LU CAMPOS
Lu Campos, nascida em Fortaleza-CE, atualmente reside em Parnaíba-PI. É professora de língua portuguesa, licenciada em Letras e Pedagogia com especialização em Literatura. Trabalha ativamente com produção de textos e revisões acadêmicas. E neste universo de letras compõe a sua história literária. E mergulhada neste mar poético, pretende, ainda, navegar e desbravar o universo encantado da poesia e mostrar ao mundo toda a essência da alma humana em versos e prosas.
Instagram: @lulcampos
1 - QUANDO PINTA O AMOR
Faz- se um festival
De aquarela
Tinta fresca
Sobre a tela
Arco-íris de paixão
Em gestos puros de afeto
Vai se formando o cenário
A vida se manifesta
Ganha brilho e movimento
Os olhos ficam iluminados
As bocas ficam sedentas
Acendem-se os desejos
Somam-se as vontades
Beijos trocados sem fim
Toques macios
Sob lençóis de cetim
Carícias à luz de velas
Cumplicidade enfim
Nesse momento
Quanta energia!
Encanto e magia
Desejo volúpia
Sonho e fantasia
Perfeita sintonia
Pele na pele
Aconchego gostoso
Alquimia de afetos
Quando pinta o amor
Tudo ao redor é uma festa
2 - PRAZER NA PONTA DOS DEDOS
As letras pulam do teclado,
Escorrem por entre os dedos e vão fazendo algazarra,
Correndo sobre os espaços, tropeçando nas palavras, puxando ideias pelo caminho.
Vão fazendo piruetas na cabeça do escritor/ poeta,
Dando sentido às palavras,
Ou desconstruindo a razão.
O poeta segue seu instinto,
Busca sua inspiração,
Vai acordando sentimentos,
Seja realidade ou ficção,
O texto cumpre seu intento
De provocar emoção.
Sob o olhar de quem escreve,
Qualquer assunto vira tema,
Para uma nova produção.
Em cada palavra expressa,
O autor deixa sua marca,
Deixa sua impressão.
E assim,
Como um alquimista,
Vai transformando em ouro
Cada palavra em que toca,
Porque escrever é uma droga que nos entorpece de prazer.
3 - VENTO LESTE
Hoje meu coração ancorou
No porto da saudade
Meus pés sujos de areia
Beijam a brisa do mar
Ao longe vejo um navio
E um lindo sol nascente
Vindo em minha direção
Alheia a esses sinais
Vou em busca de outro cais
Sigo as pegadas do tempo
Vou deixar que o vento leste
Leve embora essa saudade
Que deságua no meu peito
4 - CONEXÕES AFETIVAS
Aquele sorriso
Eternizado no porta- retrato
Que você esqueceu
Na gaveta
Às vezes chora
Com saudades do tempo
Em que a felicidade
Era trazida pelo vento
No canto livre do rouxinol
As doces lembranças
Dos banhos de cachoeira
Fazem o corpo arrepiar
Trazendo à tona o desejo
Das noites de lua cheia
E os encantos de uma sereia
Brincando nua no mar
Um assovio na janela
Um segredo ao pé do altar
Esse coração carente
Anda assim tão descontente
De tantas batidas em vão
Que nesse ritmo
Assim tão lento
Perde o tom da pulsação
Em uma colcha de retalhos
Vai- se tecendo o enredo
Dessa história mal vivida
De coisas não resolvidas
No desfecho desse enlace
Uma saudade doída
Prende-se a um fio
De esperança
De um dia poder libertar
Aquele lindo sorriso
Que está preso na moldura
Esperando você voltar...
5 - RIMA IMPERFEITA
Era uma vez
Um poeta
Que se apaixonou
Por uma rima
(Que parecia perfeita!)
E em versos decassílabos
Trocaram juras de amor
Mas um certo alexandrino
Apareceu de repente no meio do poema
Só para estragar o soneto
E assim nosso nobre poeta,
Ao perder
A medida do verso
Perdeu também
Sua preciosa rima.