos, absorvo a suave energia.

É essa pele que molda um todo mágico.

Sim, é a magia divina da nossa construção.

Tudo certo, no perfeito lugar certo; inqualificável bênção.

Gosto muito de todas as peles.

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4 - O teu cabelo

Faria dele o centro do meu contentamento.

Tanto que nem valorizaria o trabalho de o contar pelo a pelo.

Chegar-me-ia uma vida?

De tão denso e seguro, penso que não!

Desfolhá-lo como fios de seda; singular arte que abraçaria como minha.

Navegar pelo seu leve ondulado num imaginário veleiro,

Far-me-ia dar a volta ao mundo em profundo êxtase.

A calmaria das ondas, a suavidade do navegar, a ausência do vento,

O saborear do refrescar de um edílico passeio; o deslumbre.

E eu sempre presente em ti!

Nele entrelaçar docemente os meus dedos

Elevando-me para não o ferir, muito menos quebrar.

Minha preciosidade, meu brinquedo de adulto.

Quanto saber nas suas raízes, quantas aprendizagens eu sugaria!

Espelho de um delicioso amor emaranhado num todo,

Em que o horizonte se faz longe e tu tão perto.

Vai descendo e abraça os teus peitos.

Indescritível viagem desde o nascimento à fonte da vida.

Sensação única, será o tempo desta jornada

Que quereria prolongá-la

Até à eternidade.

No teu cabelo!

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5 - Busca

Sento-me no sofá a olhar para a televisão.

Hum, mas que faço aqui sozinho?

O tempo passa, passa e tu não vens, não vens.

O tempo não para e é escasso.

O meu impulso chama por ti.

É urgente que saia deste sofá,

Percorrer todo o Planeta, se preciso for.

Ver-te, abraçar-te e trazer-te.

É o objetivo mais intenso de uma vida que parou,

Mas continuará quando o meu peito se encostar ao teu.

Nessa altura verás, meu amor, como os céus se abrem

Ao sentirem a nossa sã vivência em planaltos de alegria.

No olhar, no sorrir, no falar; verbos que conjugaremos na perfeição.

Dar-nos-ão o braço para vivermos o melhor amor.

Aquele com que eu sempre sonho e tu ambicionas.

Anda, ajuda-me a encontrar-te.

Poderás estar no dobrar daquela esquina?

Poderemos passar um pelo outro e a distração trair-nos?

Sei que o universo nos vai colocar frente a frente

E aí, que acontecerá?

Tudo de tudo meu bem!

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