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Cristo Redentor

IV COPA DE POESIA
BRASIL, OUTUBRO 2022

DIAS 9, 16, 23 DE OUTUBRO E 06/NOV
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Thamires

THAMIRES GONÇALVES

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Thamires Gonçalves nasceu e e criou em Parnaíba-PI. É apaixonada por cálculos e por isso formou-se em Engenharia de Pesca. Além dos cálculos, a outra paixão de Thamires é a literatura e isto a faz escrever desde os cinco anos. É poeta de tudo aquilo que lhe toca a alma. Possui um estilo plural, escreve muito sobre amor e vida, mas também escreve sobre a morte. Cria alguns versos eróticos também onde publica em sua página: @eroticamente_romancista.

 

Instagram: @thamires_sg21

1 - ALMA GÊMEA

Minha viagem iniciou e eu não soube entender

Voei muito alto

Desesperei por não te ver

Embora o lugar fosse tão calmo

A tua falta eu sentia

 

Te procurei entre tantos

Mas tua luz estava longe

Na terra teu coração batia

Mesmo não te vendo

Sentia a tua energia

 

Eu viajei

Tu retornaras

Nos desencontros do destino

Vida e morte nos separavam

 

Resta-me somente a eternidade

Nessa imensidão à espera da vida

Sentir novamente um coração

Encontrar-me contigo

Minha doce alma querida

Poesia1

2 - MISTÉRIOS DA NOITE

Mulher, por que se esconde no breu da noite?

Que chama é esta que acompanha os teus passos?

Serás tu um anjo recaído?

Ou demônio do inferno foragido?

De ti nada sei,

Somente de mim posso falar.

Sou apenas um seguidor do vento que envolve a situação,

Que sopra aos meus ouvidos,

A urucubaca do teu sorriso de alçapão.

Poesia2

3 - COMO EU QUERO

Como eu quero crescer

Se no primeiro sereno eu me escondo

Como eu quero vencer

Se me rendo na primeira batalha

Como eu quero...

 

Como eu quero mais da vida

Se no mínimo eu me acomodo

Como eu quero coragem

Se não consigo lidar com meus próprios demônios

Como eu quero...

 

Como eu quero ser ouvida

Se calo a voz que grita dentro de mim

Como eu quero ser notada

Se viver às sombras me dá satisfação

Como que quero...

 

Como eu quero o todo

Se me sacio com as migalhas

Como eu quero respirar a liberdade

Se me sufoco com minha própria arma

 

Minha arma?

O medo.

 

Mas esse medo me faz querer tanto...

Poesia3
Poesia4

4 - SOU POETA

Sou poeta do amor

Sou poeta da paixão

Sou poeta sem juízo

Sem rumo e sem direção

 

Sou poeta da morte

Sou poeta da dor

Meus versos carregam o peso

Daquilo que meu coração calou

 

Sou poeta da noite

Sou poeta do dia

Poetizo minha essência

Minha alma e harmonia

 

Sou poeta do choro

Da tristeza e alegria

Sou poeta do gozo

Derramado dos prazeres da vida

 

Sou poeta das sensações

Sou poeta da magia

Sou poeta do clarão da noite

Do arrebol ao findar o dia

 

Sou poeta sentimental

Sou poeta da ilusão

Sou poeta da paz

Das guerrilhas do coração

Sou poeta nesta vida

Ao morrer poeta ainda serei

Pois nesta curta existência material

Na poesia eu poeta me eternizei

5 - BANQUETE NA RUA

Incontáveis passos já passaram por ali

Infinitos passarão

Local de travessias

De andanças

Por que não

De comilança

 

É rua

E cemitério

Onde jaz um corpo

Que não foi sepultado

Nem velado

Mas um corpo esquecido

Abandonado

Desovado

Fétido abrigo de larvas

 

Naquela rua de pedras

Um banquete servido aos urubus

À la carte do avesso

Tal qual os bichos amontoados na carne apodrecida

Os abutres saciavam-se com desejo

E pressa

De matar a fome e fugir

Poesia5

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