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Cristo Redentor

IV COPA DE POESIA
BRASIL, OUTUBRO 2022

DIAS 9, 16, 23 DE OUTUBRO E 06/NOV
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Lu Campos

LU CAMPOS

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Lu Campos, nascida em Fortaleza-CE, atualmente reside em Parnaíba-PI. É professora de língua portuguesa, licenciada em Letras e Pedagogia com especialização em Literatura. Trabalha ativamente com produção de textos e revisões acadêmicas. E neste universo de letras compõe a sua história literária. E mergulhada neste mar poético, pretende, ainda, navegar e desbravar o universo encantado da poesia e mostrar ao mundo toda a essência da alma humana em versos e prosas.

 

Instagram: @lulcampos

1 - QUANDO PINTA O AMOR

Faz- se um festival

De aquarela

Tinta fresca

Sobre a tela

Arco-íris de paixão

 

Em gestos puros de afeto

Vai se formando o cenário

A vida se manifesta

Ganha brilho e movimento

 

Os olhos ficam iluminados

As bocas ficam sedentas

Acendem-se os desejos

Somam-se as vontades

 

Beijos trocados sem fim

Toques macios

Sob lençóis de cetim

Carícias à luz de velas

Cumplicidade enfim

 

Nesse momento

Quanta energia!

Encanto e magia

Desejo volúpia

Sonho e fantasia

Perfeita sintonia

 

Pele na pele

Aconchego gostoso

Alquimia de afetos

 

Quando pinta o amor

Tudo ao redor é uma festa

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2 - PRAZER NA PONTA DOS DEDOS

As letras pulam do teclado,

Escorrem por entre os dedos e vão fazendo algazarra,

Correndo sobre os espaços, tropeçando nas palavras, puxando ideias pelo caminho.

 

Vão fazendo piruetas na cabeça do escritor/ poeta,

Dando sentido às palavras,

Ou desconstruindo a razão.

 

O poeta segue seu instinto,

Busca sua inspiração,

Vai acordando sentimentos,

Seja realidade ou ficção,

O texto cumpre seu intento

De provocar emoção.

 

Sob o olhar de quem escreve,

Qualquer assunto vira tema,

Para uma nova produção.

 

Em cada palavra expressa,

O autor deixa sua marca,

Deixa sua impressão.

 

E assim,

Como um alquimista,

Vai transformando em ouro

Cada palavra em que toca,

Porque escrever é uma droga que nos entorpece de prazer.

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3 - VENTO LESTE

Hoje meu coração ancorou

No porto da saudade

Meus pés sujos de areia

Beijam a brisa do mar

 

Ao longe vejo um navio

E um lindo sol nascente

Vindo em minha direção

 

Alheia a esses sinais

Vou em busca de outro cais

Sigo as pegadas do tempo

 

Vou deixar que o vento leste

Leve embora essa saudade

Que deságua no meu peito

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4 - CONEXÕES AFETIVAS

Aquele sorriso

Eternizado no porta- retrato

Que você esqueceu

Na gaveta

Às vezes chora

Com saudades do tempo

Em que a felicidade

Era trazida pelo vento

No canto livre do rouxinol

 

As doces lembranças

Dos banhos de cachoeira

Fazem o corpo arrepiar

Trazendo à tona o desejo

Das noites de lua cheia

E os encantos de uma sereia

Brincando nua no mar

 

Um assovio na janela

Um segredo ao pé do altar

Esse coração carente

Anda assim tão descontente

De tantas batidas em vão

Que nesse ritmo

Assim tão lento

Perde o tom da pulsação

 

Em uma colcha de retalhos

Vai- se tecendo o enredo

Dessa história mal vivida

De coisas não resolvidas

 

No desfecho desse enlace

Uma saudade doída

Prende-se a um fio

De esperança

De um dia poder libertar

Aquele lindo sorriso

Que está preso na moldura

Esperando você voltar...

5 - RIMA IMPERFEITA

Era uma vez

Um poeta

Que se apaixonou

Por uma rima

(Que parecia perfeita!)

E em versos decassílabos

Trocaram juras de amor

 

Mas um certo alexandrino

Apareceu de repente no meio do poema

Só para estragar o soneto

 

E assim nosso nobre poeta,

Ao perder

A medida do verso

Perdeu também

Sua preciosa rima.

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