THAMIRES GONÇALVES

Thamires Gonçalves nasceu e e criou em Parnaíba-PI. É apaixonada por cálculos e por isso formou-se em Engenharia de Pesca. Além dos cálculos, a outra paixão de Thamires é a literatura e isto a faz escrever desde os cinco anos. É poeta de tudo aquilo que lhe toca a alma. Possui um estilo plural, escreve muito sobre amor e vida, mas também escreve sobre a morte. Cria alguns versos eróticos também onde publica em sua página: @eroticamente_romancista.
Instagram: @thamires_sg21
1 - ALMA GÊMEA
Minha viagem iniciou e eu não soube entender
Voei muito alto
Desesperei por não te ver
Embora o lugar fosse tão calmo
A tua falta eu sentia
Te procurei entre tantos
Mas tua luz estava longe
Na terra teu coração batia
Mesmo não te vendo
Sentia a tua energia
Eu viajei
Tu retornaras
Nos desencontros do destino
Vida e morte nos separavam
Resta-me somente a eternidade
Nessa imensidão à espera da vida
Sentir novamente um coração
Encontrar-me contigo
Minha doce alma querida
2 - MISTÉRIOS DA NOITE
Mulher, por que se esconde no breu da noite?
Que chama é esta que acompanha os teus passos?
Serás tu um anjo recaído?
Ou demônio do inferno foragido?
De ti nada sei,
Somente de mim posso falar.
Sou apenas um seguidor do vento que envolve a situação,
Que sopra aos meus ouvidos,
A urucubaca do teu sorriso de alçapão.
3 - COMO EU QUERO
Como eu quero crescer
Se no primeiro sereno eu me escondo
Como eu quero vencer
Se me rendo na primeira batalha
Como eu quero...
Como eu quero mais da vida
Se no mínimo eu me acomodo
Como eu quero coragem
Se não consigo lidar com meus próprios demônios
Como eu quero...
Como eu quero ser ouvida
Se calo a voz que grita dentro de mim
Como eu quero ser notada
Se viver às sombras me dá satisfação
Como que quero...
Como eu quero o todo
Se me sacio com as migalhas
Como eu quero respirar a liberdade
Se me sufoco com minha própria arma
Minha arma?
O medo.
Mas esse medo me faz querer tanto...
4 - SOU POETA
Sou poeta do amor
Sou poeta da paixão
Sou poeta sem juízo
Sem rumo e sem direção
Sou poeta da morte
Sou poeta da dor
Meus versos carregam o peso
Daquilo que meu coração calou
Sou poeta da noite
Sou poeta do dia
Poetizo minha essência
Minha alma e harmonia
Sou poeta do choro
Da tristeza e alegria
Sou poeta do gozo
Derramado dos prazeres da vida
Sou poeta das sensações
Sou poeta da magia
Sou poeta do clarão da noite
Do arrebol ao findar o dia
Sou poeta sentimental
Sou poeta da ilusão
Sou poeta da paz
Das guerrilhas do coração
Sou poeta nesta vida
Ao morrer poeta ainda serei
Pois nesta curta existência material
Na poesia eu poeta me eternizei
5 - BANQUETE NA RUA
Incontáveis passos já passaram por ali
Infinitos passarão
Local de travessias
De andanças
Por que não
De comilança
É rua
E cemitério
Onde jaz um corpo
Que não foi sepultado
Nem velado
Mas um corpo esquecido
Abandonado
Desovado
Fétido abrigo de larvas
Naquela rua de pedras
Um banquete servido aos urubus
À la carte do avesso
Tal qual os bichos amontoados na carne apodrecida
Os abutres saciavam-se com desejo
E pressa
De matar a fome e fugir